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02 set 2011

PRIMAVERA DOS EQUÍVOCOS


ESTAÇÃO PERDIDA

Nem bem o mês de setembro começou pra valer, e a enxurrada de equívocos governamentais já está a mil por hora. Como os Poderes estão ocupados por populistas e/ou gente despreparada, o que dá no mesmo, a nossa primavera não será, mais uma vez, uma estação de renovação.

ÁRVORES FRONDOSAS

Aqui, para infelicidade dos poucos que ainda têm bom senso, o negócio é plantar despesas públicas por todos os cantos. O resultado, como se vê, é que o nosso quintal está repleto de árvores frondosas, cuja função exclusiva é servir de abrigo para rombos e mais rombos do caixa do Tesouro Nacional.

FLORESTA

Para manter esta imensa floresta, que não para de crescer, mais e mais impostos, taxas e contribuições são criados. O curioso é que poucos admitem a necessidade urgente da poda e da eliminação da maioria das árvores. O que prova o tamanho da estupidez do povo e dos governantes.

CMF

Diante de tanta desorganização, excesso de corrupção e total falta de administração, o governo agora anda às voltas com a necessidade de encontrar uma fonte de recursos para financiar a Saúde Pública. E, pelo que tudo indica acabará recriando a estúpida Contribuição sobre Movimentação Financeira.

CASSINOS

Para desespero de quem tem cérebro, o governo já descartou qualquer possibilidade de buscar mais recursos através da legalização de jogos no país. Pode? Isto explica o imenso número de brasileiros que lotam, principalmente, os cassinos de Punta Del Este e Rivera, no Uruguai. Ou seja: quanto mais o governo inviabiliza a existência de cassinos por aqui, mais vamos contribuindo com o país vizinho, que mostra ser bem mais adiantado.

IDELI DO ATRASO

Dentro da lógica do atraso, da imbecilidade e da total falta de bom senso, a péssima ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, está batendo pé insistindo pela recriação do indecente imposto sobre movimentações financeiras. Pode?

O PT SEMPRE ATRASADO

Com exceção do PT, os demais partidos da base discutem, como forma de financiamento para a saúde, outras propostas: uso dos recursos de royalties do pré-sal; aumento da alíquota do DPVAT; taxações extras para bebidas e cigarros, etc. Apenas alguns (poucos) admitem a legalização de alguns jogos no Brasil. É duro, não?

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01 set 2011

O BC VOLTOU A SER DEPENDENTE


CRIVO DOS SINDICALISTAS

No início desta semana, quando o ministro Guido Mantega anunciou a intenção do governo em elevar a meta de superávit primário deste ano, a decisão precisou passar pela aprovação dos sindicalistas, que tiveram um encontro com a presidente Dilma Rousseff.

IMPOSIÇÃO EQUIVOCADA

Os presidentes da Central dos Trabalhadores do Brasil, Wagner Gomes, e da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, impuseram ao governo que o aumento do superávit primário, em R$ 10 bilhões, só seria aceito desde que, em troca, houvesse redução das taxas de juros. Se os sindicalistas fossem pessoas sérias e inteligentes deveriam propor uma redução da carga tributária. Coisa que, por si só, levaria a uma redução dos juros.

BANCO CENTRAL DEPENDENTE

Para não deixar transparecer o compromisso acertado com os sindicalistas, Mantega se apressou em informar que a definição das taxas de juros (SELIC) é uma decisão exclusiva do Banco Central, através do COPOM, que trabalha de forma independente.

INTERVENCIONISMO

Ora, até as pedras e os peixes sabem que este governo se pauta pelo atrasado intervencionismo. Portanto, se Mantega não tivesse dito nada seria bem melhor. Ao fazer tal afirmação, a única coisa que ficou bem clara é que a até então pouca independência do BC deixou de existir.

GOVERNO PORTA-VOZ

Resumindo, gente: para bom ou mau entendedor, o fato é que desta vez a redução da taxa SELIC, de 12,50% para 12% não foi decidida pelo COPOM. No início da semana, os sindicalistas resolveram o assunto. O governo serviu, simplesmente, de porta-voz da vontade das corporações, que mandam e desmandam no país.

REFORMAS

Antes de tudo somos todos favoráveis à redução das taxas de juros. Só que o êxito da redução depende de importantes atitudes prévias. Entram aí as reformas estruturais que, lamentavelmente, os governos não se interessam; e que os sindicalistas, infelizmente, abominam.

EXEMPLO IRREFUTÁVEL

Enquanto o governo faz um enorme estardalhaço dizendo que vai aumentar em R$ 10 bi o superávit primário, o déficit nominal continua existindo. Financiado, obviamente, por títulos públicos. Vejam o seguinte: só com a reforma da Previdência, o governo economizaria mais de R$ 110 bilhões/ano. Dinheiro suficiente para que as contas públicas apresentassem superávit nominal. Que, por sua vez, poderia levar a uma redução da carga tributária. Que tal?

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31 ago 2011

MAIS UM TESTE


EM TODOS OS NÍVEIS

Assuntos não faltam para escrever diariamente o Ponto Crítico. Principalmente quando os editoriais tratam das atitudes dos nossos governantes, em todos os seus níveis de Poder.

