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14 dez 2009

BOLA NA CAÇAPA?


SITUAÇÃO FISCAL

Pelo visto não é só o Ponto Crítico que vem fazendo advertências sobre a gastança que vem sendo promovida pelo governo Lula. A agência de classificação de risco Standard & Poors, ao renovar o grau de investimento para o Brasil, na semana passada, também fez menção à situação fiscal do País.

GASTOS PÚBLICOS

Mesmo considerando a perspectiva de que a evolução da dívida brasileira ainda se mantenha estável por algum tempo, a agência alertou para o risco de que os gastos públicos continuem a aumentar no próximo ano.

OPORTUNIDADE

Embora diga que é preocupante o quadro fiscal do Brasil no médio prazo, a S & P fez questão de destacar que a recuperação econômica representa uma oportunidade de melhoria da gestão das contas públicas em 2010. Isso porque a arrecadação aumentará e os juros, que foram reduzidos para estimular a economia durante a crise financeira, permanecerão baixos por algum tempo, ajudando a reduzir a dívida.

POR ANALOGIA

Se já estamos convencidos de que 2010 será um ano de forte crescimento econômico, por uma questão de analogia, e, principalmente, por índole, tornamos os sucessos pouco duradouros. Até hoje, infelizmente, não aprendemos a controlar o ímpeto da gastança, que poderia prolongar o período de fartura.

NA CAÇAPA

Como o Brasil, em 2009, foi chamado de Bola da Vez, o maior risco que corremos é que, em 2010, esta elevação brutal dos gastos públicos acabe se revelando com um poderoso taco que levará a Bola da Vez à caçapa, dando o jogo por encerrado.

SENTIDO INVERSO

Chamo atenção, mais uma vez, de que sem boas reformas na Constituição o Brasil vai patinar. E neste aspecto o ano de 2010 inicia nada próspero. Basta observar que a única reforma em andamento, com grandes chances de ser aprovada, é a Trabalhista. Com um detalhe: no sentido totalmente inverso do que o Brasil necessita.

VAMOS COMEMORAR?

Urdida no meio sindicalista (com força total neste governo), a encrenca começa com a quase certa redução da carga horária de 44 para 40 horas semanais. Sem perda relativa de salários. Vamos comemorar? Que tal?

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11 dez 2009

BESTEIROL PIBIANO


PAGODE

O ministro Guido Mantega é mesmo um pagode. Pela incrível capacidade que tem para dizer bobagens, só não ganha mais fama porque os profissionais da imprensa sabem muito pouco de economia. Daí, a razão pela qual não conseguem captar o farto besteirol que sai da boca do ministro.

PIBÃO E PIBINHO

Ontem, quando o ministro Mantega divulgava o PIB do 3º trimestre de 2009, que apresentou alta de 1,3% em relação ao 2º trimestre, fez uma confusão absurda. Ao explicar que ficou abaixo dos 2% previstos inicialmente, o ministro disse que ainda era um PIBÃO, se comparado com o PIBINHO da União Européia, que mostrou crescimento de pífios 0,4%. Uma bobagem gigantesca.

OS NÚMEROS

Para quem não sabe, em 2008 o PIBINHO da União Européia ficou acima de U$ 14 trilhões. E o nosso PIBÃO foi de U$ 1,8 bilhão. Ou seja: nosso PIBÃO não passa de 12% do PIB europeu. E mesmo assim o ministro trapalhão diz que a UE é dona de um PIBINHO. Pode?

RENDA PER-CAPITA

A renda per-capita da UE, em 2008, foi de U$ 32 mil, enquanto a nossa foi de U$ 9.500. Que tal? O curioso nisso tudo é que Mantega ainda consegue se sair melhor que os comunicadores de suas besteiras. Por não contestarem os absurdos que o homem diz, muitos profissionais da imprensa têm se revelado como verdadeiros analfabetos funcionais.

