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29 jun 2009

A REAÇÃO HONDURENHA


EXPULSO

Se até agora os povos da América Latina se mostravam frouxos, simpáticos e muito condescendentes com os neo-ditadores, pelo menos em Honduras a reação foi outra: ontem, o presidente Manuel Zelaya, que tudo queria, acabou expulso.

APLAUSOS

Não tenho a mínima idéia das pretensões do povo e, principalmente, das Forças Armadas de Honduras sobre o futuro daquele país. Mas, só pelo fato de terem se livrado a tempo do declarado neo-ditador, já merecem aplausos.

NOVA VENEZUELA

Tudo leva a crer, por enquanto, que o motivo da expulsão de Zelaya foi mesmo o seu firme desejo de querer transformar o país hondurenho numa nova Venezuela.

OUTRO CHÁVEZ

O presidente Manuel Zelaya, para quem ainda não sabe, a exemplo de outros líderes latinos nunca escondeu as sérias pretensões de vir a ser um outro Hugo Chávez. As Forças Armadas de Honduras, atentas ao interesse do neo-ditador, impediram a tempo a manobra.

ATITUDE SALVADORA

É compreensível a dificuldade em apoiar atitudes militares que derrubam governos. Principalmente, porque essa prática já foi rotineira entre os povos da nossa América Latina. No entanto, quando a democracia está a perigo, como é o caso de Honduras, ou como se imagina, a atitude precisa ser vista até como salvadora.

REAÇÃO BRASILEIRA

O governo brasileiro, como já era esperado, em momento algum se preocupou em analisar o sério risco que Honduras corria de vir a ser tutelada por Zelaya. Por isso se apressou em condenar o episódio hondurenho.Como apóia, incondicionalmente, os atos praticados pelos amigos Fidel, Chávez, Morales, Kirchner, Correa, Lugo, etc., além de também elogiar de forma incrível o governo do Irã, em momento algum condenaria as pretensões do presidente hondurenho. Para o governo brasileiro, o salvador da Pátria de Honduras era Zelaya. Só podia.

FAZER DE TUDO

Se alguém ainda tem dúvidas, e está pendendo para o lado que condena o desfecho de ontem, em Honduras, basta observar o sentimento de Hugo Chávez. O homem ficou possesso. Solidário com o amigo destituído, Chávez disponibilizou um avião venezuelano para levar Zelaya para a Nicarágua. E disse alto e bom som que vai fazer de tudo para que Zelaya volte ao Poder de Honduras. Pra mim isso já é mais do que suficiente para ver quem está com a razão.

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26 jun 2009

FALTA DE JUÍZO


OTIMISMO NÃO É O BASTANTE

Em geral, para se sentir mais confiantes e otimistas, muita gente entende que ser otimista é o bastante. Mesmo diante de situações onde o grau de probabilidade de êxito é bastante reduzido, ainda assim o sentimento escolhido é esse.

AVALIAÇÃO

Ora, quem não se dispõe a avaliar minimamente as chances de sucesso em qualquer empreitada, só pode se declarar esperançoso. Até porque o otimismo exagerado nada mais é do que falta de juízo.

ESPERANÇA

Depender exclusivamente do fator sorte, ou o acaso, não pode ser uma demonstração de otimismo. Isto significa muito mais uma esperança. Mesmo remota é só esperança.

BENEFICIADO PELA CRISE

O Brasil (aqui entre nós), está recebendo muita atenção por parte dos investidores internacionais graças à crise mundial. É preciso, portanto, aproveitar o momento para não deixar os investidores frustrados. Otimismo exagerado sem ação pro-ativa resulta em otimismo sem causa, ou falta de juízo.

ENCANTO

Assim como o interesse pelo Brasil cresceu de forma rápida, onde a crise tem sido oportuna e fundamental, ela pode deixar de existir com a mesma velocidade. Basta que deixemos de lado as reformas. Sem elas o encanto observado hoje vira um desencanto maior ainda.

EDUCAÇÃO E REFORMAS

Vamos, portanto, manter o otimismo. Mas com a preocupação de fortalecer as condições favoráveis que o mundo nos deu com a crise. Atenção: a atração que caiu no nosso colo só permanecerá viva e contínua, caso façamos um investimento pesado em educação. E as reformas que o país necessita.

COMPROMETIDOS

Jamais podemos perder a esperança de que algo ainda seja feito por aqui. Mas só podemos ser otimistas conscientes e com juízo caso estejamos comprometidos, para valer. É preciso comprometimento com as causas.

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25 jun 2009

ROBIN LULA HOOD


APROVAÇÃO

De nada mais adianta fazer críticas aos pronunciamentos do presidente Lula. Isto já se tornou uma grande perda de tempo, pois os efeitos de qualquer comentário que contraria o pensamento explícito do presidente são simplesmente nulos. Melhor: quanto mais bobagens Lula diz, mais a sua aprovação avança.

