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14 mar 2011

A INDÚSTRIA DAS MULTAS


REPORTAGEM ESCLARECEDORA

A excelente reportagem feita pelo jornalista Giovani Grizzoti, exibida ontem no Fantástico (TV Globo), confirma de forma absoluta e definitiva tudo aquilo que grande parte da sociedade brasileira suspeitava a respeito da existência de uma triste indústria de multas de trânsito, aplicadas eletronicamente.

DE CHORAR

Independente da mais do que costumeira e corriqueira corrupção que impera nas mais diversas licitações feitas pelo Poder Público, aquelas que tratam especialmente das compras e instalações dos chamados -pardais e caetanos- é de fazer o povo chorar. De raiva, certamente.

ROUBADOS

A safadeza, o conluio e a locupletação que as gravações feitas pelo repórter dizem bem o quanto estamos sendo roubados. Tanto como contribuintes de impostos (através do superfaturamento dos equipamentos), quanto pela quantidade de multas aplicadas (cujos valores vão diretamente para os bolsos dos fabricantes dos equipamentos e dos servidores públicos envolvidos no esquema).

AUTORIDADE OMISSA

As suspeitas de que havia uma indústria de multas eram muito grandes. Faltava, entretanto, a prova do crime. Como a autoridade pública é quase sempre omissa, certamente por interesse no faturamento da farsa, nada fez. Assim, mais uma vez, coube à imprensa a tarefa de desvendar a tramóia.

DUVIDO

Pois, embora o crime esteja desvendado, duas dúvidas cruéis continuam nas nossas mentes: 1- o Estado e os Municípios vão devolver os valores das multas aplicadas e arrecadadas, uma vez que não se sabe quem é realmente o infrator? 2- Algo vai realmente mudar daqui pra frente? Duvido.

SOBRE O JAPÃO

Entre as cenas da tragédia que atinge o nordeste do Japão, uma delas é de deixar os países menos desenvolvidos com a cara no chão: não há notícias de saques nas regiões atingidas. A resposta para isto tem nome: EDUCAÇÃO.

ÍMPAR

Em que pese o custo e as dificuldades para o reerguer as cidades destruídas pelos terremotos e pelo fantástico e arrasador tsunami, é pela educação do povo japonês que a esperança é considerada como a última coisa que, efetivamente, pode morrer. Com um plano correto, inteligente e factível, a esperança na reconstrução é sempre possível. E, nisto, o Japão é ímpar.

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11 mar 2011

TERREMOTOS E TSUNAMIS


JAPÃO E BRASIL

Enquanto o Japão vem sendo atingido por fortes terremotos, como este que ocorreu nesta madrugada (horário brasileiro) em que um tsunami provocou enorme destruição, o nosso pobre Brasil também não para de tremer.

TIPOS DE ABALOS

Se no Japão os abalos são sísmicos, no nosso país os tremores são provocados por incessantes rombos nas contas públicas, corrupção sem limites e um turbilhão de safadezas e muita injustiça.

RARAS OPORTUNIDADES

O interessante é que nas raras oportunidades em que a nossa economia desponta e começa a ensaiar algum ânimo, as forças do mal, misturadas com excesso de ignorância, tratam de agir rapidamente reduzindo os já curtos períodos de crescimento e desenvolvimento.

O NOSSO ABALO

Como se sabe, os terremotos e tsunamis são fenômenos capazes de causar grandes destruições, dependendo das suas magnitudes. Pois, um grande tremor que abalou ainda mais o nosso pobre Brasil, entre tantos já sofridos, aconteceu em 1988, na data da promulgação da nossa Constituição.

DIREITOS E DEVERES

De lá pra cá o solo brasileiro nunca mais parou de tremer. Com isso as contas públicas passaram a ser constantemente arrastadas pelas enormes ondas de excessivos e absurdos direitos (alguns adquiridos), sem uma contrapartida de mínimos deveres (sempre minguados).Tal devastação fez com que o país elevasse estupidamente a carga tributária. A maior do mundo, lamentavelmente, sabido.

REFORMAS

Diante dessa destruição sem fim, a única saída para uma trégua definitiva dos tremores está na realização de pesadas reformas na Constituição.Só extraindo dela alguns enormes tumores malignos, principalmente aqueles situados nas áreas da economia e da política, cujas sementes lá foram colocadas por políticos irresponsáveis, poderão salvar o Brasil desta pesada encrenca.

UM OUTRO TSUNAMI

Ou seja, só um outro tipo de tsunami, de graduação respeitável, porém em sentido contrário, é capaz de fazer do nosso pobre Brasil um país verdadeiramente rico, competitivo e, por consequência, muito feliz.

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10 mar 2011

SEM SEGREDOS


CREDIBILIDADE

Depois que o Wikileaks passou a postar documentos, fotos e informações confidenciais sobre tudo que acontece, ou aconteceu, em grandes empresas e, principalmente, governos, muito daquilo que só poucos sabiam, e muito do que se especulava, ganhou maior credibilidade.

