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10 dez 2009

SESSENTA ANOS DE QUEDA


FRASES DE EFEITO

Aqueles que tiveram acesso ao Balanço de 2009 e Perspectivas para 2010, apresentado pela FIERGS nesta semana, antes de tudo precisam olhar o estudo com atenção para não ficar repetindo as mesmas frases de efeito que foram apresentadas na coletiva de imprensa.

JUSTIFICATIVAS INEXISTENTES

O fato é que entra ano e sai ano e o Estado do RS continua mostrando que cresce cada vez menos, na comparação com o Brasil. O curioso é que as explicações encontradas nunca são lógicas. Tampouco verdadeiras. E, as lideranças empresariais, quando indagadas a respeito, apontam justificativas inexistentes.

A HISTÓRIA REVELA TUDO

Quem estiver disposto a saber a verdade, que comece pela história: na década de 40, o RS tinha uma participação relativa de 10,2% do PIB nacional. De lá para cá esta participação só vem caindo. Ano após ano. Hoje, a participação do RS na economia brasileira é de pouco mais do que 6%.

A QUESTÃO É OUTRA

Ora, se ao longo dos últimos 60 anos a queda foi uma constante, não há como admitir a existência de um fenômeno recente para explicar um crescimento menor do que o Brasil, no ano de 2009. A questão, portanto, é bem outra. Entenda:

SAGA NEGATIVA

Ao longo desses anos de perda relativa do PIB, cada governante tratou de fazer a sua parte na trajetória que resultou nesta confirmada paralisia da economia do RS. Na década de 90, o governo Britto até que tentou interromper a saga negativa, mas acabou sucumbindo quando o povo gaúcho elegeu o desgovernado Olívio Dutra. Dotado de um incrível espírito arrasa-quarteirão, o petista simplesmente liquidou com as pretensões de crescimento que se desenhavam para o Estado, coisa que ainda será comentada por muitas décadas.

CONTENDO A QUEDA

No atual governo, ao menos já há algo a ser comemorado. É o caso das novas economias, representadas pelos Pólos: Naval (região sul), Leiteiro (noroeste), Silvícola (centro-sul) e de Alta Tecnologia (região central). Embora importantes, no curto prazo não têm condições de melhorar a tal participação relativa. No máximo a queda poderá ser contida.

CHAVÕES DO PASSADO

Dizer que o RS é um Estado exportador, coisa que por tabela faz o dólar baixo de vilão, também já virou um péssimo chavão gaúcho. Idêntico aquele que os Estados do nordeste usaram, por muitos anos, com relação à seca. Hoje, como se sabe, o Nordeste não fala mais em seca. Todos eles aproveitaram os benefícios da guerra fiscal e receberam grandes investimentos. Um acerto estratégico, portanto.

O INCONTESTÁVEL

Enquanto isso acontecia por lá, o RS, passava a ser (mal) administrado pelo PT, com objetivos claros:1- de expulsar os investimentos que já haviam sido confirmados; 2- não dar a mínima chance para novos investimentos que tinham interesse no RS; 3- acabar com incentivos que o governo Britto concedeu. Isto basta para explicar a aceleração constante da perda relativa. Alguém contesta?

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09 dez 2009

UNANIMIDADE MUNDIAL


PREVISÕES CONSISTENTES

Não há um estudo econômico sequer, em todo mundo, que não aponte para um crescimento de, no mínimo, 4,5% para o PIB brasileiro em 2010. Mesmo assim são poucos os que admitem números tão tímidos. A maioria dos analistas fazem previsões que chegam a 6,2% de crescimento.

CERTIFICADO DE GARANTIA

Esta confiança mundial, que mais parece um Certificado de Garantia de ótimo desempenho para o Ano Novo, foi conquistada ao longo do segundo semestre de 2009, quando o Brasil ganhou fama de país do momento, de bola da vez.

