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24 ANOS ANDANDO PARA TRÁS - 31.10.24


Por Stephen Kanitz

 

Nos últimos 24 anos, o PIB per capita cresceu apenas 14%, ou 0,6% ao ano, um desastre. Tínhamos um PIB per capita de 35.000 por ano ou 2.600 por mês; agora é 40.000 ou 3.076 por mês. Um pífio crescimento de 0,6% ao ano para governos que se elegeram com a bandeira desenvolvimentista e contaram com os melhores economistas da época. Ou seja, um fracasso total comparado à China e à Coreia do Sul. Mas o que esquecem de revelar é que esses mesmos governos aumentaram os impostos de 24% para 38%, ou seja, 50% a mais.

 

Portanto, líquido de impostos, nossa renda per capita, que era de 27.300, passou para 27.200 em 2024, ou seja, caiu. Não nos desenvolvemos em nada; tudo são promessas eleitorais falsas. Só que tem mais. Esses economistas desenvolvimentistas endividaram este país em 20.000 por capita, que, se for paga em 25 anos, será -800 por ano.

 

O que reduz nossa renda per capita líquida para 26.400,00 por ano ou 1.999,00 por mês. Ou seja, a maioria da população não ficou 0,6% mais rica por ano, mas sim 1,4% mais pobre. Isso, em 24 anos, é um desastre. De fato, nesses 24 anos, houve uma brutal favelização das cidades brasileiras, e para cobrir os erros dos desenvolvimentistas, se inventou o Bolsa Família.

 

O que salvou os favelados foram as inovações tecnológicas, como celular, e-mail grátis, YouTube grátis, televisões cada vez melhores e mais baratas. Nada a ver com má distribuição do capitalismo, e sim devido ao crescimento dos impostos e às dívidas contraídas pelo Estado Socialista Brasileiro.


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SINTO SAUDADES... - 21.10.24


Por Alex Pipkin

 

