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08 abr 2011

O RETORNO DA VELHA MATRIZ


FATO MARCANTE

Entre os fatos acontecidos, que servem para marcar um ano, uma época ou um período, a demissão sumária do presidente da Vale, Roger Agnelli, já pode ser considerado como o fato marcante da economia do país deste ano de 2011.

A VOLTA DO NACIONALISMO

Mesmo que muita gente aponte razões diferentes para o afastamento de Agnelli, o fato é que a intromissão governamental NO CASO identifica que, infelizmente, a matriz NACIONAL-DESENVOLVIMENTISTA já voltou a reinar no Brasil. É, em outras palavras, o retorno do ESTÚPIDO NACIONALISMO.

CUSTO ALTO

Em tese, significa uma lamentável volta ao passado, ao atraso, cujo custo para o país será muito grande. Como se vê, Agnelli está sendo afastado porque fez as coisas certas na administração da Vale. E o ministro Mantega deve permanecer no cargo porque erra na política econômica do país.

INTERVENCIONISMO

Assim, enquanto a matriz econômica GLOBALIZANTE vai sendo posta de lado, a velha matriz do NACIONALISMO entra em cena, triunfante, para dominar a economia. A guinada significa que haverá uma intervenção ainda maior do governo, tanto na economia quanto na vida dos cidadãos. O recado já era previsto pelas atitudes tomadas durante o governo Lula. E se consolida, efetivamente e com muito mais força, neste primeiro ano do governo Dilma.

MARCA

Como faltava uma prova da atitude do governo, algo que marcasse a data da mudança da matriz NACIONALISTA, que passa a vigorar novamente no país, a intromissão feita na VALE foi a escolhida. Caiu como uma luva como prova indelével da decisão tomada.

FIM DA RESERVA DA INFORMÁTICA

Para refrescar a memória dos leitores, no início do governo Collor, quando o Brasil passou a adotar a Matriz econômica GLOBALIZANTE, o fim da reserva da informática e a abertura do país para importações foram as marcas da atitude.

PAIXÃO POR IMPOSTOS

Pois, no mesmo momento em que a Vale passa a ser uma empresa para-governamental, outras medidas cruciais e lamentáveis vão sendo tomadas. Como se o país já não tivesse uma carga tributária excessiva, o governo entendeu que para conter o consumo dos cidadãos, nada melhor do que aumentar o IOF. Enquanto os países de primeiro mundo cortam despesas públicas, o governo brasileiro, além de aumentar o custo-país, ainda usa a paixão por impostos para penalizar ainda mais a sociedade. Viva!

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07 abr 2011

OS LUSITANOS


JOGOU A TOALHA

Ontem, finalmente, depois de muito ti-ti-ti, o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, que já havia jogado a toalha pedindo demissão do cargo, oficializou o grito de socorro financeiro à União Européia e ao FMI.

TERCEIRO PAÍS

Pelo valor da ajuda financeira solicitada, estimado em 80 bilhões de euros, Portugal já é o terceiro país da zona do euro a passar o chapéu esmolando ajuda dos parceiros da Comunidade.

CORTE NEGADO

A pergunta mais importante, no entanto, é: - Por quê foi feito o tal pedido de socorro? A resposta é simples: porque, assim como acontece no Brasil, o Parlamento português também não aceita fazer ajuste fiscal. Assim, os cortes das despesas públicas, para quem ainda não sabe, foi negado.

EMPRÉSTIMO DO BRASIL

É oportuno lembrar que na semana passada, como foi amplamente noticiado, a presidenta Dilma Rousseff chegou a anunciar que o Brasil pode emprestar dinheiro a Portugal. Como muita gente não imagina de onde sairia este dinheiro entraram em pânico dizendo que, se recursos existem, por que não são usados para as nossas necessidades, que não são poucas?

RESERVAS

Antes de tudo é preciso entender que, assim como Portugal já foi por muitos e muitos anos credor do Brasil, nada impede, embora o inusitado, que o Brasil possa ser credor de Portugal. Além do mais temos muitas reservas que precisam ser rentabilizadas. Portanto, empréstimos, para quem dispõe de recursos para tanto, podem ser feitos sem qualquer problema desde que o negócio seja rentável e as garantias oferecidas tenham boa liquidez.O que não pode é o Brasil simplesmente ficar orgulhoso porque pode emprestar e, só pelo fato de ser credor, simplesmente deixar de exigir garantias boas e suficientes.

