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LULA AUXILIA MADURO A ROUBAR - 05.08.24


Eis o importante artigo da Mary Anastasia O'Grady, editora, colunista e membro do Conselho Editorial do The Wall Street Journal, que escreve predominantemente sobre a América Latina e é coeditora do Índice de Liberdade Econômica.

   

   

   

    "A eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela está causando problemas para o presidente brasileiro Luiz Inácio "Lula" da Silva. O esquerdista de 78 anos passou a vida adulta apoiando Fidel Castro enquanto afirmava se importar profundamente com os direitos humanos e a democracia... Mas agora ele está até o pescoço na defesa da ditadura militar de Nicolás Maduro enquanto o venezuelano tenta roubar uma eleição.

   

    Há uma falácia sobre um Lula evoluído ser vegetariano em vez de um homem da esquerda carnívora. Você sabe, ele não é mais um comunista de verdade. Mas sua ação na Venezuela sugere que ele é tão vermelho quanto um bife cru. Não há nada remotamente civilizado em colocar o objetivo da dominação ideológica acima das vidas de milhões de civis venezuelanos inocentes, como ele está fazendo.

   

    Lula é um dos fundadores, ao lado de Fidel, do Foro de São Paulo, que reúne latino-americanos comprometidos com o socialismo. É um equivalente moderno da Internacional Comunista, também conhecida como Comintern, organizada em 1919 para fazer a revolução mundial. Seus membros se opõem ao estado de direito e acreditam na coordenação da tomada do poder por todos os meios necessários.

   

    Agora, seu esforço mais bem-sucedido no hemisfério perdeu uma eleição — e por muito — para o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia. Lula, que se autodenomina um mediador, está colocando seu polegar na balança para o regime. O Brasil assumiu a Embaixada Argentina quando seus diplomatas foram expulsos na semana passada e prometeu proteger os seis membros da oposição abrigados lá. Mas também ofereceu apoio político crucial à ditadura venezuelana.

   

    O Sr. Maduro concordou no ano passado com a eleição porque pensou que poderia roubá-la, já que o regime roubou muitas eleições no passado. Ele assumiu que poderia sair alegando que os venezuelanos permanecem leais à revolução bolivariana.

   

    A oposição o enganou. Um exército de testemunhas contou os votos junto com testemunhas do partido socialista no poder. A oposição carregou imagens dessas folhas de contagem na web para todo o mundo ver.

   

    O Sr. Maduro diz que venceu com 51% dos votos. Primeiro Lula disse que o regime precisava apresentar evidências de sua reivindicação. Mas depois que o Sr. Maduro disse que deixaria o assunto para seus tribunais, Lula declarou que essa seria a saída. "Não há nada de anormal", disse Lula. "Houve uma eleição, houve uma pessoa que disse que tinha 51%, houve uma pessoa que disse que tinha 40% e um pouco. Um concorda, o outro não. Vá ao tribunal e a justiça será feita." O Partido dos Trabalhadores de Lula endossou a reivindicação de vitória do Sr. Maduro. Eles perderam os últimos 25 anos da política venezuelana, nos quais o regime destruiu toda a independência institucional?

   

    É possível que Lula não queira se opor a uma eleição sem verificação na qual um tribunal politizado tem a palavra final porque é assim que as coisas funcionam no Brasil. Seu sistema de votação eletrônica não fornece um recibo em papel e não há como auditar uma eleição.

   

    De volta à Venezuela, a rendição não é uma opção. Como a líder da oposição Maria Corina Machado me disse na semana passada de Caracas, "milhões deram tudo o que tinham" na luta por "nosso direito de viver em liberdade". A nação está comprometida com a luta "até o fim" por sua liberdade. "Não desistiremos, não desistiremos".

   

    O regime tem o poder de fogo por enquanto, mas a oposição tem uma vantagem, pois a situação é muito instável. A magnitude da dissidência torna a oposição formidável e sugere que o status quo é insustentável. É impossível saber se a insatisfação dentro dos militares com a elite corrupta é considerável. Mas é por isso que o apoio internacional à democracia é crucial.

