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16 out 2007

AVIÕES SUCATEADOS


VAI QUEBRAR

Do Rio de Janeiro, onde passei o final da semana, viajei à Europa, mais especificamente Paris e algumas poucas cidades da Itália, de onde pretendo colher algumas observações sobre a Comunidade Européia.

PRIMEIRA SENSAÇÃO

No entanto, a primeira sensação que tive ao iniciar a viagem é que a Varig já está muito perto da sua segunda falência. Constatei pessoalmente que os aviões da nova (?) Varig são ou continuam verdadeiras latas velhas.

MANUTENÇÃO

Não sou tão intolerante a ponto de não admitir quaisquer possíveis acidentes e/ou situações que sempre podem fugir ao controle. Mas quando certas coisas acontecem no mesmo dia, de forma consecutiva e em mais do que uma aeronave, fica evidente que não está havendo a devida manutenção das mesmas.

DUAS OPORTUNIDADES

Esta minha constatação ocorreu em duas oportunidades distintas em poucas horas: primeiro, quando embarquei no RJ, com destino a SP, no avião que tinha como destino Frankfurt. Na decolagem os passageiros reclamavam que o sistema de iluminação (luz para leitura de quem estivesse nos assentos) estava pifado. Imaginei ser um problema de solução rápida, o que infelizmente não aconteceu. Assim, os passageiros que iam para Frankfurt só tiveram dissabores.

11 HORAS SEM SOM

A segunda constatação me atingiu em cheio. Feita a conexão em SP embarquei em outra aeronave, também da Varig, com destino a Paris e Roma. E imediatamente percebi que esse outro avião também era portador de um grave defeito: não poderia oferecer qualquer tipo de entretenimento durante o vôo. O sistema de áudio e imagens estava pifado há vários dias. Ou seja, o meu vôo, de 11 horas, foi sem músicas, sem filmes e sem qualquer informação na tela.

SUCATAS

Reclamei, assim como outros passageiros, cheio de razão, Mas, as respostas dos gentis funcionários foram uníssonas: - Os nossos aviões são os mesmos da velha Varig. E por isto continuam nas mesmas (péssimas) condições. Mas tudo deve melhorar futuramente. Pedimos que tenham um pouco de paciência até que a empresa consiga resolver os problemas apresentados -.

SEM COMPENSAÇÃO

Como as passagens cobradas não têm preços diferentes daqueles praticados pelas demais companhias aéreas, que também não passam por um bom momento em função do apagão aéreo, não há razão para suportar as falhas. Se tudo tivesse sido esclarecido em tempo e alguma compensação fosse concedida, os passageiros ainda poderiam optar. Isto, no entanto, não aconteceu. Só a paciência foi solicitada, o que já prova ser uma esperteza. Sendo assim só resta mesmo entrar na justiça para tentar alguma compensação. E se convencer de que a Nova Varig também não vai longe. Vai quebrar. De novo.

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15 out 2007

ROBERTO CAMPOS X CHE GUEVARA


ALINHADA

No último dia 9 de outubro praticamente todos os meios de comunicação do Brasil registraram (muitos até saudosos) os quarenta anos da morte de Che Guevara. Até aí bastante compreensível, uma vez que são bem conhecidas as posições ideológicas de grande parte da imprensa do país, sempre muito alinhadas com o pensamento do facínora Guevara.

NENHUMA MENÇÃO

O que chamou a atenção, porém, foi que no mesmo dia, há exatos seis anos atrás, também ocorreu o falecimento de Roberto Campos. Para este, por ter sido um liberal, não houve uma menção sequer. Nem dos seus magníficos alertas nem das suas lutas contra o atraso que ainda permanecemos mergulhados.

MELHOR CAMINHO

Conclusão: liberais, no Brasil, não merecem ser lembrados pela imprensa. Embora Roberto Campos só tenha praticado o bem, e tenha passado grande parte da vida fazendo sugestões importantes sobre o melhor caminho a ser seguido pelo Brasil, ainda assim não foi mencionado no dia 9 de outubro.

COISA EM COMUM

Não há, contudo, a mínima possibilidade de comparação entre Che e Campos. A única coisa em comum existente entre ambos é a data da morte: 9 de outubro. Che, embora muita gente não admita, foi um bandido sanguinário. Jamais praticou o bem a quem quer que seja. Roberto Campos, ao contrário, nunca cometeu um assassinato.

SÓ PELO PONTOCRITICO

Mesmo assim o único lembrado no dia 9 de outubro foi Che. Roberto Campos só foi lembrado mesmo pelo Ponto Critico. E com direito a divulgação de um de seus textos.