Qualquer sujeito dotado de conhecimento razoável sobre o comportamento humano, sabe que a imitação inspira e/ou manipula a aprendizagem, e às consequentes ações humanas.
Tal processo de mimetização age tanto para influenciar positivamente a sociedade, com a adoção de comportamentos virtuosos, como também pode se transformar em uma força centrífuga, atuando na direção contrária.
A mente humana é estimulada e persuadida pelo gatilho da aprovação social, em que indivíduos querem ser ou parecer ser semelhantes àqueles que apresentam características sociais “valorizadas pelos outros”.
Freud detalhou o movimento de massa, em que a manada é influenciada a agir de acordo com o coletivo - que não pensa!
Em uma era tribal virulenta - em que os indivíduos formam e comunicam sua identidade social, almejando pertencimento às suas respectivas tribos -, inquestionavelmente, as redes sociais amplificaram as possibilidades de informação. Essas realçaram o paradoxo através do qual tais informações servem de suporte para imitação de comportamentos erráticos, contaminantes no sentido estrito.
Desafortunadamente, a olhos nus, percebe-se e se sente que o mecanismo de inspiração positiva tem sido sobrepujado pelos comportamentos nocivos ao desenvolvimento individual e, de forma proibitiva, a promoção da imperiosa coesão social.
O intolerável se transformou em algo “natural”, banalizando ilicitudes inaceitáveis sob quaisquer aspectos analisados.
Pois o exemplo vem de cima, de uma deselite apodrecida, que incessantemente manipula e corrompe, operando para extrair os benefícios e impedir o necessário desenvolvimento individual e coletivo. Eles somente pensam e agem em favor de seus próprios umbigos, e/ou nos umbigos tribais. Esses arrotam que as instituições funcionam. Sim, resta saber para quem, uma vez que elas restringem a participação e a real competição, protegendo benesses imorais e, ao cabo, barram a vital livre iniciativa.
O modelo de imitação presente é amplamente o da corrupção, do fazer para “se dar bem”, da mentira escrachada, da vergonhosa impunidade, dos privilégios nababescos, da locupletação, e do “natural” avesso da virtuosidade factual.
Nesta direção, o “momentum” para à juventude que, cada vez mais, imita, é, não só contraproducente, como também devastador de almas e de futuros alvissareiros.
Um presidente de uma nação, comprovadamente corrupto - atestado por fartas provas e instâncias judiciais “do bem” -, apologista da ignorância e do sangrento terrorismo, que retorna à cena do crime, a fim de se vingar e de repetir/imitar os mesmos erros de um passado nefasto. Esse da aplicação de políticas públicas populistas e contraproducentes, da farra e do descaso com o dinheiro dos contribuintes, da corrupção e do aprofundamento de privilégios imorais e, sobretudo, da cegueira ideológica, aquela que conduz ao empobrecimento, em especial, dos mais pobres, embora a retórica seja no sentido de sua farsante preocupação popular.
A alma mater petista é responsável pelo divisionismo social, entre homens e mulheres, ricos e pobres, brancos e negros…, sua “raison d'être”, objetivando angariar direitos, recursos e privilégios para suas tribos “progressistas”.
De um STF que, similarmente, afirma proteger a democracia, quando genuína e diariamente, rasga a Constituição, advogando e legislando pelo ilícito, para a impunidade e a injustiça, para a bandidagem e, evidente, para seus próprios interesses e de seus comparsas.
Uma parte do setor empresarial, aquela dos amigos do rei, que corrompe e é corrompida, que veste os trajes e brinca de estadista, fazendo a “coisa errada”, e impedindo a livre iniciativa, e sua correspondente e fundamental geração de empregos, de produtividade, de inovação, de renda e de prosperidade para todos.
O que fazer?! O momento civilizacional - do retrocesso - é o do insaciável desejo mimético, tristemente inspirado em uma deselite - pútrida. Essa promove francamente os vícios sociais que arruinam, ao invés do estímulo a reprodução de comprovados comportamentos virtuosos, os do desenvolvimento e do progresso, por meio dos essenciais propósitos “do bem”, individuais e coletivos.
Mark Twain, sabiamente, afirmou que o homem comum não está interessado em converter uma opinião própria, por estudo e reflexão, mas está apenas ansioso para descobrir qual é a opinião de seu vizinho e adotá-la cegamente. A atual vizinhança é inconveniente…
Que lástima para os nossos jovens. O protagonismo “moderno” é dos modelos da perversão e do fracasso explícito.
A ilusão e os efeitos manipuladores os deixam cegos e surdos para a natural influência e estímulo daquilo que produz genuíno pensamento crítico e ação individual saudáveis.
Desgosto de saudosismos baratos. Contudo, sinto saudades da imitação dos nobres e edificantes valores, virtudes e sabedoria, aqueles que ajudavam a moldar a personalidade e a construir relações saudáveis e, verdadeiramente, progressistas para todos!


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RIP ESG - 18.10.24


Por André Burger - Pensador e economista

 

As boas práticas e teorias de administração resistem ao teste do tempo. O que é verdadeiro, útil e funciona se incorpora às condutas administrativas das empresas. Em oposição, aquelas que pouco agregam, são dispendiosas, e não se refletem no resultado acabam descartadas.

A criação das partidas dobradas, no século 15, por Luca Pacioli é um bom exemplo. Esse desenvolvimento na forma de contabilização permitiu uma melhoria impressionante na gestão das empresas. Foi tão impactante que gerou uma nova ciência, a contabilidade.

Por outro lado, algumas práticas de gestão se mostraram efêmeras, como reengenharia, terceirização, downsizing. Quando foram divulgadas pareciam ser disruptivas, de tal modo que não se pensaria administrar uma empresa sem elas. Tempo depois, o impacto inicial passou, alguns de seus conceitos foram incorporados, e, hoje, pouco se fala a respeito. Está acontecendo o mesmo com o ESG – Environment, Social and Governance e 2024 foi o ano que saiu de moda.

