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30 mar 2009

A HISTÓRIA NÃO MENTE


MEDO DE ARRISCAR

Historicamente, nas várias oportunidades que o mundo resolveu trilhar novos rumos, motivados pelas mudanças globais necessárias, o Brasil nunca quis arriscar. Nossos governantes agiram assim, lamentavelmente, como se o Brasil tivesse algo a perder.

POSSUÍDOS

Sempre possuídos de uma inteligência suprema nossos governantes ainda fizeram mais: viraram a cara, torceram as bocas e insistiram com a tese de que o melhor seria manter o país no atraso. Não é à toa que digo isso, pois alguns registros históricos não me deixam mentir ou enganar, como pode ser conferido abaixo:

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

1- Lá por 1850, o mundo foi sacudido por uma das mais importantes mudanças: a revolução industrial. O Brasil, infelizmente, entendeu que deveria continuar apostando na produção de commodities agrícolas.

GRÃOS

Como o comércio internacional se restringia aos grãos, o governo entendeu que não valia a pena ficar investindo na produção de outros bens. A história conta o quanto o Brasil ficou para trás.

MURO DE BERLIM

2- Em 1989, com a queda do Muro de Berlim, muitos países aproveitaram a consequente queda do comunismo para experimentar o enorme desenvolvimento mundial capitalista, que batia às portas com toda a força.

PAÍS FECHADO

O Brasil, naquele exato momento, de forma inconcebível, aprovava a estúpida Constituição de 1988, com os constituintes cantando escandalosamente o Hino Nacional. Mais uma vez o Brasil entendeu que deveria se fechar mais ainda. Preferimos o atraso e não aproveitando a enorme abertura dos mercados.

CRISE MUNDIAL

3- Agora, em 2009, quando a maior crise econômica mundial sacode o mundo mostrando que só com grandes reformas é possível evitar danos maiores, o Brasil, mais uma vez, dá as costas para o futuro de grande desenvolvimento. O governo atual prefere se comprometer com políticas ideológicas alinhadas com governos latinos socialistas mal sucedidos e altamente subdesenvolvidos. De novo, portanto, a preferência pelo atraso. Os exemplos acima mostram o quanto preferimos ficar por baixo; o quanto não queremos fazer parte do Primeiro Mundo. Estamos endossando, infelizmente, decisões de governantes equivocados, da Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina, Paraguai, Cuba, Nicarágua, etc. Como o atual governo brasileiro é membro-fundador da organização Foro de São Paulo, que dá guarida e apóia as práticas adotadas na maioria desses governos da América Latina, o que esperar além daquilo que estamos assistindo?

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27 mar 2009

O IPI E O BÔNUS


INADIMPLÊNCIA

A inadimplência bancária, mesmo para os mais otimistas, registrou aumento pelo terceiro mês consecutivo. A das pessoas físicas aumentou para 8,3% em fevereiro, maior nível em quase nove anos. Das empresas foi de 2,3% frente a 2% no mês anterior. No geral, atingiu 4,8%, o maior patamar desde março de 2007.

CRESCIMENTO GERAL

Pelo que dizem os banqueiros haverá novas elevações nos índices de inadimplência para os próximos meses. Mas, em contrapartida é esperado um crescimento do saldo do crédito para 2009, que deve fechar o ano próximo de 45% do PIB, patamar superior aos 41,1% registrado no final de dezembro de 2008. Ou seja: em 2009 cresce a inadimplência e cresce o crédito.

ESPAÇO PARA CRESCER

A explicação para isto é o nosso baixo percentual do volume de crédito sobre o PIB, ao contrário do que acontece nos EUA e em vários países europeus. Por aqui o crédito ainda tem muito espaço para crescer. Dedução lógica: a inadimplência maior, que está nos financiamentos de veículos, oferece menor risco porque há a retomada do bem. Aí vale a pena arriscar.

ADIAMENTO DE COMPRA

É óbvio que o governo vai prorrogar a isenção do IPI. Mesmo que o governo faça suspense, o certo é que a decisão da prorrogação já está tomada. Aliás, neste aspecto o silêncio tem muito sentido: antecipar a notícia só provocaria adiamento de compra por parte dos consumidores neste final de semana.

