Artigos

20 fev 2023

BRASIL - A FOTO E O FILME -


TEXTO DO DARCY FRANCISCO DOS SANTOS

Para quem aproveita o período de Carnaval para se atualizar, ou mesmo compreender um pouco de tanta coisa que acontece no nosso imenso e complicado Brasil , sugiro a leitura do texto -A FOTO E O FILME - que o pensador e economista Darcy Francisco Carvalho dos Santos retirou, em grande parte, de texto maior - DÉFICIT ESTRUTURAL DO BRASIL-. Eis: 

 


A FOTO

O governo atual costuma dizer que recebeu uma herança maldita, o que, no entanto, não encontra amparo na realidade dos números, estando também em desacordo com o que dizem alguns economistas que apoiam o governo, como André Lara Resende, quando afirma que as finanças não estão tão mal assim, pelo contrário, citando o superávit primário de R$ 126 bilhões ou 1,3% do PIB, a dívida bruta a 73,5% do PIB, entre outros indicadores positivos. Para sermos mais exatos, destacamos que o superávit citado é de todo o setor público, o do Governo Federal foi R$ 59,7 bilhões, 0,6% do PIB.

Além desses, outros indicadores deixados fazem da herança não tão maldita assim, como o PIB com taxas de 3%, taxa de desocupação 8,3%, a menor de uma longa série histórica; taxa de inflação de 5,79%, embora acima da meta, menor que a de vários países da União Europeia, da América Latina e até dos Estados Unidos, gastos primários excepcionalmente estabilizados.  Mas para a foto ficar completa faz necessário citar aspectos negativos que dizem respeitos à falta de recursos no orçamento da Saúde e da Educação e de outros setores.

Também faltaram recursos para a compensação de parte da arrecadação de ICMS perdida pelos estados e municípios, em função das mudanças introduzidas pela Lei Complementar n° 194/2022, embora parte dela, talvez a maioria, seria feita mediante desconto nas prestações da dívida para com a União, conforme previsto na própria lei.

Entretanto, o déficit aludido de R$ 300 bilhões deixado pelo governo passado é fantasia. Até porque parte dele decorre das promessas feitas em campanha, algumas delas por ambos os candidatos, como o a do aumento real do salário-mínimo e a da mudança da Tabela do Imposto de Renda, promessas essas inviáveis para ambos os candidatos. Por isso, atendidas agora, somente em parte.

O governo informa que buscará os recursos para os benefícios que concedeu no pente-fino no bolsa família, porque houve muita concessão indevida. O auxílio Brasil atinge 21,6 milhões de famílias. Informam que o número de pessoas que passam fome no Brasil é de 33 milhões, mas há informações de que 58,7% da população (em torno de 133 milhões) passam por alguma insegurança alimentar. Então, o aludido pente-fino vai apenas mudar o nome do beneficiário, não reduzindo despesa.

Compõem também do aludido déficit, o aumento do auxílio Brasil (novamente bolsa família), prometido por ambos e mais o adicional de R$ 150,00 criado pelo governo atual, a cada beneficiário, por filho até seis anos. O governo passado também praticou na mesma política, ao aumentar a assistência social de uma média história de 9% dos gastos da Seguridade Social para 14%, sem contar o ano de 2020 (ano da covid), com 28,8%. Mas a crítica que existia e ainda existe é a de que ele não atendeu às necessidades da população carente.

Cada governo que entra acha que o anterior lhe deixou uma herança maldita. O que ocorre, na realidade, é o grande déficit estrutural brasileiro, que parece que preferem esconder, tratado a seguir. 

 


O FILME

Os fatos citados na primeira parte são a FOTO do momento atual ou do passado recente. Mas o Brasil tem grandes problemas estruturais gerados com o passar do tempo, que o -FILME- destaca com principais: 

1. Crescimento econômico recorrentemente baixo

O baixo crescimento econômico talvez esteja na raiz da maioria dos demais problemas. Depois de grande crescimento econômico em décadas passadas, até 1980, com taxas superiores às da América Latina e do mundo, o Brasil entrou numa fase que parece interminável de baixo crescimento econômico (Giambiagi et al. obra cit. 2011.  Apêndice Estatístico Tabela 1, p. 246).  

