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A REGRA NÚMERO 1 - 20.06.24


Por Percival Puggina
  
         Deveríamos pensar mais na política como um campeonato de muitos jogos pois essa perspectiva enriquece a percepção de erros e acertos. O direito de participar do jogo é conquistado mediante decisões bem tomadas.
 
O objetivo deste artigo, porém, não é ensinar a vencer eleições, pois sequer tenho credenciais para isso. O que pretendo é chamar a atenção para um fato bem simples: no jogo político, como em qualquer outro, um conjunto de regras determina a conduta dos jogadores e o modo de jogar. A maior parte dos disparates que observamos na política brasileira ao longo de sucessivas legislaturas, governos e administrações é consequência das regras inconvenientes determinadas para nosso modelo institucional (financiamento público dos partidos e das campanhas, emendas parlamentares, foro privilegiado, eleição proporcional, excesso de siglas encarecendo a formação de maiorias, etc.).
 
Há, contudo, uma diferença essencial entre o jogo da política e todos os demais: nela, a regra determina, também, quem joga. A eleição proporcional para os parlamentos, por exemplo, atrai políticos com o perfil que hoje se tornou majoritário no país; a eleição distrital recrutaria candidatos com outro perfil, interessados em ouvir a opinião de todos cidadãos, bem como a pôr os pés na calçada e os pneus na estrada.
 
Boas regras nascem do propósito de proporcionar bons resultados. Na política, isso significa parlamentos que efetivamente representem as opiniões ou consensos existentes na sociedade e governos qualificados para as tarefas que correspondem a seus titulares. Quando isso acontece apenas ocasionalmente e em número reduzido de casos, muito provavelmente o problema está na regra. Nosso modelo eleitoral para eleições de deputados e vereadores, dito proporcional, é péssimo. Tão sofisticado nos cálculos e na “proporcionalidade” e tão propício a que representantes vendam votos e apoio a quem comanda o caixa, omitindo-se na representação de seus eleitores.  Com as regras do voto distrital, isso muda radicalmente.
 
O leitor já sabe que nossos problemas têm causas institucionais. Instituições mal concebidas privilegiam a representação e não os representados, protegem o Estado e não a sociedade. Junto a isso, regras erradas e urnas herméticas, opacas, que os sacerdotes da Sagrada Ordem das Urnas Sem Impressora consagram como cristalinas e diáfanas.
 
“E a regra nº 1, qual é?”, perguntará o leitor, vendo que concluo o texto.
 
Pois então. A regra nº 1 diz assim: “O juiz não joga.”


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TIREM AS CRIANÇAS DA SALA OU SAIAM DA SALA DAS CRIANÇAS! 14.06.24


 Por Percival Puggina
 
         Pessoas adultas, seguras de si, não costumam mostrar interesse sobre a vida sexual dos outros. Publicizar a própria sexualidade, propagandear prazeres e supostas competências é coisa de adolescentes e de adultos com mais problemas do que competências. A estratégia política de levar às salas de aula um pacote de ideias erráticas e volúveis sobre a sexualidade humana, como faz a “ideologia de gênero”, tem causado grave preocupação na sociedade.

Foi por assim entender que o Congresso Nacional, nos anos recentes, sempre que deliberou sobre questões educacionais, rejeitou conteúdos com menções a “gênero”. Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores têm feito o mesmo, malgrado a furiosa pressão da militância. Quando a Câmara Municipal de Porto Alegre votou uma dessas matérias, assisti à sessão e conversei com vereadores. A ideia de ter que proteger as crianças dos professores e seus problemas era tão surpreendente quanto necessária.

Na ocasião, antevi que a extrema esquerda derrotada pelo plenário não abandonaria a obsessão. Fechada a porta, entraria por alguma janela. Foi o que aconteceu logo após com a inserção, nas escolas, da linguagem de gênero neutro, essa coisa sem pé nem cabeça. No início de 2021, já havia estabelecimentos de ensino recebendo os alunos com saudações do tipo “Querides alunes!”. A temática entrou, irreversivelmente, nas salas onde crianças inocentes e adolescentes novatos estavam confiados a professores errados! Alegando combater preconceitos, inventam palavras não dicionarizadas, chutam a gramática e alteram os pronomes do idioma pátrio para que não identifiquem gênero algum.

Por outro lado, a ideia de que os órgãos genitais são ilusões da mente e devem ser abolidos da identidade pessoal derruba uma biblioteca de genética e outra de biologia. Mas isso não importa à militância, contanto que se propague um mix conceitual cheio de contradições. Segundo ele, masculino e feminino seriam:
 

  1. ora construções culturais e sociais,
  2. ora deliberações tão frívolas quanto a escolha de uma camiseta,
  3. ora frutos de imposições heteronormativas,
  4. ora livres opções individuais,
  5. ora imposições coercitivas da natureza,
  6. ora produtos de uma "dialética" ocasional da genitália com sabe-se lá o que na cabeça de cada um.