O ESG surgiu na ONU, em 2004, não dentro das empresas para melhorar seus processos, mas de uma iniciativa do secretário geral, Kofi Annan, ao propor a alguns presidentes de grandes bancos e gestores de fundos que incorporassem nas suas análises de oportunidades fatores ambientais, sociais e de governança. Ou seja, foi a proposta de um burocrata para outros burocratas. Pessoas que não fazem a menor ideia do que seja empreender e administrar uma empresa, principalmente as pequenas e médias. O ESG ganhou força a partir de 2015 com o Acordo de Paris. Novamente mais burocratas dizendo como os negócios deviam ser conduzidos. Assim, se tornou a principal atividade a orientar a administração das empresas, até mesmo em detrimento do velho e bom lucro. O auge do ESG como mantra empresarial aconteceu entre 2019 e 2023.

Diferente de outros modismos administrativos, o ESG, ao impor novas rotinas às empresas, de fato, apenas aumentou os custos: de produção, de contratação de pessoas e equipamentos, de treinamento, de controles, de informação. Isso teve maior impacto nas empresas menores, com menos recursos para gastos além da sua própria atividade operacional. Ora, as empresas para funcionar, em qualquer país, precisam atender a todas as regras e regulamentos criados pelo estado. Essas regras já contemplam as questões ambientais, sociais e de governança. Não se pode abrir uma empresa sem ter as licenças governamentais necessárias. O ESG obriga às empresas a rotinas que vão além daquelas impostas pelo próprio estado.

A difusão dos princípios ESG foi tão vasta que fez agências reguladoras, bancos e fundos de investimento exigir a adoção de medidas consideradas, por eles, boas práticas ESG para se obter licenças de operação, conceder financiamentos ou receber investimentos. Mesmo que tais critérios nunca tenham sido normatizados.  Cada um, em cada lugar, diz o que é ser ESG. Isso levou a absurdos como a Americanas, no Brasil, que em seu último relatório anual, antes da descoberta do rombo de R$ 40 bilhões, continha mais informações sobre temas ESG do que sobre a precária situação financeira da companhia. A quebra do Silicon Valley Bank deixou claro o perigo de se preocupar mais com a temática ESG que com o próprio negócio.

A falta de padronização e a subjetividade das métricas ESG o tornam uma prática discricionária que pouco aprimora as rotinas empresariais. Estabeleceram a importância do conceito, no entanto, por ser de difícil mensuração, acaba gerando mais militância ideológica que práticas concretas. Os problemas levantados pelo ESG deveriam ser avaliados e devidamente mensurados, para, então, proporem soluções efetivas e não ideologizadas. A repetição de frases de efeito do tipo: Zero Carbon, Black Lives Matter, No Nukes, We are 99% apenas mobilizam ativistas, mas pouco contribuem para o entendimento do problema e sua solução. A politização do ESG, associado aos pequenos resultados práticos, mostrou que muito da militância, principalmente a corporativa, não passava de estratégias de marketing, greenwashing. Assim, diversas empresas, bancos e gestores de fundo reduziram sua atuação e divulgação sobre como eram politicamente corretos ao praticarem princípios ESG. A redução de U$ 13 bilhões no volume total dos fundos que se denominam ESG nos Estados Unidos, em 2023, comprova que é um tema em decadência.

Felizmente muitos acordaram do sonho ESG e perceberam que na realidade o planeta e as relações humanas estão melhor do que nunca na história humana, apesar dos manifestantes ambientais e sociais gritarem o contrário. A pobreza caiu de forma absoluta a partir da revolução industrial, e segue caindo. Está no nível mais baixo desde sempre. Em 2018, menos de 10% da população mundial vivia em situação de extrema pobreza, quando, até 1820, era de aproximadamente 80%.

