Artigos

20 jan 2009

AGORA É REAL


SEM CONFUSÃO

É muito provável que a confusão manifestada por vários leitores, dias atrás, quando me rotularam de pessimista, já esteja totalmente superada. Até porque os números do desemprego no país demonstram claramente que a crise que sempre se mostrou séria, não é uma obra de ficção ou uma brincadeira.

SEM FUTUROLOGIA

Portanto, tudo que escrevi, embora não tenha agradado a alguns, não era um exercício de futurologia, mas de observação séria e consistente. O fato é que enquanto o problema não está na mídia, ele parece não existir e não incomodar. Pois, ontem, o número finalmente mereceu atenção da mídia e a coisa ficou preta.

MEDIDAS

Enquanto a crise econômica avança e mostra os estragos que vai produzindo em cada país onde aterrisa, os governantes vão, de acordo com as suas ideologias, tratando de adotar medidas que julgam obter os melhores resultados possíveis.

ATINGINDO A TODOS

Mesmo aqueles países que devem sofrer menos estragos, que se encontram melhor preparados para confronto, sabem que o enfrentamento vai produzir grandes baixas e que muitas amputações serão inevitáveis. Ou seja, ninguém sairá imune da encrenca.

CIRURGIA

O Brasil, mesmo que muita gente de fora diga que tem boas condições para o enfrentamento da turbulência, não pode ficar tranquilo com a declaração. Condições melhores, comparativamente, não significam que cirurgias e reformas não sejam necessárias. E, para executá-las, o que precisamos é de muito raciocínio, técnica e perícia, e quase nada de crença ou ideologia.

INFRA

O governo brasileiro vem anunciando, repetidamente, que a hora é de fazer obras de infra-estrutura para manter as atividades econômicas aquecidas no mercado interno. Ótimo. Esta notícia já deixa muita gente bastante otimista, não é verdade?Pois bem. Passada a euforia da notícia, da informação, vamos entender como tudo funciona no Brasil real: em primeiro lugar, qualquer obra pública inicia com um edital de concorrência para fazer o projeto.

POUCO OTIMISMO

Obras de infra-estrutura levam muito tempo para começar. Primeiro, pelo detalhamento que os projetos exigem. E esta fase ainda pode sofrer demora caso o edital e/ou a concorrência venham a ser impugnados por algum descontente que entenda ter sido prejudicado e resolva entrar na Justiça.Depois de aprovado o projeto, um outro edital é publicado para definir quem, finalmente, vai construir a obra. Aí, de novo, pode haver embargos, o que tem sido muito comum por aqui. Além disso, há o problema das desapropriações daqueles que residem próximos ao local da obra, Isto sem falar nos Movimentos dos Atingidos por qualquer coisa, que fazem manifestações de toda ordem impedindo a construção. Dois exemplos atuais: a transposição do São Francisco e a BR 101(que pretende ligar o RS com SC), que nunca terminam. Pergunto: com toda a sinceridade, se a saída está nas obras de infra-estrutura, é possível ser otimista no Brasil? Isto sem falar na ojeriza que muita gente tem por concessão de serviços públicos.

Leia mais

19 jan 2009

WE ARE ONE


A POSSE

A posse de um presidente, de qualquer país, já é um fato importante. E, como tal, requer registro e grande repercussão na mídia local. Mas, se o presidente a ser empossado é americano, aí a notícia vira manchete em todos os meios de comunicação do mundo.

ALÉM DO PLANETA

No entanto, quando estamos falando da posse de um presidente americano cujo nome é Barack Obama, cuja eleição e enormes expectativas estão mexendo com o mundo todo, aí a repercussão e as esperanças parecem ir muito além dos limites do planeta.

MARCA REGISTRADA

Se a campanha de Obama teve uma marca registrada, e foi vitoriosa, com a afirmação: Yes, we Can, a partir de agora todos os americanos estão sendo convocados e conclamados para o: We are One.

