Espaço Pensar +

A NOVA ERA - 20.11.24


Por Alex Pipkin

 

A era é do “parecer ser”, e da benevolente sinalização de virtude. Via de regra, “especialistas modernos” são influenciadores que não entendem nada ou quase nada dos temas abordados.

Como são idolatradas as frases de efeito e os desejos motivacionais!

De forma sistemática, “grandes personagens” aludem à frases do tipo “para ser grande, pense grande, é necessário correr riscos, ou nada se alcança”.

Pragmaticamente, na vida vivida, pura filosofia barata, uma espécie de profecia irrealizável. Por que? Porque o populismo e, em especial, a ideologia do fracasso, instigam crenças devastadoras e contraproducentes, essas que inibem a vital assunção de risco.

Inegavelmente - penso eu -, a era é mesmo de franco retrocesso.

E como não poderia deixar de ser?

Populistas em geral, e a seita da abstração coletivista, destilando seu disfarce da preocupação com o ser humano, são quase que completamente avessos ao risco.

De maneira definitiva, sem risco desaparecem às inovações, o crescimento econômico e o progresso material e, verdadeiramente, social.

O corolário é singelo. Sobrepõem-se o lado negro dos sentimentalismos, a hipocrisia, o decrescimento econômico, e o retrocesso - para todos!

O “progressismo” é, ironicamente, irmão gêmeo - como eu - do “apocalypse now”.

Seus fervorosos adeptos querem o fim do capitalismo, embora não compreendam sua essência, em especial, a moral, desejando apaixonadamente o decrescimento econômico.

Que comecem os jogos! Taxem-se os ricos - criadores de inovações e riquezas -, que se regulem, abusivamente, os mercados, que se intervenha para “proteger os pobres”, que se “proteja o meio ambiente”, que se controle às redes sociais, que se limite o comércio e o consumo…

Eles não sabem o que dizem.

Desconhecem à “mágica” da ordem espontânea, aquela que não é passível ao planejamento centralizado de “mentes brilhantes”, e que voluntariamente enseja o espírito e a mentalidade inovadora. Essa produtora de outra “mágica”, a do grandioso processo de destruição criativa, que genuinamente constrói o novo e impulsiona o progresso econômico.

A trupe “progressista do atraso”, avessa ao risco, adoradora do regresso ao tribalismo, é a grande ativista do primitivismo ambiental, desmedido, do pânico em relação aos novos métodos na produção de alimentos, transportes, enfim, e, especialmente, do alarmismo em relação ao avanço tecnológico, tais como o trazido pelas aplicações da inteligência artificial.

Quem sou eu para discordar da Prêmio Nobel em Economia de 2024, Daron Acemoglu, porejando seu temor de que a inteligência artificial acabe com empregos e produza resultados negativos generalizados para toda a economia?

São todos eles alarmistas apologistas do nefasto intervencionismo estatal, por vezes velado, gerador de decrescimento econômico e mais pobreza.

A exagerada precaução e aversão ao risco anseiam pelo planejamento central. É essa que desestimula os relacionamentos colaborativos e voluntários nos livres mercados, que de forma espontânea se “organiza”, produzindo o maior nível de eficiência. Ao cabo, colossal precaução e “negacionismo ao risco” operam como o exterminador do presente quanto ao processo shumpeteriano da destruição criativa.

Sem a assunção de risco - disfarçada sob o véu da preocupação popular -, não se promovem às inovações, que criam novas tecnologias, indústrias e mercados, e que geram as soluções para os problemas identificados pelos “ativistas do atraso”. Não afloram novas soluções que atendem às necessidades dos consumidores de forma mais poderosa, e não há a alocação mais eficiente de recursos, substituindo empresas menos eficientes por outras que produzem mais com menos recursos.

Mas não nos preocupemos. A preocupação e precaução são para o “seu bem”! (Risos).

Tais caridosos são os grandes responsáveis pelo atraso e pelo flagrante retrocesso.

O grito de ordem “progressista” é mais controle, não a assunção de risco, ou seja, mais a mão pesada do Estado grande.

Longe disso. A “salvação”, comprovadamente está, prioritariamente, na desregulamentação e nos livres mercados!

O “progressismo preocupado do atraso” anseia por mais direitos constitucionais utópicos e a regulamentação minuciosa do efêmero.

Sem risco de errar, o grande Roberto Campos tinha toda razão. Contra o alarmismo e o retrocesso ele dizia: “O mundo não será salvo pelos caridosos, mas pelos eficientes” - aqueles que assumem e correm os próprios riscos.

