ANÁLISES FINANCEIRAS
Recebo, regularmente, inúmeros relatórios produzidos por analistas das maiores instituições financeiras do nosso país. Alguns vem assinados por analistas tarimbados, demonstrando seriedade e bons fundamentos; outros (não são poucos) de analistas que sequer acreditam naquilo que falam ou escrevem; e não faltam, também, aqueles cujas projeções nada tem a ver com o que realmente acontece.
BALANÇO DA VALE
Ontem, por exemplo, logo após a Vale tornar público o balanço do 2º trimestre, que apontou um PREJUÍZO DE U$ 133 milhões no período, imediatamente tratei de comparar este mau resultado com as projeções feitas por várias instituições financeiras, publicadas no jornal Valor do dia 30/7, que indicavam LUCRO MÉDIO DE US$ 2,6 bilhões, apesar da perda de produção resultante da tragédia de Brumadinho (MG). Eis:
J.P. MORGAN
O J. P. Morgan, na sua projeção, disse que apesar das vendas da Vale terem decepcionado no trimestre, os resultados no período serão sustentados por preços mais altos do minério. Estimou receita de US$ 9,3 bilhões, Ebitda de US$ 4,9 bilhões e LUCRO LÍQUIDO de US$ 2,6 bilhões para a Vale no segundo trimestre do ano.
ITAÚ BBA
Já o Itaú BBA disse esperar um resultado "sólido" no período. Estimou receita de US$ 9,4 bilhões, Ebitda de US$ 4,7 bilhões e LUCRO LÍQUIDO DE US$ 2,47 bilhões para a Vale entre abril e junho.
BRADESCO
O Bradesco BBI, por sua vez, projetava que o custo da empresa será impactado por volumes menores. Previu que o custo de produção da Vale até o porto, o chamado custo caixa C1, deva subir US$ 1,5 por tonelada, situando-se em US$ 15,4 por tonelada. O banco projetou receita de US$ 9,4 bilhões, Ebitda de US$ 4,8 bilhões e LUCRO LÍQUIDO DE US$ 1,72 bilhão para a Vale no segundo trimestre.
ENGANADOS OU...
Ora, quando estamos falando de PROJEÇÕES, por certo que ninguém pode esperar que os relatórios mostrem números com resultados exatos. Entretanto, quando as especulações dão conta, como é o caso da VALE, de um LUCRO MÉDIO DE U$ 2,6 BILHÕES, e o RESULTADO mostra um PREJUÍZO DE U$ 133 MILHÕES, aí é demais. Ou foram todos enganados por algo impossível de ser previsto, ou...
IMPACIENTE E INDIGNADO
Se o leitor já estava impaciente com o atraso da REFORMA DA PREVIDÊNCIA (que ainda carece de aprovação em 2º turno na Câmara Federal), ao tomar conhecimento do acordo feito entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e a presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Simone Tebet, que concordaram em jogar a votação em plenário do Senado para o mês de OUTUBRO, aí é juntar IMPACIÊNCIA com INDIGNAÇÃO.
SEM SENSO DE URGÊNCIA
Ora, jogar o que é URGENTE para o final de 2019 (isto se a PEC não sofrer novas mutilações) é a demonstração clara de que a maioria dos nossos deputados e senadores tem enorme PRAZER em manter o DOENTE BRASIL (representado pelos pagadores de impostos) na UTI, em estado de penúria e grande sofrimento.
2019 ESTÁ PERDIDO
Este acordo, que muda o prazo anteriormente definido para SETEMBRO, faz com que o início do período que poderia melhorar a terrível situação FISCAL do nosso empobrecido Brasil fique para 2020. Ou seja, o que de fato resultou o acordo promovido por Alcolumbre e Simone é a PERDA DEFINITIVA do primeiro ano do atual governo, em termos de melhora das CONTAS PÚBLICAS.
SUPERÁVIT SÓ EM 2023 - SE TUDO DER CERTO
Aliás, nesta questão é importante levar em conta o que disse hoje, de forma correta e incontestável, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida: mesmo com “tudo dando certo” no AJUSTE FISCAL que o governo pretende fazer, Jair Bolsonaro deve terminar o mandato com DÉFICIT PRIMÁRIO. Mais: “Só devemos voltar a ter SUPERÁVIT EM 2023”.
PRÓXIMOS QUATRO ANOS SEM ECONOMIA
Só em 2019, com as regras atuais, a PREVIDÊNCIA já garante um ROMBO na ordem de R$ 309,4 bilhões. No ano passado (2018), o ROMBO foi de R$ 288,8 bilhões. Mais: mesmo aprovada, apenas a REFORMA DA PREVIDÊNCIA (que nada tem de NOVA PREVIDÊNCIA), não vai trazer economia por pelo menos os próximos QUATRO ANOS, arrematou Mansueto Almeida.