PENSAMENTO DO POVO

Aliás, depois de ler corretamente as pesquisas de opinião sobre Lula fica claro que a insignificante minoria que o desaprova é aquela parcela da sociedade que tem algum estudo e faz deduções lógicas. Como a maioria do povo é desprovida de educação, para esses tudo que Lula diz é festa e soa sempre de forma maravilhosa.

ROBIN LULA HOOD

Quando Lula afirmou, dois dias atrás, que a desoneração fiscal, concedida pelo governo, deveria ser dada diretamente aos pobres, o povo ficou simplesmente maravilhado. Foi à loucura. Ou seja, Lula mostra que já está mais para Robin Hood, na versão tupiniquim. Robin Lula Hood.

TODOS OS CONSUMIDORES

Ora, para começar, se Lula não poderia dizer que só os pobres merecem receber qualquer desoneração fiscal, todos os benefícios oferecidos pelo governo devem alcançar todos os consumidores, sem discriminação de renda.

CARGA TRIBUTÁRIA

Além disso, o correto seria o governo diminuir brutalmente a carga tributária. A partir daí a concorrência aumentaria fortemente e, por consequência, os preços dos produtos e serviços se ajustariam de acordo com a demanda e a oferta.

ASSISTENCIALISTA

Mas, quem ouviu, ou leu, corretamente, Lula desancando o pau em cima dos empresários, por entender que os mesmos se apropriam da desoneração fiscal concedida pelo governo, já entendeu que o propósito do líder tem um objetivo: agradar os pobres de estudo, que o colocam nas nuvens por qualquer declaração assistencialista que faz.

INCONTINÊNCIA VERBAL

Como o Brasil está se beneficiando de forma extraordinária da crise mundial, ninguém está dando ouvidos ao presidente. Lula, esperto e igual a todo ser humano vaidoso, está feliz da vida com a aprovação que os brasileiros lhe conferem. Como até Obama é só elogios ao nosso presidente, isto contribui ainda mais para acelerar a sua incontinência verbal.

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24 jun 2009

É SÓ COMEÇAR


REPERCUSSÃO

Foi boa a repercussão da idéia de fazer plantão às quintas e sextas-feiras, nos principais aeroportos do país, para arremessar ovos e tomates nos safados e seus cúmplices que saem de Brasília.

IGUAL AO CARÁTER

Contudo, os produtos a serem arremessados, não precisam ser podres. Se fossem melhor seria, pois tal estado estaria bem de acordo com o caráter dos alvejados.

PRAZEROSO

Esse tipo de manifestação, que parece ganhar corpo, tem vantagens comparativas: não depende de grande logística e organização. Por ser fácil e simples, cada um leva os produtos a serem arremessados. Pronto. O ato, além de prazeroso produz grande repercussão.

SEM PERDÃO

Uma coisa, entretanto, se faz necessária: o puxa-saquismo precisa ser deixado em casa. Neste momento não há perdão para ninguém da política.

JEITINHO BRASILEIRO

O brasileiros estão convencidos de que são muito criativos. Cultivamos, inclusive, o jeitinho brasileiro como uma forma de agir. Comportamento, aliás, de gente esperta e rápida para driblar obstáculos. O curioso é que esse sentimento não funciona quando estamos diante da alta corrupção que nos atinge. Aí a mansidão é total.

OVOS E TOMATES

Se esta idéia dos ovos e tomates está sendo reconhecida como boa, não elimina outras que precisam ser criadas e postas em práticas. O fato positivo é que, se Brasília está muito distante da população, os aeroportos estão nas capitais onde os políticos passam o final da semana.

COMO COÇAR

A coisa, para funcionar, precisa acontecer da mesma forma como acontece com o ato de se coçar. É só começar. Quando algum grupo, ou um indivíduo mais indignado, der o primeiro passo aí a bicicleta não para de andar. Até que o respeito com o dinheiro público volte a existir.

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23 jun 2009

NOVAS FORMAS DE INVESTIR


COMPORTAMENTO

Mesmo que o ato de especular no mercado financeiro seja muito sadio, embora muitos profissionais da mídia (principalmente aqueles que exigem diploma para atuar no pedaço) ainda criminalizam a atitude, um fato já é incontestável: a redução da taxa Selic já mudou o comportamento dos investidores.

FUGA

Como as aplicações financeiras em títulos de crédito (chamados de renda fixa embora possam ter renda variável) já mostram rendimento líquido (depois de descontado o IR) bem menor, em média, do que a Caderneta de Poupança, a fuga desse tipo de aplicação tem sido intensa.