Historicamente, seja no Império Romano, nas Civilizações Pré-Colombianas das Américas, no Japão feudal, na China Imperial ou no Renascimento Europeu a taxa de mortalidade infantil girava em torno de 50%. Começou a se reduzir a partir da revolução industrial e chegou a 27% em 1950. Atualmente (2020) está em 4,3%, sendo 14% na Somália e 0,3% no Japão e países escandinavos. A expectativa de vida ao nascer em todas as civilizações era no máximo de 30 anos e só aumentou a partir da revolução industrial. Em 1950, era de 46 anos. Em 2021, a expectativa de vida chegou a 73 anos, tendo como extremo inferior o Chad com 53 anos e o Japão com 85.

A melhoria das condições sanitárias no mundo, em apenas 22 anos, de 2000 a 2022, foi impressionante. Somente 32% da população mundial tinha acesso a saneamento em 2000, e aumentou para 57% em 2022.

 Se olharmos as questões de gênero, veremos forte progresso em quase todo o mundo. Um número cada vez maior de países adota legislações que proíbem discriminação por sexo. Eram seis países em 1970 e 161 em 2023. Ou ainda, de apenas dois países que exigiam igualdade salarial para homens e mulheres em 1970 para 97 em 2023.

Pelo lado ambiental, o mundo hoje é proporcionalmente menos poluído que no passado. Até a década de 1990, para termos crescimento econômico per capita tínhamos sempre aumento de emissões de carbono per capita superiores ao crescimento do PIB. A partir de então isso se inverteu como consequência de aprimoramentos tecnológicos que permitiram aumentar a renda individual sem aumentar a emissão de gases de efeito estufa. Ou seja, estamos mais ricos e poluindo menos.

Por outro lado, é notório que aqueles que mais divulgam e defendem os princípios ESG não estão diretamente envolvidos na árdua atividade de empreender. Na sua maioria são técnicos e burocratas de grandes instituições, públicas ou privadas, de diversos setores. É difícil encontrarmos entre os ativistas ESG o dono de uma padaria, de uma pequena metalúrgica ou um agricultor que acorda às 4 da manhã para cumprir sua rotina no campo. Certamente, argumentarão que esses empreendedores não têm tempo, conhecimento e recursos para se preocupar com essa agenda. Então, respondo que o ESG é uma preocupação elitista. Somente os agraciados com determinadas condições veem benefícios nele. Apenas alguns sabem o que é certo e esse saber lhes autoriza impor sua visão a todos os demais na sociedade. Já ouvi isso em outro contexto: socialistas acreditam saber o que é melhor para os outros e tratam de impor suas políticas.

Interessante que o G, governança, raramente era abordado pelos esganiçados militantes ou pelas instituições adeptas ao ESG. De outra forma, temas como corrupção, conflito de interesses e falta de ética não fariam parte apenas dos códigos de conduta que existem somente para cumprir o marketing do politicamente correto. Aliás, muitos dos ferrenhos defensores da agenda ESG são eleitores de corruptos contumazes, um contrassenso em relação às práticas que defendem.

Hoje, 2024, vemos que a moda ESG serviu para que bancos criassem barreiras ao crédito concentrando-o em poucos grandes tomadores, que consultorias de todo o tipo lucrassem com a venda de pacotes para as empresas estarem na moda, que gestores de fundos que identificaram o nicho da sustentabilidade cobrassem taxas de administração maiores e que instituições de ensino e treinamento surfassem esta onda. De efetivo, pouco houve de melhoria nos problemas ambientais, de redução de preconceitos ou da melhoria da governança que o próprio mercado já não estivesse fazendo. Pois foi o livre mercado, no capitalismo, que permitiu a saída da pobreza crônica em que a espécie humana viveu por milênios, que as questões de gênero se reduzissem, que a escravidão fosse abolida e que vivêssemos num planeta mais seguro e com maior expectativa de vida.

O ocaso do ESG foi melancólico. Não houve uma absorção gradual de seus princípios como as outras modas em administração. Nos países onde o discurso ESG era mais forte, mais rapidamente silenciaram. Os países europeus, na sua maioria ciosos da agenda ambiental e social, tão logo chegou o inverno de 2023 e faltou calefação, reabriram as arcaicas minas de carvão, e, do dia para a noite, Greta Thunberg deixou de falar das questões do clima para, errada de novo, se alinhar aos defensores da Palestina livre.