DECISÕES

Sim, porque a maioria deles se destaca, de forma colossal e impressionante, 1- por decisões equivocadas; 2- pela falta de decisões; ou, 3- por decisões que visam, exclusivamente, benefício próprio.

SONHO INFANTIL

Como este comportamento nojento já faz parte da cultura política brasileira, e muitas dessas más atitudes já estão protegidas por leis de difícil remoção, qualquer pretensão que a sociedade aponte para endieitar as coisas não passa de um sonho infantil e ingênuo.

FORÇA DAS CORPORAÇÕES

Diante desse quadro lamentável, em que a democracia se tornou uma arma frágil, de brinquedo, o povo não tem como enfrentar o farto poderio armado das corporações, que já assumiram o poder assim como tudo aquilo que deveria ser público.

ALCANCE ZERO

Ora, como estamos diante de um fato, ou seja, nada tem de especulação, a única reação admitida pelo povo acovardado, é a indignação. Porém, como se trata de sentimento individual, de alcance zero, mais parece um choro silencioso.

SEM SURPRESA

Portanto, o fato da Câmara dos Deputados ter absolvido, ontem, a flagrante criminosa Jaqueline Roriz, não pode ser visto como uma surpresa. Serve, issto sim, como mais um teste para provar que somos imbecis, fracos e desorganizados. Pior, somos meros torcedores. Passivos.

DANDO RAZÃO

Pois, no fundo, mesmo enquadrado como um fracassado, confesso que fiquei satisfeito com a decisão dos deputados federais. Sim, porque a absolvição significa que esses políticos deram total razão às críticas e opiniões postadas, sistematicamente, aqui no Ponto Crítico. Ah, antes que eu me esqueça, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/RS), é está entre os deputados federais que concorrem ao sexto Prêmio Congresso em Foco como parlamentar que melhor representa a população no Congresso Nacional. É finalista, gente.O objetivo da premiação, promovida pelo site de cobertura política Congresso em Foco, é valorizar o trabalho dos parlamentares que se destacam positivamente no cumprimento de seus mandatos. Que tal? Pois é, gente. Marco Maia, do PT-RS é aquele que usou aviões particulares para viajar nos fins de semana pelo País. No sábado passado, ele embarcou em um avião e em um helicóptero da Uniair, empresa de transporte aéreo da Unimed do RS, seu reduto eleitoral, para participar de eventos partidários do PT nas cidades gaúchas de Erechim e Gramado. Nós merecemos...

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30 ago 2011

PACOTE MAL COMPREENDIDO


COMOVIDA

Ontem, ao anunciar que o governo vai destinar R$ 10 bilhões para pagar títulos públicos (reduzir a dívida), o ministro Guido Mantega deixou grande parte da sociedade brasileira comovida.

APLAUSOS

Desta feita, só jornalistas foram convidados para ouvir o ministro Mantega. Assim, não tivemos os aplausos frenéticos da claque habitual, ao vivo, que tradicionalmente ocupa as primeiras filas dos ambientes usados para pronunciamentos do governo.

DESTINO

No entanto, considerando o comportamento da Bovespa, o governo foi muito aplaudido. E, como sempre, de forma precipitada. Sim, porque o governo não está prometendo outra coisa senão mudar o destino da superarrecadação, que a cada mês bate um novo recorde.

ARDILOSO

Ou seja: o governo, ardiloso, para afirmar o seu mau-caratismo, sequer cogitou um eventual alívio na carga tributária, que é um terrível obstáculo ao consumo e ao investimento. De forma esperta iludiu os agentes econômicos, que ficaram convencidos de que a medida tomada vai abrir espaço para redução das taxas de juros.

MÍSEROS 0,55%

Os tais R$ 10 bilhões, que diz que vai engrossar o superávit primário, e com isso reduzir a dívida pública, é simplesmente insignificante. Basta dividir pelo total da dívida em poder do mercado (que não é, portanto, a total), que anda por volta de R$ 1,800 tri, para chegarmos a míseros 0,55%.

PIB EM BAIXA

Como os sinais de desaceleração da economia já começam a ser sentidos, o que é inevitável, a arrecadação só pode permanecer tão alta desde que a carga tributária aumente. Vide que as projeções do PIB para este ano, que não param de ser revistas para baixo, atestam isto.

MANUTENÇÃO DOS GASTOS

É óbvio que qualquer medida que reduza gastos públicos deva ser festejada. Este, no entanto, não é o caso. O governo não só vai manter os exagerados gastos, como está pronto para admitir alguma elevação. A economia que pretende fazer, como anunciada ontem, é fruto exclusivo de uma arrecadação maior.

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29 ago 2011

O RETRATO DA ESTUPIDEZ


GREVES

Em geral, as greves só têm como objetivo o aumento de salários. Como as diversas classes de trabalhadores são lideradas, basicamente, por sindicalistas cujo perfil tem como ingredientes altas doses de ignorância e farta agressividade, as greves não se propõem a atacar as causas das eventuais baixas remunerações.