TRINÔMIO

De novo: essa atitude do investidor não é especulativa. E se fosse não teria a menor importância. Trata-se, porém, de uma simples comparação entre os rendimentos apresentados pelas formas de aplicação disponíveis. Considerando, logicamente, o importante trinômio - rentabilidade, segurança e liquidez -.

COMPETITIVOS

Se a grande maioria dos investidores tem dado maior preferência para aplicações desse tipo, daqui para frente certamente irão se interessar por várias ações de empresas negociadas nas Bolsas. Quanto menor for a taxa Selic, mais os dividendos podem se tornar competitivos.

RETORNO

Hoje, inclusive, considerando a taxa Selic de 9,25%, já é possível encontrar várias ações negociadas nas Bolsas de Valores, cujo retorno de dividendos (distribuição de lucros) é bem mais vantajoso do que os cada vez mais baixos rendimentos da Poupança e dos Fundos de Renda Fixa (DI).

MENSAGENS

Diante do descalabro que está acontecendo no Senado, produzido por descobertas sem fim, que a cada dia são divulgadas, a paciência dos internautas está chegando ao limite. Junto com a indignação, todas as mensagens que recebo identificam que ninguém está preparado para iniciar uma manifestação que dê visibilidade real.

PROCESSO

Como não estamos preparados, nem temos tempo para agir desta forma, além do fato de que Brasília é muito distante das cidades-tambores, faço a seguinte proposta:Formar grupos de indignados, em todas as capitais, para lotarem os aeroportos nas quintas e sextas-feiras com a finalidade de arremessar tomates e ovos nos políticos que retornam às suas bases. Se todos não são safados, ao menos são cúmplices.

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22 jun 2009

O TESTE


TOLERÂNCIA

Na semana passada o povo brasileiro foi submetido a mais um teste governamental. Desta vez a dura sabatina, que tinha como propósito medir a tolerância da sociedade, foi aplicada pelos líderes do Senado (José Sarney) e do Executivo (presidente Lula). Pelos resultados colhidos até aqui os políticos já podem ficar absolutamente tranquilos: o povo brasileiro, além de manso não pratica a cidadania. Somos muito bobos, melhor diria.

WEB INDIGNAÇÃO

Depois de descobertas as incalculáveis safadezas, Sarney testou a sociedade aplicando-lhe mil incríveis mentiras, só para sentir a reação. Como tudo não passou de indignação verbal, ou melhor, web-indignação, Sarney e seus liderados festejaram. Estão agora felizes e confiantes. São mesmo os tais e que nada lhes acontecerá.

DOIS TIPOS

Para ter certeza plena de que o povo não vá tomar alguma atitude inesperada, que possa realmente surpreender, o presidente Lula arriscou tudo no teste quando disse que existem dois tipos de brasileiros: os comuns e os incomuns.

OS COMUNS

Os comuns, obviamente, são aqueles cujo objetivo principal é pagar as contas. Além disso precisam ser muito obedientes e calados a tudo aquilo que por ventura julgam legal e, principalmente, ilegal. Mais ainda quando a ilegalidade acontece no setor público.

OS INCOMUNS

Os incomuns são, naturalmente, os políticos. A marca registrada desse tipo é a falta de caráter. E na carteira profissional ainda consta o direito à privilégios. Embora Lula tenha citado seu companheiro Sarney como incomum, ele e todos que compõem essa corporação feudal estão inseridos. Como tudo podem, nada deve atrapalhar suas vidas e seus fantásticos ganhos. Quanto mais corruptos mais destacados são os incomuns. Maravilha.

INDIGNAÇÃO SEM AÇÃO

Depois de toda essa provocação, considerando os costumes, o desconhecimento da cidadania e a baixa escolaridade de um povo que é ensinado a jamais reagir a qualquer tipo de assalto, o resultado só pode ser a indignação. Indignação sem ação. Assim, nada mais apropriado do que repetir o que já escrevi em outra ocasião: a sociedade brasileira se compõem de duas categorias: os conformados e os inconformados. A diferença entre elas é que os inconformados não passam de inconformados.

SALAFRÁRIOS

Para completar, antes que eu me esqueça: o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, na semana passada, chamou de salafrários aqueles que defendem a investigação sobre a Petrobrás no Senado. Perfeito. Começando por ele, que tem conhecimento profundo sobre a prática de safadezas, nada a acrescentar.Segundo Berzoini, da mesma forma com que os salafrários querem a CPI da Petrobrás, o PT quer se manter por 30 anos no poder. Não estou inventando nem uma vírgula, gente. A afirmação aconteceu no encontro regional de vereadores, em Teresina, PI, na semana passada. Que tal?

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