ENFIM, A BOLHA
Até bem pouco tempo atrás, quem se arriscava em dizer que o Brasil estava fazendo de tudo para ter, também, a sua BOLHA DE CRÉDITO era levado, imediatamente, à condição de insensato e/ou estúpido. Pois, agora, a realidade é outra: só os dementes se arriscam a dizer o contrário.
CRÉDITO
É inegável que o crédito é importante e necessário para que muitos negócios aconteçam. Imóveis e automóveis, por exemplo, por serem de valores altos, só conseguem ser comercializados desde que financiados. Até porque é insignificante o número de pretendentes que têm poupança suficiente para comprar esses bens à vista.
RECEITA
O problema, portanto, vamos deixar bem claro, não está no crédito em si. Está no grau de facilidade de obtenção. Crédito é semelhante a remédio: é preciso de receita para adquirir. Caso contrário, o paciente, geralmente pouco disciplinado, acaba fazendo muita besteira.
FEIRÕES
O curioso, para não dizer uma irresponsabilidade, é que o governo, sabendo bem do tamanho do comprometimento da renda do povo em operações de crédito, ainda quer enfiar goela abaixo mais e mais financiamentos. Para tanto propõe a realização de todos os tipos de FEIRÕES, em todos os cantos do país.
ALAVANCAGEM
Ora, se os índices de inadimplência são preocupantes, não demora vão ficar insuportáveis. O governo, que tanto critica a crise europeia, está querendo implantar a mesma desgraça aqui. Com uma diferença: lá, a BOLHA foi produzida por alavancagem FINANCEIRA dos bancos; aqui, pela alavancagem POPULISTA do governo. Ambas, infelizmente, com desfecho muito complicado.
DIFERENÇA
Na Europa, principalmente, o que estamos assistindo é que as dificuldades bancárias (fruto da alavancagem) estão matando a atividade industrial e comercial. Aqui, como bancos não foram e dificilmente serão afetados (não estão alavancados), a economia está patinando porque o consumo está apático.
REFORMAS
Vejam que as medidas de governo não estão animando o consumo. Isto se dá graças à responsabilidade de boa parte da sociedade, que simplesmente parou de tomar crédito para não comprometer ainda mais o orçamento. Como isto é fato incontestável e sabido em todos os cantos do mundo, se o governo fosse minimamente responsável este seria o momento para entrar de sola nas reformas com o propósito de reduzir o CUSTO-PAÍS. O efeito seria extraordinariamente maravilhoso.A conta é simples: se a carga tributária come 40% do PIB brasileiro, se o governo fizesse um esforço para reduzir este percentual para 30% (conforme prega o Movimento Brasil Eficiente), sobraria algo como R$ 400 BILHÕES para investimentos e consumo. Como esta economia representa um acréscimo de renda do povo, aí o crédito poderia contribuir de forma muito inteligente e saudável.Que tal?