Pois é. Como se veneram as frases de efeito…


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NA LONGA NOITE DA LIBERDADE E DA DEMOCRACIA - 12.11.24


Por Percival Puggina
 
         “O senhor não deve nada à Justiça!”, proclamou William Bonner na abertura da entrevista, após resumir a sequência de decisões com que o STF restaurara os direitos políticos do ex-presidente Lula. A afirmação me fez lembrar algo que ouvira de um experiente professor de Direito: “Inocentes buscam evidenciar sua inocência; a nulidade processual é o primeiro e o último recurso dos culpados”.
 
Aquele episódio projetou uma noite sem alvorada, com o Brasil nas trevas em que ainda hoje se encontra. É claro que muita coisa acontecera antes e aconteceria depois, mas a entrevista com Lula na Globo, às vésperas do primeiro turno da eleição de 2022, teve poderoso efeito ilustrativo para marcar o que estava em curso no país.
 
O velho jornalismo brasileiro vive de silêncios constrangedores. Seu prestígio e boa parte de sua receita vem do muito que não diz. Nem mesmo o refinado apuro tecnológico consegue esconder nele a alma enferrujada do Granma, jornal diário do oficialismo cubano que, em 65 anos de revolução, jamais produziu uma edição sequer que causasse desprazer ao regime. A sensibilidade do nosso periodismo ancião perante os problemas brasileiros se resume em perceber quem manda e quem paga.
 
Dentro de poucas semanas, o Congresso Nacional renovará seus quadros dirigentes. Limparão suas gavetas Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, dois omissos de carteirinha, em cujas mãos Câmara e Senado se apequenaram subservientes aos useiros e vezeiros do abuso. Seus discursos de despedida reproduzirão a prolongada rotina dos silêncios seletivos e permissivos. De vigoroso, em seus mandatos, apenas o zelo pelos próprios interesses e a inimizade das duas casas legislativas com a opinião pública e a representação que lhes corresponde. Nenhum passo fora da fúnebre marcha da democracia para o abismo autoritário.
 
Sob silêncio da provecta imprensa, em breve, tudo mudará sem que nada mude. Rodrigo Pacheco será substituído por Davi Alcolumbre e Arthur Lira transferirá o cargo para Hugo Motta como resultado de costuras e pespontes promovidos pelo que há de mais seleto na condução dos destinos da pátria. Nem toda unanimidade é burra; algumas são, mesmo, muito espertas.
 
De omissos e negocistas, de tutores e mentirosos crônicos estamos fartos! Como posso esperar algo do Alcolumbre que retorna, se Pacheco o sucedeu na presidência do Senado como um Alcolumbre esticado e engomado? Como posso ver de modo positivo alguém que, egresso do anonimato paraibano, é apresentado ao país congregando em torno de si apoio do governo, da oposição e do centrão, do PL e do PT? Bastaria o apoio de Lira para o descredenciar! Pelo jeito, ambos estão eleitos. Seguir-se-ão os aplausos. Haverá medalhas para todo mundo. Sem a lucidez de Pirro, a mídia avoenga registrará as vitórias.
 
Na prolongada noite da liberdade e da democracia, não mais de uma centena de bravos congressistas resistirá às ameaças e prosseguirá empenhada em retificar um estado de direito que anda para lá de esquerdo e torto. É nossa inspiração. Que Deus proteja, ilumine e guie os passos desses nossos representantes.  


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POR QUE NÃO SE CALAM? - 11.11.24


Por Dagoberto Lima Godoy - Empresário e ex-presidente da FIERGS

 

O Banco Central aumentou novamente a taxa básica de juros (SELIC), o que terá consequências negativas para os negócios, no Brasil. Sendo assim, é natural que empresários lamentem o fato e expressem sua insatisfação. Mas o que não é fácil de aceitar é o tom e o foco das notas com que entidades que representam o setor – confederações, federações, associações etc. – manifestam suas críticas à decisão do Banco responsável por garantir a estabilidade econômica e financeira do país. Será que os dirigentes dessas entidades não conhecem as razões que induziram a desagradável medida, qual seja o descontrole dos gastos governamentais, a verdadeira causa do desbragado endividamento público e da renitente inflação que desgasta o poder aquisitivo da população?   

Alguém poderá dizer que é compreensível a cautela de um setor tão dependente do estado todo poderoso, que onera com tributos insaciáveis a produção de riqueza, que exerce o monopólio do crédito de longo prazo com juros subsidiados, e que se mostra implacável ao exercer o poder de polícia contra quem não seja “amigo do Rei”. Quer dizer, que se deva compreender que setores tão vulneráveis a sanções governamentais evitem fazer críticas que possam irritar o poder. 

Mas, se é assim, por que não se calam, em vez de emitirem manifestações com meias-verdades, que só servem para endossar e estimular o discurso manipulador do governo que atiça a população contra o Banco Central, na tentativa de fazer deste o bode expiatório dos males que causam ao povo com sua gastança irresponsável?

