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O PREÇO DA OMISSÃO - 26.10.23


Por Percival Puggina

 

Faça o teste: pense em um bem não material pelo qual você tenha apreço e verifique se ele não é combatido por esquerdistas e comunistas, ou seja, por gente de mentalidade revolucionária que se diz “progressista”. Depois, pense em algo útil à ascensão social dos mais necessitados e me diga: as mesmas facções políticas que combatem seus valores e seus bens culturais e espirituais, não atacam tudo que proporciona prosperidade material e desenvolvimento social – liberdade, empreendedorismo, combate às drogas e à criminalidade, abertura de horizontes?

 

Você sempre os verá em salas de aula à moda Paulo Freire, olhos postos no coletivo, na instrução de militantes da classe ou da causa, sejam elas quais forem. Por isso, o Programa Nacional de Educação está convocando para 28 a 30 de janeiro, em Brasília, a conferência “Plano Nacional de Educação 2024-2034: Política de Estado para garantia da Educação como direito humano com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”.

 

Fala sério! “Política de Estado”? “Justiça social”? “Desenvolvimento socioambiental”? E as nossas crianças e jovens? E sua formação? E o desenvolvimento proveitoso das potencialidades individuais para o bem deles mesmos, de suas comunidades e do país? Perceberam o quanto isso é atirar o futuro aos cães, para colocar todo o aparelho educacional a serviço do palavrório ideológico e dos interesses de um partido político e seus anexos? Quanto isso é igual ao que acontece em Cuba!

 

Platão dizia que a mentira é mãe de todos os vícios, mas deveria abrir espaço para apontar a omissão dos cidadãos como vício da tolerância perante os males proporcionados pelo Estado.

Pensando sobre o tamanho de nossa omissão, dei-me conta, outro dia, de ser ela uma das causas para que tantos congressistas, uma vez eleitos, saltem olimpicamente sobre os compromissos assumidos perante os eleitores e se bandeiem para a porta do Tesouro Nacional. Representantes de eleitores omissos, omissos serão, ora essa!

 

O Brasil tem 150 milhões de eleitores. Mesmo em nossas mais impressionantes manifestações levadas a cabo entre 2019 e 2022, quando cerca de seis milhões de cidadãos saíram às ruas e praças do país, 144 milhões assumiram que aquilo não lhes dizia respeito. Para cada patriota de verde e amarelo, outros 96 ficaram em casa assistindo futebol. No pleito de 30 de outubro do ano passado, 32 milhões de eleitores se abstiveram, 3,9 milhões anularam o voto e 1,7 milhão votou em branco.

 

A inércia que observamos no Congresso não é diferente da que vejo na sociedade. Por isso, a tarefa mais urgente das organizações liberais e conservadoras em formação no país deve ser a conscientização sobre as sinistras evidências dos males em curso. E a definição, em cada comunidade, das formas legítimas de ação social, política e cultural.


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QUEM É O DONO DA VIDA DE ANTÔNIA - 25.10.23


Por Fernanda Estivallet Ritter - Pres. Iee

 

Está terminando mais um mês, e a dona Antônia só pensa no dia em que receberá seu salário e no malabarismo que fará para pagar todas as contas: água, luz, aluguel, alimentação, parcela de dívida. Há alguns meses, é necessário escolher qual delas será paga, pois o valor do salário não aumenta, enquanto o preço dos produtos no mercado não para de subir.

 

Antônia, que é a provedora de sua casa, não está satisfeita com a educação de seu filho na escola pública em que está matriculado, nem mesmo com o tempo de espera toda vez que precisa de uma consulta médica no SUS.

 

Quando engravidou, Antônia foi realocada por exercer uma função insalubre e teve que ficar afastada por meses em razão de sua licença-maternidade. Na época, seu então marido estava desempregado e poderia cuidar do filho do casal, mas eles não puderam optar por essa alternativa. Ao retornar ao trabalho, a então funcionária exemplar perdeu espaço e não voltou a crescer na carreira.