ABDICAMOS DE 10%

Se o crescimento robusto para o PIB já está garantido para 2010, fato que será muito festejado na noite do Réveillon, é preciso que todos tenham em mente uma outra certeza incontestável: estamos abdicando de uma taxa de crescimento de, no mínimo, 10%, caso o governo tivesse feito, meramente, as reformas da Previdência e a Fiscal.

NO ESTILO

Estou absolutamente convencido de que pouca gente vai dar importância para este comentário. Será considerado como FORA DE HORA, INCONVENIENTE, etc. Afinal, quando a economia vai bem, o que todos querem é comemorar o bom momento. Não é a hora de falar em reformas, certo? Bem no estilo: Em time que está ganhando não se mexe.

PRAZO MÉDIO

No entanto, só para não passar por omisso deixo registrado que, ao invés de nos prepararmos para comemorar décadas de crescimento vigoroso, estamos muito felizes por ter um ou dois anos de crescimento razoável. Aliás, este é o prazo médio da maioria dos Certificados de Garantia, não?

INFRA-ESTRUTURA

Como todos os governos sempre foram péssimos para administrar a Previdência Social, por exemplo, que se transformou numa poderosa fábrica de rombos, nada mais óbvio de que farão o mesmo com a economia do país. A prova disso está estampada na falta de infra-estrutura, que impede maior crescimento.

COMPETITIVIDADE DENTRO DE CASA

Ah, não posso esquecer de um detalhe que julgo importante: muitas empresas estão investindo grandes somas para atingir altos índices de produtividade e competitividade. Quando seus produtos saem da fábrica, e esbarram na péssima infra-estrutura e no excesso de burocracia, percebem que a suada competitividade foi totalmente para o brejo. Resultado: a culpa é o real valorizado.

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08 dez 2009

PUXANDO PARA BAIXO


ALÉM DA IMAGINAÇÃO

Se a rivalidade futebolística é um fato que ocorre em todos os cantos do planeta, no RS ela simplesmente extrapola. Melhor: não tem limite. Vai muito, mas muito além daquilo que só a imaginação, em condições normais, teria alguma possibilidade de explicar.

DOENÇA INCURÁVEL

O espírito de secação, e separação, que está impregnado de forma definitiva na mente do povo gaúcho, viraram uma marca impossível de ser removida. Alguns estudos mais aprofundados informam que a doença, totalmente incurável, se disseminou a partir do início da Guerra dos Farrapos, em 1835.

NA BANDEIRA

Para que se tenha idéia do quanto é efetivo e real esse espírito separatista dos gaúchos, basta olhar a bandeira do RS: ela tem (e mantém) uma tarja oblíqua, de cor vermelha, colocada sobre as barras verde e amarela. A tarja, por ocasião da Revolução Farroupilha, foi o símbolo usado pelos Farrapos para afirmar o espírito separatista.

RIVALIDADE DESTRUIDORA

Muita gente que não vive no RS fica impressionada com a extraordinária rivalidade existente entre os aficcionados do Inter e do Grêmio. Imaginam que, mesmo sendo absurda e extravagante, é algo que se restringe somente ao futebol. Pois é aí que mostram o quanto desconhecem a realidade do Estado do RS.

COISA MUITO ANTIGA

Se os principais clubes de futebol do RS têm pouco mais de um século de existência, o separatismo é bem mais antigo. Porém, como o futebol passou a ser um assunto dominante no dia a dia dos gaúchos, muita gente ainda pensa que só ali impera a inveja e o separatismo. Engano puro.

COMO CARANGUEJOS

Se alguns ainda se iludem, outros nem tanto. Tanto é verdade que muita gente já identifica o comportamento dos gaúchos comparando com alguns caranguejos colocados dentro de um balde: quando, por ventura, um dos crustáceos se esforça para dar o fora do recipiente, os demais tratam de puxá-lo, imediatamente, para baixo. Ou seja: ninguém pode se dar bem no RS.

