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03 out 2007

AS ATITUDES DE FEIJÓ


CHE

O meu assunto de hoje deveria discorrer sobre a excelente matéria publicada pela revista Veja, que está tratando da vida do guerrilheiro sanguinário Che Guevara. Mas, considerando a importância do Pacote Fiscal enviado pelo Governo do RS à Assembléia Legislativa, o qual precisa de comentários urgentes, deixo o assunto Che-Bandido para amanhã.

ATITUDES FIRMES

Depois de eleito, o vice-governador do RS, Paulo Afonso Feijó, por vários meses foi bastante criticado por grande parte da imprensa gaúcha. Muitas vezes, pelas suas atitudes firmes e intransigentes, teve até sua imagem usada por chargistas com motivos de desconsideração e chacota. Tudo porque Feijó se mostrava sempre aberto, claro, franco e sincero. Principalmente quando o assunto era aumento de impostos.

RETIRO

A impressão que foi passada à sociedade, pela imprensa, sugeria que todos adorariam que o RS tivesse uma carga maior de ICMS. Feijó, poucos meses depois de derrotada a tentativa de aumento dos impostos (final de 2006), percebendo a interpretação que estavam dando às suas atitudes se recolheu. Fez um retiro passando a dar menos entrevistas.

MUDOS

Muitos empresários, que precisavam apoiar Paulo Feijó com forte determinação e vigor, para tentar manter alguma competitividade, por incrível que pareça não o fizeram com firmeza. Talvez, por discordarem da forma muito dura com que Feijó atuava, ficaram mudos.

VILÃO

Os consumidores, por sua vez, que deveriam sair em passeatas prestigiando o vice-governador, para que pudessem vir a comprar mais produtos e serviços com menos impostos, também não atuaram. Passa uma idéia de que estariam mais satisfeitos caso Feijó tivesse sido derrotado. Incrível, não? Pois é. Este foi o papel que a imprensa conseguiu com suas reportagens: transformar Feijó em vilão.

MEU APOIO

Volto a afirmar que continuo apoiando e parabenizando a governadora Yeda Crusius pelos importantes esforços que vem fazendo para alguma recuperação deste falido Estado do RS. Porém, muito, mas muito antes de apoiar qualquer aumento de impostos, preciso ver esgotadas todas as formas possíveis e imaginárias de redução de custos do Estado do RS.

LOTAR O PLENÁRIO

Que sejam, em primeiro lugar, aprovadas todas as medidas que venham a desonerar dramática e radicalmente as contas públicas. Todas as formas, enfim, que permitam a volta do sentimento de orgulho de ser gaúcho. Do jeito que as coisas estão, de sã consciência ninguém pode ter tal sentimento. A não ser os privilegiados que nunca são ameaçados.

CONVOCAÇÃO

Se alguém ainda quiser ver o RS um pouco mais perto de ser um Estado bem sucedido, que siga os passos de Paulo Feijó. Caso contrário os protestos e reuniões contra o aumento da carga tributária continuarão a ser feitos só dentro dos gabinetes. E aí, como se sabe, não funciona. Precisamos, todos aqueles que não querem mais impostos, lotar o plenário da Assembléia. Eu vou.

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02 out 2007

ESTADO PAQUIDÉRMICO


BORDOADAS

Toda vez que escrevo sobre a imperiosa necessidade que temos em diminuir o tamanho do Estado Paquidérmico (União, Estados e Municípios), cujos resultados seriam altamente benéficos para toda a sociedade, mais recebo bordoadas, de vários lados. Mesmo que trate do assunto didaticamente, e sempre com cuidado, nunca faltam os plantonistas que vivem da existência de bens de propriedade estatal.

RESULTADO DESASTROSO

Ainda são muito poucos aqueles já convencidos de que para fazer a manutenção de qualquer patrimônio, público ou privado, é necessário fazer desembolsos. E quando o patrimônio é público, onde a escolha dos administradores nunca é feita por méritos ou por competência, mas por pessoas vinculadas aos partidos que apóiam os governos, o resultado, via de regra, é desastroso.

ARGUMENTOS

Ao apontar esta simples questão, em princípio já se imaginaria como desnecessário mais argumentos para uma diminuição patrimonial estatal. Exemplos de empresas que deixaram de ser estatais não faltam para conferir esta realidade. E mesmo assim o número de pessoas que não admitem o enxugamento de despesas não diminui.

CONTRASTE

É curioso e intrigante que a comprovada incompetência demonstrada pelos políticos-dirigentes da maioria das estatais, contrasta com a magnífica competência que os mesmos têm para convencer a opinião pública sobre a necessidade de manter empresas públicas deficitárias.