Entre 1985 e 2022, durante 38 anos, o Brasil cresceu numa média de 2,3% ao ano. Encurtando mais esse lapso de tempo para 20 anos, entre 2003 e 2022, a taxa de crescimento baixa para apenas 2%. É verdade que houve alguns períodos que apresentaram crescimentos maiores, mas que foram reduzidos ou anulados por crescimentos menores e até negativos, cada um deles com suas causas específicas, que fogem ao objetivo deste texto sua descrição e análise (IBGE, Apud. IPEA Data. Cálculos próprios).

 


CARGA TRIBUTÁRIA ALTA, MAS INSUFICIENTE

2. Carga tributária alta, mas insuficiente

Junto com o aumento de gastos, o baixo crescimento do País é um dos fatores que levaram a carga tributária de 24,5% do PIB em 1980, para 30,4% em 2000, para 33,9% em 2021.

E apesar desse enorme valor, a receita não está concentrada na União (embora para o senso comum diga o contrário), porque depois das transferências aos demais entes federados lhe resta em torno de 50%. No entanto, 33% é vinculado à Seguridade Social, sendo, ainda, insuficiente. Apesar disso, a Seguridade Social apresenta muitas deficiências, principalmente na Saúde, com mazelas por todas conhecidas. Na Previdência, 61% recebe um salário mínimo.

Com isso, restam menos de 17% para as demais atribuições da União, distribuídas entre 37 ministérios e secretarias e demais órgãos autônomos. E, ainda, cobrir o déficit da Seguridade Social e fazer superávit primário. Diante disso, o déficit só é evitado, quando ocorrem receitas extras e controle de despesas, como o imposto pelo teto de gatos, mas deixando lacunas de atendimento em diversas áreas, como ocorreu em 2022.

 


SEGURIDADE SOCIAL DEFICITÁRIA

3. Seguridade Social deficitária e grandes mazelas sociais

Formada pela Previdência, Saúde e Assistência Social, cujo déficit gerado em 2022 foi de R$ 276,4 bilhões, menor que o do ano anterior, que fora de R$ 288,4 bilhões. Em 2021 foram comprometidos com Seguridade Social 80,3% da receita líquida do Governo Geral, baixando para 75% em 2022.  Esse déficit é o excedente da receita própria da Seguridade que é coberta por recursos do Tesouro Nacional.

A despesa da Seguridade Social em 2022 ficou assim distribuída: benefícios do RGPS: 57,8%; aposentadorias dos servidores federais: 8,8%; abono salarial e seguro-desemprego: 4,8%; assistência social: 14,3%; Saúde: 14,3%; e diversos itens: 3,4%.

 


PRVIDÊNCIA SOCIAL COM DEFICITS ALTOS

4. Previdência social com déficits altos e crescentes

Composta pelo Regime Geral (INSS) e do Regime Próprio de Previdência dos Servidores (RPPS).

Nesse assunto há uma enorme confusão entre reflexo financeiro no total da despesa e a injustiça remuneratória. Ocorre que a União suporta um déficit de R$ 98 bilhões para atender 1,171 milhões aposentados e pensionistas, num valor médio de R$ 93.200. Já no Regime Geral, para atender mais de 36 milhões de beneficiários, o déficit médio é de R$ 6.700, quase 14 vezes menos.

Entretanto, quando se verifica o crescimento desses déficits, se constata que o déficit do RPPS (dos servidores federais) decresceu de 1,2% do PIB em 2012 para 1% em 2022.Já o déficit do INSS passou e 0,8% do PIB para 2,7%, no mesmo período.  Multiplicou-se por mais de 3 vezes.