É de se lembrar a frase que o rei Juan Carlos I da Espanha dirigiu ao então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que se excedia em seus despropósitos: “Por que não te callas”?


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BARBA, CABELO E BIGODE - 07.11.24


Por Percival Puggina
  
 No momento em que escrevo estas linhas, Trump conta 72 milhões de votos (cinco milhões a mais do que Harris) e faz maioria na Câmara e no Senado norte-americanos. Na linguagem popular, faz barba, cabelo e bigode, mas não apenas isso, pois viabilizou-me o direito de acompanhar, passo a passo, a mudança da expressão corporal e fisionômica dos repórteres e comentaristas da CNN e da Globo News. Embora assistindo à marcha da apuração pelo canal da Revista Oeste enquanto a noite avançava, de vez em quando ia apreciar o nervosismo tomando conta da militância de estúdio que faz boa parte do – assim dito – jornalismo brasileiro. O recado das urnas proporcionou gradual e fragorosa demolição das expectativas com que o pessoal havia iniciado aquela longa jornada de informação com torcida.
 
A verdade é que no espaço de meus próprios sentimentos, comecei e terminei a noite com uma sensação ambígua. Impossível negar que a vitória de Trump veio acompanhada de uma certa inquietação. Ainda neste momento, ­ entardecer do dia 6 de novembro, eu me pergunto: “Como é possível que Kamala Harris tenha levado o voto de 48% dos eleitores norte-americanos? Como é possível que mais de sessenta milhões de cidadãos tenham se deixado enrolar nesse discursinho do falso progressismo e do lero-lero woke?”.
 
Algo muito semelhante, aliás, causou-me, na eleição municipal de Porto Alegre, saber que a candidata do PT, partido que, este sim, experimentou fragorosa derrota nacional na eleição deste ano, recebeu o voto de 40% dos eleitores da capital gaúcha. Como pode?
 
Praticamente todas as bandeiras que nós, brasileiros, identificamos como sendo “de extrema esquerda”, são importadas dos Estados Unidos sem pagar imposto. Não existe alíquota para lixo ideológico. Então, é de lá que vem essa pretensão de controlar a palavra dos outros, o “lugar de fala”, o que pode e o que não pode ser dito, o que pode e o que não pode ser publicado ou lido e qual a “narrativa” histórica que pode ser ensinada. A extraordinária herança cultural do Ocidente deve ser “desconstruída” para geração de uma sociedade de “flocos de neve” inspirada em ideias de inclusão, acolhimento, aceitação, bondade e justiça. Seus produtos efetivos são as políticas de exclusão, cancelamento, rejeição, ódio, injustiça e cada um no seu quadrado identitário...
 
Não é isso o que você vê? E provavelmente já percebeu que, levada à sala de aula, a receita acabou com a educação em nosso país, fazendo sumir o futuro de pelo menos duas gerações de brasileiros. O Brasil, hoje, tem uma indústria desatualizada, um setor de serviços empobrecido por carências técnicas e tecnológicas; nossa maior riqueza é a que provém da extração dos recursos que Deus nos proporcionou como dádivas da natureza porque os recursos humanos foram capturados pelo atraso do falso progressismo.


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O QUE SE PODERIA ESPERAR DE UM GOVERNO PETISTA? - 05.11.24


Por Alex Pipkin

 

O que se poderia esperar de um governo petista?

    Elementar, meu caro Watson!

    Um presidente, ex-presidiário, que foi acusado de corrupção - comprovada, cabalmente, em várias instâncias da justiça nacional -, e preso pelos crimes cometidos.

    Um ministro da economia, Haddad, especialista em economia soviética, que não vê problemas na condução da economia - planificada - por meio do Estado grande.

    O PT é um partido que tem como pilar a ideia de modelo econômico em que o Estado é o indutor da economia. Portanto, sua “política” é gastar, sem parar, e intervir ao máximo, abusivamente, na economia.

    É sempre um governo perdulário, que não possui nenhum compromisso com a disciplina fiscal. A meta é gastar, gerando aumento da dívida pública, pegando dinheiro emprestado para bancar suas despesas, o que ocasiona em mais endividamento.

    De acordo com estudos de especialistas, de verdade, a dívida pública brasileira deverá chegar a 80% do PIB em 2024, e continuará crescendo.

    A regra petista é clara: tributar e arrecadar. Tal governo gastador, irresponsável e incompetente, não enxerga limites para impostos e gastos, não tendo a mínima noção de que os agentes econômicos no mercado, agentes financeiros, empresas e indivíduos, enxergão-o, e buscam se “proteger” de tal incompetência governamental.