PAÍS DO (MAU) JEITINHO

A Lei de Responsabilidade Fiscal foi um dos instrumentos mais importantes para que o Brasil ganhasse maior credibilidade. Nacional e internacional. Junto com as medidas de ordem financeira e econômica, a LRF também contribuiu bastante para a conquista do cobiçado Investment Grade, que deu visibilidade ao país no mercado financeiro mundial.

BESTEIRAS

Como os governos têm uma capacidade ilimitada para fazer besteiras e criar impostos, os nossos senadores já conseguiram aprovar um projeto, na Comissão de Assuntos Econômicos, que visa uma flexibilização da LRF. Entenda-se que flexibilizar significa tão somente afrouxar o cumprimento da lei.

ÁGUA ABAIXO

Como se vê, tudo aquilo que conquistamos, a duras penas, de que só pode haver despesa desde que haja uma fonte de receita, está indo por água abaixo. Não demora e os Estados e municípios também ficarão liberados para emitir moedas, através de títulos de crédito. Este é, enfim, o país do momento. A bola (de neve) da Vez.

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10 dez 2009

SESSENTA ANOS DE QUEDA


FRASES DE EFEITO

Aqueles que tiveram acesso ao Balanço de 2009 e Perspectivas para 2010, apresentado pela FIERGS nesta semana, antes de tudo precisam olhar o estudo com atenção para não ficar repetindo as mesmas frases de efeito que foram apresentadas na coletiva de imprensa.

JUSTIFICATIVAS INEXISTENTES

O fato é que entra ano e sai ano e o Estado do RS continua mostrando que cresce cada vez menos, na comparação com o Brasil. O curioso é que as explicações encontradas nunca são lógicas. Tampouco verdadeiras. E, as lideranças empresariais, quando indagadas a respeito, apontam justificativas inexistentes.

A HISTÓRIA REVELA TUDO

Quem estiver disposto a saber a verdade, que comece pela história: na década de 40, o RS tinha uma participação relativa de 10,2% do PIB nacional. De lá para cá esta participação só vem caindo. Ano após ano. Hoje, a participação do RS na economia brasileira é de pouco mais do que 6%.

A QUESTÃO É OUTRA

Ora, se ao longo dos últimos 60 anos a queda foi uma constante, não há como admitir a existência de um fenômeno recente para explicar um crescimento menor do que o Brasil, no ano de 2009. A questão, portanto, é bem outra. Entenda:

SAGA NEGATIVA

Ao longo desses anos de perda relativa do PIB, cada governante tratou de fazer a sua parte na trajetória que resultou nesta confirmada paralisia da economia do RS. Na década de 90, o governo Britto até que tentou interromper a saga negativa, mas acabou sucumbindo quando o povo gaúcho elegeu o desgovernado Olívio Dutra. Dotado de um incrível espírito arrasa-quarteirão, o petista simplesmente liquidou com as pretensões de crescimento que se desenhavam para o Estado, coisa que ainda será comentada por muitas décadas.

CONTENDO A QUEDA

No atual governo, ao menos já há algo a ser comemorado. É o caso das novas economias, representadas pelos Pólos: Naval (região sul), Leiteiro (noroeste), Silvícola (centro-sul) e de Alta Tecnologia (região central). Embora importantes, no curto prazo não têm condições de melhorar a tal participação relativa. No máximo a queda poderá ser contida.

CHAVÕES DO PASSADO

Dizer que o RS é um Estado exportador, coisa que por tabela faz o dólar baixo de vilão, também já virou um péssimo chavão gaúcho. Idêntico aquele que os Estados do nordeste usaram, por muitos anos, com relação à seca. Hoje, como se sabe, o Nordeste não fala mais em seca. Todos eles aproveitaram os benefícios da guerra fiscal e receberam grandes investimentos. Um acerto estratégico, portanto.