Contudo, a agenda ESG não vai desaparecer, afinal grandes empresas criaram departamentos para isso com diretores e todo um staff. O pior virá daqueles que querem impor procedimentos ESG, além das leis de cada país, para satisfazer questões não definidas e de efetividade discutível. Os viúvos do ESG se voltarão para o mundo político, que, pelos mecanismos democráticos, é quem impõem regras de comportamento à sociedade. Então o ESG sairá do mundo empresarial e passará à esfera política, de onde nunca deveria ter saído. Ao menos poderemos votar sobre uma matéria que estava sendo imposta de cima para baixo por alguns autoproclamados esclarecidos.

Milton Friedman estaria satisfeito, seu artigo, de 1970 no New York Times segue atual.

Nota: Todos os dados estatísticos citados foram obtidos no site “Our World in Data” (https://ourworldindata.org/)


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QUEM VIVE DE EMENDAS NÃO SE EMENDA. NEM SE RECOMENDA - 17.10.24


Por Percival Puggina

 

Temos razões mais do que suficientes para entender o contrário quando os porta-vozes do lulopetismo dizem que seus péssimos resultados nas eleições municipais nada têm a ver com o pleito nacional de 2026. O grupo político que governa o país de modo cada vez menos compreensível nunca diz o que pensa. Sempre que se manifesta, conta uma narrativa montada em laboratório. Quando seus líderes afirmam: “Esses números de agora nada representam para 2026”, estão, na verdade, contando contos para burros tontos.
 
Mesmo com a força das redes sociais drasticamente reduzida pelas canetas do poder e pelo esquerdismo voluntário das plataformas, a maior força política brasileira não é a direita, mas o antipetismo onde esta se inclui. É ele, o antipetismo, que agrega a direita e boa parte do centro do arco ideológico. O centro a que me refiro não é o Centrão, esse grupo de siglas ocas e balofas que envergonham a simples ideia sobre o que seja partido político. Verdadeiras colchas de retalhos, parecem caleidoscópios sensíveis aos interesses de cada dia. São uma conversa contínua e nada meritória entre meios e fins. Corrijo-me: sobre meios sem fim. Quem vive de emendas não se emenda, nem se recomenda.
 
Quando falo do centro do arco ideológico, penso principalmente nos cidadãos que sabem o que não querem (a esquerda, seus métodos e objetivos), mas não receberam informação suficiente e fundamentada sobre os meios para livrar o Brasil de seus males atuais. Por isso, dediquei um quarto de século de minha atividade partidária aqui no Rio Grande do Sul à formação de lideranças jovens que hoje exercem papel relevante na vida municipal, estadual e nacional. Partido que não faça isso é cartório, clube, lojinha. Tudo, menos partido político. 


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DEU CENTRÃO NAS URNAS DE 2024... - 08.10.24


Por Percival Puggina

 

Poderia falar numa “vitória da direita” na eleição de ontem.  De fato, se compararmos o desempenho pífio do PT com o do PL, dois polos do confronto ideológico nacional, os resultados do PL foram muito superiores e se destacam, mesmo num contexto em que quase 30 partidos disputaram os votos municipais do país. No entanto, quem deve estar comemorando vitória com a voz das urnas são os partidos do Centrão.
 
É bom lembrar. Nas duas décadas subsequentes à Constituinte de 1988 o PMDB foi governo ininterruptamente, mas adotou um modo peculiar de ser – integrava o governo, saboreava os cargos e descartava os encargos quando incômodos. Abastecia-se nas emendas e atendia sua clientela.
 
