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TRAMA GOLPISTA? - 09.07.25


Oportuno texto do advogado Jeffrey Chiquini

 

Quanto mais me aprofundo no labirinto processual da chamada "trama golpista" para entender o caso do Filipe Martins, mais evidente se torna a razão pela qual Donald Trump qualificou esse processo como uma autêntica caça às bruxas contra Jair Bolsonaro, seus filhos, aliados e qualquer um que ouse apoiá-lo.

O que se vê é um esforço meticuloso e obsessivo de desconstrução de uma figura política pela via judicial. Há sete anos reviram a vida de Bolsonaro, buscando qualquer fiapo de irregularidade que permita o espetáculo da destruição pública. Vasculharam contratos, doações, extratos, imóveis, cartões corporativos, despesas médicas, registros de viagem, mensagens privadas, lives, agendas, discursos, reuniões — tudo o que vocês imaginarem.

E o que encontraram? Nada! Absolutamente nada. Nenhuma propina. Nenhuma mala de dinheiro. Nenhum contrato fraudulento. Nenhuma empreiteira amiga. Nenhuma offshore. Nenhuma conta secreta em paraíso fiscal. Nenhuma ligação com empreiteiras, doleiros, operadores ou lobistas. A ausência de provas, no entanto, não os dissuadiu. Pelo contrário: inflamou a sanha inquisitorial. Diante do fracasso em construir um caso verdadeiro, optaram por fabricar casos falsos e por arquitetar o maior enredo de ficção penal da história recente: a tal "tentativa de golpe".

Estamos diante de um aparato voltado à destruição de opositores políticos, ao custo da verdade, do direito e da própria democracia. E cada página que leio, cada detalhe que descubro, reforça em mim uma certeza: o que se passa no Brasil não é um julgamento, é uma tentativa de destruir o maior líder político que temos na atualidade. Querem destruir ele primeiro para depois destruir toda a direita. Por isso sempre digo e volto a dizer que apoiar Jair Bolsonaro para a Presidência da República em 2026, independente das circunstâncias, e se indignar com toda a perseguição que ele, seus familiares, assessores e apoiadores vêm sofrendo é um dever moral e um compromisso que todo brasileiro de bem deve assumir.

Como advogado e cidadão brasileiro, recuso a covardia da neutralidade. Me calar diante disso seria trair a justiça. Não serei cúmplice pelo silêncio. Farei a minha parte dentro e fora do processo para ajudar a frear essa marcha autoritária contra a liberdade do Brasil e dos brasileiros.


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O SIGNIFICADO DO 4 DE JULHO PARA NÓS, BRASILEIROS - 07.07.25


Por Thomas Korontai

 

Quando o FEDERALISMO PLENO estiver na mente e no coração de cada brasileiro, este será Brasiliano, cidadão de primeira, dono de seu nariz, livre e autônomo! Deixará de ser subserviente, de esperar por um salvador da pátria, será o protagonista do futuro de si próprio, e será neste momento que Deus vai ajudar.

Deus é justo, só ajuda a quem se determina a um propósito, e ajudará a todo um Povo quando este se determinar a adotar o federalismo, mesmo que seja pelo Poder Auto Instituinte!

A liberdade e autonomia têm de ser conquistadas! Deus só abençoou os EUA com a prosperidade porque eles a conquistaram, lutando contra a mais poderosa força armada do mundo! E venceram porque receberam as bençãos que vieram de diversas formas, até mesmo da França.

Nós não temos de lutar com armas bélicas, nossas armas são a palavra escrita e proferida, o posicionamento constante nos campos de batalha da informação, enfrentando as minas da ignorância com paciência e determinação, até mesmo com amor e perdão, pois são as lições que Cristo nos deixou.

A ignorância se vence com a luz da informação que traz a liberdade e autonomia, esteios da prosperidade em todos os sentidos.

Este é o significado do 4 de Julho! Basta transportá-lo para o nosso 7 de Setembro!

Que os já despertos se inscrevam como fundadores do Ação Federalista no formulário disponível em www.federalista.org.br agora!
Vamos em frente!


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GILMARPALOOZA: O DIREITO EM FÉRIAS REMUNERADAS - 03.07.25


Por Alex Pipkin

 

Dizem que Lisboa é um destino de sonhos. Sol, pastéis, tram elétrico, e — com alguma sorte — um fórum jurídico onde se discute o Estado de Direito entre uma taça de vinho do Porto e um jantar à base de lagosta. Chamam isso de evento institucional. Mas o nome que melhor cabe é Gilmarpalooza. É uma criação tão brasileira quanto a feijoada, só que menos digestiva.