O INCONTESTÁVEL

Enquanto isso acontecia por lá, o RS, passava a ser (mal) administrado pelo PT, com objetivos claros:1- de expulsar os investimentos que já haviam sido confirmados; 2- não dar a mínima chance para novos investimentos que tinham interesse no RS; 3- acabar com incentivos que o governo Britto concedeu. Isto basta para explicar a aceleração constante da perda relativa. Alguém contesta?

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09 dez 2009

UNANIMIDADE MUNDIAL


PREVISÕES CONSISTENTES

Não há um estudo econômico sequer, em todo mundo, que não aponte para um crescimento de, no mínimo, 4,5% para o PIB brasileiro em 2010. Mesmo assim são poucos os que admitem números tão tímidos. A maioria dos analistas fazem previsões que chegam a 6,2% de crescimento.

CERTIFICADO DE GARANTIA

Esta confiança mundial, que mais parece um Certificado de Garantia de ótimo desempenho para o Ano Novo, foi conquistada ao longo do segundo semestre de 2009, quando o Brasil ganhou fama de país do momento, de bola da vez.

ABDICAMOS DE 10%

Se o crescimento robusto para o PIB já está garantido para 2010, fato que será muito festejado na noite do Réveillon, é preciso que todos tenham em mente uma outra certeza incontestável: estamos abdicando de uma taxa de crescimento de, no mínimo, 10%, caso o governo tivesse feito, meramente, as reformas da Previdência e a Fiscal.

NO ESTILO

Estou absolutamente convencido de que pouca gente vai dar importância para este comentário. Será considerado como FORA DE HORA, INCONVENIENTE, etc. Afinal, quando a economia vai bem, o que todos querem é comemorar o bom momento. Não é a hora de falar em reformas, certo? Bem no estilo: Em time que está ganhando não se mexe.

PRAZO MÉDIO

No entanto, só para não passar por omisso deixo registrado que, ao invés de nos prepararmos para comemorar décadas de crescimento vigoroso, estamos muito felizes por ter um ou dois anos de crescimento razoável. Aliás, este é o prazo médio da maioria dos Certificados de Garantia, não?

INFRA-ESTRUTURA

Como todos os governos sempre foram péssimos para administrar a Previdência Social, por exemplo, que se transformou numa poderosa fábrica de rombos, nada mais óbvio de que farão o mesmo com a economia do país. A prova disso está estampada na falta de infra-estrutura, que impede maior crescimento.

COMPETITIVIDADE DENTRO DE CASA

Ah, não posso esquecer de um detalhe que julgo importante: muitas empresas estão investindo grandes somas para atingir altos índices de produtividade e competitividade. Quando seus produtos saem da fábrica, e esbarram na péssima infra-estrutura e no excesso de burocracia, percebem que a suada competitividade foi totalmente para o brejo. Resultado: a culpa é o real valorizado.

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08 dez 2009

PUXANDO PARA BAIXO


ALÉM DA IMAGINAÇÃO

Se a rivalidade futebolística é um fato que ocorre em todos os cantos do planeta, no RS ela simplesmente extrapola. Melhor: não tem limite. Vai muito, mas muito além daquilo que só a imaginação, em condições normais, teria alguma possibilidade de explicar.

DOENÇA INCURÁVEL

O espírito de secação, e separação, que está impregnado de forma definitiva na mente do povo gaúcho, viraram uma marca impossível de ser removida. Alguns estudos mais aprofundados informam que a doença, totalmente incurável, se disseminou a partir do início da Guerra dos Farrapos, em 1835.

NA BANDEIRA

Para que se tenha idéia do quanto é efetivo e real esse espírito separatista dos gaúchos, basta olhar a bandeira do RS: ela tem (e mantém) uma tarja oblíqua, de cor vermelha, colocada sobre as barras verde e amarela. A tarja, por ocasião da Revolução Farroupilha, foi o símbolo usado pelos Farrapos para afirmar o espírito separatista.

RIVALIDADE DESTRUIDORA

Muita gente que não vive no RS fica impressionada com a extraordinária rivalidade existente entre os aficcionados do Inter e do Grêmio. Imaginam que, mesmo sendo absurda e extravagante, é algo que se restringe somente ao futebol. Pois é aí que mostram o quanto desconhecem a realidade do Estado do RS.