QUASE DOIS SÉCULOS

Se por uma lado isto é lamentável, por outro não deixa de ser uma realidade. Pior ainda é que este comportamento e esta reputação não tem como mudar. A missão é impossível, pois a cultura já tem quase dois séculos.

LUCRO DO PARCEIRO

Para quem ainda não foi atacado pelo vírus da inveja e do mal olhado gaúcho, o melhor conselho que se pode dar é o seguinte: caia fora o quanto antes do RS. Trate de ficar bem longe desse campo minado para evitar a contaminação da grave doença.Para finalizar: o RS é o único lugar deste mundo em que o mais importante, numa eventual operação comercial, é saber quanto o parceiro vai lucrar.

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07 dez 2009

O FUTEBOL AQUI É UMA GUERRA


MAIS IMPORTANTE

Embora sabido e reconhecido que o futebol é a atividade mais importante para os brasileiros, tudo aquilo que se viu ontem, na bela Curitiba, no encerramento do Brasileirão 2009, confirma esta realidade de forma indiscutível.

VIOLÊNCIA CRESCENTE

O lamentável comportamento mostrado por boa parte de aficcionados do Coritiba, que a imprensa insiste em chamar, equivocamente, de torcedores, não pode ser considerado um mero caso isolado no meio futebolístico. Esta praga já virou uma rotina, gente. Com uma diferença: a violência é crescente.

APOIADORES

Os times de futebol não têm torcedores. Têm, isto sim, apoiadores. Sócios e não sócios que, na razão direta do tamanho da paixão devotada à seus clubes, manifestam vibrações de alegria ou tristeza conforme os resultados colhidos a cada jogo ou a longo de um certame.

ROTINA

As maiores brigas, geralmente, acontecem quando os resultados de campo são negativos. Não é uma regra, mas é o mais costumeiro. Com muitos culpados, certamente. Culpados que jamais são punidos como deveriam. Daí, portanto, a rotina dos confrontos que acontecem nos estádios e fora deles.

GUERRAS

A imprensa esportiva, nos inúmeros debates e reportagens que ocupam todos os espaços das programações diárias, não faz outra coisa senão estimular os confrontos como se fossem guerras. E as agências de publicidade, engajadas no mesmo espírito, fermentam o procedimento.

COMERCIAL DE TV

Vejam, por exemplo, o que o comercial da Brahma, com vistas à Copa do Mundo, que está sendo veiculado nas redes de TV: as imagens mostram os atletas das seleções como guerreiros, típicos da Idade Média, prontos para uma guerra campal. Aparece, inclusive, o Luis Fabiano fazendo gestos chamando os adversários para a batalha.

ENFURECIDOS

Além disso mostra, também, assistentes, vestidos com a camisa da seleção brasileira, totalmente enfurecidos, como se estivessem dispostos a entrar em campo para decidir no pau. Ora, com gente desmiolada e com educação inexistente ou restrita, tudo isto soa como uma convocação. Convocação para a guerra, gente. E o curioso é que, tão logo o embate acontece, a imprensa como um todo deplora o comportamento. Como assim?

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04 dez 2009

PREFERÊNCIA LATINA


AMÉRICA LATINA

Uma imensa maioria dos habitantes da América Latina, ainda que seus países estejam ligados a um mundo pra lá de globalizado, onde as comunicações instantâneas permitem uma avaliação imediata das melhores práticas de administrações, continuam teimando ao manter programas econômicos que propõem resultados muito pífios.

EXCEÇÃO

Tirando o Chile, que já entendeu, claramente, que quanto maior a liberdade econômica e, por conseguinte, menor a intervenção do Estado, mais capital será atraído elevando as chances de desenvolvimento.

OBRA DO DEMÔNIO

Os demais, infelizmente, por incrível que possa parecer, permanecem fechados até para discutir o tema. Acreditando que abertura econômica é obra do demônio, propõem o entendimento de que, antes que caiam na tentação de obter um mero conhecimento teórico sobre o assunto, a ordem é queimar as publicações que porventura cheguem às suas mãos.

