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25 mar 2009

O NOVO CHACRINHA


VELHO GUERREIRO

O carismático presidente Lula ganhou magnífica popularidade graças, principalmente, à forma fantástica de se fazer comunicar com o povo brasileiro. O povão passou a ter enorme admiração por Lula da mesma forma como adorava o Chacrinha, ou Velho Guerreiro, outro exímio comunicador.

CONSTATAÇÃO

Por dominar perfeitamente o idioma popular, qualquer coisa que Lula diz é uma festa. Consciente dessa adoração, o presidente não deixa de alimentá-la. E faz isso através de intensos programas populares carregados de assistencialismo. Por favor: a que estou manifestando não é uma crítica, gente. É pura constatação.

PAGA QUEM QUER

Independente dos programas anteriores, encabeçado pelo paquidérmico Bolsa Família, agora chegou o momento do - Bolsa Habitação -. O anúncio fala que o governo vai financiar a construção de um milhão de casas populares para serem vendidas ao povão por preços simbólicos. E mesmo que as prestações sejam ínfimas a regra é: paga quem quer.

BACALHAU

Tal qual Chacrinha fazia, quando jogava bacalhau e outras coisas mais ao público que lotava o auditório dos programas de sábados, Lula joga Bolsas para o povão. Maravilha, gente. Só que os patrocinadores dos programas do presidente são os contribuintes de impostos. Pela forma compulsória.

SUBSÍDIO

Portanto, nessas condições, o que os contribuintes precisam tomar conhecimento de que o Programa Habitacional será subsidiado pelos seus recursos depositados nos cofres públicos. Isto significa que mais uma frente assistencialista gorda está sendo aberta hoje. Obviamente, às custas do dinheiro de impostos. Ou seja: quem festejar vai pagar a conta. E quem não festejar, idem.

MAÕS À OBRA

As construtoras, que não tem coisa alguma a ver com o assistencialismo, estão eufóricas com razão. Para as interessadas, o importante é que um grande cliente, o Tesouro Nacional anuncia que tem R$ 16 bilhões para gastar na construção de um milhão de casas. Com a abertura de um nicho assim, só resta: Mãos à Obra.

MAL HUMORADA

Mas, atenção: sem falar de outros municípios, a capital gaúcha - Porto Alegre -, através da mal-humorada Secretaria Municipal de Meio Ambiente, vai desmoralizar completamente com pacote habitacional. Pela forma com que atrasa e dificulta a aprovação das construções na cidade, os projetos não sairão do chão. Alguém vai me desmentir?

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24 mar 2009

O NOSSO SUBPRIME


A ORIGEM DA CRISE

O subprime, como se sabe, ficou internacionalmente conhecido pelas enormes perdas relacionadas com os financiamentos imobiliários nos EUA. Foi, enfim, aquilo que deu origem ao início da crise no setor bancário que, por sua vez atingiu várias atividades muito dependentes de crédito.

GUARDANDO AS PROPORÇÕES

Mesmo que não haja o mínimo risco de que algo parecido aconteça no Brasil pelas regras aqui existentes, ainda assim, guardadas as devidas proporções um tipo de subprime já pode ser sentido aqui. Observem a situação clara que o mercado automobilístico está mostrando e tirem suas conclusões:

AUTOMÓVEIS

1- Milhares e milhares de brasileiros compraram automóveis em 2008. Antes, portanto, da crise financeira mundial dar as caras por aqui. Vamos tomar por base, portanto, só as transações com veículos cujos preços foram em torno de R$ 25 mil, que em 40 prestações ou mais tiveram seu preço final fixado em R$ 38 mil.

SALDO DEVEDOR

2- Agora, um ano depois, março de 2009, esses mesmos veículos estão valendo em torno de R$ 18 mil, enquanto o saldo devido na financeira é superior a 30 mil reais. Ora, tal qual aconteceu com os imóveis dos EUA, não compensa o comprador ficar pagando aquele automóvel. O melhor é devolvê-lo ao financiador e, caso interessar, comprar outro, do mesmo ano, por um valor final bem mais baixo. Sabem como se chama isso? Subprime.