GENÉTICA

O que me parece mais importante é que Portugal, assim como o Brasil, que também não admite, em hipótese alguma, fazer cortes de despesas e/ou enfrentar programas de enxugamento, consiga pagar suas dívidas. Ninguém pode esquecer que a genética lusitana embarcou para o Brasil no período colonial.

FORA, BRASIL IMPERIALISTA!

Como o Brasil paga um preço alto pelo carregamento das reservas, face às emissões de títulos que precisa fazer a cada dólar comprado pelo BC, cuja remuneração é feita pela Selic, qualquer aplicação ajuda para aliviar o custo do estoque. Entretanto, uma coisa já estou antevendo: os portugueses, por ter a mesma genética dos brasileiros, tem tudo para usar o velho argumento feito aqui contra o FMI. Por isso, ouço, lá na frente, a voz rouca do povo lusitano exigindo além de uma auditoria da dívida o grito: Fora Brasil Imperialista! Que tal?

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06 abr 2011

O TROFÉU VAI PARA YOANI SANCHES


FÓRUM DA LIBERDADE

Na próxima semana, nos dias 11 e 12, acontece em Porto Alegre mais um Fórum da Liberdade. E para esta 24ª edição, o Instituto de Estudos Empresariais escolheu o seguinte tema: LIBERDADE NA ERA DIGITAL.

BLOGUERA

Neste ano, o troféu (já entregue), foi para a bloguera cubana Yoani Sanches, que ganhou fama mundial pelas publicações que começou a fazer sobre o que de fato acontece em Cuba, via internet (Era Digital). Algo que só os cubanos não tem acesso, obviamente.

BELA ESCOLHA

Uma bela escolha, sem dúvida, pela coragem da jornalista. O lamentável, embora também não surpreenda, é que Yoani não tenha conseguido obter o visto de saída da Ilha do Dr. Castro. Aliás, a coitada já acumula 12 pedidos de visto, sem resposta.

ENTREVISTA

Pois, já sabendo que Yoani Sanches não conseguiria sair de Cuba, um grupo de cinco liberais foi até a Ilha para entregar o prêmio à jornalista. Em sua casa, após receber o troféu, Yoani concedeu uma bela entrevista, cuja gravação em vídeo será exibida no Fórum da Liberdade. Imperdível, gente.

HISTÓRIA

Aproveitando que uma dissidente cubana foi escolhida para receber o troféu Liberdade de Imprensa, e considerando que os adoradores de Che Guevara são muitos por aqui, a ponto de chamarem o célebre assassino de - HERÓI -, nada melhor do que reeditar uma história verdadeira. Sei, perfeitamente, que nada é capaz de sepultar o mito CHE nem produzir os efeitos corretos a respeito de Cuba e seus tiranos. Principalmente porque muitos latinos nutrem uma enorme devoção por ditadores e assassinos. Mesmo assim insisto. Vejam:

NETO DE CHE

O cubano Canek Sanches, desenhista e compositor, nascido em 1974, é neto de Che Guevara e desde os dois anos de idade vive na Europa. Foi levado pra lá, à época, pelos pais, que para tanto usaram o privilégio do parentesco para poder sair de Cuba.

DA REVOLUÇÃO AO TOTALITARISMO

Pois, na adolescência, Canek resolveu retornar a Cuba com o propósito de sentir -in loco- o que significava ser neto de Che Guevara. Aliás, pelo parentesco com Che, Canek ganhou, novamente, o raro direito de poder entrar e sair da Ilha quando bem entendesse.

OUTROS OLHOS

Chegando à Ilha, os professores da escola que passou a frequentar lhe perguntaram: - Crês que se teu avô, um herói (?), te visse, ficaria orgulhoso de ti? Após alguns dias, depois de observar atentamente o que realmente acontecia em Cuba, Canek respondeu: não creio. Vendo que os mestres ficaram boquiabertos com a sincera revelação, Canek emendou: - Não posso viver sob um governo que te diz o que tens que fazer, o que tens que comer, o que tens que pensar. O fato de viver na Europa me fez ver o regime com outros olhos, completou Canek, o neto de Che Guevara.

LIVRO

Como escritor, Canek, junto com o repórter e ex-guerrilheiro do Exército Revolucionário do Povo de Cuba, Jorge Masetti, escreveu um livro sobre o uso e abuso do guevarismo. Enquanto escreviam, ambos se sustentavam com palestras em vários países da Europa, com o seguinte tema: Cuba, da Revolução ao Totalitarismo. Acreditem. É a pura verdade.