Além disso, as últimas reformas tenderão a segurar o crescimento do déficit do RPPS, pelo fim da aposentadoria integral (mantido o direito adquirido para os que ingressaram até 31/12/2003 e para os já aposentados), pela média na apuração dos benefícios, pela aposentadoria complementar e pelo aumento da alíquota de contribuição previdenciária  

 Já no INSS, também as reformas reduzirão despesa, mas ainda permanece a grande influência do crescimento vegetativo dos beneficiários e dos reajustes reais dos benefícios.

A despesa do INSS passou de 3,2% dos gastos do Governo Central em 1991, para 8,2% em 2021, por três principais razões: crescimento vegetativo médio de 2,6% desde 2006; razão beneficiário/contribuinte de 1,4 e por sua incidência em 61% das aposentadorias, e em quase todos os benefícios da LOAS/RMV e de vários outros auxílios. Qualquer aumento real concedido, mesmo que altamente meritório, junto com o crescimento vegetativo, produz grande incremento na despesa.

 


RADICAL TRANSFORMAÇÕES NO MERCADO DE TRABALHO

5. Radical transformações no mercado de trabalho com altos reflexos na arrecadação previdenciária

Está havendo uma radical transformação do emprego formal nas relações de trabalho, como:

  • Autônomos e firmas,
  • Transformação de trabalhadores em pessoas jurídicas (PJ), a denominada “pejotização”,
  • Trabalho por empreitada sem local e horário fixos,
  • Os empregados passam a ter preferência por ser empreendedores.
  • Problema da automação.

            Matéria publicada na Revista Conjuntura Econômica de fevereiro de 2019, denominada Previdência sem Providência, de José Roberto Afonso e de Juliana Damasceno de Sousa mostram isso, dando como exemplo o fato de enorme aumento da participação dos contribuintes que ganham até três pisos previdenciários, de 21% para 82% entre 1998 e 2007;  e a redução de 31,8% para apenas 2,4% para os que ganham acima de dez pisos.

 Consequênciasqueda da arrecadação previdenciária, ente outras.

 


DESONERAÇÕES FISCAIS EM GRANDES PROPORÇÕES

6. Desonerações fiscais em grandes proporções

O valor dos gastos tributários ou desonerações fiscais diferem muito, conforme os critérios considerados em tempos distintos, mesmo que não haja alteração da fonte, no caso a Receita Federal do Brasil.

Numa análise anteriormente feita, envolvendo o período 2002-2018, os dados apurados são da mesma fonte que apresenta os dados do período 2007 até 2019, mas são bem diferentes dos anteriores, especialmente até 2013

Embora não tenha encontrado mais esses dados na fonte, o livro “Erros do passado, soluções para o futuro”, de Afonso Celso Pastore, na p.235, traz um gráfico que retroage ao ano 2000, informando também que as renúncias fiscais, de uma média de 1,5% do PIB no período 2000-2005,  foram para algo entre 2,5% e 3% no período 2008-2009, e para uma elevação muito maior, em torno de 4,5% do PIB em 2014-2015. Pelo PIB de 2021, esse último percentual importa num montante de R$ 400 bilhões, aproximadamente.

Ainda, segundo o mesmo autor, a arrecadação começou a cair em 2014, mesmo antes da recessão, levando à queda dos superávits primários, abrindo um déficit primário recorrente, que levou a perda de sua classificação como “grau de investimento”.

Somente três casos, Simples Nacional (28,5%); Deduções e Reduções do Imposto de Renda PF (15,7%) e Zona Franca de Manaus (8,6%) são responsáveis por mais de 52% do valor total das desonerações.

 


GASTOS PRIMÁRIOS DO GOVERNO CENTRAL

7. Gastos primários do Governo Central com crescimento incompatível com o equilíbrio macroeconômico

Os gastos primários (sem os juros)desde 1991 sempre apresentaram um crescimento maior que o do PIB, em todos os governos, mesmo nos períodos de maior crescimento da economia, até 2016. A partir desse ano, com o teto de gastos, reduziram de 23,6% para 22,9% em 2022, mesmo tendo alcançado em 2020 29,6%, devido à pandemia da covid-19. Houve uma grande redução na participação de da despesa de pessoal, mas isso decorreu em grande parte ao congelamento imposto pela Lei Complementar n° 173/2000. Essa despesa baixou de 4,10% para 3,40% do PIB, de 2016 para 2022.