SEM CMPENSAÇÃO

3- A correta redução do IPI, que impulsionou a venda de carros novos, acabou contribuindo para uma substancial redução de preços dos carros usados (seminovos), estimada em 20%, aproximadamente. Como tal desvalorização não tem como ser compensada pelo financiador, o abacaxi que está sendo colocado no colo das financeiras é enorme.

RETOMADOS

4- Para não alimentar desconfiança do sensível mercado financeiro, a mídia está silenciosa. Principalmente, porque hoje os maiores anunciantes são, exatamente, as montadoras e concessionárias de veículos. O fato é que milhares de veiculos estao sendo retomados ou renegociados com preju~izo para o financiados. Tal qual no mercado imobiliário americano.

PREÇO DA GASOLINA

Diante da enorme repercussão do artigo escito ontem, aí vai uma síntese das manifestações recebidas:1- Ao comprar um litro da gasolina por R$ 2,44 paga-se R$ 1,39 só de impostos;2- Uma pesquisa de uma consultoria americana mostra que a gasolina brasileira é a 11ª mais cara entre 35 países pesquisados em quatro continentes. O que a pesquisa nao revela é que o alto valor está diretamente ligado aos tributos embutidos no preço final do produto. Do valor pago pelos motoristas nas bombas, 57,13% são impostos, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro).3- Mesmo que um Posto resolva doar um litro de gasolina (ao preço de R$ 2,44/litro) ainda assim o doador deve pagar R$ 1,39 de impostos.

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23 mar 2009

EQUÍVOCOS


PRAXE

O presidente Lula, por questões de princípio e formação ideológica, adora criticar os países desenvolvidos pela crise global. Isto já virou praxe. Enquanto Lula fica nesta toada, a safadeza descoberta no Senado, para ficar só com essa, é muito, mas muito mais prejudicial para o Brasil. Mas, aí Lula não mete a sua colher.

ESCÂNDALOS

Os escabrosos escândalos que acontecem a todo momento diante dos olhos, nariz e boca do presidente, todos financiados com a fantástica carga tributária que assola os contribuintes, jamais merecem suas críticas. Todos eles, em conjunto ou separadamente, repito, são muito piores para o Brasil.

NAS SUAS BARBAS

A atual crise econômico-financeira global até parece mesmo uma marolinha, como disse Lula, se comparada com as safadezas que pululam no setor público. Uma prova de que os verdadeiros e maiores vilões da crise que mais nos atinge estão aqui, presidente. Nas suas barbas, em Brasília. Critique-os. E aproveite para fazer uma autocrítica.

DESCONHECIMENTO

Já escrevi bastante, embora nunca de forma suficiente, sobre a falta de discernimento da maioria do povo brasileiro, sobre a formação do preço dos combustíveis. Poucos sabem, por exemplo, o quanto a Petrobrás recebe por litro de gasolina que vende. Diante de tal desconhecimento a maioria do povo exige que a estatal promova, com urgência, pela queda do preço do petróleo no mercado internacional, uma severa redução do preço dos combustíveis.

IMAGEM

Sem ter idéia correta de quem é o verdadeiro vilão da cadeia, a Petrobrás já ganhou fama de safada. E a imprensa, pelo péssimo nível de seus colaboradores, principalmente um deles, que escreve na contracapa da Zero Hora, vem cumprindo um lamentável papel de desinformar, ao invés de esclarecer o que é preciso.

PREÇO DA GASOLINA

Pois, na última sexta feira, o diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, resolveu vir a público para dizer o quanto são inverídicas as acusações de que a empresa estaria praticando preços abusivos em relação a outros países. E que o preço da gasolina na porta da refinaria (Petrobrás) custa R$ 1,00/litro. O restante são impostos e margens dos comerciantes.Portanto, caso a Petrobrás reduza o valor da gasolina e do diesel, derivados não reajustados por fórmula como os demais da empresa, a queda incidiria apenas no preço praticado na porta da refinaria, e não na bomba do Posto. Ficou claro?