    A combinação é, literalmente, explosiva: aumento dos impostos, aumento dos gastos e o aumento dos empréstimos, bancado com altas taxas de juros. Some-se a isso a desvalorização do real, e o consequente aumento de custos para o setor privado.

    Não há, genuinamente, nenhuma preocupação com o corte de despesas. O que existe, como de costume, nos governos petistas, é pura retórica e verborragia nesta direção.

    A situação das contas públicas demonstra a imperiosa necessidade de um aumento nas taxas de juros, mas a retórica em relação ao presidente do Banco Central é por demais conhecida.

    O que se vê - e o que não se vê - é um ambiente de muitas incertezas e riscos.

    O mercado enxerga o completo descaso com a busca do reequilíbrio das contas públicas, e a incerteza se materializa em juros mais caros para emprestar dinheiro, e a necessidade da elevação da taxa de juros.

    O que alguns esperavam do PT? A eliminação do autoritário ex-presidente. O que se enxerga hoje, no entanto, é a censura e a escassez de liberdade de expressão! Escárnio.

    Como sempre, inexiste qualquer tipo de esperança de melhora. Não há Estado de Direito, pelo contrário, vive-se num faroeste verde-amarelo, a projeção é de mais tributação e mais gastos - em especial, em programas sociais contraproducentes - e, evidentemente, muito intervencionismo estatal e grotesco protecionismo.

    Como alguém poderia esperar crescimento econômico num governo petista?

    Difícil responder… não existe qualquer movimento factual em deixar os mercados operarem “em paz”.

    O ambiente de negócios é hostil aos investimentos por parte da iniciativa privada! A máquina pública se infla, cada vez mais, sendo burocrática e ineficiente, apontando, verdadeiramente, para um aumento, ao invés de um corte nos gastos.

    Petismo e crescimento é um oximoro.

    O Estado não gera riqueza, quem a cria é o setor privado!

    Não adianta… A conta, vai cedo ou mais tarde, chegará - embora já exista - para o cidadão-contribuinte, que continua pagando, com sangue, suor e lágrimas, para o insano crescimento de um Estado brasileiro, nababesco e ineficiente.


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A MISÉRIA DA EDUCAÇÃO E A EDUCAÇÃO PARA A MISÉRIA - 04.11.24


Por Percival Puggina
 
Todo dia, milhões de estudantes são acolhidos nas salas de aula por professores dedicados ao desenvolvimento das potencialidades inerentes às crianças, adolescentes e jovens que lhes são confiados. Um número muito maior, porém, está bem mais interessado na conscientização para a militância política e em proporcionar sentimentos de inveja e revolta. Enquanto negam a seus alunos o mais valioso e precioso crédito (à educação de verdade) acenam-lhes com um futuro de poder e créditos a serem pagos pelos alunos dos bons professores.
 
Os professores brasileiros ganham pouco? A grande maioria ganha pouco, sim, mas os alunos desses professores nada têm a ver com isso e não merecem se converter no estuário de aflições e, menos ainda, de perniciosas opções ideológicas.
 
Sei que são duras estas palavras, mas se tornou um flagelo nacional o volume das notícias que vêm das salas de aula. Dói na alma saber que em 2022, 70% dos 97 milhões de trabalhadores brasileiros ganhavam até dois salários mínimos. Eram 65 milhões de cidadãos! Dói na alma saber que 58 milhões de brasileiros recebem algum tipo de pagamento diretamente do Estado (que, não por acaso, paga pouco para muitos e muito para poucos).
 
Como é possível que, diante dessa realidade, tantos não batam no próprio peito? Em vez disso, enchem as próprias cabeças e as cabeça da juventude com ideias de que disciplina, hierarquia e autoridade são formas de opressão, assim como linguagem culta e ciências são formas de colonização. 
 
Tira o sono de todo cidadão consciente saber que o desejo de uma nação próspera e amável tropeça na realidade das salas de aula que despejam no mercado de trabalho jovens cujas competências valham tão pouco ou não encontrem quem lhes atribua algum valor. 
 
Ao tempo em que frequentei bancos escolares, sempre em escolas públicas, nos anos 50 e 60 do século passado, as coisas não eram assim. Estudava-se para valer, havia provas mensais, deveres de casa e, claro, disciplina, linguagem culta, amor à pátria, hábitos necessários de leitura e uma cultura de que se construía o futuro com estudo e trabalho.
 
Sob a capa de uma falsa superioridade moral, oculta-se a mais perversa conspiração enfrentada pelo Brasil desde seus primeiros registros nos livros de História. Enquanto aspiram o conforto nos andares mais altos no pódio do poder, os conspiradores se beneficiam da pobreza e da ignorância que promovem.
 


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