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05 abr 2011

A INFLAÇÃO E O CÂMBIO


PREOCUPADO

O governo, pelo vazamento das conversas das reuniões sem fim que acontecem no Palácio do Planalto, está pra lá de preocupado com a escalada da inflação e com a valorização do real frente ao dólar.

INFLAÇÃO

Para combater a inflação, considerando que o governo definitivamente não admite cortar custos, a taxa de juros passou a ser a única arma que dispõe. Com efeitos duvidosos, porque a inflação não é só pelo efeito demanda, mas de custo internacional das commodities.

CÂMBIO

Quanto ao fator CÂMBIO, a coisa está ainda mais complicada, uma vez que não dispõe de uma arma capaz de enfrentar a valorização do real frente ao dólar, principalmente. Tudo porque elevando a taxa de juros, para frear a inflação, acaba por acelerar a entrada de recursos internacionais no Brasil, provocando, assim, o derretimento cambial.

ENXURRADA

Examinando o assunto com o cuidado que merece, uma coisa é mais do que certa: enquanto o Brasil oferecer taxas de juros maiores do que as praticadas nos países que tem dinheiro para investir, nada vai poder conter a valorização do real. Se ainda for levado em consideração que, ontem, a agência Fitch Ratings elevou os ratings (classificações de risco de crédito) do Brasil, em moeda estrangeira e local, de BBB- para BBB, sinalizando a redução no risco de calote do País, a enxurrada de dólares tem tudo para aumentar ainda mais.

LIÇÃO DE CASA

Como as taxas de juros no mundo estão muito baixas porque os países desenvolvidos estão em crise, os países que pagam mais e ainda tem risco reduzido ganham grande preferência dos investidores. Portanto, antes de ficar revoltado com os interessados nas nossas taxas de juros, como acontece todos os dias, melhor seria se fizessemos a nossa lição de casa. Se as reformas fossem feitas as nossas taxas de juros cairiam por gravidade.

OS ESPECULADORES

De novo: o capital ESPECULATIVO, como é chamado o dinheiro dos investidores estrangeiros, só entra no país porque o governo oferece uma remuneração ímpar.Como só aumenta os juros quem precisa de dinheiro, enquanto o governo chama os estrangeiros de ESPECULADORES, pelo lado da oferta, o Brasil nada mais é também, do que um ESPECULADOR. Só que pelo lado da demanda.

O ROTO E O DESCOSIDO

Mas, afinal, por que, então, o Brasil não resolve o problema diminuindo drasticamente a taxa de juros? Isto não bastaria para afastar definitivamente os compradores da nossa moeda, fazendo com que o real viesse a se desvalorizar pelo demanda de dólares? Em tese,a resposta é SIM. Mas não é isto que acontece. Como o governo está metido numa camisa de sete varas, sem mínimas condições para diminuir suas despesas, o grave problema fiscal obriga o país a manter as taxas de juros altas. Um deles, por exemplo, está na Caderneta de Poupança, que por ser isenta de IR ainda é obrigada, por lei, a pagar juros de 6,17% a.a., o que por si só já impede a redução dos juros. Mas a encrenca não fica só por aí: os fundos de pensão e aposentadoria, por lei, são obrigados a pagar um mínimo de 6% ao ano mais correção aos beneficiários, quando os resultados não alcançam esta rentabilidade. Uma arapuca e tanto, que depois de concedida não há quem consiga mais desarmar. Em suma: da mesma forma com que a sociedade critica a China, porque produz e vende de tudo a preços muito baixos, o Brasil, por sua vez, compete da mesma forma em rentabilidade de seus títulos. Ou seja: é o roto falando do descosido.

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04 abr 2011

AGORA LULA JÁ SABE


EU NÃO SABIA...

Entre os diversos comportamentos adotados pelo ex-presidente Lula, mostrados nas suas costumeiras aparições sempre repletas de argumentos infundados, um deles, que contribuiu muito para a sua fama foi o uso frequente de uma frase, que apesar de ridícula se tornou célebre. É o caso do: - EU NÃO SABIA...

DENÚNCIAS

Não foram poucas as vezes que Lula, ao se deparar com inúmeras denúncias feitas pela mídia, nas quais estampava as investigações sobre fantásticas falcatruas que se tornaram muito comuns nos seus dois mandatos, usou a tal frase.

MÁ VONTADE DA MÍDIA

Por incrível que possa parecer, quanto mais o esperto Lula dizia - EU NÃO SABIA - mais a sua popularidade aumentava. Com essas palavras mágicas ditas, os menos esclarecidos (grande maioria do povo) já se convenciam de que tudo não passava de uma clara má vontade da mídia contra o correto ex-presidente.