COISA MUITO ANTIGA

Se os principais clubes de futebol do RS têm pouco mais de um século de existência, o separatismo é bem mais antigo. Porém, como o futebol passou a ser um assunto dominante no dia a dia dos gaúchos, muita gente ainda pensa que só ali impera a inveja e o separatismo. Engano puro.

COMO CARANGUEJOS

Se alguns ainda se iludem, outros nem tanto. Tanto é verdade que muita gente já identifica o comportamento dos gaúchos comparando com alguns caranguejos colocados dentro de um balde: quando, por ventura, um dos crustáceos se esforça para dar o fora do recipiente, os demais tratam de puxá-lo, imediatamente, para baixo. Ou seja: ninguém pode se dar bem no RS.

QUASE DOIS SÉCULOS

Se por uma lado isto é lamentável, por outro não deixa de ser uma realidade. Pior ainda é que este comportamento e esta reputação não tem como mudar. A missão é impossível, pois a cultura já tem quase dois séculos.

LUCRO DO PARCEIRO

Para quem ainda não foi atacado pelo vírus da inveja e do mal olhado gaúcho, o melhor conselho que se pode dar é o seguinte: caia fora o quanto antes do RS. Trate de ficar bem longe desse campo minado para evitar a contaminação da grave doença.Para finalizar: o RS é o único lugar deste mundo em que o mais importante, numa eventual operação comercial, é saber quanto o parceiro vai lucrar.

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07 dez 2009

O FUTEBOL AQUI É UMA GUERRA


MAIS IMPORTANTE

Embora sabido e reconhecido que o futebol é a atividade mais importante para os brasileiros, tudo aquilo que se viu ontem, na bela Curitiba, no encerramento do Brasileirão 2009, confirma esta realidade de forma indiscutível.

VIOLÊNCIA CRESCENTE

O lamentável comportamento mostrado por boa parte de aficcionados do Coritiba, que a imprensa insiste em chamar, equivocamente, de torcedores, não pode ser considerado um mero caso isolado no meio futebolístico. Esta praga já virou uma rotina, gente. Com uma diferença: a violência é crescente.

APOIADORES

Os times de futebol não têm torcedores. Têm, isto sim, apoiadores. Sócios e não sócios que, na razão direta do tamanho da paixão devotada à seus clubes, manifestam vibrações de alegria ou tristeza conforme os resultados colhidos a cada jogo ou a longo de um certame.

ROTINA

As maiores brigas, geralmente, acontecem quando os resultados de campo são negativos. Não é uma regra, mas é o mais costumeiro. Com muitos culpados, certamente. Culpados que jamais são punidos como deveriam. Daí, portanto, a rotina dos confrontos que acontecem nos estádios e fora deles.

GUERRAS

A imprensa esportiva, nos inúmeros debates e reportagens que ocupam todos os espaços das programações diárias, não faz outra coisa senão estimular os confrontos como se fossem guerras. E as agências de publicidade, engajadas no mesmo espírito, fermentam o procedimento.

COMERCIAL DE TV

Vejam, por exemplo, o que o comercial da Brahma, com vistas à Copa do Mundo, que está sendo veiculado nas redes de TV: as imagens mostram os atletas das seleções como guerreiros, típicos da Idade Média, prontos para uma guerra campal. Aparece, inclusive, o Luis Fabiano fazendo gestos chamando os adversários para a batalha.

ENFURECIDOS

Além disso mostra, também, assistentes, vestidos com a camisa da seleção brasileira, totalmente enfurecidos, como se estivessem dispostos a entrar em campo para decidir no pau. Ora, com gente desmiolada e com educação inexistente ou restrita, tudo isto soa como uma convocação. Convocação para a guerra, gente. E o curioso é que, tão logo o embate acontece, a imprensa como um todo deplora o comportamento. Como assim?

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