Convenhamos, isso não é assunto para ocupar tempo e esforço pedagógico numa sala de aula com crianças ou no início da adolescência. Não vejo pais apoiando tais práticas. Se o que se quer é combater a discriminação e o preconceito, ganharíamos mais fazendo exatamente isso, valorizando a dignidade da pessoa humana, sua dimensão material e espiritual, a virtude e o amor ao próximo. Assim, estaríamos poupando crianças e adolescentes das confusões e conflitos que já lhes está causando essa pedagogia infeliz.


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A LIBERDADE E A MALDADE - 11.06.24


Por Percival Puggina
 
       Ah, meu caro leitor, a maldade! Em todos os tempos, ela foi e continua sendo liberticida, brutal e letal inimiga da liberdade. Em suas mãos, sempre há o cálice de cicuta servido ao velho Sócrates, não por acaso conhecido como o “Filósofo das ruas”. Quatro séculos antes de Cristo, Sócrates foi julgado e condenado à morte por “corromper a juventude” e ensinar descrença nos deuses então cultuados. Foi-lhe proposto mudar seu ensinamento, mas ele se recusou. Foi-lhe proposto pedir clemência ao povo, mas ele se negou a fazê-lo. Preferiu morrer a aceitar que sua liberdade, muito particularmente a liberdade de pensar e se expressar, lhe fosse tomada por seus julgadores ou pelo populacho. Platão registra estas esplêndidas palavras proferidas por seu mestre quando já se sabia condenado ao cálice de veneno. Ele parece falar de acontecimentos atuais:
 

“Mas, ó cidadãos, talvez o difícil não seja isto: fugir da morte. Bem mais difícil é fugir da maldade, que corre mais veloz que a morte. E agora eu, preguiçoso como sou e velho, fui apanhado pela mais lenta, enquanto os meus acusadores, válidos e leves, foram apanhados pela mais veloz: a maldade. Assim, eu me vejo condenado à morte por vós, condenados de verdade, criminosos de improbidade e de injustiça. Eu estou dentro da minha pena, vós dentro da vossa."

 
Altas autoridades da República – da nossa República – não cessam de falar sobre fake news. Onde houver um microfone, logo surgem, como cruzados de uma causa nobilíssima, para atacar as redes sociais antes das quais eram felizes e não sabiam, nas palavras do ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral. No entanto, vocês sabem, não sabem? Há políticos, magistrados, professores, servidores públicos, comunicadores que falseiam a verdade ou fecham os olhos perante o que veem e sabem. Fazem isso profissionalmente. Com grande competência, criam ilusões valendo-se de enganosos fragmentos de verdades. Mudam o passado, falseiam o presente e iludem sobre o futuro. E esse é, talvez, o mais enganoso dos males, nunca mencionado.
 
O que são as famosas “narrativas” que tanto poluem a compreensão dos fatos? Quanta desinformação geram! Aliás, são construídas com esse fim. Nascem e se reproduzem a partir do ambiente oficial, com apoio da mídia tradicional. Estão por toda parte: nas salas de aula, na imprensa que engorda no pasto do erário, no ambiente cultural de alto valor agregado, nos parlamentos e nas cortes. São a fumaça do também falso progressismo que caracteriza a extrema-esquerda: ambientalismo, aquecimento global, ideologia de gênero, etnicismos, antiocidentalismo, anticristianismo, antissemitismo e o escambau.  
 
Tentar fazer das fake news a questão chave da democracia brasileira, para silenciar as redes sociais, é uma dessas narrativas. Elas superam as notícias falsas no dano que causam à informação e ao livre discernimento dos cidadãos. 


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CARACTERÍSTICAS DE UMA DITADURA - 27.05.24


Por Alex Pipkin

 

