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24 jun 2009

É SÓ COMEÇAR


REPERCUSSÃO

Foi boa a repercussão da idéia de fazer plantão às quintas e sextas-feiras, nos principais aeroportos do país, para arremessar ovos e tomates nos safados e seus cúmplices que saem de Brasília.

IGUAL AO CARÁTER

Contudo, os produtos a serem arremessados, não precisam ser podres. Se fossem melhor seria, pois tal estado estaria bem de acordo com o caráter dos alvejados.

PRAZEROSO

Esse tipo de manifestação, que parece ganhar corpo, tem vantagens comparativas: não depende de grande logística e organização. Por ser fácil e simples, cada um leva os produtos a serem arremessados. Pronto. O ato, além de prazeroso produz grande repercussão.

SEM PERDÃO

Uma coisa, entretanto, se faz necessária: o puxa-saquismo precisa ser deixado em casa. Neste momento não há perdão para ninguém da política.

JEITINHO BRASILEIRO

O brasileiros estão convencidos de que são muito criativos. Cultivamos, inclusive, o jeitinho brasileiro como uma forma de agir. Comportamento, aliás, de gente esperta e rápida para driblar obstáculos. O curioso é que esse sentimento não funciona quando estamos diante da alta corrupção que nos atinge. Aí a mansidão é total.

OVOS E TOMATES

Se esta idéia dos ovos e tomates está sendo reconhecida como boa, não elimina outras que precisam ser criadas e postas em práticas. O fato positivo é que, se Brasília está muito distante da população, os aeroportos estão nas capitais onde os políticos passam o final da semana.

COMO COÇAR

A coisa, para funcionar, precisa acontecer da mesma forma como acontece com o ato de se coçar. É só começar. Quando algum grupo, ou um indivíduo mais indignado, der o primeiro passo aí a bicicleta não para de andar. Até que o respeito com o dinheiro público volte a existir.

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23 jun 2009

NOVAS FORMAS DE INVESTIR


COMPORTAMENTO

Mesmo que o ato de especular no mercado financeiro seja muito sadio, embora muitos profissionais da mídia (principalmente aqueles que exigem diploma para atuar no pedaço) ainda criminalizam a atitude, um fato já é incontestável: a redução da taxa Selic já mudou o comportamento dos investidores.

FUGA

Como as aplicações financeiras em títulos de crédito (chamados de renda fixa embora possam ter renda variável) já mostram rendimento líquido (depois de descontado o IR) bem menor, em média, do que a Caderneta de Poupança, a fuga desse tipo de aplicação tem sido intensa.

TRINÔMIO

De novo: essa atitude do investidor não é especulativa. E se fosse não teria a menor importância. Trata-se, porém, de uma simples comparação entre os rendimentos apresentados pelas formas de aplicação disponíveis. Considerando, logicamente, o importante trinômio - rentabilidade, segurança e liquidez -.

COMPETITIVOS

Se a grande maioria dos investidores tem dado maior preferência para aplicações desse tipo, daqui para frente certamente irão se interessar por várias ações de empresas negociadas nas Bolsas. Quanto menor for a taxa Selic, mais os dividendos podem se tornar competitivos.

RETORNO

Hoje, inclusive, considerando a taxa Selic de 9,25%, já é possível encontrar várias ações negociadas nas Bolsas de Valores, cujo retorno de dividendos (distribuição de lucros) é bem mais vantajoso do que os cada vez mais baixos rendimentos da Poupança e dos Fundos de Renda Fixa (DI).

MENSAGENS

Diante do descalabro que está acontecendo no Senado, produzido por descobertas sem fim, que a cada dia são divulgadas, a paciência dos internautas está chegando ao limite. Junto com a indignação, todas as mensagens que recebo identificam que ninguém está preparado para iniciar uma manifestação que dê visibilidade real.

PROCESSO

Como não estamos preparados, nem temos tempo para agir desta forma, além do fato de que Brasília é muito distante das cidades-tambores, faço a seguinte proposta:Formar grupos de indignados, em todas as capitais, para lotarem os aeroportos nas quintas e sextas-feiras com a finalidade de arremessar tomates e ovos nos políticos que retornam às suas bases. Se todos não são safados, ao menos são cúmplices.

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22 jun 2009

O TESTE


TOLERÂNCIA

Na semana passada o povo brasileiro foi submetido a mais um teste governamental. Desta vez a dura sabatina, que tinha como propósito medir a tolerância da sociedade, foi aplicada pelos líderes do Senado (José Sarney) e do Executivo (presidente Lula). Pelos resultados colhidos até aqui os políticos já podem ficar absolutamente tranquilos: o povo brasileiro, além de manso não pratica a cidadania. Somos muito bobos, melhor diria.