GARANTIA DE APROVAÇÃO

Ora, o Congresso dos EUA, sabedor da enorme popularidade de Obama e da grave crise que o país está enfrentando, com toda certeza vai aprovar qualquer projeto que o novo presidente enviar. Esta garantia só Obama tem e ninguém ousa atrapalhar.

HERANÇA MALDITA

Como a mídia do mundo todo já arrasou com a imagem de George W. Bush, aplicando-lhe todos os adjetivos possíveis e imaginários de um mau presidente, a tarefa de Obama, mesmo difícil pelo momento econômico fica mais confortável. Se as soluções propostas não chegarem com a velocidade que o povo espera, basta debitar o insucesso ou a demora à herança maldita deixada por Bush.

VONTADE DE AJUDAR

Tomara que Barack Obama tenha o sucesso que todos esperamos. Antes mesmo da sua posse, a confiança, típica de mito, que está repassando aos americanos inclui uma enorme dose de vontade de ajudar. E nesse aspecto os americanos são exemplares e obedientes.

VOTOS DE UM BOM GOVERNO

É nesse clima de otimismo que desejo o máximo de sucesso ao presidente americano, Barack Obama, cuja posse já deu início pelas festividades que começaram no final da semana e tem o ponto culminante amanhã, 20, ao meio dia. Que os americanos recebam os meus votos de felicidades e que tenham o melhor governo de todos os tempos.

Leia mais

15 jan 2009

MINHAS SINCERAS DESCULPAS


REFÚGIO

Se o governo italiano está perplexo e considerou uma ofensa a lamentável decisão do presidente Lula e do ministro da Justiça (?) Tarso Genro, de concederem refúgio no Brasil ao terrorista Cesare Battisti, um dos chefes da organização de extrema-esquerda - Proletários Armados pelo Comunismo -, que foi condenado na Itália, muitos brasileiros, os corretos, sérios e decentes, estão pra lá de envergonhados, revoltados e indignados.

MIL DESCULPAS

De minha parte peço mil desculpas ao povo italiano, pela amarga e interesseira decisão dos nossos governantes por terem concedido asilo ao terrorista. Confesso que está me fazendo mal e permanece entalada na minha garganta.

AMIGOS

Passei a noite toda sentindo o gosto repugnante dessa solidariedade venenosa, apesar de não estar surpreso. Afinal, a ideologia dos iguais noramalmente fala mais alto em situações assim. Ou seja: amigos são para essas coisas, não é mesmo?

DOIS POBRES CUBANOS

É muito provável que inúmeros brasileiros, os portadores da mesma ideologia do partido do presidente, concordaram com a decisão. Pois é, meus caros italianos. Para que tenham uma idéia, aqui a coisa funciona assim: quando dois pobres atletas cubanos, decentes, pediram asilo no Brasil, a decisão foi sumária: foram deportados imediatamente para a Ilha de Fidel. Para nunca mais lutar ou sair de lá.

DIA BOM PARA BANDIDOS

Mas, o dia de ontem parece ter sido reservado para outras situaçoes revoltantes para quem é honesto. Não foi só o italiano assassino que levou a melhor. Outras decisões deixaram muita gente com os cabelos arrepiados, pelas vantagens concedidas a outros perigosos bandidos declarados e flagrados. Vejam só:

DECISÕES AMARGAS

O presidente do STF, Gilmar Mendes, concedeu liberdade a Marcos Valério; e os acusados de furtar donativos do Pavilhão 1 da Vila Germânica, em Blumenau, destinados aos flagelados das enchentes em Santa Catarina, foram considerados inocentes pela polícia. Que tal? Belo país o nosso. Que futuro, hein?

MANIFESTAÇÕES

Chamo mais uma vez a atenção sobre as equivocadas manifestações que estão sendo feitas neste momento no Brasil. Enquanto fortes estímulos são concedidas a bandidos e inúmeras vantagens e privilégios sao aprovados por lei para certas minorias do setor público, o povo entende que o melhor é se insurgir contra o Conflito de Gaza. Que coisa...