FLORENSE

A convite do incansável e muito focado empresário Gelson Castellan, da Fábrica de Móveis Florense, estive no Rio de Janeiro, no final da semana prolongado, visitando a Casa Cor RJ. Nos bate-papos que aconteceram durante as refeições descontraídas no magnífico ambiente carioca de muito sol e calor percebi o quanto Gelson está preparando a Florense para enfrentar as expectativas futuras do setor e da empresa.

EXTERIOR

Fora do Brasil, além da recente mudança de endereço da loja de NY, que agora está instalada no elegante bairro do SoHo, cuja resposta já está acontecendo, no início de 2008 a Florense estará inaugurando também a loja de Chicago. E mais adiante, em março, uma franquia em Angola, no continente africano.

INVESTIMENTOS

Para poder atender a demanda cada vez maior da linha de móveis fabricados em Flores da Cunha, RS, e se adaptar ao crescimento que o setor imobiliário deve impor, muitos investimentos já estão em curso. No próximo ano, por exemplo, a Florense já deverá dispor da sua universidade corporativa visando uma preparação continuada dos seus colaboradores.

NOVA FÁBRICA

Os investimentos que estão sendo feitos, em capital humano e tecnológico, devem melhorar os processos para enfrentar o que os novos tempos estão a exigir. Não fiquem admirados, pois, se dentro de pouco tempo até uma nova fábrica venha a ser necessária. E que pode, inclusive, ser construída fora de Flores da Cunha. A entrevista que fiz com Gelson Castellan, para a TV PONTOCRITICO.COM é bem esclarecedora sobre o que a Florense quer e deve atingir. Confiram a partir de amanhã.

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11 out 2007

NÚMERO 01 ? ANO VII


NOVA CONTAGEM

Como acontece a cada ano que é completado, desde que foi publicada a primeira edição do

BRINDE

E para brindar os nossos assinantes publico, como sempre, mais um texto do grande homenageado de todos os anos, o ex-ministro Roberto Campos.

EM BOA HORA

E o texto escolhido vem em boa hora. Quando já parecia claro e evidente que o socialismo não representa o caminho do sucesso e da vitória, comparado com as vantagens inequívocas do capitalismo, estamos percebendo que a América Latina como um todo está voltando rapidamente ao passado. Está ficando bem longe da trilha, das rotas corretas e bem identificadas com a riqueza e a liberdade.

LÓGICA DE RACIOCÍNIO

É exatamente por isso que o PONTOCRITICO.COM tem se posicionado sempre, e diariamente, com críticas fundamentadas evidenciando a lógica do raciocínio. Numa busca incessante de explicar da melhor forma que as nossas mazelas são debitadas, em muito, por ideologia equivocada, excesso de intervenção governamental, altos impostos e muito gasto público.

É DIFÍCIL AMAR O PRÓXIMO

Segundo Campos, as esquerdas brasileiras, apaixonadas pelo dirigismo, certamente não amam os pobres. Ao contrário. Pelas atitudes tomadas e pelas leis que tem conseguido aprovar ao longo dos anos mostram que pobres e miseráveis precisam de esmolas. Assim, eles se mantém sempre fiéis às suas vontades.

PRINCÍPIOS EQUIVOCADOS

Defendem, portanto, os privilegiados com vantagens especiais da Previdência Pública; apóiam privilégios de algumas empresas públicas que nunca servem bem ao público e ainda oneram o Tesouro; reclamam muito da falta de empregos, mas hostilizam os investidores estrangeiros capazes de criá-los; querem sempre mais e mais impostos sobre os ricos, esquecidos que a técnica socialista de empobrecer os ricos para enriquecer os pobres nunca foi bem-sucedida, em nenhum país.

GLADIADOR

Em suma, o esquerdismo brasileiro é um teimoso gladiador em perene luta contra a lógica econômica e a experiência da história. O slogan: ? O capitalismo é bom para produzir e o socialismo é bom para distribuir ? é apenas uma mistura de cretinice acadêmica e falsidade ideológica, afirmava sempre o saudoso Roberto Campos. Amém.

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10 out 2007

PRIVATIZAÇÃO? ONDE?


A IMPRENSA E OS PAPAGAIOS

A imprensa aberta, infelizmente, não toma os devidos cuidados ao divulgar certas notícias, principalmente quando tem plena consciência de que a maioria dos brasileiros tem baixa escolaridade. Pessoas que agem tal qual os papagaios repetindo tudo aquilo que viram, ouviram e leram nos meios de comunicação.

DESINFORMAÇÃO

Comunicações mal feitas resultam quase sempre em grande desinformação. Que por sua vez dificultam seriamente o entendimento de muitas questões, a ponto de não conseguir produzir qualquer efeito caso haja uma de tentativa de reparação futura.