WEB INDIGNAÇÃO

Depois de descobertas as incalculáveis safadezas, Sarney testou a sociedade aplicando-lhe mil incríveis mentiras, só para sentir a reação. Como tudo não passou de indignação verbal, ou melhor, web-indignação, Sarney e seus liderados festejaram. Estão agora felizes e confiantes. São mesmo os tais e que nada lhes acontecerá.

DOIS TIPOS

Para ter certeza plena de que o povo não vá tomar alguma atitude inesperada, que possa realmente surpreender, o presidente Lula arriscou tudo no teste quando disse que existem dois tipos de brasileiros: os comuns e os incomuns.

OS COMUNS

Os comuns, obviamente, são aqueles cujo objetivo principal é pagar as contas. Além disso precisam ser muito obedientes e calados a tudo aquilo que por ventura julgam legal e, principalmente, ilegal. Mais ainda quando a ilegalidade acontece no setor público.

OS INCOMUNS

Os incomuns são, naturalmente, os políticos. A marca registrada desse tipo é a falta de caráter. E na carteira profissional ainda consta o direito à privilégios. Embora Lula tenha citado seu companheiro Sarney como incomum, ele e todos que compõem essa corporação feudal estão inseridos. Como tudo podem, nada deve atrapalhar suas vidas e seus fantásticos ganhos. Quanto mais corruptos mais destacados são os incomuns. Maravilha.

INDIGNAÇÃO SEM AÇÃO

Depois de toda essa provocação, considerando os costumes, o desconhecimento da cidadania e a baixa escolaridade de um povo que é ensinado a jamais reagir a qualquer tipo de assalto, o resultado só pode ser a indignação. Indignação sem ação. Assim, nada mais apropriado do que repetir o que já escrevi em outra ocasião: a sociedade brasileira se compõem de duas categorias: os conformados e os inconformados. A diferença entre elas é que os inconformados não passam de inconformados.

SALAFRÁRIOS

Para completar, antes que eu me esqueça: o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, na semana passada, chamou de salafrários aqueles que defendem a investigação sobre a Petrobrás no Senado. Perfeito. Começando por ele, que tem conhecimento profundo sobre a prática de safadezas, nada a acrescentar.Segundo Berzoini, da mesma forma com que os salafrários querem a CPI da Petrobrás, o PT quer se manter por 30 anos no poder. Não estou inventando nem uma vírgula, gente. A afirmação aconteceu no encontro regional de vereadores, em Teresina, PI, na semana passada. Que tal?

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19 jun 2009

O GRANDE IRRESPONSÁVEL


DENUNCISMO

No claro interesse de desqualificar as informações sobre as descobertas das inúmeras safadezas, que desde sempre são praticadas no ambiente do Senado Federal, o presidente Lula disse que vivemos um período de denuncismo. Pior: chamou a descoberta de denuncismo irresponsável.

TUDO É REAL

Essa declaração de Lula, por mais que o ajude a governar com aliados, é de perder a paciência, gente. Afinal, de que denuncismo Lula está falando? Toda a safadeza que por enquanto foi descoberta é real. Existe e é palpável. Não se trata, portanto, de mera especulação.

CÚMPLICES

Afinal, qual a irresponsabilidade que a imprensa mostra em desnudar o descalabro? Pelo que todos nós sabemos os irresponsáveis são somente aqueles que praticam os atos agora expostos. Junto com os cúmplices silenciosos.

SENADORES DO RS

O RS, infelizmente, sempre mencionado como um Estado mais politizado, tem três senadores mudos. Nenhum deles se manifesta contra o que já foi transparecido. Nem comentam o que já sabiam ou deveriam saber mas nada fizeram. Cúmplices. Tem o mesmo grau de responsabilidade.

SÃO SARNEY

Com a cara carregada de cinismo, o príncipe do Senado, ou São Sarney, continua negando saber da existência de inúmeros parentes seus que se lambuzam no farto banquete oferecido pelo Senado. Custeado, obviamente, pelos contribuintes.

NÃO SE RETIRAM

Já são sete os apurados até agora. E não demora serão vinte, trinta ou cem safados descobertos. Pois nem assim Sarney e os demais do mesmo sangue se retiram para sempre do ambiente. Sarney, até agora, só prometeu reformas onde não há menção da exclusão dos safados. Ora, ora...