A receita deu tão certo que novos partidos foram se juntando ao bloco que passou a responder pela maioria no plenário do Congresso Nacional. Partidos que compuseram durante bom tempo a base conservadora e liberal do país, como o extinto DEM (hoje União Brasil) e o PP (Progressistas), entraram de “mala e cuia”, no dizer gaúcho, para o clube das boas oportunidades e mandaram a ideologia às favas. Novos partidos surgiram e fizeram o mesmo. O PSD é um exemplo típico. Sem constrangimento algum, seu presidente, Gilberto Kassab, ao criá-lo, prometeu: “Não será de direita, nem de esquerda, nem de centro”.
 
Descaracterizados, os partidos chutaram seus programas e não promovem o menor esforço, seja em divulgá-los, seja em torná-los efetivos no exercício do poder de cujas sobras se nutrem. Sua atuação, dentro do Congresso, permite que vicejem e se tornem decisivos líderes como os atuais presidentes das duas Casas legislativas. Os fins explicam os meios.
 
Contados os votos de ontem, mediu-se o sucesso dessa mediocridade. A lista dos quatro partidos que elegeram maior número de prefeitos não inclui o partido do governo (PT), que é o 9º da lista, nem o que lidera a oposição, que é o 5º da lista. Os que beberam mais espumante, domingo à noite, foram PSD, MDB, PP e União Brasil. Também foram esses quatro partidos que elegeram maior número de vereadores, com inversão de ordem entre MDB e PSD. O PL é o quinto e o PT ficou em 11º lugar.
 
O sinal está vermelho piscante para o PT. Especialmente em virtude do que se tem, numa primeira análise ao menos, como maus resultados para a sigla de Lula nas regiões Norte e Nordeste do país. Gostaria de ter visto um sinal verde mais luminoso, realmente comprometido com liberais e conservadores no rumo do pleito de 2026.


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CERTEIRA INDIGNAÇÃO - 03.10.24


O pensador Roberto Rachewsky, como eleitor de Porto Alegre, RS, carregado de certeira indignação, produziu o seguinte e oportuníssimo texto:

 

 O que devemos aprender com a lição que a RBS nos dá ao vetar a participação do jovem empreendedor Felipe Camozzato no debate de hoje, 03/10, no seu canal de televisão associado à Rede Globo?

   

Que as leis no Brasil, que dizem defender os mais humildes, os mais pobres, as minorias, são, na realidade, instrumentos para a concessão e manutenção de privilégios para a elite que já está no poder.

   

O Brasil está condenado a repetir seus erros porque há uma casta que se beneficia deles.

   

Jovens como o Felipe Camozzato, que concorre por um partido que não se deixa corromper, que já expulsou seu fundador quando este se mostrou indigno da instituição que criou, tem suas chances de prosperar ceifadas porque ele pode abalar o status quo com suas ideias de mais liberdade para os indivíduos, cidadãos brasileiros que sofrem há décadas nas mãos de políticos e burocratas que vivem de ganhos imerecidos obtidos com o uso da força pelo estado brasileiro.

   

 A lei diz quem deve participar obrigatoriamente. Não há lei que impeça Felipe Camozzato de participar. A RBS está interpretando a lei para fortalecer a casta e os candidatos que a servem. Felipe Camozzato é anti-establishment, ou seja, ele é pró-povo. Ele é o povo pelo povo.

   

Se você é a favor da liberdade e da justiça, se você é alguém que não tem medo de correr riscos, que se responsabiliza por suas ações, que acredita que o Brasil tem jeito, não apenas vote no 30 do Felipe Camozzato, vote também nos vereadores do partido.

   

Agora, desde já, além disso, ajude o Camozzato a furar a redoma na qual querem colocá-lo. Compartilhe o material do Camozzato pelas redes sociais. Se a mídia tradicional não quer que o Felipe Zortéa Camozzato, com suas ideias inovadoras para a política, prospere, temos que nos tornar seus agentes divulgando seu nome e número para o mundo.

   

O mundo ideal existe, ele está logo ali, no futuro, basta você lutar por ele que ele será seu. Felipe Camozzato não vai lhe obrigar a segui-lo, ele vai apenas mostrar o caminho a seguir.

 

A escolha é sua.


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