COISA DO DEMÔNIO

Quando o assunto é -

privatizações

-, tema que já virou coisa do demônio aqui no Brasil, mais cuidado ainda deveria ter a imprensa. Não pode haver a confusão entre privatizar e fazer parceria com a iniciativa privada. São casos típicos em que sequer existe a (necessária) mal falada privatização. A impressão que resta, quando a imprensa não aceita certas decisões de governo, é de que ela prefere alimentar o demônio, incutindo na sociedade o termo privatização.

CONCESSÕES PARA MANUTENÇÃO

Vejam, por exemplo, a questão que envolveu o leilão das rodovias concedidas, ontem. Não é privatização coisa alguma. As nossas estradas, todas, continuam sendo públicas e de propriedade da sociedade brasileira. A manutenção é que passa a ser feita por empresas privadas, em regime de concessão. Que para mantê-las precisam cobrar tarifas dos usuários, ao invés de cobrar de quem não as usa. Nada mais justo, portanto.

FORMAÇÃO DO PREÇO

E o preço das tarifas, mais conhecidas por pedágio (o que já é um erro grosseiro porque deveria ter o nome de rodágio) é resultante de uma equação que envolve o volume de tráfego de veículos no trecho a ser concedido considerando o investimento exigido para manter o caminho em boas condições. Este é o cálculo que deve ser considerado na formação do preço da tarifa. E tudo deve ser fiscalizado pelos agentes de governo para que os investimentos sejam feitos de acordo com o fluxo apresentado na rodovia.

IMPOSTOS E PEDÁGIOS

Estradas não são de propriedade privada, em qualquer lugar do mundo. A conservação das mesmas, para que não fiquem sucateadas, são parcerias público-privadas adotadas em vários países. O valor que os cidadãos pagam para construir estradas saem dos impostos. A conservação das mesmas saem do bolso dos usuários, através do pagamento do pedágio.

OBJETIVOS REVOLUCIONÁRIOS

Venezuela, Brasil, Argentina, Equador, Paraguai, Uruguai e Bolívia resolveram criar o Banco do Sul, que deverá funcionar já em 2008. Bolívia, Cuba, Nicarágua e Venezuela já haviam chegado a um acordo final na semana anterior, em Havana (vejam só), sobre os instrumentos de financiamento do Banco da Alba ? Aliança Bolivariana -, uma alternativa da esquerda latino-americana ao Fundo Monetário Internacional. Agora, com os demais parceiros tudo ficou decidido. Viva. Sem entrar no mérito da criação, a companhia ao menos não é nada boa. Todos os membros, liderados pela Venezuela de Chávez, onde será a sede da instituição, tem objetivos revolucionários. O que nos faz entender quais projetos serão financiados. Alguém duvida?

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09 out 2007

NA MEDIDA CERTA


SEM PRECIPITAÇÃO

Antes de manifestar opinião sobre o pacote fiscal apresentado pelo Governo do RS tratei de estudar bem o assunto. Agora, sem qualquer precipitação, ainda assim continuo com a mesma conclusão inicial: estamos, mais uma vez, diante das velhas e indecentes formas que todos os governos do RS já se acostumaram a propor. Todas elas sempre defendendo o propósito de acabar com os rombos das contas públicas do Estado.

ENÉSIMA VEZ

O pacote apresentado desta vez, pelo atual Executivo do RS à Assembléia, pela enésima vez volta a propor como pretende pagar as sempre crescentes despesas públicas. E, mais uma vez, sem querer vender um só prego, mesmo que eles continuem furando os pneus dos veículos da sociedade riograndense.

PONTAPÉ NO TRASEIRO

O povo gaúcho já se acostumou a coisas do tipo. Na maioria das vezes a indecência tributária acontece em forma de bloco, no final de cada ano. Desta feita a única mudança é que o pontapé no traseiro da sociedade está vindo com alguma antecedência. Em outubro.

IDEOLOGIA

Se a venda de ativos públicos, que dão prejuízos, é impossível de ser realizada por questões ideológicas, menos possível ainda tem sido a necessária dispensa de pessoal, principalmente de CCs. Todos os governos têm se acovardado de maneira impressionante diante da diminuição de despesas. E também não tratam de esclarecer a sociedade que estas negativas mais promovem a manutenção do desperdício.

REDUÇÃO DE CUSTOS

Várias questões de redução de custos poderiam ser discutidas. Por exemplo: como se explica a existência de uma Secretaria de Obras do Estado, se o governo não tem um centavo para fazer qualquer obra? Esta pasta poderia ficar temporariamente desativada até que houvesse alguma recuperação da capacidade de investimento. Mas isto não é possível nem cogitado.

AUMENTO DE IMPOSTOS

Enfim, para quem se debruçou sobre as medidas apresentadas pelo governo, uma coisa ficou clara: só o que está bem detalhado e pronto para ser colocado em pratica é o aumento de impostos. Tudo aquilo que pode representar alguma redução de custos, que nada tem de ousado, ainda depende de uma série de estudos e exames e procedimentos. Tudo para não acontecer.