RECADO

O Brasil, que parecia ter compreendido o problema, e pronto para ficar de fora desse mundo atrasado e pobre da América Latina, já está dando um recado de que é melhor permanecer nas trevas. A fraternal e comprometida ligação do governo atual com os países que formam a corrente bolivariana deixa bem claro o propósito.

DESTINO BOLIVARIANO

É correto dizer que ainda vivemos num estágio bem diferente da maioria dos demais bolivarianos (Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador, Paraguai, Argentina e, mais recentemente, o Uruguai). Mas, de forma gradual, considerando os projetos do atual governo, o objetivo é levar o Brasil para o mesmo destino.

ESTRATÉGICO

No caso do petróleo, por exemplo, depois da árdua conquista que representou a quebra do monopólio, já estamos dando meia volta. O curioso é que o povo segue com a mesma idéia do governo, imaginando que petróleo e demais minerais são estratégicos para o país. Mal entendem que a única coisa estratégica é a educação.

OLHANDO PARA O UMBIGO

As conquistas obtidas, a partir dos momento em que deixamos de lado o péssimo programa nacional-desenvolvimentista, estão sendo alvos de arrependimento. O povo, instruído e levado pela ideologia petista, está voltando a acreditar que o mundo é perverso. E que o melhor mesmo é olhar só para o nosso umbigo. Viva! Como 2010 promete ser um ano de grande crescimento econômico, ninguém está olhando para a rota que estamos trilhando. Muitos, inclusive, vão dizer que o momento não é para este tipo de assunto.

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03 dez 2009

NO LIMITE


ENDOSSO

Pessoas minimamente civilizadas abominam badernas, atos de invasão e práticas de vandalismo. Porém, no caso da invasão do plenário da Câmara Legislativa do DF, ocorrida ontem, a sociedade reagiu de forma diferente. Endossou a atitude dos invasores.

VINGADOS

Desta vez parece que o limite foi testado. Indignado com tanta safadeza, ninguém está condenando os revoltosos. Para grande parte da sociedade os piores baderneiros, os verdadeiros vândalos são os políticos corruptos e não os invasores da Câmara. Houve, portanto, uma sensação de vingança pela impunidade reinante.

AVISO ÀS AUTORIDADES

Tomara que as autoridades tenham percebido o quanto falharam e foram omissos até agora. Daqui para frente, caso não tomem atitudes rápidas e eficientes para enfrentar a corrupção, o contingente de revoltosos e invasores vai aumentar. Com mais violência ainda.

TÍMIDA

De novo, para arrematar: pelo número crescente de práticas e de tamanhos dos roubos, qualquer atitude de revolta é considerada tímida diante de tanta safadeza. Portanto, para mostrar o cansaço do povo com relação aos bandidos, a pressão precisa continuar.

CONDOMÍNIOS

Semanas atrás escrevi sobre a importante decisão tomada pelo governo de São Paulo, com o propósito de reduzir o nível de inadimplência das cotas de condomínio. Ao permitir que os títulos emitidos pelos condomínios sejam passíveis de protestos e de notificação ao SPC, a inadimplência por lá caiu mais de 40%.

CATARINENSES ACORDADOS

Depois de perceberem o quanto os condôminos adimplentes paulistas ficaram muito satisfeitos com a decisão, os deputados catarinenses estão prontos para aprovar a mesma lei, que deve acontecer até o final de 2009. Maravilha.

GAÚCHOS OMISSOS

Considerando o sucesso da medida, quer pelo senso de justiça, quer pelos resultados comprovadamente alcançados, não posso entender a razão para que outros Estados não sigam este bom exemplo.

RS

Como o Estado do RS é um dos mais atrasados, fica a impressão de que os deputados gaúchos não gostam de pagar suas cotas de condomínio nos prédios onde moram. Também preocupa a atitude omissa e silenciosa do próprio SECOVI, Sindicato da Habitação, que nada faz para que o RS também seja premiado com a mesma decisão. Qual a razão? A lei é indecente?

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