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25 out 2011

A VONTADE E O DESCONHECIMENTO


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REDUÇÃO IMEDIATA
A cada dez brasileiros com quem tenho conversado sobre economia, todos os dez se dizem totalmente favoráveis à redução das taxas de juros no Brasil. Com um detalhe: a redução precisa ser drástica e imediata.
COMPARAÇÃO
Os fundamentos e as convicções que a maioria usa, ao defender uma redução drástica dos juros, se apóiam, basicamente, na comparação das taxas de juros definidos pelo nosso Banco Central, com as praticadas em outros países.
CAPTAÇÃO DE RECURSOS
Ora, a SELIC nada mais é do que a taxa básica que os investidores tentam obter para remunerar suas economias depositadas no Sistema Financeiro como um todo. É, portanto, a taxa de juros que o governo baliza para a captação de recursos.
APLICAÇÃO DE RECURSOS
O que a maioria da população brasileira, que toma crédito, gostaria é que na ponta da aplicação dos recursos depositados no Sistema Financeiro também houvesse uma taxa básica definida pelo Banco Central. E que esta fosse a menor possível.
FORMAÇÃO DO PREÇO
Ora, aí é que mora o grande desconhecimento e a revolta sem lógica: quem define a taxa de juros na ponta da aplicação é a garantia oferecida pelo tomador somado aos custos de operação da casa bancária. Nesses custos estão, além da folha de pessoal e investimentos tecnológicos dos bancos, a excessiva carga tributária e o percentual de inadimplência admitida pelo mercado. É por aí que o preço dos juros oferecidos aos bons pagadores é formado.
CADERNETA DE POUPANÇA
Agora, o mais curioso: todos aqueles que defendem a redução dos juros são totalmente contra a redução dos juros pagos pela Caderneta de Poupança. Ora, isto significa que esses revoltados não admitem que a Selic fique abaixo de 8 ou 9%.Sim, porque a remuneração da caderneta de poupança, se a inflação for igual a zero (impossível no Brasil) é de 6,17% ao ano só pelo valor do juro. Mais: é isento de IR. Ou seja, sem conhecimento é difícil arrumar o país. Todo mundo quer ganhar e ninguém quer pagar. Pode?
VOLTA A DISCUSSÃO
Mesmo que já tenha escrito sobre este tema entendo como oportuno. Até porque o governo está retomando a discussão sobre a mudança no rendimento da caderneta de poupança. Como a Selic se aproxima dos 10% ao ano, o governo está propondo a substituição dos juros fixos de 6,17% ao ano por um redutor de 20% da Selic mais a Taxa Referencial (TR), que não será extinta. A isenção do IR, no entanto, permanece. Será que os brasileiros vão entender?