IMPOSTOS

Ora, para impedir que o enorme contingente de bens que formam o patrimônio público deficitário seja vendido, a saída encontrada para o financiamento dos prejuízos, e da má administração dos bens, está sempre na simples elevação de impostos.

AO CONTRÁRIO

Ou seja, ao invés de admitir a venda daquilo que ainda tem algum valor de mercado, e que pode se transformar em um bom negócio que venha a pagar impostos ao Caixa do Tesouro, faz-se exatamente o contrário: paga-se o prejuízo com novos e crescentes impostos.

ESCLARECIMENTO

Na medida em que venho tentando esclarecer, com o máximo de lógica esta realidade, ainda sou acusado de neoliberal e outras bobagens mais. Desde 1986, quando entrei para a área da comunicação, tenho pregado por atitudes que melhorem a vida da sociedade. Em nenhum momento defendi idéias que pudessem prejudicar o povo que paga impostos.

LIBERAL

Tampouco, em algum momento, defendi idéias com o objetivo de obter proveito individual próprio. Em sintese, a única coisa que fiz e vou continuar fazendo é tentar mostrar que as idéias liberais são as mais honestas, decentes, estimuladoras. E menos onerosas para todos.

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01 out 2007

EMPURRANDO COM A BARRIGA


FALIDO

Ninguém neste mundo pode negar que o Estado do RS está falido. E o pior é que a terrível crise , ao invés de contribuir para um BASTA GERAL E DEFINITIVO na gastança fantástica do dinheiro que é arrecadado com impostos, já afetou, de forma irreversível, as cabeças dos gaúchos. A ponto de impedir que os governantes tomem atitudes capazes de ainda salvar alguma coisa.

PACOTE INFRUTÍFERO

O Pacote fiscal preparado pelo Executivo, que está sendo encaminhado à Assembléia Legislativa do RS, não dá, por exemplo, uma nova vida aos gaúchos. Não cria esperanças de solução das contas públicas. Cria, isto sim, a viabilidade de só continuar pagando a folha dos servidores no ano de 2008. O resto fica como está, ou seja, não melhora coisa alguma.

POVO IDIOTIZADO

E mesmo que as propostas não sejam radicais como deveriam ser, muita gente ainda se mostra contrariada com o governo como se ele estivesse sendo muito maldoso. Imaginem se as decisões fossem para resolver o problema do Estado. Aí, o povo bastante idiotizado já teria mandado os governantes para fora do país.

ESPANCADO

Alguns habitantes perpétuos de certos poderes constituídos continuam absolutamente convencidos de que dinheiro dá em árvores ou nos rios. E quando informados de que isto não existe sugerem que os cidadãos comuns tratem de conseguir os recursos. Mesmo que não tenham mais de onde tirar. E quando alguém grita dizendo que governos não foram feitos para pagar aposentadorias, que devem ser custeadas exclusivamente por planos de previdência, este alguém é espancado até mudar de idéia.

FANTASMA

Continuando assim, o RS vai virar um Estado Fantasma. As empresas vão cair fora e os cidadãos vão precisar viver na informalidade. Tanto para produzir quanto para consumir. E os desocupados deverão preencher o seu longo tempo em frente das TVs, quando assistirão o quanto outros lugares são mais prósperos e mais atraentes.

PERDA IRREPARÁVEL

Assim como se comemoram nascimentos e vidas bem sucedidas, também são registradas datas de falecimentos ou de catástrofes. Principalmente aquelas que jamais devem ser esquecidas. É por isto que devemos lembrar a passagem de mais um aniversário da dolorosa perda da fábrica da Ford, do RS.

MISSA

Não fosse a enorme estupidez e a irresponsabilidade do governo petista gaúcho, cuja administração foi regada a ódio e pautada pela expulsão de todo o tipo de investimento que poderia escrever uma história fantástica de sucesso para o RS, poderíamos estar em melhor situação. Fica aí, pois, a lembrança fatídica do falecimento daquele projeto, cujo efeito sempre pode contribuir para abrir algumas cabeças por aqui. Valeria uma missa bem rezada.

NÚMEROS ESPETACULARES

Se já é muito doloroso para os gaúchos relembrar tudo o que foi perdido com a expulsão da Ford do RS, pior sentimento quando observados os maravilhosos números apresentados pela montadora localizada na Bahia. É de perder o sono, a paciência e o rumo. Os veículos produzidos em Camaçari não param de bater recordes. Ainda choro, todos os dias, pela perda incrível que tanta falta faz à economia gaúcha.