POUCO CASO
Ora, diante deste tenebroso diagnóstico, que exige cirurgias imediatas e precisas, o que estamos vendo, infelizmente, é, além de desidratações nos textos, muito pouco caso com o doente, cujos sintomas são pra lá de conhecidos: milhões de desempregados, elevada carga tributária, déficit fiscal crônico, enorme burocracia, muitos privilégios e, pasmem, pouca pressa. Pode?
RISCO-BRASIL ATRAI INVESTIMENTOS EXTERNOS
Dias atrás dediquei um editorial para explicar o importante papel dos medidores de RISCO-PAÍS, com maior destaque para o CDS (Credit Default Swap), onde o RISCO-BRASIL vem mostrando queda sistemática. A propósito, hoje, 30/7, a cotação -5 YEAR- está em 124,2 pontos.
Como não há a menor possibilidade de manipulação dos CDS, a lógica que se impõe é de que quanto menor a TAXA DE RISCO-PAÍS maior o interesse dos investidores.
PRODUTIVIDADE
Mesmo admitindo que o Brasil esteja dando clara demonstração de que cansou de ser o eterno -PAÍS DO PASSADO-, o fato é que a abertura do caminho para um FUTURO PROMISSOR vai exigir muito esforço e forte determinação.
Para tanto, além das importantes REFORMAS, o esperado -FUTURO PROMISSOR- depende de um decisivo aumento da TAXA DE PRODUTIVIDADE. Como relata Tatiana Palermo, na sua coluna na Gazeta do Povo, os economistas Joyce Chang, do banco J.P. Morgan, e Santiago Levy, da Brookings Institution, veem a PRODUTIVIDADE como razão da grande tragédia da América Latina.
PIB PER CAPITA
Segundo Santiago Levy, enquanto a evolução do PIB per capita, das ECONOMIAS DESENVOLVIDAS, com base nos dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), cresceu 2,5% ao ano no período DE 1960 a 2018, a AMÉRICA LATINA avançou apenas 1,8% ao ano, bem abaixo das economias emergentes da Ásia, cujo crescimento anual foi de 4,4%.
FATORES QUE INFLUENCIAM A EVOLUÇÃO DO PIB
Levy mostra que os fatores que influenciam a evolução do PIB per capita são a PRODUTIVIDADE , OS BENS DE CAPITAL E A MÃO DE OBRA (incluindo a formação). Em termos de capital e de mão de obra, os investimentos dos países latino-americanos nesse período de quase 60 anos foram maiores do que nos países desenvolvidos: representando um crescimento de 0,3% ao ano para os bens de capital e de 1,5% ao ano para a mão de obra (comparando com 0,1% e 1,1%, respectivamente, no caso dos países ricos). Já as economias emergentes da Ásia investiram mais: o crescimento anual dos investimentos em bens capital foi de 0,6%, e em mão de obra, 1,7%.
DISFUNÇÕES SOCIAIS
O problema de baixa produtividade na América Latin, segundo Levy, tem como pano de fundo as DISFUNÇÕES SOCIAIS. E o mais problemático é o mercado de trabalho, que é pouco dinâmico. A maior parte das empresas são de pequeno porte, onde pouquíssimas contam com mais de 50 empregados. Uma grande parcela do mercado de trabalho é composta por profissionais autônomos ou microempreendedores individuais. Muitos, na informalidade.
HERANÇA HISTÓRICA
- Melhorar o sistema educacional é importante . Isto, no entanto, não resolve o problema da produtividade. Não adianta produzir mais e melhores engenheiros, desenvolvedores, especialistas em TI etc., se não houver grandes e inovadoras empresas para esses especialistas altamente qualificados trabalharem.
Qual seria a saída? Em paralelo às políticas macroeconômicas, olhar mais para as disfunções sociais. Mas como fazer isso se muitas questões fazem parte da nossa cultura? As amplas políticas sociais e uma grande participação do Estado na economia são enraizadas na sociedade como herança histórica e cultural europeia. A falácia da proteção da mão de obra – representada por leis sem sentido como, por exemplo, a que proíbe postos de gasolina “self service” no Brasil – está arraigada na nossa cultura e é muito difícil de ser revertida."
ATENÇÕES VOLTADAS PARA AS REFORMAS
Dentro de poucos dias, quando o mês de agosto inicia, as atenções de quem quer um Brasil melhor se voltam novamente para o Legislativo -Câmara dos Deputados e Senado-, onde tramitam as REFORMAS necessárias para destravar a petrificada economia do nosso país.