 


ALTOS DÉFICITS PRIMÁRIOS E NOMINAIS

8. Altos déficits primários e nominais e altos juros

Tomando somente o Governo Central, do ano de 2006 até 2013, em oito anos, houve superávit primário. Após ocorreu uma sucessão de déficits durante mais oito anos, que só foram eliminados em 2022, produto da grande recessão, que começou em 2014. Todo o setor público, englobando estados e municípios, a situação é semelhante, só que com resultados um pouco melhores.

Ocorre que mesmo no período superavitário, foram cobertos apenas 50% dos juros, em média. Isso mostra a tendência para o crescimento da dívida, porque sempre se acumulam juros ao saldo devedor, parcial ou integralmente. O valor dos juros da dívida correspondeu, em média, no período 2006-2021, a 4,3% do PIB, sendo a maioria incorporados ao saldo devedor da dívida.

Em 2022, o Governo Central apurou um superávit de R$ 59.701 milhões (0,6% do PIB), sendo no setor público bem  maior, R$ 125.994 milhões (1,3% do PIB), mas o juros da dívida foram de R$ 586.427 milhões (6% do PIB). O déficit nominal foi de R$ 460.433 milhões (4,7% do PIB), o que representa crescimento da dívida pública. Mesmo com superávit primário, pouco mais de 21% dos juros puderam ser pagos. A preocupação é manter a razão dívida/PIB, o que geralmente não é possível, e não evita o aumento do endividamento.

As causas dos déficits estão nos resultados primários insuficientes e nos altos juros da dívida. Esse é um dos grandes problemas brasileiros.

 


DÍVIDA PÚBLICA ALTA E CRESCENTE

9. Dívida pública alta e crescente como causa e efeito dos altos juros

Em função desses déficits continuados, a dívida bruta do governo geral (DBGG), que é a dívida da União, estados e municípios, exceto Banco Central e estatais, que estava em 51,5% do PIB em 2013, foi para 65,5% em 2015, cresceu para 75,3% em 2018, atingiu 86,9% em 2020, com a pandemia, decrescendo depois para 73,5% em 2022. É um valor sustentável, mas em termos absolutos foi de R$ 7,225 trilhões. Mas o maior problema não é a dívida em si, mas o custo dos juros, que dependem também da taxa Selic, cuja fixação depende muito da situação fiscal.

Por isso, a boa condução das finanças públicas é fundamental para o equilíbrio macroeconômico.

A dívida líquida do setor púbico (DLSP), que é o balanceamento entre as dívidas e os créditos do setor público não financeiro mais a dívida líquida do Banco Central. Ela apresentou um comportamento semelhante, passando de 30,5% do PIB em 2013 para 52,8% em 2018 e 57,5% em 2022, num total de R$ 5,658 trilhões.

 


TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA, O INIMIGO INVISÍVEL E INCONCILIÁVEL

10. Transição demográfica, o inimigo invisível e inconciliável

A transição demográfica é um fato que não é levado em conta pelos governos, e, no entanto, e representa um grave problema para o futuro.

Paul Taylor, escritor americano, autor do “The Next América”, falando a respeito da transformação social e etária dos Estados Unidos, disse: “A mudança demográfica é um drama em câmara lenta”.

O mesmo pode ser dito do Brasil com, ainda, um agravante que, ao contrário dos Estados Unidos e de vários outros países, que enriqueceram antes de envelhecer, tudo indica que nos manteremos pobres antes de envelhecermosSeremos um país de velhos pobres.

A população está crescendo a um ritmo cada vez menor, devendo em 2047 atingir   233.233.670 habitantes, segundo o IBGE, quando passará a decrescer.   

A população com 65 anos ou mais dobrará entre 2022 e 2050, passando de 10,5% para 21,9%. O envelhecimento da população, além do problema previdenciário, produz aumento dos gastos com saúde e assistência social.