           

Antônia não entende o que é taxa de inflação, não se interessa em saber quem é o presidente do Banco Central. Ela quer dar comida para seu filho. Quer que ele não entre no mundo das drogas. Quer chegar viva em casa após horas no transporte público para ir ao trabalho.

           

Seu salário chega com muitos descontos com siglas de cujo significado ela não faz ideia, apenas percebe que o valor que entra na conta é muito inferior ao tal salário bruto. Antônia não está satisfeita com os serviços dito públicos que recebe, porém, não tem opção. O desconto dos impostos é na fonte, não há escapatória.

           

Mal sabe a nossa personagem que os impostos que está sendo obrigada a pagar sustentam uma máquina pública inchada e ineficiente.

           

A situação da Antônia não é um caso isolado. Trata-se do “Estado babá”. Sob a prerrogativa de que o indivíduo não tem capacidade para tomar as melhores escolhas para si, o Estado interfere na vida do cidadão. Para piorar, as pessoas querem cada vez mais benesses, e alegremente entregam o comando de suas vidas ao Estado. Eis então que a mentalidade assistencialista persevera.

 

O cidadão de um Estado assistencialista é ensinado a questionar: "Quais são os meus direitos? O que mais eu posso receber?”. É preciso mudar essa mentalidade e mostrar para as pessoas que a maior benesse de sua vida será sempre a sua liberdade.


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OS RATOS SAÍRAM DO ESGOTO - 24.10.23


Por Roberto Rachewsky -  16 dias depois de 07/10

 

Tem gente usando seu judaísmo, se dizendo sobrevivente do Holocausto, num caso clássico de falácia da autoridade, para falar mal de Israel e perverter fatos históricos e inverter padrões básicos de moral. Não se deixem enganar pelos que dizem assim: "eu que sou judeu e sobrevivi ao Holocausto quando era menino, posso afirmar que os judeus expulsaram os palestinos de suas casas quando a ONU decidiu criar dois estados". O vídeo que me mandaram para eu checar não tem autoria, parece uma farsa, e mesmo que não fosse, é ruim, é fraco, carece de substância empírica e lógica. Talvez seja uma crise existencial, uma síndrome de Estocolmo no qual a vítima do nazismo ama o nazista que há no terrorista que ele defende. 

 

Os judeus residiam em paz com os árabes desde o domínio Otomano, a população e o desenvolvimento eram esparsos. Com o antissemitismo veio o sionismo, movimento que visava proteger da perseguição, da escravidão, da extinção, os judeus da Europa. Esses dois fenômenos motivaram a primeira "aliyah" para a Palestina Otomana, na qual entre 1881 e 1903, cerca de 25000 judeus migraram para onde viviam não mais do que 20000 judeus que lá estavam há séculos. Ajudados pelos banqueiros judeus que compraram terras de seus donos, milionários árabes, e financiaram os projetos, estabeleceram assentamentos e formaram colônias agrícolas que, com trabalho e tecnologia, transformaram em solo fértil, pântanos fétidos, infestados de mosquitos transmissores da malária. 

 

Na segunda "aliyah", que durou de 1904 até 1914, outros 35.000 judeus imigraram, desta vez, concentrando-se nos vilarejos que eram modestos. Novamente, passaram a adquirir glebas de terra com recursos provenientes de doadores como os filântropos Jacobus Kann, banqueiro holandês e líder sionista, que morreu no Holocausto, ou Nathan Strauss, empresário americano, dono da Macy's, para  

transformá-las em centros urbanos, cidades modernas, onde antes só havia desertos áridos, habitados por nômades que viviam em tendas, perambulavam sobre camelos, e tinham o mesmo estilo de vida desde os tempos bíblicos. 