ERREI

Olha, gente: depois do mensalão e outros tantos escândalos promovidos por este governo, a minha convicção era de que o limite do tolerável havia, finalmente, chegado. O povo, a partir de então não admitiria novas safadezas. Errei. Infelizmente não é assim. Nem dessa vez vai acontecer coisa alguma.

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18 jun 2009

RISCO LULA E RISCO SERRA


CHEIO DE ORGULHO

Ontem, o presidente Lula se juntou aos demais líderes do chamado BRIC para exigir uma reforma no sistema financeiro internacional. Cheio de orgulho e com a estima lá em cima, Lula não para de receber elogios pelo fato do Brasil já ter feito a sua reforma do sistema financeiro.

CONTRÁRIO

Mal sabem os chineses, indianos e russos que este mesmo Lula, um pouco antes de ser eleito presidente, foi visceralmente contrário ao Proer e Proes. Ou seja, por conseqüência Lula era contrário à reforma bancária brasileira.

SAIR DO SUBDESENVOLVIMENTO

Lula, nesse único item, felizmente, mudou. Não como deveria, mas de qualquer forma já se mostra a favor de alguma reforma. Só lamento que essa disposição esteja voltada às reformas que o mundo necessita e não àquelas que o Brasil implora para deixar, definitivamente, o mundo subdesenvolvido ou emergente.

AQUILO QUE FOI CONTRA

Enfatizando: a única reforma que o Brasil conseguiu fazer, a despeito da vontade do PT, é aquela que levou o Brasil a ser um país hoje muito respeitado. Por ironia do destino, o PT de Lula está exigindo que o mundo faça exatamente aquilo que sempre foi contra: a reforma do nosso Sistema Financeiro. Que tal?

SEMELHANÇA

Porém, como todos os partidos têm grande semelhança, agora é a vez do PSDB fazer o papel pra lá de lamentável que o PT sempre fez. Exemplo: não aceita qualquer mudança na Caderneta de Poupança.

SELIC E POUPANÇA

Trata-se de uma estupidez impressionante, pois enquanto todos exigem redução da taxa Selic, o PSDB defende que a forma de remuneração da Poupança é intocável. Em tese, o PSDB quer manter o juro de 6,17% (ao ano) fixado por lei para a Caderneta. E quer um juro flutuante para a Selic. Pode?

RISCO LULA E RISCO SERRA

Este tipo de comportamento do PSDB faz com que o mercado raciocine da seguinte forma: o risco Lula, ou risco Dilma se desejarem, é hoje bem menor do que o risco Serra. Se Lula não se dispõe a fazer reformas, o fato é que seus opositores também não demonstram muito interesse.

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17 jun 2009

SÃO SARNEY


CANONIZAÇÃO

Espero que o Vaticano não tenha tomado conhecimento do discurso emocionante, proferido pelo presidente do Senado, José Sarney, ontem no Plenário da Casa. Caso contrário o Brasil assistirá, ainda neste Ano da Graça de 2009, a célebre canonização de São Sarney.

VIGÍLIA

No Amapá e Maranhão, principalmente, os devotos do mais novo candidato a figurar na galeria dos santos milagreiros, já devem estar fazendo vigília até que a canonização seja concretizada. Bah.

PELO VOTO

Mesmo tendo absoluta razão quem afirma que os representantes são fruto das escolhas feitas pelo povo, através do voto, é preciso que se atente para o aspecto educacional dos eleitores.

POBRE EM DISCERNIMENTO

Uma sociedade pobre em discernimento e escolaridade não consegue votar corretamente, gente. Os políticos, muito espertos, por conhecerem a fundo essa séria deficiência, se aproveitam dela para chegar ao poder.

POLÍTICO INOFENSIVO

Além de deficiente no pensamento, a sociedade mostra o quanto é pobre também na manifestação. Como que apaixonada por seus eleitos, muita gente deve ter ficado emocionada com o discurso sentimental de José Sarney. A ponto, até, de acreditar que se trata de um político inofensivo.

PASSIVIDADE

Esta forma de pouco pensar e de nunca agir do nosso povo explica, claramente, o nível de popularidade alcançado pelo presidente Lula. E explica, também, a enorme passividade com relação à corrupção que grassa no país todo.

CONHECIMENTO ATROFIADO

Um povo atrofiado de conhecimento não tem capacidade para perceber que o financiamento da insuportável corrupção é custeado pelos impostos e contribuições cobrados pelo governo. Assim, se e quando a corda um dia vier a rebentar, o nosso futuro será melancólico. Tudo porque o tamanho da falta de educação é proporcional à falta de bom senso para consertar qualquer encrenca.

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