A cena é sempre parecida — ministros do STF, governadores, deputados, empresários com pendências judiciais, todos reunidos sob o teto nobre de uma universidade portuguesa para trocar elogios, cartões e, se possível, favores. O mote é a democracia. O subtexto é a promiscuidade. O cardápio é luxuoso. O povo? Fica com a conta moral.

A justificativa oficial é lírica! Trata-se de um fórum para debater os grandes temas do Direito contemporâneo. A verdade, como sempre, mora nos bastidores: os ministros do STF — aqueles que deveriam ser os guardiões silenciosos da Constituição — transformaram-se em palestrantes itinerantes de si mesmos. Passam mais tempo fora do país do que nos autos dos processos. São especialistas em falar sobre liberdade, pluralismo e Estado de Direito em lugares onde isso ainda faz algum sentido. Por aqui, entre nós, a toga virou instrumento de arbítrio. Um espetáculo travestido de jurisprudência.

Lisboa, nesse contexto, não é cidade — é cenário. Um palco onde a toga atua, o empresário financia e o cidadão assiste da plateia, atônito. Boa parte das passagens, diárias e mordomias é bancada por instituições privadas — inclusive empresários cujos interesses repousam delicadamente nas mãos dos mesmos que discursam sobre ética, Estado e equilíbrio institucional. Se isso não é o retrato perfeito de um conflito de interesses, então talvez devêssemos redesenhar o conceito — claro, na novilíngua orwelliana, onde tudo que é escândalo vira “institucionalização”, e todo arbítrio, “equilíbrio institucional”.

Fui executivo de multinacional durante vinte e cinco anos. Nas empresas sérias, há código de ética, há compliance, e há consequências. Conflito de interesses não se transforma em coquetel — transforma-se em crise. E, quando acontece, os holofotes se acendem, interna e externamente. Já no setor público brasileiro, a reação é outra — serve-se vinho, tiram-se fotos, e se escreve um discurso sobre virtudes republicanas.

Nos Estados Unidos, juízes da Suprema Corte são figuras rarefeitas. Falam pouco, viajam menos, e, quando o fazem, evitam zonas nebulosas. Há regras, limites e vigilância pública. Por lá, conflito de interesses é constrangimento. Por aqui, é protocolo. Nenhum justice americano ousaria posar sorridente ao lado de um empresário com ações em julgamento. Já no Gilmarpalooza, isso é quase cláusula contratual. O juiz não apenas julga, ele janta, brinda e dá palestra para o réu.

Eis então que surge Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, convidado para falar sobre infraestrutura. Seu discurso, técnico, sóbrio, até coerente com sua trajetória. Mas o ambiente o trai. O palco, viciado. A companhia, constrangedora. É como ver um engenheiro tentando discutir drenagem num bordel — por mais honesto que seja o argumento, ninguém está ali para isso. Tarcísio parecia deslocado — e estava mesmo.

Nelson Rodrigues dizia que, no Brasil, até o passado é incerto. E no Gilmarpalooza, até a ética é performance. O evento se tornou símbolo daquilo que há de mais corrosivo na elite institucional brasileira: o casamento entre poder e conveniência. A toga se senta à mesa com o réu, o ministro brinda com o financiador, o deputado posa com o investidor. E todos brindam numa festa onde a impunidade é convidada de honra.

Nunca se falou tanto em democracia por quem menos a pratica. Como se repetir a palavra fosse suficiente para encobrir o abuso do poder. O escândalo, aqui, não é o desvio, é sua naturalização. A promiscuidade foi estetizada. O conflito de interesses, institucionalizado.

Enquanto isso, o Brasil verdadeiro segue no saguão. Não é convidado para Lisboa. Não participa dos jantares. Não aparece na foto. Mas paga tudo isso, com impostos, inflação e a erosão diária da confiança na Justiça. O povo olha de longe, com aquela suspeita típica de quem já sabe como a peça termina: todos absolvidos, todos premiados, todos livres para a próxima rodada.

Se a toga é o símbolo da Justiça, no Brasil ela virou fantasia de gala. E em Lisboa, seu baile anual. O Gilmarpalooza não é um fórum. É uma ópera, uma dissonante, autofágica, tragicômica. Só não é inédita. Porque aqui, a tragédia sempre se repete. A diferença é que agora ela tem trilha sonora, vinhos finos e hashtag.