Roberto Campos, economista que foi Ministro do Planejamento, dentre tantas frases importantes, cunhou mais esta: “O Brasil é um país que não perde a oportunidade de perder oportunidades”.

O crescimento de uma economia ocorre pelos trabalhadores existentes, pela produtividade, entre outros fatores. Se não for possível adicionar novos trabalhadores tem que aumentar a produção dos existentes – a produtividade – o que é feito com a adição de mais equipamentos e treinamento dos que deles fazem uso. Isso depende também de melhorias na educação.

Em 2018 findou o bônus demográfico quando a taxa de crescimento da população total passa a ser maior que a da população em idade ativa.

Com o fim do bônus demográfico, a única forma de aumentar a renda per capita do Brasil nas próximas décadas será por meio da elevação da produtividade do trabalhador. Pois não aproveitamos a oportunidade de aumentar a nossa renda per-capita pelo bônus demográfico.  Perdemos mais essa oportunidade, confirmando o que diz a frase citada, no início.



Leia mais

17 fev 2023

O INTERMINÁVEL SHOW DE HORRORES


GUINNESS BOOK

Antes de tudo, a título de esclarecimento, o GUINNESS BOOK, conhecido mundialmente como -LIVRO DOS RECORDES- é uma edição que publica, anualmente, uma coleção de -RECORDES e SUPERLATIVOS reconhecidos mundo afora, tanto em termos de PERFORMANCES HUMANAS quanto de EXTREMOS DA NATUREZA. 


DESATENTOS

Pois, se levarmos em conta o INTERMINÁVEL SHOW DE HORRORES que são protagonizados -SEM TRÉGUA- pelo presidente Lula e sua equipe, tudo leva a crer que os editores do GUINNESS BOOK estão pra lá de desatentos, o que compromete sobremaneira o propósito e a seriedade das publicações no que diz respeito aos dois itens considerados como fundamentais: PERFORMANCES HUMANAS e EXTREMOS DA NATUREZA. 


EDIÇÕES SEMANAIS

Sem qualquer ponta de exagero, confesso que estou pra lá de convencido de que bastaria que os responsáveis pelo GUINNESS BOOK tomassem conhecimento de algumas de tantas barbaridades que são ditas, repetidas e/ou impostas, dia após dia, pelo presidente Lula, para que o LIVRO DOS RECORDES passasse a ter EDIÇÕES -SEMANAIS- ESPECIAIS.   


COLEÇÃO ABSURDA

Como a COLEÇÃO de frases, pensamentos e declarações estúpidas ditas pelo presidente Lula supera todos os limites do ABSURDO, faz-se necessário separar algumas para comentar e lamentar. Ontem, 16, por exemplo, Lula afirmou que NÃO ESTÁ GOVERNANDO PARA O MERCADO FINANCEIRO e que o BRASIL É FEITO DE POVO. Mais: afirmou que os ruídos no MERCADO são causados por quem quer fazer especulação e criticou a privatização da BR Distribuidora, empresa que era subsidiária da Petrobras. Em síntese: a ESTUPIDEZ DE LULA se impõe como necessário para constar no LIVRO DOS RECORDES.


BANCO CENTRAL

Mais uma: Lula também afirmou que irá reavaliar a AUTONOMIA DO BANCO CENTRAL ao término do mandato do atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, previsto para dezembro de 2024. Que tal?


ESPAÇO PENSAR +

Leia no ESPAÇO PENSAR+ de hoje: LULA ÓDIO E RANCOR, por Marcel Van Hatten. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar



Leia mais

16 fev 2023

NÃO TEM EXPLICAÇÃO???


PIOR PREFEITO DE SÃO PAULO

O -poste- Fernando Haddad, escolhido pelo presidente Lula para ocupar o importante cargo de ministro da Fazenda, a cada vez que abre a boca justifica, sem tirar nem pôr, o que revelou a pesquisa Datafolha, realizada em 2016, quando os paulistanos definiram o dito cujo como o -PIOR ENTRE TODOS OS PREFEITOS DE SÃO PAULO- desde Celso Pitta, cujo mandato (1997-2000) foi marcado por confusões e escândalos de corrupção do começo ao fim.