SEM RODEIOS

Se por um lado tem gente que condena esta incessante quebra de sigilo sobre fatos, pessoas, setores e situações estratégicas, por outro temos um aspecto muito positivo: tudo aquilo que nunca é dito publicamente, para não ferir suscetibilidades, acaba sendo publicado, de forma clara, sem rodeios, em documentos confidenciais.

VERDADES

E como tudo que é sigiloso, por si só já ganha maior credibilidade, não há quem não queira saber das coisas que Julian Assange, fundador do Wikileaks, diz que tem para divulgar. Uma forma, quem sabe, que o público encontrou para saber de muitas verdades até então escondidas.

ANTIAMERICANO

Pois, mesmo que ninguém ainda pudesse duvidar, uma das verdades veio à tona na semana passada, no Wikileaks: a de que a diplomacia dos EUA consideram o Mercosul como ?antiamericano-. E que rejeitam a entrada da Venezuela como membro pleno do bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

FORO DE SÃO PAULO

Os EUA, assim como os brasileiros sensatos, sabem, perfeitamente, quais os objetivos que cercam os interesses comunistas da América Latina de Chávez, Fidel, Lula, Evo, Correa e Cia. Pois, o documento, que contém cerca de duas mil mensagens secretas da diplomacia americana dá o tom da socialização perseguida pelos integrantes do Foro de São Paulo.

POLITICAMENTE ATRASADO

Enquanto o Brasil, nas questões políticas, cresce, obstinadamente, no sentido contrário dos países desenvolvidos, na ordem econômica duas informações recentes do Fórum Econômico Mundial estão chamando a atenção, apesar de contraditórias:

FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL

1- No quesito -riqueza natural-, principalmente pela diversidade de espécies animais existentes, com a fauna mais rica do mundo, além do número de lugares considerados patrimônios da humanidade, da quantidade de áreas protegidas e da qualidade do meio ambiente, o Brasil ficou em primeiro lugar; 2- Entretanto, no importante quesito competitividade ficou apenas com o 52.º lugar na classificação geral do ranking deste ano. Ou seja: perdemos sete posições na comparação com o levantamento anterior, realizado em 2009 -.As piores avaliações foram obtidas em critérios como a infraestrutura de transportes, a ausência de trabalhadores qualificados e as regras para o estabelecimento de negócios no setor. O Brasil aparece, por exemplo, como um dos países onde mais tempo se leva para abrir uma empresa. O peso do crime e da violência também desfavorece o País. Ah, um detalhe importante: como isto não foi publicado pelo Wikileaks há quem não vá acreditar, certamente.

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03 mar 2011

A ECONOMIA EM DESTAQUE


CRESCIMENTO DO PIB

Como o desempenho da economia é medido hoje quase que minuto a minuto, a divulgação do PIB brasileiro de 2010, cujo crescimento apresentou 7,5%, segundo o IBGE, ficou dentro do esperado. Portanto, mesmo que deva ser comemorada a taxa não surpreendeu.

MELHORES DO MUNDO

Há quem simplesmente fique radiante com o alto índice apresentado, imaginando que, a partir daí, já somos os melhores do mundo. Principalmente depois de comparar este nosso crescimento com o de países de primeiro mundo, fortemente atingidos pela crise de crédito mundial.

2011 DIFERENTE

Sem a mínima pretensão e/ou interesse de ser um estraga-prazer proponho aqui que observem o seguinte: neste ano de 2011 o Brasil não tem como repetir o mesmo desempenho de 2010. Por algumas razões básicas, como:

RITMO CHINÊS

1 - A taxa de investimento da economia brasileira no ano passado fechou em 18,4% do PIB. Para quem deseja crescer em ritmo chinês, a taxa de investimento precisa estar em torno 25% do PIB.

FATORES NEGATIVOS

2- A infra-estrutura e a carga fiscal e tributária são extremamente elevadas. Além disso a mão do Estado sobre a economia é extremamente pesada. Tais fatores contribuem sobremaneira para impedir um crescimento constante e sustentado.

TAXA DE INVESTIMENTO

Como a taxa de investimento foi insatisfatória, e a demanda (pelo efeito crédito acentuado) ficou bem acima do crescimento industrial, o resultado que já estamos colhendo neste início de 2011 é uma perigosa inflação, que já está sendo projetada para mais de 5,5%.

O TRISTE PAPEL DAS ENTIDADES

Em cima desta dura realidade, o COPOM só tinha um caminho a tomar: aumentar a taxa SELIC para 11,75% ao ano, como aconteceu ontem. Pois, o que mais espanta nisso tudo é que as entidades empresariais, como sempre fazem, saíram às ruas e ocuparam os microfones para criticar a decisão sensata do COPOM. Ora, ao invés de se organizarem para fazer protestos exigindo as necessárias reformas (que poderiam aumentar significativamente a taxa de investimento), os empresários, pela enésima vez, cometeram o mesmo erro de sempre: criticaram a consequência deixando as causas absolutamente intactas. Pode?

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02 mar 2011

OS NOTÁVEIS


LOUCURA

Pelo nível elevado e, principalmente, pela excelente reputação dos deputados que vão compor as diversas Comissões da Câmara dos Deputados, é possível antever como serão apreciados os projetos que por lá passarem.