Se os autos falassem, gritariam por decoro. Mas aqui, até o silêncio é cúmplice. E nós, espectadores silenciosos dessa ópera tragicômica, continuaremos a aplaudir ou exigiremos que o palco seja limpo?

 


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A CORTE DOS ILUMINADOS: CRÔNICA DE UMA VERGONHA SUPREMA - 30.06.25


Por Alex Pipkin

 

Eu confesso: tenho vergonha (eu tonho nojo) do Supremo Tribunal Federal. E sei que não estou só.

A última pesquisa Datafolha aponta que 58% dos brasileiros compartilham desse sentimento — o que, sinceramente, me parece modesto. No Brasil de hoje, até responder a uma pesquisa exige cautela. O silêncio do brasileiro, esse sim, fala alto. Multiplique os dados oficiais por 0,70 e terá algo mais próximo da realidade moral do país.

A verdade — essa senhora maltratada por sentenças ideológicas — é que o STF não protege liberdades: administra-as conforme o humor do dia. A Corte que deveria garantir o direito de opinar passou a decidir o que é opinião e o que é crime. Pensar virou atividade de risco. Criticar, um ato subversivo. E discordar, quase heresia.

Mas que democracia é essa? A que prende quem fala e absolve quem rouba? A que censura jornalistas, cala parlamentares e reescreve a Constituição sem mandato? É a democracia dos iluminados, que se julgam intérpretes exclusivos da vontade popular — mesmo quando o povo já lhes virou as costas. Se a maioria tem vergonha da Corte, ela já não pode falar em nome da democracia. Apenas em nome de si.

Eles falam em república, mas vivem como monarcas. E não apenas monarcas — monarcas gourmet. Vinhos premiados, lagostas averbadas, férias em série, e uma superioridade moral que escorre pela beca como azeite trufado. Enquanto o cidadão espera anos por sua aposentadoria, a Corte resolve, em sete dias, descondenar o demiurgo de Garanhuns, com direito a absolvição por quem jamais o julgou. Ao mesmo tempo, apressa julgamentos para punir, com teatralidade, o adversário político da vez.

E julgavam o povo com mãos limpas de sangue, mas olhos sujos de poder.

Vocês lembram — ou preferem esquecer — daquela cena entre Luiz Roberto Barroso e Gilmar Mendes? Já faz alguns anos, mas a vergonha continua viva. Barroso, no auge da sua iluminação retórica, acusou: “Vossa Excelência envergonha esta Corte.” Vossa Excelência! (Risos.) E o que veio depois? Nada. Apenas o silêncio de quem sabe que a Corte inteira, ali, já estava desmoralizada. Confraria da toga preta.

Ali estava o retrato da decadência institucional: dois ministros duelando no plenário como se disputassem a última taça no coquetel do poder. Não era mais direito, era vaidade. Uma Corte em guerra consigo mesma, e o povo como espectador e réu.

Por isso escrevo com ironia. Porque só a ironia ainda é capaz de dizer a verdade neste país sem algemas. A ironia é o último recurso da lucidez num ambiente onde a lógica foi condenada por unanimidade. Ela não disfarça — revela. Como o espelho que escapa do controle de Narciso.

Enquanto isso, os togados vivem sua Nárnia tropical. São salários indecentes, benefícios obscenos, jantares privados com dinheiro público, blindagem perpétua. Pregam o “coletivo”, mas defendem privilégios com unhas e liminares. Falam em moral enquanto gozam, blindados, de uma obscenidade funcional. Essa Corte não julga — catequiza. Não interpreta a Constituição — a reescreve conforme a liturgia do momento.

E nós? Assistimos. Murmuramos. Às vezes ousamos discordar em voz baixa. Mas no fundo, sabemos: um povo que cala diante da injustiça, um povo que se curva ao tribunal dos deuses, não é inocente — transforma-se em cúmplice. Não por maldade, mas por medo. Medo que paralisa, que adormece, que torna a servidão confortável.

Não, eu não sou contra a Justiça. Sou contra esse simulacro, essa encenação melancólica, essa farsa solene onde o povo não tem voz, nem voto, nem vez. Um teatro de casta, onde os intérpretes se aplaudem e os críticos são calados pelo camburão da moral oficial.

58% dizem sentir vergonha? O Brasil inteiro já entendeu o teatro. Só falta levantar do banco e sair da plateia.

Ou será que já vivemos no Admirável Mundo Novo — e ainda não nos demos conta?

Ou reagimos como cidadãos, ou nos restará apenas rezar como súditos.