   

    Ninguém deve subestimar o valor da clareza moral, como a que a Organização dos Estados Americanos forneceu na terça-feira. "As evidências mostram um esforço do regime para ignorar a vontade da maioria expressa nas pesquisas por milhões de homens e mulheres venezuelanos", disse a OEA em um relatório. “O que aconteceu mostra, mais uma vez, que o CNE” — o Conselho Nacional Eleitoral — “suas autoridades e o sistema eleitoral venezuelano estão a serviço do poder executivo, não dos cidadãos”. Mas na quarta-feira uma resolução da OEA exigindo que a Venezuela publicasse os resultados da votação para provar que não houve fraude falhou por um voto quando o Brasil se absteve.

   

    Sete países no hemisfério reconheceram o presidente eleito González Urrutia, incluindo Argentina, Peru, Equador, Panamá e os EUA. Se o governo Biden e seus aliados tiverem vontade, eles têm as ferramentas para aumentar a pressão sobre o Sr. Maduro. Os figurões do regime odeiam particularmente sanções individuais direcionadas, que os impedem de viajar para os playgrounds do mundo e desfrutar de seus ganhos ilícitos. Os EUA também podem restaurar políticas que restrinjam o acesso do regime aos mercados internacionais de petróleo.

   

    Cuba, Rússia, China e Irã estão todos do lado do Sr. Maduro e do lado errado da história. Lula também. Quanto mais cedo os democratas da região reconhecerem isso, mais seguros estaremos todos."


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ESSE MADURO É UM CARA DE PAU - 01.08.24


Por Percival Puggina
 
         Se me permitem dizer, os apoiadores dele que conheço aqui no Brasil, também.

No sábado anterior à eleição, encontrei um conhecido que emigrou da Venezuela. Perguntei-lhe se iria votar e me respondeu que precisaria viajar de Porto Alegre para Brasília, mas nem assim tinha certeza de que lhe seria permitido exercer esse direito como cidadão. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, são 7,7 milhões de pessoas, irresignados à ditadura, que deixaram o próprio país para ter uma vida em liberdade e se manter com o trabalho de suas mãos. Essa massa de votantes se somaria ao oprimido e empobrecido povo venezuelano para derrotar o ditador.

Maduro é um ditador mal sucedido. Ditadores com passado desastroso e tragédias no horizonte não se reelegem em eleições limpas e disputas isonômicas. No país que governa, sobre um mar de petróleo, falta até gasolina. Ele persegue e prende opositores. Faz as regras da disputa, prende e inabilita seus principais opositores. Controla os meios de comunicação, desinforma a comunidade internacional sobre a realidade do país, marca eleições e diz que se perder haverá banho de sangue. Seus agentes intimidam partidos e candidatos adversários. Proíbe a presença de observadores internacionais cujos chefes de Estado antagonizam seus métodos. Esbirros a seu mando atacam os locais de votação atemorizando eleitores e impedem o acesso de fiscais. Seu CNE (Conselho Nacional Eleitoral) promove um “apagão” no meio do processo de divulgação da apuração e, pouco depois, extrai da cartola a vitória do chefe.

Cada momento dessa eleição grita “Fraude!”. O povo de um país desarmado, vai para as ruas onde é contido pelas forças oficiais e por milícias que, em tudo, fazem lembrar as SA (Sturmabteilung) de Hitler e as Milícias Nacionais Revolucionárias de Cuba.

Há mágicos cujas artes e ofícios exigem, em certos momentos, que uma toalha negra cubra a cena para que as alterações se produzam e seja, depois, removida sob prováveis manifestações de espanto. Sempre achei isso frustrante. Quero observar, ver, entender. Todo dia, porém, cenas importantes são cobertas com a tolha negra dos ilusionistas, mediante sigilos e censuras. A eleição venezuelana foi um caso assim. Tenho certeza de que na noite de domingo passado, os protagonistas do sortilégio eleitoral retornaram a seus lares como heróis de uma Esparta judicial e disseram às esposas e filhos que agiram para salvar a democracia e a liberdade do povo venezuelano da investida fascista e golpista da oposição...  