ESCOLHA CRITERIOSA

Assim como aconteceu com a cuidadosa e criteriosa escolha do mestre Tiririca para a Comissão de Educação, como titular de renome internacional por tudo que fez pela valorização do ensino no nosso país, outros deputados, também ultra-notáveis, já ocupam outras Comissões.

REFORMAS?

Como os políticos estão se sentindo pressionados para que algumas reformas sejam feitas, e os projetos precisam passar pelo crivo das Comissões, as únicas que estão sendo colocadas em discussão são a POLÍTICA e a TRIBUTÁRIA.

REFORMA POLÍTICA

Pois, para cuidar da reforma Política, a Comissão Especial formada por 40 deputados foi instalada ontem. Alguns de altíssimo quilate, o que garante, aqui entre nós, uma bela reforma. Vejam só as figuras:Paulo Maluf (PP-SP)- além de procurado pela Interpol foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa ano passado;Valdemar Costa Neto (PR-SP) - mensaleiro comprovado; Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - réu no chamado mensalão mineiro;José Guimarães (PT-CE) - teve um assessor preso em flagrante com US$ 100 mil na cueca;Newton Cardoso, ex-governador de MG (PMDB-MG) - dispensa comentários.Ah, o presidente da Comissão é Almeida Lima (PMDB-SE), aliado puro do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Tá bom assim?

REFORMA TRIBUTÁRIA

Já para a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, o seu presidente, deputado Cláudio Puty(PT-PA), disse, ontem, que a reforma tributária deve ser uma das prioridades da Casa neste ano. Ora, a reforma considerada como realmente importante é a Fiscal, gente. Ela é que determina quanto deve custar o governo para os contribuintes. A partir daí os tributos são criados para atender a fome do Estado, não?

IMPOSTO SOBRE FORTUNAS

Pois, ao justificar a importância da reforma, Puty afirmou que o país vive um -apagão tributário-, com consequências sobre as exportações nacionais. Mas, tudo isso para dizer o seguinte: entre as propostas que defende, o notável das finanças é a favor da criação de um imposto sobre grandes fortunas. Que tal?

HAITI

Eis o que disse o atrasado: - Eu, como parlamentar do PT, não posso defender outra coisa. Nós temos que retirar impostos da cesta básica para que fiquem mais baratos para o povo trabalhador e cobrar imposto dos muitos ricos, criando assim, o imposto sobre grandes fortunas. Como se vê, infelizmente,ninguém quer saber da reforma da Previdência, que resolveria os problemas admitidos pelo deputado Puty.O fato é que estou muito esperançoso. Nas duas reformas acima referidas já vejo o quanto vamos progredir. Em breve chegaremos ao estágio vivido hoje pelo Haiti.

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01 mar 2011

HISTÓRIA DA CAROCHINHA


CORTE

Depois de já ter informado que o Orçamento da União sofreria um corte de R$ 50 bilhões, a equipe econômica do governo Dilma veio a publico, ontem, para manifestar onde e de que forma o dinheiro público será economizado.

O ILUSIONISTA

Usando de uma sinceridade pouco confiável, o ministro Mantega tratou de fazer o que mais sabe: iludir os menos esclarecidos dizendo que a economia brasileira vai bem e que as contas públicas estão em ordem e saudáveis.

DÉFICIT CRÔNICO

Ora, nenhum governo retira R$ 50 bilhões do Orçamento sem uma boa razão, não é mesmo? Pois, no caso do Brasil, diante da herança deixada pelo governo Lula, com altíssimo nível de gastos públicos, o corte atual não conseguirá fazer cócegas no déficit governamental crônico.

CARGA TRIBUTÁRIA

A prova inequívoca de que a sociedade brasileira é muito despreparada está nos lamentos diários quanto a nossa elevada carga tributária do país. Ora, se o governo não reduz satisfatoriamente seus gastos, como a carga tributária pode ser menor?

REFORMAS

Mesmo fazendo este corte de R$ 50 bilhões (valor miserável), a carga tributária precisa se manter alta. Simplesmente porque as despesas engessadas pela Constituição estão acima do insuportável. Coisas que só podem ser consertadas com várias reformas, que o governo evita de todas as formas.

ROMBOS E ROUBOS

Isto tudo sem falar na péssima administração do dinheiro público, onde os rombos e roubos já se tornaram corriqueiros e normais. Aliás, quando um é estampado na mídia o prazo de repercussão não excede a três ou quatro dias. Até porque um novo rombo ou roubo já toma conta do noticiário.

ESTADO GASTADOR

Volto a informar aquilo que faço à exaustão desde que o Ponto Crítico foi criado: só a Previdência Social do País, que envolve duas classes (?) de aposentados e pensionistas (Regime Geral da Previdência Social, ou INSS, e Regime Próprio da Previdência Social, dos Servidores Públicos) o rombo, anual, já atinge R$ 110 bilhões, aproximadamente.Pergunto: alguém acredita no ministro Mantega, quando o mesmo diz que o país vai bem e que a economia brasileira é auto-sustentável?Acreditem: sem competitividade não há como ir bem. E com governo extremamente gastador, mau gastador, menos ainda.

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