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O QUE VEM DEPOIS DA CENSURA - 27.06.25


Por Roderick Navarro,  político venezuelano exilado no Brasil desde 2017 por ordem de arresto do régime de Nicolás Maduro. 

 

Nos regimes autoritários, a censura não é um erro: é o primeiro tijolo de uma engrenagem construída para esmagar a dissidência. Onde há censura, há perseguição. Onde há perseguição, há tortura. Os tiranos, obcecados em se manter no poder, não se contentam em ocupar o trono: acreditam ser deuses. Proclamam-se justos, infalíveis, a voz do povo. Mas, para sustentar essa fantasia divina, precisam silenciar aqueles que gritam a verdade: que o rei está nu.

A censura precisa de executores. No Brasil, esse papel tem sido assumido, com frequência preocupante, por juízes e autoridades que se arrogam o poder de decidir o que é verdade e o que é mentira, o que é permitido e o que é perigoso. As instituições, que deveriam proteger os cidadãos, tornam-se instrumentos de repressão a serviço do poder. Um exemplo recente é a ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), em janeiro de 2025, que bloqueou as redes sociais da Revista Timeline — fundada pelos jornalistas Luís Ernesto Lacombe e Allan dos Santos — sem qualquer explicação pública clara. As contas da revista no X, Instagram e YouTube foram removidas. Lacombe denunciou o episódio como um ataque à democracia: “Por quê? Não disseram. Que bela democracia temos…”

Outro caso alarmante foi a cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli, também em janeiro de 2025, pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, após ela questionar o sistema eleitoral. Mais de 946 mil votos foram anulados. O senador Jorge Seiff classificou a decisão como uma “perseguição clara, óbvia e absurda” contra a direita. E esses não são casos isolados: o exílio do jornalista Oswaldo Eustáquio, perseguido por denunciar abusos de poder, e o bloqueio do X no Brasil em 2024 por ordem judicial — sob a acusação de permitir “desinformação” — são sinais de uma censura que já não choca: está se normalizando.

No início, silenciar alguns poucos é suficiente para intimidar muitos. Mas em sociedades onde ainda há quem ouse falar, a censura seletiva torna-se insuficiente. Então o regime avança: não cala apenas alguns, cala todos. No Brasil, vozes da resistência têm denunciado essa escalada autoritária, mas os tiranos possuem uma arma ainda mais eficiente do que a censura: a economia. Como advertiu o economista Roberto Campos, defensor do liberalismo e crítico feroz do autoritarismo: “A liberdade morre quando o Estado controla os meios de produção e as mentes.” Campos, que combateu a burocracia e o intervencionismo, alertou sobre o perigo de um Estado que sufoca a liberdade econômica para dominar a sociedade.

E é isso que vemos hoje: aumento dos gastos públicos, impostos sufocantes, desvalorização da moeda e obstáculos crescentes ao empreendedorismo. Quando as necessidades básicas — comida, moradia, segurança — estão ameaçadas, a liberdade de expressão vira luxo. O cidadão, exausto pela luta diária, esquece o dissidente preso.

A censura, no entanto, não é o fim, mas o meio. É a antessala da violência cruel e impiedosa. Uma vez desmobilizada a oposição, o regime avança para a perseguição em massa: um preso político torturado, um líder exilado, uma família encarcerada pelas ideias de um dissidente… No Brasil, a normalização dessas práticas representa uma ameaça concreta. Segundo o World Justice Project, em 2025 o país ocupava a 80ª posição entre 142 nações em imparcialidade judicial — à frente apenas da Venezuela. Quando a justiça se politiza, a censura não é um instrumento de “proteção institucional”: é uma arma contra os opositores.

Essa estratégia, herdeira das piores tradições leninistas, só pode ser derrotada pela força de um povo organizado. Uma cidadania ativa, disposta a apoiar líderes corajosos, pode frear a tirania. Mas se a censura avança, a economia colapsa e a resistência se fragmenta, o futuro será sombrio. Os líderes da oposição acabarão reduzidos a migalhas de poder ou, pior ainda, na prisão ou no exílio.

O Brasil está diante de uma encruzilhada. A censura não é apenas um ataque à imprensa ou aos políticos da oposição: é um ataque a toda a sociedade. As forças políticas — dos partidos aos movimentos civis — não podem cruzar os braços nem assistir, passivamente, ao povo se degradar enquanto fecham “acordos”. Tiranos gostam de escrever o desfecho das histórias. Resta torcer para que, desta vez, não o façam com o sangue dos brasileiros.