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28 set 2007

DEMOCRACIAS


MELHOR

Desde sempre me acostumei a ouvir que a democracia tem muitos defeitos, mas ainda assim é o melhor de todos os demais regimes. Isto, naturalmente, soa bem nos nossos ouvidos. Porém, é preciso comparar as muitas formas de democracias adotadas pelos mais diversos paises que fazem parte da ONU.

ARMADILHA

A democracia que está em vigor aqui no Brasil, por exemplo, infelizmente não é nada satisfatória. A vontade do povo só é emanada na hora do voto, nas urnas. Depois, mesmo que fique evidente um montão de mentiras e escândalos promovidos pelos eleitos, aos eleitores só resta esperar as próximas eleições para voltar a cair na mesma armadilha.

INTACTOS

Uma prova de que vivemos numa democracia frágil são os privilégios concedidos às castas que tomaram o lugar da velha nobreza do período imperial. Apesar de serem atitudes e direitos condenados constantemente pela maioria da sociedade, não há santo que exorcize o mal. Entra ano e sai ano os privilégios, cada vez mais dispendiosos, permanecem intactos.

DITADURA DAS AUTORIDADES

Só isto já identifica que vivemos numa democracia indecente. E, se forem observados os comportamentos de todos os ocupantes dos - poderes independentes ?, vamos concluir, com todas as letras, que vivemos numa ditadura completa. A ditadura das autoridades. A maior parte daquilo que é aprovado é muito mais de interesse da classe.

SECRETÁRIOS DAS DESPESAS

No nosso regime democrático, sem qualquer ponta de desabafo, não há o mínimo de justiça, bom senso e decência. Ao povo, que deveria decidir o que quer e como quer, só cabe pagar a conta. Contas criadas e sempre aumentadas, em benefício dos verdadeiros Secretários das Despesas Federal, Estadual e Municipal.

APOIO IRRESTRITO

Leiam abaixo o incrível manifesto de governadores, prefeitos, parlamentares e dirigentes políticos, em apoio à entrada da Venezuela no Mercosul. O referido manifesto foi entregue aos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez durante encontro dos dois em Manaus, no último dia 20. Uma pérola, sem dúvida:

MANIFESTO

Manaus, 20 de setembro de 2007 Exmos. Srs. Presidente Luiz Inácio Lula da silva Presidente Hugo Chávez Frias Por ocasião de vosso encontro na cidade de Manaus, nós, governadores, parlamentares e lideranças políticas do Brasil, em especial da região Norte e Nordeste, queremos vir a público manifestar nosso apoio ao imediato ingresso da Venezuela ao Mercosul. Consideramos que a economia brasileira da região tem uma enorme vocação de complementariedade com a economia venezuelana, que poderá se potencializar com sua integração ao bloco de mercado comum do Mercosul. Consideramos também que sua integração oportunizará inúmeros outros projetos entre nossos povos, nos âmbitos sociais, culturais e políticos. Atenciosamente, Ana Julia, governadora do Estado do Pará.Jackson Lago, governador do Estado do MaranhãoEduardo Campos, governador do Estado de PernambucoCid Gomes, governador do Estado do CearáCarlos Lupi, ministro do Trabalho e presidente do PDTManoel Costa, secretário de Reforma agrária do governo de Minas Gerais.João Capibaribe, ex-governador do AmapáLuizianne Lins, prefeita de FortalezaJoão Paulo, prefeito de RecifeRoberto Amaral, vice-presidente do PSBManoel Dias, secretário-geral do PDTJose Carlos de Assis, Diretório Nacional do PRRenato Rabelo, presidente do PCdoBInácio Arruda, senador (PCdoB-CE)João Pedro, senador (PT-AM)Siba Machado, senador (PT-AC)Jose Nery, senador (Psol-PA)Jackson Barreto, deputado (PMDB-SE)Iran Barbosa, deputado (PT-SE)Vanessa Grazziotin, deputada (PCdoB-AM)Valter Pomar, secretário de Relações Internacionais do PT

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27 set 2007

A INTRANSIGÊNCIA


ORÇAMENTO 2008

Os assinantes que não vivem no RS, os quais já representam uma parte expressiva de leitores do

INUSITADO

O que assusta nesta estúpida decisão e na estúpida intransigência é que, para o Poder Judiciário não interessa se há ou não recursos para atender as atuais despesas. O inusitado é que o tal poder simplesmente exige a sua parte sem dar a mínima para a fonte dos recursos.