 

O recrudescimento do antissemitismo na Polônia, os pogroms na Rússia e Ucrânia, a violência dos comunistas russos, entre 100.000 e 500.000.judeus foram mortos, o fim do Império Otomano e o apoio da Grã Bretanha a um estado judeu depois da I Guerra Mundial, além das restrições impostas pelos Estados Unidos da América com a adoção de cotas de imigração levaram à terceira "aliyah" que durou 4 anos, de 1919 a 1923, nos quais outros 40.000 judeus se foram para a região da Palestina, agora sob Mandato Britânico. Foi a partir de 1920 que as entidades sionistas, financiadas por filântropos, como o banqueiro judeu francês Edmond de Rothschild,  passaram a adquirir vastas áreas de terra, entre elas os arredores de Jaffa, todo o Vale de Jezreel, da baía de Haifa ao mar da Galiléia, na chamada "Aquisição Sursock", quando Rothschild e a família Sursock, árabes cristãos de Beirute fecharam uma transação equivalente hoje a mais de $200 milhões de dólares. 

 

A quarta "aliyah" correspondeu a uma onda migratória específica que direcionou majoritariamente os judeus vindos da Europa para as cidades, principalmente Tel Aviv. A partir de 1927, Israel sentiu fortemente os efeitos de uma depressão econômica, o fluxo crescente de imigrantes e a desaceleração econômica mundial trouxeram um período de dificuldades que acabou sendo superado eventualmente. Levantes árabes, até então raros começaram a se intensificar. Com a ascensão do nazismo na Alemanha e a intensificação das restrições americanas para a imigração de judeus, cerca de 350.000 judeus acabaram migrando para a Palestina, o que aumentou a preocupação dos árabes na região. 

 

A quantidade de judeus que imigraram para a Palestina só foi possível por conta de um acordo feito em 1933 entre uma agência judaica e o governo nazista alemão que aceitou liberar a saída de judeus mediante a promessa de ter seus produtos exportados para a Palestina. Além disso, ajudou o fato do novo administrador do Mandato Britânico, Arthur Wauchope, ser pró-sionismo. A violência na Palestina Britânica que começara com um levante árabe em 1929 e se intensificara entre 1936 e 1939, fez com que os ingleses restringissem a imigração para 75000 judeus nos próximos 5 anos, o que acalmou a situação entre árabes e judeus, até estes descobrirem o que ocorria na Europa, com os nazistas dizimando os judeus nos campos de concentração. 

 

Revoltados com as restrições britânicas que fizeram com que um navio de refugiados tivesse que voltar à Hamburgo, porto de origem, para cair nas mãos dos nazistas assassinos, os judeus iniciaram a chamada "aliya bet", uma operação clandestina para abrigar na Palestina refugiados da guerra na Europa. Mais de 100.000 judeus entraram na Palestina como contrabando. Do lado árabe, o Mufti de Jerusalém, interessado no extermínio dos judeus, se aliou a Hitler e teve que amargar a derrota dos nazistas. 

Com o fim da guerra, a revolta dos judeus com os britânicos pela política restritiva que impediu que algumas centenas de milhares de judeus pudessem ser salvos do Holocausto e a aversão à aliança entre o Mufti e Hitler, fez os judeus tentarem expulsar os ingleses, terminando com seu Mandato na Palestina. Quando os britânicos abandonaram a Palestina e a ONU decidiu dividir a região em 2 estados, Israel declarou a independência e os árabes declararam guerra ao recém fundado Estado de Israel imediatamente. 

 

Os árabes que moravam na região consignada à Israel deixaram tudo o que tinham para trás, muitos foram se alistar nos exércitos que atacavam, esperavam voltar assim que a guerra terminasse com a vitória árabe, o que não aconteceu. Enquanto isso, centenas de milhares de judeus foram expulsos apenas com a roupa do corpo dos países árabes onde moravam em paz há séculos. Depois de 8 meses, Israel vencera o Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Síria e Arábia Saudita, retendo terreno conquistado para garantir melhor segurança. Novamente isso ocorreu em 1956, 1967 e 1973. Israel conquistou o Sinai, Gaza, Golan e a Cisjordânia. Acordos de Paz com Egito e Jordânia foram alcançados, e neles constavam a autonomia da Cisjordânia e Gaza com intenções de que ali se formasse o estado que eles haviam rejeitado em 1948 e seguem rejeitando porque, mais importante do que florescer e prosperar como Israel fez com as terras que comprou, os palestinos querem aterrorizar e exterminar os judeus. 