LUGAR CERTO

Uma eventual redução de 10% na gasolina, na porta da refinaria da Petrobrás, ou seja, 10 centavos/litro, não significa que o consumidor vá receber o mesmo desconto no posto. Portanto, se alguém quer se manifestar contra o preço praticado no Brasil, o caminho é outro: quem deve ser alvejado são os governos (União, Estados e municípios) Eles ficam com mais de 100% do que a Petrobrás recebe. Lá é que precisa haver tumulto.

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20 mar 2009

UMA SEMANA E TANTO


ESCÂNDALOS

Esta foi uma semana e tanto, não? Embora já estejamos muito acostumados a conviver num ambiente carregado de escândalos em que o dinheiro público (proveniente dos impostos pagos), ora é jogado fora pelo desperdício, ora vai parar nas mãos, bolsos e contas bancárias de políticos e seus assessores, ainda assim pode-se dizer que esta semana foi ímpar.

CONTAINER

O que provocou a grande indignação não foi a existência das mais de 180 diretorias do Senado, embora tenha causado grande irritação. O que mais indignou a sociedade é que ninguém sabia da existência do tenebroso escândalo. O Senado, como se vê, é mais do que uma caixa preta. Está mais para um enorme Baú, ou Container, onde todos que lá trabalham põem a mão e sacam o quanto podem.

QUERMESSE

O que precisa ser registrado é que o grande mentor desta verdadeira festa com o dinheiro público foi o magnífico José Sarney, que voltou a ocupar a presidência da Casa. Ora, quem gosta deste tipo de safadeza tem alguma credibilidade para desfazer a quermesse? Então, das duas uma: ou o povo toma uma decisiva atitude e acaba com a festa; ou tudo vai piorar, porque o Sarney não vai desistir.

ACABAR COM O SENADO

A primeira proposta de Sarney para uma diminuição do escândalo foi uma redução de 50 diretorias. Maravilha, não? Qualquer empresa de porte não tem mais de cinco ou seis diretores. O Senado precisa de 130? Ora, o que nos deixa mais irritados ainda (se isto ainda é possível) é a solução apresentada pelo safado. O correto mesmo seria acabar, definitivamente, com o Senado.

INGENUIDADE

Desculpem a minha ingenuidade, mas sendo muito preciso e objetivo ainda deveríamos aproveitar o momento para abrir outros Baús ou Containeres. Por exemplo: da Câmara de Deputados, do Executivo e do Judiciário. Mais: dos órgãos públicos de todos os Estados e municípios. Sei que nada disso será feito. Em todo caso a proposta aí está.

ATITUDE DEMOCRATA

No ambiente internacional, ou melhor, no quintal latinoamericano, mais uma atitude típica de um democrata: o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou a nacionalização de uma das maiores instituições financeiras do país, o Banco da Venezuela, que pertence ao grupo espanhol Santander. Olhem só: o Senado do Brasil está pronto para aprovar o ingresso da Venezuela no Mercosul.

LULA, O OTIMISTA

O governo Lula continua reduzindo a perspectiva de crescimento do PIB para 2009. Ontem, o ministro do Planejamento informou que o orçamento da União precisará será cortado em mais de R$ 20 bilhões. Ora, como o meu prognóstico foi de um crescimento zero para este ano fui rotulado de pessimista. E Lula, por sua vez, além de insultar quem fez previsões realistas, ainda posa de otimista. Tá bom.

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19 mar 2009

O GOVERNO E A POUPANÇA


MIGRAÇÃO

Depois da última reunião do COPOM, quando a taxa Selic foi reduzida para 11,25%, a grande preocupação do governo passou a ser a já esperada migração das aplicações financeiras de prazo fixo e renda indexada, para a Caderneta de Poupança.

ISENÇÃO FISCAL

O que leva a esta preocupação do governo é que a Caderneta de Poupança, por ter isenção fiscal (IR), se revela como um produto altamente competitivo, se comprada com os títulos de prazo fixo que tem a Selic como indexador de remuneração.

DECISÃO JUSTA

Como a vantagem, no atual nível da taxa Selic, é nítida em favor da Poupança, muitos investidores não estão perdendo tempo: estão sacando das aplicações de renda fixa e/ou indexadas para depositar na Caderneta, que em termos de renda líquida é mais vantajosa. Uma decisão, antes de tudo, muito justa e oportuna, logicamente.