Leia mais

14 jan 2009

FALTA DE OTIMISMO?


MENSAGENS

Desde os primeiros sinais do desaquecimento da economia global, que dia após dia se mostra mais presente, a cada artigo que escrevo sobre o tema recebo, imediatamente, dezenas de mensagens pedindo mais otimismo sobre o nosso futuro.

FINGIR

De antemão parece ficar claro, pela reação demonstrada, que muitos leitores não foram educados para lidar com a realidade dos fatos. Para esses, notícia ruim sobre qualquer assunto, ao invés de servir de alerta ou promover uma reação firme para tentar neutralizar imediatamente o problema, o melhor remédio é fingir. Basta dizer que tudo vai acabar bem. Maravilha, não?

MUNDO DA FANTASIA

Ora, preferir uma notícia falsa, um diagnóstico errado, imaginando que aí está a chave da felicidade, já evidencia que o mundo parece outro. O mundo da fantasia, onde tudo que é ruim não tem como prosperar.

DEDOS CRUZADOS

É preciso entender que, otimismo puro e simples, como manifestação de vontade, não passa de enorme tolice. Como se alguém que, por não ter gostado do final do filme que assistiu resolve ver a reprise com os dedos cruzados, torcendo por um outro final mais feliz. Ora, vamos lá, gente: só pode ser otimista correto e consciente aquele que sabe quais as ferramentas que dispõe para obter algum sucesso.

LEI DAS PROBABILIDADES

Portanto, todo dito otimista que não calcula ou projeta a mínima probabilidade de ocorrência dos fatos, não passa de um tolo. Um sonhador que depende e acredita excessivamente na sorte. É aquele que arrisca com grandes chances de se dar mal.

CAUSA E EFEITO

Este raciocínio, certamente, da mesma forma e nas mesmas condições, vale para o pessimismo. Portanto, otimismo sem conhecimento de causa e efeito é coisa de sonho de desesperados, que recusam aceitar e conhecer a realidade.

REFORMAS

Aos caros leitores que gostariam, como eu, de ver o Brasil sair desta crise com um mínimo de arranhões, proponho que façam aquilo que mais tenho feito: exijam, já, as reformas da Constituição (sempre adiadas), as quais são agora mais do que necessárias. Neste momento sério só uma grande manifestação popular, inteligente e objetiva, exigindo menos desperdicio de dinheiro dos contribuintes é o que poderia trazer algum otimismo. Venho pregando esta oração desde o primeiro artigo, há sete anos. Ou seja: sou, sim, um otimista responsável. Sei por onde poderemos ter algum sucesso. Isto não pode ser confundido com pessimismo. O que me faz pessimista é a real passividade, onde muitos brasileiros se comovem pedindo paz no Conflito de Gaza, e jamais se manifestam para exigir uma postura decente, honesta e mais justa por parte dos nossos governantes.

Leia mais

13 jan 2009

SENSAÇÃO ESTRANHA


SENSAÇÃO DE IMPOTÊNCIA

A crise econômica atual, que já tomou conta do mundo todo, está sendo comparada com a de 1929. Como só um ou outro habitante do planeta ainda permanece vivo para contar a experiência vivida na Grande Depressão, a Crise de 2009 está deixando uma sensação estranha no ar. Uma sensação de impotência.

MILAGRE

Considerando que os terráqueos vivos nunca haviam passado por algo semelhante, é difícil descrever o que está se passando nas suas cabeças. Arriscando, eu diria que a impressão, para muitos, é de que o mundo está parando. Embora isso não passe de um grande absurdo, o fato é que nessas horas muita gente fica à espera de que um milagre aconteça para que tudo volte ao normal.

MILAGREIRO DA HORA

E o milagreiro da hora, que todos estão esperando ansiosamente, é o novo presidente dos EUA, Barack Obama, que será empossado na terça-feira da próxima semana, dia 20 de janeiro.