 

Judeus, o mesmo povo que fornece para Gaza, água,  luz, energia, tratamento médico-hospitalar e empregos, recebe de presente 1400 cadáveres assassinados com requintes de crueldade que só se via em filmes do tipo "o massacre da serra elétrica" ou "sexta-feira 13". Mas não, o que se viu foram cenas reais que talvez nem os nazistas alemães tenham conseguido igualar. Israel não está atrás dos palestinos terroristas para puni-los. Não é caso de polícia. Não foi uma gangue atacando suas vítimas. Israel foi invadido por um exército, o braço militar de um estado nacional cujo governo é teocrático, totalitário, genocida na sua formação política. Israel não deve punir Gaza, não deve punir o Hamas, partido político que governa e mata quem atravessar seu caminho. 

 

A resposta para os terroristas não é um tribunal em Haia, é guerra! Israel deve buscar a vitória derrotando e exterminando o inimigo de forma implacável. A justiça que eu tenho pedido em vez da paz, não é a justiça que se quer com o devido processo legal. É a justiça do olho por olho, do dente por dente, a justiça que para os que perderam seus entes queridos também é chamada de vingança. A justiça neste caso, é dar aos que, com sua barbárie irracional, ousaram desafiar Israel e a civilização, o que eles desejam, o extermínio. Não o extermínio de um povo, mas de uma cultura maligna que se reproduz a cada inocente que nasce. 

 

O povo palestino deveria acordar de seu transe. Israel tem muito mais a lhe oferecer do que os terroristas que eles elegeram como governantes. Israel deve fazer com Gaza o que os americanos fizeram com Alemanha e o Japão durante e depois da II Guerra Mundial. Aniquilar suas lideranças, em Gaza ou onde estiverem se escondendo. Aniquilar as forças de combate, 30 mil, 40 mil, 100 mil terroristas. Aniquilar os ideólogos teocratas que exalam, que vertem ódio e doutrinam crianças e jovens para o auto sacrifício e a morte. Educar a sociedade para o respeito à vida, à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade e os princípios morais que os tornam direitos individuais indispensáveis para uma sociedade civilizada. Israel é a primeira e a última fronteira contra a barbárie. Israel é o bastião da moralidade.

Se Israel cair, cairá o mundo que já está a um passo de ser conquistado por totalitários místicos religiosos e seculares.


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O AMOR VENCEU O ÓDIO? - 17.10.23


Por Percival Puggina.

 

Confesso a vocês que nunca ouvi, nem li, nem assisti sob a égide da nova constituição, ações sistêmicas como as destes dias, dos quais se diz estarmos vivendo a vitória eleitoral do amor.

 

Há uma uniformidade, um equilíbrio de cadências entre os textos e opiniões do jornalismo militante e os de seus companheiros nas redes sociais. Os primeiros escrevem menos pior do que os segundos, não usam palavras de calão e essa é a única diferença. Em todos, porém, se percebe o mesmo ódio à divergência, à oposição política, à conservadores, a liberais, a religiosos, a patriotas, a pró vidas, a direitistas (categoria inexistente porque são sempre descritos como integrantes da extrema-direita). Assim também na voz e nos atos do governo.

 

As engrenagens da máquina estatal, rangem, ferro contra ferro, promovendo vinganças e punindo de modo exacerbado. Autoridades investidas de poder de Estado sequer percebem mais o ódio que exalam no falar. E como falam! E quanto falam! Os fundamentos da esperança de um povo que viu o exercício de sua liberdade ser objeto de ameaça e duríssimas punições são objeto de orgânica destruição. A Lava Jato – combatida, revertida, invectivada, desmontada, destruída – faz lembrar essas ruínas de bombardeio que nos são servidas na tela da TV. Nenhum mérito pode ser resgatado dos escombros enquanto os ladrões são apresentados como heróis e os heróis como ladrões.

 

Mas o amor, dizem, venceu o ódio.