BÔNUS

Enquanto o governo brasileiro usa a redução do IPI (imposto pra lá de lamentável) para estimular a indústria automobilística, o governo da Alemanha age de outra forma: concede aos proprietários de veículos com mais de nove anos de uso, um bônus no valor de 2,5 mil euros.

VANTAGENS PARA TODOS

Com a inteligente medida, todos saem ganhando: o governo recebe em impostos mais do que concedeu de bônus; o desemprego no setor é contido; o país tem renovada a frota de veículos diminuindo o risco de acidentes de trânsito; e os consumidores atualizam seus automóveis.

FILA DE ESPERA

O resultado da iniciativa alemã é tão significativo que as vendas da indústria, em relação ao ano anterior, cresceram 21,5%. A fila de espera parece ser grande, pelas notícias que se tem.

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26 mar 2009

PRESSÃO EMPRESARIAL


RELAÇÕES COMERCIAIS

Manter boas relações comerciais com o máximo possível de países é pré-requisito para melhorar o desempenho do fluxo no comércio internacional. E fluxo, como se sabe, significa importar e exportar buscando sempre um equilíbrio de negócios que agrade os países envolvidos nas operações.

BLOCOS

Quando se trata de países de um mesmo continente, para facilitar ainda mais o fluxo surgiram os blocos comerciais, onde, por acordos firmados os seus membros se comprometem em manter o mesmo tratamento alfandegário. Que em última análise é uma forma de protecionismo.

ESTADO DE DIREITO

Dentro de cada bloco, por questões de mercado, logística e custos, é comum que empresas de porte invistam diretamente nos países membros. Para evitar que algum governante maluco apareça e resolva fechar, expropriar ou mesmo expulsar as empresas, as Nações se protegem através de acordos. Afinal, investimentos só acontecem desde que protegidos pelo cumprimento do Estado de Direito. Em Blocos formados por países cujos governos são democráticos, o risco de nacionalizações e expropriações de empresas é pequeno. Mesmo assim há como recorrer para proteger o investimento.

BLOCO POLÍTICO

O nosso pobre MERCOSUL, que nunca chegou a cumprir corretamente o seu papel de Bloco Comercial, por interesses político-ideológicos dos atuais governantes, está mudando o foco. Está virando um Bloco Político. Para tanto querem que novos membros regidos por sistemas pouco ou quase nada democráticos se aproximem. A Venezuela é um deles, embora não seja o único.

CONFISCOS

É incompreensível que os costumeiros confiscos, expulsões e outros atos lamentáveis praticados pelo neo-ditador Hugo Chávez, não estejam sendo analisados corretamente por entidades governamentais e, principalmente, por muitos empresários brasileiros que mantém negócios na Venezuela.

EXEMPLOS ABUNDAM

Será que esses empresários ainda não perceberam o sério risco de que suas empresas venham a ser confiscadas, expropriadas e nacionalizadas pelo ditador venezuelano? Exemplos abundam, gente. E mesmo assim os ditos estão pressionando vários dos nossos senadores para que aprovem o ingresso da Venezuela no MERCOSUL.

NAS NUVENS

O senador Tasso Jereissati, relator da proposta na Comissão de Relações Exteriores, muito pressionado por empresários, já disse que vai fazer uma análise técnica para decidir. Tasso quer verificar se existe incompatibilidade técnica, econômica ou política para a adesão da Venezuela ao MERCOSUL. Verificar? Será que o senador anda nas nuvens? Podem anotar aí: muitos desses que estão pressionando alguns senadores, olhando só para os negócios, se tiverem muita sorte e comungarem do mesmo sentimento ideológico de Chávez, acabarão como simples empregados das suas próprias empresas.

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25 mar 2009

O NOVO CHACRINHA


VELHO GUERREIRO

O carismático presidente Lula ganhou magnífica popularidade graças, principalmente, à forma fantástica de se fazer comunicar com o povo brasileiro. O povão passou a ter enorme admiração por Lula da mesma forma como adorava o Chacrinha, ou Velho Guerreiro, outro exímio comunicador.