LÍNGUA CONTROLADA

Até agora o profeta Barack Obama tem controlado muito a língua. De forma inteligente tem evitado fazer declarações sobre aquilo que ainda diz respeito ao governo Bush. É correto este comportamento, no meu entender. Afinal, se a lei diz que seu governo começa no dia 20, e a encrenca é pesada, não há porque se antecipar.

YES WE CAN

Como grande parte do povo americano continua gritando - Yes, We Can -, acompanhado de seguidores do mundo todo, Obama, segundo esse enorme contingente de apaixonados não pode decepcionar. Sabendo do abacaxi econômico que vai enfrentar, já está pedindo munição ao Congresso para tentar acabar de vez com o tigre representante da crise.

ORIGEM E SOLUÇÃO

Como a crise se originou nos EUA, embora muitos países sofriam do mesmo mal, o que todos esperam agora é que a solução saia do mesmo lugar. Afinal, quem detém 1/3 do PIB mundial é quem tem mais cacife para ditar as cartas para o bem ou para o mal. Esperamos que tudo aconteça da melhor forma, embora muitos países precisem, com urgência, fazer a lição de casa. É o nosso caso, certamente.

DIPLOMACIA INFANTIL

Mais uma vez o Brasil deu demonstrações de ingenuidade diplomática. Em atitude patética, o embaixador Celso Amorim, cheio de pretensão, e jogando para uma torcida nada esclarecida, tratou de pedir paz no Conflito de Gaza. Ora, ora, gente. Quem é Amorim para falar em paz, quando o Brasil vive uma guerra sem precedentes, tanto no crime organizado quanto o desorganizado? Sai pra lá.

Leia mais

12 jan 2009

2009: O ANO DO DESEMPREGO


ECONOMIA CAMBALEANTE

Se o ano de 2008 se caracterizou como o ano de maior empregabilidade formal no país, o ano de 2009 começa anunciando que o desemprego deve dar o tom, para ser a grande notícia da nossa economia também cambaleante.

O CONSUMIDOR DESEMPREGA

Muito antes que alguém resolva fazer qualquer juízo de valor, e decida apontar a indústria como vilã, pelo fato de estar dispensando muitos trabalhadores, é bom que todos tenham em mente que o desempregador é tão somente o consumidor.

ESTOQUE

A indústria, quando percebe o encolhimento do consumo, tem por obrigação ajustar a produção de acordo com o que pode e vai vender. Fabricar para manter estocados os artigos produzidos significa colocar em xeque a própria indústria, que simplesmente não gira o estoque.

INSOLVÊNCIA

Quem produz acima da capacidade de consumo, além de não poder pagar seus fornecedores não poderá pagar, por óbvio, também os salários, impostos, aluguéis, empréstimos bancários, etc. Um empresa que se mostra insolvente se define como em situação falimentar.

SEM PIEDADE OU COMPAIXÃO

Portanto, quem imagina que a hora exige piedade e compaixão está desempenhando um mero papel de indutor da quebradeira, que por conseqüência provoca um desemprego muito maior. Anotem aí: empresa não se constitui para empregar, mas para produzir. Ou seja: para evitar que todos sejam dispensados, alguns precisam ser desempregados.

A HORA DO BOM GOVERNO

Quando o mercado mostra esse sintoma grave e dá o sério aviso da falta de disposição para o consumo, é a hora do bom governo entrar em ação, agindo com enorme rapidez. Não é o nosso caso, infelizmente. Governo correto, para tentar brecar a onda de desemprego faria, já, uma efetiva flexibilização das leis trabalhistas.

LÓGICA

Com custos menores as empresas teriam mais fôlego. E os consumidores, por sua vez, mais renda para consumir. Esta lógica, entretanto, está longe da cabeça dos nossos governantes e políticos petistas, principalmente, que estão exigindo uma redução da carga de trabalho sem mexer na remuneração. Pode?

Leia mais