 

Neste momento, recebem duas lições da História. Numa, veem com os próprios olhos o que é terrorismo, palavra que não pode ser vulgarizada como foi após a “vitória do amor”, em discursos políticos rasteiros e oportunismos retóricos. Noutra, os mesmos – não são todos (mas são tantos!) – apoiam as ações e/ou motivações do Hamas, enquanto aqui tentam impor o desarmamento da população civil, esquecendo os eloquentes conselhos em sentido oposto que nos vem do Oriente.

 

Eu posso abrir mão do direito de me defender; mas não posso abrir mão do dever de defender minha família. E esse não é um amor de cabaré que a ninguém convence, mas é amor de verdade!

 

Para encerrar estas considerações sobre a vitória do amor, trago palavras proferidas pelo ministro Gilmar Mendes, em Paris, num fórum promovido pelo Grupo Esfera Brasil dias 13 e 14 deste mês.

Disse ele, referindo-se aos episódios de 8 de janeiro:

Poderíamos estar “contando uma história de derrocada, mas estamos contando história de vitória do Judiciário e do TSE (aqui).

 

Disse mais:

“Muitos dos personagens que hoje estão aqui, de todos os quadrantes políticos, só estão porque o Supremo enfrentou a Lava Jato. Eles não estariam aqui. Inclusive o presidente da República, por isso é preciso compreender o papel que o Tribunal desempenhou” (aqui).

 

Disse ainda:

"Se a política voltou a ter autonomia, gostaria que se fizesse justiça, isso foi graças ao Supremo Tribunal Federal. Se hoje tivemos a eleição do presidente Lula, isso foi graças ao Supremo Tribunal Federal.

 

Vamos travar a luta contra o poder absoluto, mas também a luta contra o esquecimento. Se a política deixou de ser judicializada e criminalizada, isso se deve ao Supremo Tribunal Federal" (aqui).

A parte dessa fala com a qual eu concordo, sempre reconheci, mas não poderia ser dita. Agora, até o ministro decano do STF proclama com o orgulho e a temperança que lhe são habituais.

 

O amor é lindo!


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Uso irresponsável da palavra terrorismo - 13.10.23


Por Percival Puggina

 

 Nos grandes meios de comunicação, as primeiras notícias entregaram as parcerias. Quando começou o bombardeio de cidades israelitas pelo Hamas, a quase totalidade dos grandes veículos apresentou a organização como braço justiceiro e combatente da oprimida população palestina. Não foi de outra natureza a atitude inicial do governo brasileiro.

 

No dia seguinte, estavam todos flagrados e moralmente expostos pela profusão de imagens que retratavam a violência em suas mais monstruosas e pervertidas formas. Então, e só então, trataram de expressar uma condolência sobre cuja sinceridade muito juízo pode ser emitido.

 

O fato que me leva a escrever volta-se à realidade brasileira. O Brasil é um país relevante na geopolítica mundial para qualquer nação ou comunidade de nações, corporações ou organizações que se queiram protagonistas. Sua população, extensão territorial, fronteiras e riquezas naturais lhe asseguram essa projeção nos planos globais. Ninguém se surpreende quando a rota do tráfico passa por aqui, nem quando surgem menções a influências externas nos pleitos nacionais. Também o Brasil acompanha as disputas políticas em sua própria vizinhança.

 

A questão que se coloca é saber com que atenção o governo brasileiro supervisiona a possível presença de grupos terroristas em nosso território. Esse governo faz isso? Todos nós sabemos como essa banda toca, de quem se aproxima e de quem se afasta.

 

É bom não esquecer que Lula disputou a eleição de 2022 em privilegiadíssimas condições. Era vedado mencionar sua biografia, extrair consequências de seu passado, referir suas relações nacionais e internacionais. No entanto, recentemente, em 29 de junho, falando ao seleto esquerdismo do Foro de São Paulo, Lula presidente afirmou de viva voz convicções que, por desfavoráveis a Lula candidato, não podiam ser referidas na campanha eleitoral (!): “Aqui, no Brasil, enfrentamos o discurso do costume, da família e do patriotismo. Ou seja, enfrentamos o discurso que a gente aprendeu a historicamente combater”.