SEGUNDO POSTE

Antes de tudo, para que fique bem claro, a expressão -POSTE- foi empregada por Fernando Haddad no dia 28 de outubro de 2012, logo após ser eleito prefeito de São Paulo, quando se juntou a militantes na Avenida Paulista e disse alto e bom tom - "Vocês sabem que eu sou o segundo poste do Lula”. O primeiro -POSTE-, declarou Haddad, é a ex-presidente Dilma.


FANTOCHE DE LULA

Segundo os dicionários, POSTE, no sentido figurado, é pessoa que fica parada, sem iniciativa, indolente. Já -HADDAD- é sinônimo de FANTOCHE DE LULA, que foi condenado pela justiça por corrupção. Ora, depois deste importante esclarecimento é praticamente impossível que alguém leve a sério ou entenda como inteligente qualquer declaração dita e/ou repetida pelo ministro da Fazenda. 


TUDO COMBINADO

Vejam que num dia Haddad vem à público para colocar panos quentes procurando minimizar as (combinadas) declarações feitas por Lula, quando se refere às TAXAS DE JUROS. Na real, como até os recém-nascidos sabem, o grande e único objetivo é minar ao máximo a INDEPENDÊNCIA DO BANCO CENTRAL, assim como DESACREDITAR e/ou MALTRATAR o seu competente presidente, Roberto Campos Neto.  


INFLAÇÃO E TAXA SELIC

Já no dia seguinte, Haddad faz o contrário e afirma, com muita veemência, que o Brasil vive uma situação “anômala” com inflação “comparativamente baixa” e taxa de juros “fora de propósito”. Mais: diz que NÃO TEM EXPLICAÇÃO!

Ora, por mais que se tente é impossível fazer com que Haddad entenda que a -INFLAÇÃO- está razoavelmente controlada porque o Banco Central (COPOM) não perdeu tempo (como aconteceu em vários países) e aumentou a TAXA DE JUROS -SELIC-. 


SELIC

De novo: a SELIC é utilizada pelo BC como estratégia para conter o aumento de preços. Se as autoridades do Copom entenderem que existe uma expectativa de aumento da inflação para os próximos meses, a tendência é que o Banco Central opte por aumentar a taxa básica de juros para frear o consumo.


BC INDEPENDENTE: MAIS DO QUE BENÉFICO, NECESSÁRIO

A propósito, eis o texto -BANCO CENTRAL INDEPENDENTE: MAIS DO QUE BENÉFICO, NECESSÁRIO -, assinado por Guilherme Marques Moura, doutor em Desenvolvimento Econômico e professor da Escola de Negócios da Universidade Positivo (UP) e publicado na Gazeta do Povo.

A independência do Banco Central (BC) se refere ao direito desta autoridade de tomar decisões e implementar políticas sem a influência de outras entidades. No Brasil, a Lei Complementar 179, de 2021, assegura a independência do Bacen e a sua aplicação no regime de metas de inflação. Para entender os benefícios da independência do Bacen é válido analisar a aplicabilidade dentro do regime de metas de inflação, o relacionamento com as demais políticas econômicas e o caráter político.

A discussão sobre a autonomia dos bancos centrais tem sido um tópico recorrente entre os economistas desde a década de 1970. A literatura econômica aponta uma relação negativa entre inflação e desemprego, na qual políticas monetárias expansionistas podem, em determinadas circunstâncias, contribuir para a redução do desemprego.

 A independência do Banco Central, em tese, limita ações populistas e de curto prazo dos governos eleitos.

O argumento central em favor da autonomia da autoridade monetária é a mitigação de um possível viés político que poderia afetar decisões. Seja um país em crise econômica, uma política monetária expansionista, que injete liquidez na economia, pode proporcionar o aumento da criação de empregos, o que certamente traria um benefício político para o presidente. No entanto, qual seria o impacto na inflação e nas demais variáveis da economia?