A propósito, o que mais espero é que o AGOSTO DE 2019 não seja um MÊS DE DESGOSTO!
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a tramitação da decantada REFORMA DA PREVIDÊNCIA será retomada no dia 6 de agosto, com a expectativa de que a votação, em 2º turno, aconteça ainda na primeira quinzena. A seguir, se tudo der certo, a PEC vai para o Senado, onde deve percorrer o seu último calvário.
ENDIVIDAMENTO PÚBLICO ACIMA DE 80% DO PIB
Vale repetir, exaustivamente, que a REFORMA DA PREVIDÊNCIA tem como propósito dar um fôlego no enfrentamento do crônico DÉFICIT DAS CONTAS PÚBLICAS, onde o astronômico peso da FOLHA DOS APOSENTADOS (públicos e privados) contribui fortemente para endividamento do Tesouro Nacional, que já passa de 80% do PIB.
GOVERNO E INCIATIVA PRIVADA
Pois, da mesma forma como a REFORMA DA PREVIDÊNCIA é importante para uma boa GESTÃO DE GOVERNO, a REFORMA TRIBUTÁRIA, assim como a MP 881, DA LIBERDADE ECONÔMICA, que precisam da aprovação da Câmara e Senado, são IMPRESCINDÍVEIS para fazer com que a INICIATIVA PRIVADA consiga, enfim, ligar os motores que propulsionam o tão esperado CRESCIMENTO ECONÔMICO.
MP 881 TEM 106 DIAS DE PRAZO
Como as MPs têm prazo de validade de 120 dias, a MP 881, da LIBERDADE ECONÔMICA, vence no dia 10 de setembro. Detalhe absurdo: como o período de 14 dias de férias dos parlamentares não é acrescido, esta importante MP tem prazo menor, ou seja, 106 dias.
VOTAÇÃO NA SEGUNDA SEMANA DE AGOSTO
Ainda assim, o deputado Jerônimo Goergen, relator da MP da Liberdade Econômica, prevê a votação no plenário da Câmara na segunda semana de agosto, tão logo superado o segundo turno da REFORMA DA PREVIDÊNCIA no retorno do recesso, que acontece, se Deus quiser, na próxima semana. Oxalá!
Sem Título
RISCO-PAÍS
Ontem, minutos depois que enviei ao pensador Gelson Castellan a cotação do CDS (Credit Default Swap), instrumento mundialmente preferido pelos agentes do mercado financeiro como forma de medição do RISCO PAÍS, ele retornou dizendo: - -esse dado deveria ser melhor divulgado, para que mais pessoas pudessem ter parâmetros para comparar-.
Então, vamos nessa.
TODOS OS PAÍSES TÊM DÍVIDA
Antes de tudo, portanto, é preciso ter em mente que TODOS OS PAÍSES têm dívida. Uns mais, outros menos, mas o fato é que isto só acontece porque, em geral, os governos gastam mais do que arrecadam. E, por consequência, precisam se financiar através da emissão de títulos públicos.
Como toda dívida precisa ser paga até o vencimento, ou rolada para um novo prazo futuro, como bem refere o economista Vinicius Alves em estudo publicado em 2018, a capacidade de ADIMPLÊNCIA de cada país é medida, mundialmente, pelos agentes financeiros, indicadores que atestam, numericamente, o RISCO-PAÍS.
INDICADORES DE VISUALIZAÇÃO ON-LINE
Para medir o -RISCO-PAÍS-, além dos relatórios produzidos pelas conhecidas -Agências de Classificação de Risco (RATING), as duas mais conhecidas formas de mensuração numérica, por ser -EM TEMPO REAL- (on-line), são:
o -CDS- (Credit Default Swap)- e
o EMBI+ (Emerging Market Bond Index Plus).
CDS
O mais conhecido e, portanto, aquele que têm maior preferência do mercado, é o CDS – Credit Default Swap – (swap de crédito contra um calote). De forma simples, o CDS é um tipo de -SEGURO- QUE REMUNERA O DETENTOR do título quando o país dá calote. O detentor do CDS está buscando proteção contra o calote da dívida do país.
Exemplo: se um investidor compra proteção contra um evento de crédito para US$ 100 milhões em ativos soberanos brasileiros por 5 ANOS (CDS 5Y do Brasil), com prêmio anual de 200 pontos-base, fará pagamentos periódicos de US$ 2 milhões ao vendedor da proteção.
Isso significa que QUANTO MAIOR O RISCO DE UM PAÍS DAR CALOTE, mais caro as pessoas aceitam pagar por um SEGURO contra esse RISCO. Ou seja, quanto maior o preço do CDS, maior o RISCO-PAÍS.