 

O Lula saído aquele pleito terá as amizades de sempre, andará nas más companhias de sempre e fará as piores opções políticas. Não surpreende, portanto, que esses amigos abusem e desmoralizem a palavra “terrorismo” para fins retóricos e discursos de tribuna. Brincaram com coisa séria!

Agora, tratem de se desculpar os imprudentes e cuidem desses perigos com a gravidade que merecem e os olhos veem.

 


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LULOPETISMO x ISRAEL


Por Percival Puggina

 

Leio no site esquerdista 247

O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, discutiu os recentes acontecimentos envolvendo ataques entre Israel e Faixa de Gaza em entrevista à Folha de S. Paulo. Amorim destaca a necessidade de condenação a ataques violentos, mas enfatiza a importância de não visualizar esses eventos como "fatos isolados".

Refletindo sobre os constantes conflitos na região, Amorim lembrou que eles ocorreram depois de violências contra os palestinos. "Vem depois de anos e anos de tratamento discriminatório, de violências, não só na própria Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia."

Ele relembra a ofensiva de Israel ocorrida em julho no campo de refugiados de Jenin. O ataque resultou na morte de ao menos oito palestinos e deixou 50 feridos, representando a maior incursão do país na Cisjordânia ocupada em quase duas décadas.

Reiterando que a violência dos ataques disparados por movimentos islâmicos não é justificável, Amorim afirma que o aumento dos assentamentos israelenses, considerados ilegais e inválidos pela ONU, dificulta o avanço de um processo de paz.

Os processos de paz foram deixados de lado pelos últimos governos israelenses, segundo Amorim, e com o aumento dos assentamentos e ataques a Gaza, isso levou a uma situação intensificada de violência. E conclui: "O que acabou de acontecer é apenas uma demonstração, grave, com consequências, do que acontece pela perda da esperança na paz".

 

Comento

Observe o leitor que, em nenhum momento, ao menos na matéria publicada pelo 247, o braço esquerdo de Lula para assuntos internacionais, ex-ministro do Itamaraty, menciona o grupo terrorista Hamas, responsável pelos ataques com armas de guerra a alvos civis e a chacina de cidadãos israelenses. Fala em "ataques entre Israel e a Faixa de Gaza", "movimentos islâmicos" e, no resumo, jga as culpas em Israel. Para todos os efeitos da narrativa esquerdista oficial (sempre uma “narrativa” mistificadora) trata-se de oprimidos combatentes palestinos reagindo à opressão.

A propósito vale citar a manifestação, via rede social X, da conhecida escritora e ativista pelos direitos das mulheres no mundo islâmico Yasmine Mahammed (reproduzido de O Antagonista):

“Muitas pessoas neste aplicativo estúpido não conseguem distinguir entre palestinos inocentes e terroristas como os do Hamas. Parem de confundir os dois. Vocês não estão ajudando. Tenho família em Gaza. Eles odeiam o Hamas. Eles [os familiares] não estão torturando mulheres e exibindo seus cadáveres. As pessoas que fazem isso não são ‘palestinos inocentes’. São terroristas maus e monstruosos. Isto [a distinção entre ambos] não deveria ser difícil.”

Os reflexos dessa tragédia aqui no Brasil têm uma parte boa. Lula exerce um mandato em tempo parcial, (part-time job para que o resto do mundo entenda o vácuo executivo em nosso país). E isso, claro, é melhor do que se trabalhasse em full-time. Riscos e custos seriam muito maiores.

Por fim, qual seria o motivo dessa atitude a favor da violência letal de um grupo oficialmente terrorista partindo de um corpo político para o qual até tias do zap rezando na praça são terroristas? Acontece que Israel é uma democracia e um país próspero, aliado dos Estados Unidos que têm problemas de relacionamento com os amiguinhos de Lula no mundo sombrio das tiranias e do comunismo. Quem é contra o capitaismo e a democracia liberal é enquadrado como parceiro.


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