 A autoridade monetária do país tem como objetivo principal a estabilidade de preços, podendo tomar decisões que contribuem para recessões econômicas e aumentos no desemprego, mas que busquem a estabilidade de preços. A luta contra a inflação se torna uma política de Estado e não apenas de governo. Logo, a independência do Banco Central, em tese, limita ações populistas e de curto prazo dos governos eleitos. De fato, diversos estudos mostram que há uma relação positiva entre o nível de autonomia dos bancos centrais e a estabilidade dos níveis de preços.

No caso brasileiro, a independência da autoridade monetária está combinada à adoção de um regime de metas de inflação, sendo a meta fixada com três anos-calendário de antecedência. Por exemplo, quando a inflação sobe, o Banco Central deve aumentar os juros com o objetivo de reduzi-la. Todos os agentes sabem disso, sabem também que isso leva à redução da inflação. Com isso, os agentes econômicos formam expectativas de queda de inflação, o que, eventualmente, se materializa em queda da inflação. É válido destacar a existência de diversos tipos de inflação, sendo que nem sempre o aumento dos juros leva à estabilidade dos preços. 

A inflação é geralmente considerada um imposto sobre os mais pobres. Por isso, um Banco Central independente busca beneficiar e proteger essa população diante dos aumentos de preços. No entanto, a "cura" para a inflação é amarga e seu efeito não é imediato. A necessidade de uma lei para garantir um simples comportamento anti-inflacionário indica como o viés político afeta a tomada de decisão no Brasil. Isso leva à criação de soluções mirabolantes que podem, em curto prazo, reduzir os preços e garantir a popularidade política, mas não curam a "doença".



Leia mais

15 fev 2023

DOMINADOS PELA IGNORÂNCIA


DIMENSÃO DA ENCRENCA

Mesmo que os resultados da pesquisa feita pela Genial/Quaest, divulgada ontem, 14, não tenham mostrado nada daquilo que possa ser considerado como surpreendente, ainda assim é muito importante que os leitores saibam o quanto o povo brasileiro é brutalmente DOMINADO PELA IGNORÂNCIA. A rigor, o estudo revela o tamanho das encrencas que estamos metidos assim como das reduzidíssimas chances de sair dela. Vejam que LULA tem 65% de APROVAÇÃO; 40% de avaliação ÓTIMA OU BOA; 24% como REGULAR; 20% como NEGATIVO; e 16% não responderam. 


TAXA DE JUROS E BANCO CENTRAL

No que diz respeito a -TAXA DE JUROS e BANCO CENTRAL- 46% dos entrevistados não souberam responder quem é o responsável; 26% citaram o BC; 14% mencionaram o ministro da Fazenda;  8% disseram que é o presidente da República; e 6% citaram os bancos privados/mercado financeiro. Segundo a sondagem, 67% não tomaram conhecimento das críticas de Lula à política de juros do BC e apenas 30% ficaram sabendo das críticas. 


INTERESSES POLÍTICOS

Mais: para 46% (maioria) dos entrevistados o presidente do BC, Roberto Campos Neto, está agindo com INTERESSES POLÍTICOS ao lidar com a inflação. Para 37% (minoria) a atuação de Campos Neto é feita com CRITÉRIOS TÉCNICOS. Questionados se Lula está certo ao tentar forçar a queda da taxa de juros, 76% responderam que SIM e apenas 16% disseram que NÃO. 


ECONOMIA

Quanto a SITUAÇÃO DA ECONOMIA nos últimos 12 meses, 37% citaram que ficou do MESMO JEITO;  30% responderam que MELHOROU; e outros 30% disseram que PIOROU. Em relação ao FUTURO DA ECONOMIA, 62% acreditam que irá MELHORAR; 20% acreditam que irá PIORAR; e 14% entendem que ficará do MESMO JEITO.