PRODUTIVIDADE

Na semana passada, por exemplo, um desses líderes equivocados disse, alto e bom som, que aumento de salário não promove inflação. Ora, como fator de produção, o salário só não promove alta de preços dos produtos e serviços quando traduzido por um equivalente grau de produtividade.

IMPOSTOS

Quando as greves atingem os serviços públicos, aí tudo fica ainda mais complicado e caro para os cidadãos/contribuintes. Além da qualidade, que sempre deixa a desejar, qualquer reajuste salarial só consegue ser pago por impostos, o que é absolutamente inflacionário. Não há, infelizmente, outra forma.

PISO DOS PROFESSORES

Depois das considerações acima vamos ao que interessa: os governos estaduais, para não ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal, já estão fazendo as contas e as projeções para saber quando e como poderão pagar o piso salarial nacional dos professores, no valor de R$ 1.187 conforme decisão do STF.

NA JUSTIÇA

No caso do RS, para não fugir à regra da estupidez que sempre acompanhou o pensamento de seus líderes, o Cpers Sindicato não quer saber de projeção ou escalonamento. Assim, como informou a sua presidente, o Cpers vai entrar na Justiça exigindo pagamento imediato do novo piso. Pode?

NOVO IMPOSTO

Vale lembrar que o impacto do aumento nas contas do Estado do RS é de mais de 1,8 bilhão de reais/ano. Como o orçamento não permite um gasto tão significativo, a única saída para o governo é criar um novo imposto.Isto, no entanto, não impressiona os professores. Tampouco alguns comunicadores de rádio e televisão, que pregam aumento de salários para professor e policiais, mas não querem mais impostos. Pode? O pior é que os ditos professores se consideram como EDUCADORES. Você acha isto possível?

ENDIVIDADOS

Pois, da mesma forma agressiva, os contribuintes gaúchos deveriam procurar imediatamente a Justiça, para exigir uma qualidade de ensino equivalente, na mesma proporção. Coisa que, indiscutivelmente, os ditos professores vêm sonegando há muitos anos. A comprovação está no resultado recentemente divulgado da prova aplicada em seis mil estudantes das redes pública e privada, em todas as capitais brasileiras: mais da metade dos alunos sai da 3ª série do ensino fundamental sem saber o que deveria em matemática.O dado aparece em um estudo inédito que, pela primeira vez, faz uma avaliação externa, sem interferência da escola, com crianças nessa fase em todo o Brasil.Além de país de mal educados, em breve seremos o país dos endividados. Para poder pagar impostos sem retorno algum.

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26 ago 2011

O AGOSTO E O DESGOSTO


CRENÇA POPULAR

No Brasil, não sei se também acontece em outros países, muita gente crê que o mês de agosto é o mês do desgosto. Pois é. Quando o convencimento se dá por crença popular, o discernimento inexiste e pouco resolve ficar argumentando que o mês nada tem a ver com mazelas.

EQUÍVOCO

Como POLITICAMENTE INCORRETO confesso, só me resta o uso da ciência e do discernimento para tentar provar que as crenças estão equivocadas. Tudo que acontece neste mundo, salvo as tragédias da natureza, tem como responsável os seres humanos.

DUAS COISAS TÍPICAS

Como se sabe, o Brasil é único país do mundo que possui, no mínimo, duas coisas: a jabuticaba e a capacidade de fazer besteiras. Se a jabuticaba não é tão abundante, já as besteiras proliferam de forma impressionante. Inclusive, com requintes de muita maldade.

A PSIQUIATRIA NÃO ENTENDE

E, neste particular, todos os meses do ano são brindados com casos de arrepiar. Pior: todos contam com a passividade do povo. Aliás, um comportamento que sequer consegue ser explicado pelas escolas de psiquiatria mais avançadas do mundo.

PARA MANTER A CRENÇA

Pois, neste mês de agosto repleto de casos de corrupção e desvios de dinheiro público, os quais não param de bater recordes em termos de valores e de quantidade, até o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, entrou na competição dos casos de horror. Para tanto resolveu suspender a decisão em primeiro grau, que impedia que funcionários do Senado recebessem mais do que o teto constitucional, de R$ 26,7 mil. Pode?Creio que o Tribunal agiu assim mais para manter a crença de que o mês de agosto deve ser o mês do desgosto. Só pode.

CRIMES HEDIONDOS

Comparando este crime com o da morte da juíza, Patrícia Lourival Acioli, no RJ, nem as crenças populares explicam porque a sociedade brasileira só ficou alarmada e comovida com o primeiro.Pergunto: qual dos crimes é mais hediondo? Sem dúvida alguma é o do Tribunal, que autoriza o pagamento de salários acima do teto aos funcionários do Senado.

TODOS ATINGIDOS

Explico: enquanto o assassinato da juíza machuca diretamente a vida dos seus familiares, a decisão do Tribunal estupra a sociedade brasileira como uma todo. O povo brasileiro foi assaltado. Sem piedade. Se a existência do Senado, do jeito que funciona, já é pra lá de discutível, imaginem cometendo tantas barbaridades como esta. Aí é o fim.

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