Não é saudável nem louvável a situação política de um país quando governo e suprema corte são regidos pela mesma batuta, irmãos de sangue, nascidos no parto da mais retrógrada e opressiva das ideologias.


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O MUNDO DE NÁRNIA - 25.07.24


Por Alex Pipkin

 

Penso que é necessário ser dito e enfatizado que, apesar do “contrato social” implícito, trabalho e me esforço para o meu próprio desenvolvimento e o de minha família.
Evidente que compartilho de serviços/bens públicos, e tenho minha parcela de auxílio junto aos mais necessitados.
Porém, se eu quiser fazer filantropia, faço com os meus próprios recursos.
Provavelmente os ferverosos sinalizadores de virtude me qualificarão como egoísta, sem coração, avarento, e por aí afora.
Não sou, e para além isso é muito distinto de ter que me associar, coercitivamente, a um sócio incompetente, ideológico e, absurdamente, perdulário.
Sem entrar profundamente na farra corrupta e libidinosa dessa turma estatal com o nosso dinheiro, isto é, o dinheiro público.
Não maiúsculo ao meu suor e trabalho sendo usado para sustentar nababesca e diferentemente do setor privado, funcionários públicos, tais como juízes, desembargadores e outros, que vivem, pragmaticamente, no paraíso de Nárnia.
Na terra das bananas e do arrozal, dos privilégios e da impunidade, um cidadão dá duro quase seis meses para pagar os tributos impostos pela “corte”.
O duro mesmo é que não há contrapartidas em serviços públicos de qualidade, além de que, oportunística e ideologicamente, eu tenha que, como Sísifo, suportar, no mínimo, 50% da população brasileira pegando uma parte de programas sociais populistas e contraproducentes. Pelo voto, vale tudo.
Eu, por exemplo, definitivamente, não quero participar do rateio para fornecimento de certas cotas, para financiar ações de ideologia de gênero, hotéis luxuosos - sei lá o número de estrelas - para ex-presidiários corruptos, entre outras fartas aberrações.
Além de não querer trabalhar para aqueles que nada produzem, eu não quero financiar programas e ideias que, declaradamente, vão de encontro aos meus valores, e aquilo que eu acredito que seja efetivamente produtivo.
Claro que “progressistas”, sinalizadores de virtudes e assemelhados, possuem valores e visões de mundo que são muito distintas daquilo que julgo ser justo e adequado para o crescimento e o progresso de todos os brasileiros.
Por exemplo, para mim, a maioria dos policiais é honesta. Eu desejo, cada vez mais, policiamento ostensivo e eficiente. Não penso que policiais sejam racistas, e que, tampouco, devam substituir suas armas de fogo por flores.
Sumidades “progressistas” enxergam lógica no assalto! Deus me livre!
Afora a escorchante tributação, a esdrúxula coerção retira das pessoas a veia da responsabilidade pessoal e a busca individual de seu próprio destino e progresso. Na prática, os indivíduos se transformam em escravos, perdendo à dignidade no sempre esburacado caminho do alcance de migalhas estatais.
É a “grande mãe Estado” quem passa a decidir os destinos e às prioridades dessas infelizes pessoas.
Sou radicalmente contra o ainda maior agigantamento desse já gigantesco Estado caro, lento, corrupto e ineficiente.
Evidente que grande parte dos simples mortais nacionais não conseguem pensar reflexivamente, e concluir que o Estado verde-amarelo só aumenta para se tornar refém de políticos corruptos e de uma desleite do funcionalismo público, diretamente interessada nos seus próprios interesses.
Não há nenhuma preocupação legítima em reduzir a máquina pública e, de fato, aumentar sua produtividade e eficiência. Nada.
Agora a turma vermelha se rebela contra os memes referentes ao ministro soviete da economia Haddad. Surreal a guerra anti-memes da Globo. Antes se podia tudo!
O taxador-mor, fato, como sabe muito pouco de economia, opta pela saída mais trivial, aquela que passa a conta da incompetência para o contribuinte que produz. Horrível.
Pois é. Esses petistas fazem de conta que não sabem que com um imposto mais justo, além da necessária simplificação, aumentaria-se a base de arrecadação, inclusive, diminuindo-se a sonegação.
Por sua vez, isso estimularia a geração de empregos, de renda e de riqueza.
Mas, similarmente, isso é esperar demais dessa turma incompetente e perdulária, que deseja fazer “justiça social” por meio da sua maneira de redistribuir a renda de que produz para aqueles que nada produzem.
O pior de tudo isso, é que mesmo com à profusão de memes - e da farra com o nosso dinheiro -, a turma petista continuará executando o que sempre fez: gastar improdutivamente, tributar, tributar e, gastar, gastar.