ESTUPIDEZ

O curioso é que alguns péssimos comunicadores, ao invés de tratar o assunto com inteligência, ainda escrevem e falam sem conhecimento algum sobre o assunto. Como é o caso do colunista Paulo Santana, que escreveu na sua coluna de ZH do último domingo a seguinte pérola de estupidez:

o Rio Grande do Sul só está nesta aflição administrativa, econômica, financeira e estadual porque é obrigado todos os anos a pagar uma prestação de dí

Santana, de forma lamentável, não questiona em momento algum porque e como aconteceu tal endividamento. Nem o que foi feito com os empréstimos que hoje precisam ser pagos. Entende, simplesmente, que o problema é a dívida e não o que foi feito com ela. Pode? É muita burrice consentida.

NA MEDIDA

Se o povo não reagir desta vez é porque gosta mesmo de imposto. Aí o governo estará com toda a razão. Terá feito um pacote na medida certa. Na medida da estupidez do povo do RS. Vamos cair fora? Já!

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08 out 2007

SEMANA DE ANIVERSÁRIO


SELO COMEMORATIVO

Estamos na semana de aniversário do

ANO VII

Desta vez, além das mudanças já apresentadas no mês passado, no alto da página consta um selo (ou carimbo) comemorativo informando a entrada no -

Ano VII

-, assim como o número de 45 mil assinantes que recebem, por e-mail, a web-letter. Espero que gostem.

LINHA INTACTA

Nestes seis anos de existência, desde a criação do

HOMENAGENS

Para homenagear os leitores e assinantes, e agradecer com todas as letras aos grandes e impecáveis colaboradores (Cristina, Lúcia e Trautmann) e de forma especial os escolhidos anunciantes que têm oportunizado a existência desta e-liberal opinion com seus importantíssimos banners publicitários, nada melhor do que publicar, durante a semana, alguns textos do saudoso guru e inspirador Roberto Campos.

ROBERTO CAMPOS

Divulgar textos de Roberto Campos não é só um compromisso. É um grande prazer. Lendo e saboreando os escritos de Campos temos muito a ganhar. Nunca saem de moda e representam os nossos anseios mais justos. De novo: a homenagem que presto, pois, a Roberto Campos, inspirador deste meio de comunicação, é o mínimo que posso fazer por quem sempre teve os olhos e mente sempre muito abertos.

TEXTO DO GURU

É reconhecida a proficiência brasileira em três coisas: no futebol, no Carnaval e na busca de bodes expiatórios. Globalização e neoliberalismo são os bodes que nunca saem da moda no Brasil. Aquele, inocente. Este, inexistente. Falar na ameaça do neoliberalismo em país de moeda inconversível, com 40% do PIB sugados por impostos e dívida do governo, só pode ser masturbação de socialistas nostálgicos. E a globalização não deve ser julgada pelo que não é. Ela não é uma invenção maldosa do capitalismo moderno. Houve episódios de fragmentação e ondas de globalização no decorrer da História.

CONTRAPESO

As globalizações mais importantes foram no Império Romano e da belle époque do liberalismo, entre 1860 e a I Guerra Mundial, quando, além do livre movimento de mercadorias e capitais, havia circulação de pessoas. A atual globalização não é uma conspiração americana para manter sua hegemonia. Os EUA são hegemônicos simplesmente porque ganharam a II Guerra Mundial, pelo colapso do socialismo e por liderar a nova revolução tecnológica. A globalização convive com movimentos de integração regional, com a União Européia, precisamente como contrapeso à dominação americana.PERIGOS? A Globalização também não é responsável pelo desnível industrial nem pela pobreza da periferia. Ao contrário, foi a globalização comercial e tecnológica que permitiu o salto tecnológico dos Tigres Asiáticos e o alívio da pobreza na China, que quinze anos atrás exportava menos que o Brasil e hoje exporta quatro vezes mais. Ainda fala-se, no Brasil, dos perigos da desnacionalização em virtude da abertura comercial, mas as reais dificuldades de nossa indústria são advindas das nossas dificuldades internas que nada tem a ver com a globalização ou liberalismo, como tributação asfixiante e juros resultantes de déficits fiscais que poderiam ser definitivamente corrigidos com reformas adequadas.

FALTA DE CARÁTER

A atitude sensata para o Brasil é administrar com competência a nossa inserção na economia globalizada. Isolarmo-nos da revolução tecnológica para proteger empregos é suicídio, porque a perda da competitividade geraria estagnação, destruindo empregos. Como diz o economista hindu J.K. Metha, da Universidade de Allahabad, que o subdesenvolvimento é, principalmente, falta de caráter, e não escassez de recursos ou de capital.

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