EMBI+
O EMBI+ (Emerging Markets Bond Index Plus), por sua vez, também muito utilizado no mercado financeiro, é calculado pelo banco de investimentos JP Morgan.
O EMBI+, no entanto, é diferente do CDS. O índice expõe a diferença entre os PRÊMIOS pagos pelos TÍTULOS BRASILEIROS em relação aos TÍTULOS AMERICANOS, tidos como os mais seguros do mundo.
Por serem os mais seguros do mundo, os títulos americanos sempre pagarão um MENOR PRÊMIO DE RISCO.
A lógica é que cada 100 pontos do EMBI+ representam o pagamento de 1% de juros dos títulos brasileiros a mais que os títulos dos Estados Unidos.
Exemplo: imagine que os títulos americanos tenham uma taxa de 3% e os títulos brasileiros de mesmo prazo oferecem uma taxa de 6%. O RISCO-PAÍS, ou RISCO-BRASIL será de 300 pontos ou de 3% (6% – 3%).
CDS 5 YEARS
Pois, o RISCO-BRASIL, medido pelo CDS -5 YEARS-, que no início de 2019, quando o governo Bolsonaro assumiu o país, registrava 187,1 pontos base, hoje, 26/7 está cotado 123,9 pb. Uma boa evolução de melhora, na ordem de 27,3%. Mais: de SETEMBRO/2018, quando a cotação era 307,2, até hoje, a melhora foi de 41,78%.
Detalhe: em 2008, quando o Brasil recebeu o selo de Investment Grade, a pontuação do CDS- era de 200 pb.
Comparando com outros países, vejam, por exemplo o seguinte quadro:
Itália: 153,60 pb
Turquia: 344,7 pb
Argentina: 956,63 pb
Venezuela: 72.150,20 pb
DESINFORMAÇÃO
Confesso que ao longo desses meus 33 anos de atividade na área da comunicação, passando por jornais, emissoras de rádio e televisão e internet, em nenhum momento vi tamanha DESINFORMAÇÃO, ou FALTA DE COMPROMISSO COM A VERDADE, como nesses últimos anos, mais precisamente depois do impeachment da danosa Dilma Neocomunista Rousseff.
TEMPERO IDEOLÓGICO
Mais: além de forte DISTORÇÃO dos fatos, não é raro VER, LER E/OU OUVIR notícias -EDITADAS- com forte tempero IDEOLÓGICO SOCIALISTA, nutrido com muito interesse nos MEIOS ACADÊMICOS que formam os profissionais que atuam nas redações e centrais de jornalismo dos veículos de comunicação, em geral.
DIGITAIS SOCIALISTAS
Se, por um bom tempo, quem fizesse tal afirmação era considerado como -DESCONTENTE COM A REALIDADE-, ou sofria da SÍNDROME DE PERSEGUIÇÃO, hoje, graças principalmente, às poderosas -REDES SOCIAIS-, os meios de comunicação não conseguem esconder as -DIGITAIS SOCIALISTAS- que deixam espalhadas nas inúmeras reportagens feitas e nas opiniões manifestadas.
84,5% DOS PROFESSORES BRASILEIROS PREFEREM A ESQUERDA
A propósito, é sempre bom lembrar o que aponta a seguinte pesquisa feita, em 2018, pelos educadores Caroline Pacievtch, da UFRGS, e Luiz Fernando Cerri, da UEPG:
84,5% dos professores brasileiros DISSERAM preferir SIGLAS DE ESQUERDA;
15,5% preferem SIGLAS DE CENTRO, CENTRO DIREITA E DIREITA.
AMÉRICA LATINA
Enquanto isso, na Argentina e no Paraguai, o índice dos professores que preferem a centro-esquerda ou a esquerda chega a 46,83%. E, pasmem, no Uruguai o índice de preferência -clara e aberta- pelo SOCIALISMO é de 100%. Que tal?
PROFESSORES DE COMUNICAÇÃO
Isto, no entanto, não acontece apenas no ambiente latino. Nos EUA, como revela a pesquisa feita por Mitchel Langbert - da National Association os Shoolars, em 2018, dos 5516 professores das 51 melhores universidades americanas, o número de professores de esquerda (Democratas) para cada professor de direita (Republicanos), na área da COMUNICAÇÃO, é de 108 para ZERO.
Detalhe: na SOCIOLOGIA a relação cai para 43,8; e na FILOSOFIA, 17,5.
RESUMO
EM SÍNTESE: da mesma forma como lá, nos EUA, a maioria dos meios de comunicação destila farto e constante ÓDIO contra o presidente Donald Trump, aqui, no nosso empobrecido Brasil, acontece o mesmo em relação ao presidente Jair Bolsonaro. Ambas as pesquisas atestam as razões para tanto!