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A USINA DO TERROR E A USINA DA MENTIRA - 23.06.225


Por Alex Pipkin

 

Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal.” – Isaías 5:20

 

O século XXI pode vir a ser lembrado pelo dia em que duas usinas colapsaram ao mesmo tempo. Uma, feita de concreto, urânio e ódio; a outra, feita de palavras, cinismo e distorção moral.
A usina do terror, no Irã. E a usina da mentira, no Brasil.
Na noite de 21 de junho de 2025, o mundo assistiu ao colapso simbólico da principal usina do terror contemporâneo.
Em uma operação militar precisa e decisiva, os Estados Unidos — com apoio estratégico de Israel — pulverizaram as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Esfahan, centros do programa bélico do regime dos aiatolás. O que veio abaixo não foi apenas concreto armado. Foi o eixo de sustentação de uma teocracia que, por décadas, financiou milícias, ameaçou Israel com a extinção e transformou o terrorismo em diplomacia paralela.
O que se desintegrou sob toneladas de precisão foi mais do que urânio enriquecido. Foi, de fato, a retórica apocalíptica da chantagem teológica.
O Ocidente deixou de se desculpar por existir. Passou a agir.
Israel, cansado de viver na defensiva, tornou-se protagonista de uma nova doutrina: a intolerância à intolerância.
Foi um ponto de inflexão histórico.
Uma virada geopolítica, mas, acima de tudo, moral.
Com os túneis de Natanz em colapso e a cúpula do regime humilhada, a juventude iraniana voltou os olhos para o alto. Pela primeira vez em muito tempo, enxergou os clérigos como frágeis. O medo começou a dar lugar à raiva. O silêncio, à esperança.
Mas enquanto o terror trepidava, no Brasil, a mentira peçonhenta persistia.
E onde há mentira organizada, há também uma usina — a da narrativa ideológica, sustentada por militantes disfarçados de jornalistas.
Na véspera do ataque — 20 de junho —, no programa Em Pauta da GloboNews, a jornalista Eliane Cantanhêde protagonizou um dos episódios mais repulsivos do jornalismo nacional recente. Comentando os ataques iranianos contra Israel, proferiu: “Por que os mísseis do Irã caem em Israel e não matam ninguém? Tem uma mortezinha aqui, outra ali. Uns 23 feridos aqui, 40 ali. Feridos! Eu não consigo entender por que o Irã atinge o alvo e não mata ninguém” (risos negros da “jornalista”).
“Mortezinhas”…
Assim, com essa palavra cruel, transformou o sofrimento de civis em deboche.
Foi mais do que desumanidade. Foi militância cínica.
Não se tratava de equívoco, mas de postura.
Um escárnio proferido com naturalidade, dentro da bolha ideológica onde a vida vale menos quando a vítima veste o uniforme errado.
Essa fala é inaceitável.
Não apenas para a comunidade judaica — mas para qualquer ser humano com consciência moral.
A dor não tem ideologia. A vida não tem partido.
Mas para alguns, a morte tem lado. E a empatia tem seletividade.
No Brasil ideológico, a usina da mentira opera a todo vapor: relativiza o terror, distorce os fatos e escolhe o algoz como vítima.
Enquanto as ogivas iranianas silenciavam a paz, a imprensa lulopetista silenciava a verdade.
O ataque a Teerã desativou reatores e revelou cúmplices morais.
Enquanto os aliados cortavam o suprimento de urânio ao terror, aqui seguíamos fornecendo álibis narrativos ao fanatismo ideológico.
A verdadeira batalha não é apenas entre potências.
É entre civilização e barbárie.
Entre a verdade objetiva e a mentira militante.
Entre a ação que salva vidas e a palavra que as despreza.
O regime dos aiatolás tremeu.
Sua aura se esfarelou.
E o mundo, por fim, reagiu.
Essa noite será lembrada como o dia em que o terror começou a cair. O Irã é o eixo central do terror, do ódio, e da instabilidade no Oriente Médio.
E também como o dia em que parte da imprensa mostrou seu verdadeiro papel:
o de cúmplice elegante da barbárie travestida de causa.
Mas nenhuma mentira sobrevive à verdade em chamas.
E nenhuma “mortezinha” será esquecida quando proferida com riso, por quem deveria defender a vida.
Porque a verdade, mesmo perseguida, explode.
E quando explode, ilumina o mundo e queima os que vivem nas sombras da covardia moral.

 

Alex Pipkin, PhD em Administração
Consultor de empresas - e opinador compulsivo.


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