EXEMPLO DA QUESTÃO

Tal qual um filho que vive de mesada do seu pai e, ao receber a notícia de que o mesmo foi despedido do emprego e está sem qualquer tipo de renda para as despesas com a família, simplesmente ignora o problema exigindo que a sua mesada deve ser paga de qualquer forma.

QUEDA DE BRAÇO

Chamo a atenção que, a persistir este tipo de comportamento nojento, caberá à sociedade também adotar procedimento idêntico: ser, da mesma forma, intransigente. Deve deixar de pagar impostos e agir contra aqueles que não querem compreender a realidade. A situação, se não é boa, está ótima para que uma queda de braço possa mostrar quem tem mais força.

SITUAÇÃO INTERESSANTE

É muito importante observar que brasileiros estão vivendo uma situação interessante: até poucos anos atrás o povo pouco sabia das grossas safadezas praticadas no setor público. Diante do desconhecimento geral das falcatruas, não tinha como nem porquê reagir.

SEM REAÇÃO

Nos dias de hoje, com a ajuda de imprensa, estão muito evidentes, claros e transparentes os inúmeros rombos praticados por vários políticos e governantes, nos seus mais diversos níveis. E, pasmem, mesmo sabendo de tudo ninguém reage.

O NOSSO LADO COVARDE

Diante desta dolorosa realidade uma coisa, porém, ficou provada. A nossa coragem estava só no grito e não nas atitudes. A sociedade dizia que, se algum roubo do nosso dinheiro fosse descoberto, nós partiríamos para cima dos safados.Agora que tudo está mais do que provado estamos engolindo as nossas próprias palavras. Sem as atitudes repressoras só nos resta lamentar esta farta transparência dos fatos, pois ela só acabou mostrando o nosso lado covarde.

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26 set 2007

BRASIL: A BOLA DA VEZ DOS INVESTIDORES


RECURSOS IMPORTANTES

Com tantas coisas deploráveis que nós estamos deixando acontecer no nosso país, o fato é que os investidores internacionais estão enviando volumosos recursos para o Brasil. E isto está acontecendo sem que tenhamos conquistado ainda a tão esperada e importante graduação de investimento denominada - Investment Grade -.

CUSTOS MENORES

Quando isto acontecer, os recursos que continuam sendo aportados, e até chegam a impressionar pelos volumes atingidos, deverão mais do que triplicar. E, naturalmente, com custos bem menores, diga-se de passagem.

TAPA EM CEGO

Mesmo que os nossos governantes não gozem de qualquer credibilidade e nada fazem para mudar de forma definitiva a fotografia do país, os investidores ainda assim continuam apostando no Brasil. Imaginem se as garantias exigidas e o necessário marco regulatório já estivessem andando. Aí seria como dar tapa em cego (estes que me perdoem pela simbologia).

RISCO

Tudo aquilo que grandes fundos de investimentos externos estão destinando a países emergentes, e por conseguinte mais arriscados, já se mostra exuberante. Mas tudo devidamente explicado pela fantástica liquidez financeira mundial. Agora tentem imaginar, no mesmo quadro de liquidez atual, os volumes de dinheiro que serão destinados ao Brasil a partir do Investment Grade.

ATROPELO

Gente: o que pode se esperar é uma verdadeira loucura. É possível até que, no atropelo, mesmo sem a existência de um marco regulatório definido, ainda assim muito dinheiro acabará sendo enviado para projetos que possam financiar a nossa decadente e indecente infra-estrutura.

CRÉDITO

Já no cenário interno do Brasil também há espaço para euforia. Pelo menos enquanto perdurar a fantástica expansão do crédito, que já alcançou o percentual expressivo de 33% do PIB, ou seja, R$ 800 bilhões. É lógico que o crédito até pode crescer mais, mas chegará um momento que só o aumento da renda poderá justificar tal expansão. Se ela não acontecer como deve a quebradeira será geral e inevitável. Com a roupa da inadimplência.

EVITAR O COLAPSO

Exatamente por isto, até para aqueles que só aceitam ler e ouvir boas notícias, o negócio é pressionar cada vez mais por reformas. Reformas que produzam o efeito magnífico do crescimento e da renda. Caso contrário, ao invés de euforia teremos o colapso. Isto precisa ficar bem claro.Enfim, se o governo brasileiro quiser promover de fato um crescimento duradouro, precisará admitir de forma consciente e definitiva, que a melhor contribuição para que a euforia se mantenha por muitos anos, é a redução da carga de impostos. Que é a grande causa de todos os males deste ainda pobre país.

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