É desnecessário conhecer as características de uma ditadura. Você as percebe na pele.
Entre as questões importantes desse câncer, está a genuína anti-democracia, liderada por um legítimo ditador.
O ex-presidiário que, mais uma vez, desgoverna esse país, é um líder populista, semianalfabeto, maldoso, mentiroso contumaz, incompetente e imoral, notoriamente apresentando características de psicopatia. Patente.
Surreal que o país esteja nas mãos sujas de um sujeito dotado de comprovadas perversidades, e que ainda consegue manipular todo o sistema político, econômico e social verde-amarelo.
É transparente que os brasileiros vivem sob uma peçonhenta censura, que ceifou liberdades individuais, especialmente, a da livre expressão. O terror foi gestado e imposto pelo conluio entre os políticos disfarçados de ministros da corte que, vergonhosamente, arrancaram-o das grades, e o grupo ideológico vermelho, que impõe aquilo que deve ser a “verdade única”, reprimindo tudo e todos que vão de encontro a esse grotesco embuste.
Não possuo nenhuma brecha de dúvida em afirmar que a crise central de Macunaíma é de ordem moral.
Uma das visíveis cicatrizes de um regime de exceção é “governar” pela mão de ferro, aquela que intervém pesadamente em todas as esferas da vida cotidiana.
Ao contrário do favorável ambiente econômico e social que vinha sendo incentivado anteriormente, apesar de algumas disfunções estruturais, porém, muito longe da pecha do autoritarismo e de outras fantasias “progressistas”, retrocedeu-se a receita do desastre do intervencionismo estatal autoritário, corrupto, inepto e destruidor.
Incompetentes estatais desejam controlar a tudo e a todos.
Na economia, retornou-se a nefasta associação de burocratas estatais com o “empresariado” amigo do rei.
As bases do mecanismo que produz riqueza e bem-estar, a economia de mercado, estava sendo implementada de maneira positiva, conforme atestado pelos indicadores econômicos e sociais, mesmo num período extraordinário de pandemia e de guerras pelo mundo.
Indivíduos e empresas começaram a operar em um processo mais livre e espontâneo, num ambiente concorrencial que permitia e favorecia o empreendedorismo, a experimentação, e a implementação de soluções inovadoras nos amplos e distintos eixos da vida econômica e social.
O papel central de um governo democrático é, seguramente, garantir as liberdades individuais e econômicas, estabelecendo um regramento básico em que as pessoas e as empresas sejam incentivadas a encontrar as melhores soluções para os problemas-chave da sociedade.
O que se observa agora é a volta a ruína do intensivo controle estatal, do retorno as populistas políticas nacional-desenvolvimentistas, e das desastrosas políticas industriais, a exemplo daquela que tentou ressuscitar a indústria naval brasileira e que, evidentemente, destruiu empregos, empresas e vidas humanas.
Triste, porém parte dos brasileiros insiste em acreditar em déspotas e psicopatas “salvadores da pátria”.
A ganância pelo poder, estatal, centralizador de tudo, de almas, tolhe a mente e ludibria o pensamento de incautos e, principalmente, impossibilita a essencial mudança estrutural e da mentalidade verdadeiramente progressista por parte dos brasileiros.
É espantoso como não se enxerga o avassalador e imoral favorecimento de elites políticas, empresariais e sociais podres, posicionando a nação no caminho da ditadura e da vanguarda do atraso. Para essa “desleite”, o povo é desimportante, importam seus interesses próprios e tribais, condenando o país a pobreza e ao retrocesso. Pior, pervertendo os incentivos virtuosos e aprofundando a crise moral nacional.
Irônica e lamentavelmente, aquilo que, eventualmente, poderá “salvar” o país dessa ditadura intervencionista, é justamente o recrudescimento da crise moral e/ou econômica.


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FAKE, MESMO, SÓ O ESTADO - 20.05.24


Por Percival Puggina

 

 No dia 30 de abril, o Rio Grande já afundava sob as águas. Contavam-se mortos e desaparecidos quando o governador Eduardo Leite usou o Twitter para pedir ao presidente da República socorro da máquina federal:

“Presidente Lula, por favor envie imediatamente todo o apoio aéreo possível para o RS. Precisamos resgatar já centenas de pessoas em dezenas de municípios que estão em situação de emergência pelas chuvas intensas já ocorridas e que vão continuar nos próximos dias".

O episódio, ocorrido há quase três semanas, tem o ineditismo que acompanha essa tragédia, tanto de modo negativo quanto positivo. O governador gaúcho usando o Twitter para atrair a atenção do presidente num desastre climático de tão tenebrosas perspectivas? Duas semanas depois, após digressões sobre um nome melhor do que Plano Marshall para as reconstruções no Rio Grande do Sul, sugerido por Eduardo Leite, Lula retornou, com pompa e circunstância, para apresentar sua versão desse plano. Ele atende, agora, pelo apelido sinistro de “intervenção federal”. Intervenção branca, dizem os mais benevolentes; intervenção linha dura, antevejo. Afinal, o ministro designado para a função tem deixado claro que análises, interpretações e opiniões desagradáveis são imprudências que podem resultar em incômodos a quem se atreva. O toque de silêncio que vem sendo imposto à sociedade pela cúpula do Judiciário deu tom para os corneteiros do Executivo fazerem o mesmo.

Juristas já se têm manifestado contra a Medida Provisória que dispõe sobre a nova função considerando que ela viola o pacto federativo. Tanto é assim que o protagonismo das ações futuras já passou para a esfera federal.