TOLERÂNCIA

E quanto aos mais esclarecidos, que melhor poderiam impor a lei e a volta da decência, diante do fato de que suas atividades havia melhorado muito com Lula no Poder, o melhor mesmo era ficar quieto. Resultado: tudo acabou sendo tolerado, inúmeros mensaleiros voltaram a se candidatar, muitos foram eleitos e outros já estão, inclusive, ocupando altos cargos no governo.

EM DEFESA DA CONSTITUIÇÃO

O mais curioso nesse episódio é que a maioria dos ministros do STF, com a Constituição Federal nas mãos, decidiu que todos os mensaleiros corruptos estão livres para ocupar cargos públicos. A lei só vale para as próximas eleições, em 2012. Agindo assim o STF disse claramente que as Comissões de Constituição e Justiça, da Câmara e do Senado, não têm valor algum, pois apreciaram a lei da Ficha Limpa antes da mesma ser levada a plenário e aprovada. Afinal, para que servem tais Comissões?

PRESCRIÇÃO

Mesmo que a Polícia Federal tenha concluído, como foi amplamente divulgado neste final de semana, dizendo que o Mensalão realmente existiu, é bem provável que os envolvidos permaneçam em liberdade. Tudo porque a lei (Constituição) prevê a prescrição dos crimes cometidos pelos safados.

PRAZO SE ESGOTANDO

Como o prazo conferido pela lei já está se esgotando, além de ninguém ir para a prisão, o dinheiro público roubado escandalosamente também não precisará ser devolvido. Este é o nosso querido Brasil. Esta é a nossa fantástica democracia. Viva! Que tal?

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31 mar 2011

HOMENAGEM PÓSTUMA A JOSÉ ALENCAR


LUTO

O falecimento do ex-vice-presidente José Alencar, ocorrido ontem, deixou o Brasil todo de luto. Ninguém, certamente, vai esquecer tão cedo a fisionomia serena desse homem que, de forma teimosa resistiu aos ataques fulminantes de uma doença incurável.

EXEMPLO DE CORAGEM

Nas incontáveis cirurgias que Alencar foi submetido, em todas elas deixou a sua marca: a serenidade e a confiança de que era mais forte do que o mal que insistia em abatê-lo. Com o desaparecimento de José Alencar fica, portanto, o exemplo de sua coragem e determinação.

EXEMPLO INDUSTRIAL

Entre as boas lembranças que nos deixa o falecido, destaco também a trajetória empresarial muito exitosa do ex-vice-presidente. Sem dúvida, neste campo Alencar foi um belo exemplo de empreendedorismo industrial.

AS MÁS LEMBRANÇAS

Já no campo político, a bem da verdade, Alencar não deixa boas lembranças. Normalmente, em ocasiões como esta, não é comum expor aquilo que lamentamos a respeito das pessoas que nos deixam. Mesmo assim prefiro separar as coisas usando o máximo de franqueza e respeito.

CONSCIÊNCIA DOS CORTES

Se José Alencar mostrou, publicamente, total consciência do mal que lhe afligia, da mesma forma, pelo exemplo de homem que foi, não se concebe que não soubesse que uma doença muito semelhante à sua ataca, insistentemente, as nossas contas públicas. É óbvio que, da mesma forma serena como enfrentou os cortes para retirada dos tumores, Alencar não podia desconhecer que o Brasil tem necessidade de urgentes e profundos cortes de despesas.

OMISSO ÀS REFORMAS

Oriundo da atividade industrial, e, portanto, sabedor dos entraves que levam o país a ter um custo muito alto para produzir, não é admissível que Alencar tenha sido tão omisso quanto às reformas que o Brasil necessita.

MINHA HOMENAGEM

Vale lembrar também que nas vezes em que o ex-vice se pronunciou a respeito do governo, sempre foi crítico ao Copom e ao Banco Central, com queixas enormes sobre as altas taxas de juros.Curiosamente, inclusive até já escrevi sobre isto, José Alencar só atacava a consequência deixando as causas intactas. Observem que nunca deplorou a alta carga tributária, a gastança desmedida do governo e o rombo da Previdência. Exatamente onde estão as causas que exigem taxas de juros altas. Presto aqui, portanto, as minhas sinceras homenagens ao homem que nos deu uma lição de vida, ao lutar bravamente contra uma grave doença. Para não prejudicar a minha emoção e trair a minha razão fico por aqui.Sentirei falta, certamente, do ser humano, do empresário José Alencar. Mas do político e ex-vice-presidente José Alencar não sentirei saudades. Que vá em paz.

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