CONSTATAÇÃO

Por dominar perfeitamente o idioma popular, qualquer coisa que Lula diz é uma festa. Consciente dessa adoração, o presidente não deixa de alimentá-la. E faz isso através de intensos programas populares carregados de assistencialismo. Por favor: a que estou manifestando não é uma crítica, gente. É pura constatação.

PAGA QUEM QUER

Independente dos programas anteriores, encabeçado pelo paquidérmico Bolsa Família, agora chegou o momento do - Bolsa Habitação -. O anúncio fala que o governo vai financiar a construção de um milhão de casas populares para serem vendidas ao povão por preços simbólicos. E mesmo que as prestações sejam ínfimas a regra é: paga quem quer.

BACALHAU

Tal qual Chacrinha fazia, quando jogava bacalhau e outras coisas mais ao público que lotava o auditório dos programas de sábados, Lula joga Bolsas para o povão. Maravilha, gente. Só que os patrocinadores dos programas do presidente são os contribuintes de impostos. Pela forma compulsória.

SUBSÍDIO

Portanto, nessas condições, o que os contribuintes precisam tomar conhecimento de que o Programa Habitacional será subsidiado pelos seus recursos depositados nos cofres públicos. Isto significa que mais uma frente assistencialista gorda está sendo aberta hoje. Obviamente, às custas do dinheiro de impostos. Ou seja: quem festejar vai pagar a conta. E quem não festejar, idem.

MAÕS À OBRA

As construtoras, que não tem coisa alguma a ver com o assistencialismo, estão eufóricas com razão. Para as interessadas, o importante é que um grande cliente, o Tesouro Nacional anuncia que tem R$ 16 bilhões para gastar na construção de um milhão de casas. Com a abertura de um nicho assim, só resta: Mãos à Obra.

MAL HUMORADA

Mas, atenção: sem falar de outros municípios, a capital gaúcha - Porto Alegre -, através da mal-humorada Secretaria Municipal de Meio Ambiente, vai desmoralizar completamente com pacote habitacional. Pela forma com que atrasa e dificulta a aprovação das construções na cidade, os projetos não sairão do chão. Alguém vai me desmentir?

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24 mar 2009

O NOSSO SUBPRIME


A ORIGEM DA CRISE

O subprime, como se sabe, ficou internacionalmente conhecido pelas enormes perdas relacionadas com os financiamentos imobiliários nos EUA. Foi, enfim, aquilo que deu origem ao início da crise no setor bancário que, por sua vez atingiu várias atividades muito dependentes de crédito.

GUARDANDO AS PROPORÇÕES

Mesmo que não haja o mínimo risco de que algo parecido aconteça no Brasil pelas regras aqui existentes, ainda assim, guardadas as devidas proporções um tipo de subprime já pode ser sentido aqui. Observem a situação clara que o mercado automobilístico está mostrando e tirem suas conclusões:

AUTOMÓVEIS

1- Milhares e milhares de brasileiros compraram automóveis em 2008. Antes, portanto, da crise financeira mundial dar as caras por aqui. Vamos tomar por base, portanto, só as transações com veículos cujos preços foram em torno de R$ 25 mil, que em 40 prestações ou mais tiveram seu preço final fixado em R$ 38 mil.

SALDO DEVEDOR

2- Agora, um ano depois, março de 2009, esses mesmos veículos estão valendo em torno de R$ 18 mil, enquanto o saldo devido na financeira é superior a 30 mil reais. Ora, tal qual aconteceu com os imóveis dos EUA, não compensa o comprador ficar pagando aquele automóvel. O melhor é devolvê-lo ao financiador e, caso interessar, comprar outro, do mesmo ano, por um valor final bem mais baixo. Sabem como se chama isso? Subprime.

SEM CMPENSAÇÃO

3- A correta redução do IPI, que impulsionou a venda de carros novos, acabou contribuindo para uma substancial redução de preços dos carros usados (seminovos), estimada em 20%, aproximadamente. Como tal desvalorização não tem como ser compensada pelo financiador, o abacaxi que está sendo colocado no colo das financeiras é enorme.