Na vida real, ao longo de todos esses dias, milhões de brasileiros agem de modo silencioso e persistente, provendo atenção às vítimas da tragédia com suas mãos, seus braços, seus bens e seus dons. Falam quase nada e fazem muito. Frequentemente, têm que se haver com ações equivocadas dos poderes de Estado. As vidas de todos estarão, doravante, indelevelmente ungidas pelas lágrimas da própria emoção e pela atuação voluntária nos acontecimentos deste outono gaúcho de 2024. Bem perto de nós – mas tão distante em espírito! – a trupe federal se reuniu em São Leopoldo para a performance habitual, com vaivéns sobre o palco, e para a retórica política e eleitoral exibida de modo escancarado pelo próprio Lula. Tendo o presidente do STF como muda testemunha, ele lascou esta frase para a História Mundial da Bravata:

"Eu vou viver até os 120 anos, eu vou demorar. Já falei para o homem lá em cima: não estou a fim de ir embora. Preciso disputar umas dez eleições, mais uns 20 anos. O Lula de bengala disputando eleição".

Não contente, enquanto prometia novos mundos e poucos fundos, Lula quis se creditar da solidariedade que o povo gaúcho e a nação brasileira vêm demonstrando com exuberância nestes dias. Segundo ele, esse protagonismo da sociedade seria impossível no governo anterior... Falou em invulgar tom manso, supondo que ninguém perceberia a pilhagem.

Lula só poderia dizer o que disse e fazer o que fez, sob aplausos, no ambiente controlado em que ocorreu o evento. Longe – muito longe – dos voluntários cujos méritos e virtudes quis transformar em brasa para seu assado.

Por favor, senhores do poder! Pensem menos em política e em eleições. Esse Estado dos marqueteiros e da politicagem é fake! Deixem-se possuir pelo drama dos seres humanos que tiveram seus entes queridos e seus bens levados pelas águas! Há que reconstruir a infraestrutura do Estado, seus meios de produção danificados ou perdidos, sem esquecer, um instante sequer, a urgente reconstrução da dignidade de tantos irmãos nossos. Cuidado! Não podemos preservar em nosso cenário a chaga dos abrigos, como esses campos de refugiados que marcam, mundo afora, as fronteiras do abismo político e social.


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O Rio Grande em sua hora mais amarga - 13.05.24


Por Percival Puggina
  
      Meu amado berço sulino vive sua hora mais amarga sob o múltiplo bombardeio das águas. Num repique da enchente que o vitimou, elas ainda caem enquanto escrevo. Penso no Rio Grande geográfico, com a sedutora Serra Gaúcha e sua riqueza hídrica, nos rios do planalto e da planície ... cobertos de água e lama. Penso no Rio Grande da história e no povo gaúcho. As guerras e revoluções do passado influenciaram muito o tipo humano que agora terá que se haver com as consequências da tragédia.
 
Subitamente, já no ocaso da minha existência, estou testemunhando a esperança nascer ante a face mais virtuosa desse caráter. A reação da sociedade gaúcha está registrando uma nova epopeia para a história desse povo. E o faz em poucas palavras, mas em tantas imagens quantas a tecnologia hoje permite.
 
Acionados pelo nobre impulso interior da solidariedade se moveram e se comoveram. Tudo aconteceu tão de repente quanto subiam as águas. Foi como se todos dissessem – “São meus irmãos, é a nossa gente, sitiada e levada pelas águas. Agora é conosco, pessoal!”. Quase se ouvia o zumbido nas redes sociais febricitantes nos grupos de WhatsApp e de toda parte já chegavam os botes à água, os abrigos abriam. Com o que podiam trazer, vinham médicos, enfermeiros, maqueiros, viaturas, motoristas, jipeiros e os preciosos trilheiros. Água potável, lanches, lâmpadas, lanternas! Utilidades chegavam e continuam a chegar, demandando verdadeira multidão de “estivadores” para a faina diuturna de carregar e descarregar pacotes de doações.
 
Ninguém! Ninguém ali invoca qualquer tipo de identidade racial, sexual, social lá o que seja tão determinante para os ídentitaristas. A mão estendida não tem cor nem conta bancária. Os helicópteros particulares e os óbolos das viúvas são expressão do mesmo amor ao próximo.
 
A brava gente do Rio Grande há muito tempo não chorava tanto diante das imagens que nos chegam diariamente mostrando que essa solidariedade mobilizou o país inteiro. Ela viaja em abençoados caminhões provenientes de empresas e municípios dos quais, muitas vezes, nunca ouvimos falar. E se mobilizaram por nós! Por nós, distantes! É tão flagrante serem essas cargas puro amor em fardos que os caminhões em comboio partem ao som de canções motivadas por corações felizes, cantadas com vozes embargadas.
 
Que Deus proteja a todos vocês e os gratifique por tão expressivo bem feito. Está valendo muito, pessoal!


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