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O MANDATO DO DEPUTADO MAURÍCIO MARCON - 23.07.24


Por Percival Puggina

 

Não o conheço pessoalmente, mas vou tratar aqui da representação política dos 140 mil eleitores desse deputado federal gaúcho, filiado ao Podemos (PODE/RS), cujo mandato foi cassado pelo TRE do Rio Grande do Sul.

 

Mediante decisão da qual cabe recurso ao TSE, o colegiado da justiça eleitoral sul-rio-grandense determinou que seus votos, bem como a totalidade dos votos de sua legenda fossem para a... lixeira, digamos assim. A matéria julgada é um recurso do PSD, principal beneficiário da deliberação. O fato que a motivou é uma suposta fraude com a inclusão de uma funcionária do partido na cota de 30% destinada às candidaturas femininas (tolice legislativa que cria mais constrangimentos do que soluções). Se for mantida a decisão, anulados os votos masculinos, femininos etc. conferidos para deputado federal ao PODE no Rio Grande do Sul, num passe de mágica judicial, um outro candidato, provavelmente do PSD, obterá a cadeira agora ocupada pelo deputado Marcon.

 

Enquanto a política como a queremos estertora em tempos tão pouco promissores ao surgimento de novas lideranças com o perfil de que a nação se ressente, é de se lamentar o que está acontecendo com o jovem e aguerrido parlamentar da Serra Gaúcha. Quem dera vivêssemos tempos mais sábios, com melhores legisladores, como são esses que vêm sendo expurgados! Não estaríamos testemunhando tais desatinos.

 

Salta aos olhos do mais desatento observador que se instalou em nossas instituições (inclusive nos próprios parlamentos) um desrespeito à representação parlamentar, eixo diretor do constitucionalismo democrático. Quando se toma o mandato de um deputado ou quando se censura um deputado, o ato incide sobre aqueles a quem ele representa! No caso do deputado Marcon, 140 mil eleitores perdem a voz; no caso do deputado Dallagnol, 345 mil eleitores tiveram seus votos jogados na lixeira para onde tantos, inclusive no TRE do Paraná, quiseram levar, também, os votos do senador Sérgio Moro. E viva a democracia servida à moda da casa! Viva a democracia do parlamento flácido! É de congressistas como Marcel, Nikolas, Gayer, Bia, entre outros, e também como Marcon e Dallagnol, que precisamos!

 

O voto proporcional, esse miserável, conta votos como se fossem objetos. Vejam a loucura. Em cada legenda, votos nominais que excedem o quociente eleitoral somam-se aos de outros candidatos e, se esse total não alcança um novo quociente, tais votos entram, despersonalizados, numa espécie de bacia das almas perdidas, esperando conhecer seu lugar na fila das médias por legenda. A legenda que tiver maior média é a primeira a se beneficiar dos sufrágios excedentes para completar mais um quociente e conquistar uma cadeira a mais. E assim é feito, sucessivamente, com as outras siglas e seus excedentes. Esse sistema, dito proporcional, é totalmente oposto aos méritos do voto distrital, majoritário, em que o representante eleito por um distrito representa todos os eleitores do distrito.

 

No Brasil inteiro, sob as regras do sistema proporcional, algo como 40% dos votos nominais se transviam da intenção dos eleitores por esse formulismo obtuso determinado pela legislação. As consequências são insanáveis e fazem vítimas entre eleitores, candidatos e à democracia representativa.


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