RETOMADOS

4- Para não alimentar desconfiança do sensível mercado financeiro, a mídia está silenciosa. Principalmente, porque hoje os maiores anunciantes são, exatamente, as montadoras e concessionárias de veículos. O fato é que milhares de veiculos estao sendo retomados ou renegociados com preju~izo para o financiados. Tal qual no mercado imobiliário americano.

PREÇO DA GASOLINA

Diante da enorme repercussão do artigo escito ontem, aí vai uma síntese das manifestações recebidas:1- Ao comprar um litro da gasolina por R$ 2,44 paga-se R$ 1,39 só de impostos;2- Uma pesquisa de uma consultoria americana mostra que a gasolina brasileira é a 11ª mais cara entre 35 países pesquisados em quatro continentes. O que a pesquisa nao revela é que o alto valor está diretamente ligado aos tributos embutidos no preço final do produto. Do valor pago pelos motoristas nas bombas, 57,13% são impostos, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro).3- Mesmo que um Posto resolva doar um litro de gasolina (ao preço de R$ 2,44/litro) ainda assim o doador deve pagar R$ 1,39 de impostos.

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23 mar 2009

EQUÍVOCOS


PRAXE

O presidente Lula, por questões de princípio e formação ideológica, adora criticar os países desenvolvidos pela crise global. Isto já virou praxe. Enquanto Lula fica nesta toada, a safadeza descoberta no Senado, para ficar só com essa, é muito, mas muito mais prejudicial para o Brasil. Mas, aí Lula não mete a sua colher.

ESCÂNDALOS

Os escabrosos escândalos que acontecem a todo momento diante dos olhos, nariz e boca do presidente, todos financiados com a fantástica carga tributária que assola os contribuintes, jamais merecem suas críticas. Todos eles, em conjunto ou separadamente, repito, são muito piores para o Brasil.

NAS SUAS BARBAS

A atual crise econômico-financeira global até parece mesmo uma marolinha, como disse Lula, se comparada com as safadezas que pululam no setor público. Uma prova de que os verdadeiros e maiores vilões da crise que mais nos atinge estão aqui, presidente. Nas suas barbas, em Brasília. Critique-os. E aproveite para fazer uma autocrítica.

DESCONHECIMENTO

Já escrevi bastante, embora nunca de forma suficiente, sobre a falta de discernimento da maioria do povo brasileiro, sobre a formação do preço dos combustíveis. Poucos sabem, por exemplo, o quanto a Petrobrás recebe por litro de gasolina que vende. Diante de tal desconhecimento a maioria do povo exige que a estatal promova, com urgência, pela queda do preço do petróleo no mercado internacional, uma severa redução do preço dos combustíveis.

IMAGEM

Sem ter idéia correta de quem é o verdadeiro vilão da cadeia, a Petrobrás já ganhou fama de safada. E a imprensa, pelo péssimo nível de seus colaboradores, principalmente um deles, que escreve na contracapa da Zero Hora, vem cumprindo um lamentável papel de desinformar, ao invés de esclarecer o que é preciso.

PREÇO DA GASOLINA

Pois, na última sexta feira, o diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, resolveu vir a público para dizer o quanto são inverídicas as acusações de que a empresa estaria praticando preços abusivos em relação a outros países. E que o preço da gasolina na porta da refinaria (Petrobrás) custa R$ 1,00/litro. O restante são impostos e margens dos comerciantes.Portanto, caso a Petrobrás reduza o valor da gasolina e do diesel, derivados não reajustados por fórmula como os demais da empresa, a queda incidiria apenas no preço praticado na porta da refinaria, e não na bomba do Posto. Ficou claro?

LUGAR CERTO

Uma eventual redução de 10% na gasolina, na porta da refinaria da Petrobrás, ou seja, 10 centavos/litro, não significa que o consumidor vá receber o mesmo desconto no posto. Portanto, se alguém quer se manifestar contra o preço praticado no Brasil, o caminho é outro: quem deve ser alvejado são os governos (União, Estados e municípios) Eles ficam com mais de 100% do que a Petrobrás recebe. Lá é que precisa haver tumulto.

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