O RECADO DE LULA

Ao ser advertido de que os investidores estão querendo um melhor rendimento líquido com o máximo de segurança, Lula deu um recado ao mercado: o governo vai precisar mexer no rendimento da Caderneta de Poupança para evitar a enorme e inevitável migração.

O PROBLEMA É FISCAL

Ora, não é na Carderneta de Poupança que Lula precisa mexer, gente. Não é ali que reside o problema. A questão é meramente fiscal. Portanto, não é preciso fazer mudnaças na forma de rendimento da Poupança. Basta baixar a alíquota do IR sobre as aplicações financeiras. Nada mais.

ALÍQUOTA DO IR

A Caderneta, da forma como está, se comparada a nova Selic em vigor, não ganharia tantos adeptos caso o governo determinasse uma redução do IR para 10%, por exemplo, ao invés de 22,5% cobrados atualmente.

SENADO SAFADO

Se a indignação dos brasileiros foi enorme quando tomou conhecimento de que o Senado mantinha 136 diretores (como também informei ontem), imagino como está agora, ao saber que eles são mais de 180. Nem vou arriscar o número recente para não precisar retificar novamente o tamanho do escândalo. Com tantos diretores só imagino o número de funcionários. O Maracanã, sem medo de errar, é pequeno demais para receber tanta gente. Um leitor me informa que só a gráfica do Senado tem mais de 3.000 funcionários. Que tal?E o povo continua anestesiado. Pode?

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18 mar 2009

QUANDO A FICHA VAI CAIR?


136 DIRETORES

O número de diretores do Senado da República dá uma pista do quanto somos mal informados sobre a condução da administração pública no Brasil. Só com séria denúncias é que o povo brasileiros tomou conhecimento de que o Senado conta com 136 os diretores. Um verdadeiro absurdo independente das safadezas por eles praticadas.

SENADO? PRA QUÊ?

Nenhuma empresa privada, em qualquer lugar do mundo, se sustentaria com tantos diretores. Todas, sem exceção, já teriam falido. Ora, se for levado em consideração que além do excesso de diretores, o Senado não produz o que é bom e necesário, uma coisa é certa: a Casa não justifica a sua existência. Resultado: a economia seria imensa e os desvios não existiriam.

IMAGINEM...

Imaginem quanto o Brasil ganharia caso o Senado não existisse. Imaginem mais: quanto o país ganharia caso o projeto do deputado Clodovil, falecido ontem, que pedia a redução de 50% do número de deputados federais, tivesse obtido aprovação. Aí seria a glória. Mas, devaneios a parte, nem uma coisa nem outra acontecerá por aqui. Assim como as reformas.

APELOS

Os leitores/assinantes do Ponto Crítico já se habituaram aos apelos que tenho feito, sistemática e exaustivamente, sobre as tais reformas que o Brasil muito necessita para enfrentar, tanto a nossa realidade interna quanto a desse mundo afora. Todos os apelos, repito, sempre fundamentados.

MISSÃO DIFÍCIL

É óbvio que o sucesso desta minha missão é quase impossível. Ainda assim conto sempre com fatos, como é o caso das recentes denúncias que levaram ao afastamento dos diretores do Senado. Quem sabe, a partir delas um dia a ficha cai e mexe definitivamente com a consciência da sociedade que só vem pagando a conta.

EFORMA ADMINSTRATIVA

A reforma administrativa pretendida pelo presidente do Senado, Jose Sarney, por óbvio não propõe o fechamento da Casa. Por enquanto fala em diminuição de cargos, não de funcionários. A gastança certamente continuará e os desvios, idem. Até que novas denuncias provoquem uma nova reforma tímida.

PINTAR PAREDES

Nós não precisamos de reforma administratia no Senado, gente. Precisamos de reforma no país. Que promovam corte de custos da máquna pública onde estão o Executivo, o Legislativo e Judiciário. Reformar o Senado, como se sabe, conssite em pintar as paredes e comprar moveis novos. E dar empregos para parasitas que recebem horas extras.

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