NORDESTE

Como já era mais do que esperado, LULA obteve a maior avaliação positiva na região NORDESTE, com 62%. A menor, é na região CENTRO-OESTE, com 29%. No SUDESTE e no SUL são 34%. No NORTE são 35%. DESTAQUE: a melhor aprovação é obtida pelas mulheres (44%); com os eleitores que recebem até dois salários-mínimos (47%) e aqueles que estudaram só até o ENSINO FUNDAMENTAL (49%). A menor aprovação do presidente está no CENTRO-OESTE (34%) e entre as pessoas com renda familiar acima de cinco salários-mínimos (35%).


ESPAÇO PENSAR +

Leia no ESPAÇO PENSAR+ de hoje: ÂNCORA FISCAL E MONETÁRIA EM RISCO, por Solange Srour. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar



Leia mais

14 fev 2023

DIREITA: DESARTICULADA, DESORGANIZADA E SEM RUMO


ESQUERDA UNIDA E DIREITA DISPERSA

Enquanto a ESQUERDA, com todos os seus tons ideológicos comprovadamente atrasados, se mantém praticamente coesa na luta contra o -LIBERALISMO-, que por sua vez se baseia na PROPRIEDADE PRIVADA DOS MEIOS DE PRODUÇÃO, NA ECONOMIA DE MERCADO E NO RESPEITO AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS, a DIREITA se caracteriza pela DISPERSÃO e/ou pelo DESENCONTRO, na vã expectativa de que suas ideias e vontades serão resolvidas pelo fracasso das ações e propostas dos SOCIALISTAS/COMUNISTAS.  


PESQUISA

Vejam, por exemplo, o que acontece com a MÍDIA BRASILEIIRA: -segundo pesquisa recente a maioria dos jornalistas declarou ser de ESQUERDA (militando em causas progressistas), deixando bem claro que as coberturas e reportagens NÃO SÃO TÃO IMPARCIAIS QUANTO ALEGAM OS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO. Mais: a pesquisa mostra que a maioria esmagadora dos jornalistas brasileiros (81%) se declarara de ESQUERDA. Apenas 4% disseram ter posicionamento mais à DIREITA (sendo 1,4% de direita e 2,5% de CENTRO-DIREITA). Mais ainda: até mesmo os que se identificam como EXTREMA-ESQUERDA (2%) superam os que os que se dizem de DIREITA e apenas 0,1% classificam-se como de EXTREMA-DIREITA. Que tal? 


A PROVA

A rigor, como revelou a Gazeta do Povo, dados mais antigos já davam indicações parecidas. Em 2017, ao rebater um ataque do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad à imprensa, o então editor-executivo, hoje diretor de redação da Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila, admitiu que “as Redações são formadas em sua maioria por uma elite intelectual de jovens progressistas de esquerda” e que “o resultado era palpável nas páginas do jornal, por mais que os profissionais se empenhassem em fazer valer o princípio de apartidarismo que é pilar do Projeto Editorial da Folha”. Como se vê, não se trata de insinuações a respeito, mas de DECLARAÇÕES dadas pela própria Folha de S. Paulo.


CONSÓRCIO

Ora, todos os leitores e não leitores sabem que -o G1, ESTADÃO, FOLHA DE S. PAULO, UOL, O GLOBO E EXTRA- , com apoio irrestrito de toda a ESQUERDA, formaram um CONSÓRCIO de veículos de mídia com o -propósito- de divulgar, diariamente, o número de mortes e casos de COVID-19. Na realidade, mais do que sabido, a intenção sempre foi a de fixar, para sempre, o rótulo de -GENOCIDA- na testa do ex-presidente Jair Bolsonaro.


JOGOS DE FUTEBOL

Pois, tão logo Lula foi declarado vencedor da eleição para presidente (pelo TSE e não pelas urnas), o CONSÓRCIO foi extinto e com isso todos os apreciadores do futebol deixaram de ser massacrados com a -informação-, sempre antes do início de cada jogo transmitido pela Globo e/ou pelo Première, quanto ao número de vítimas da COVID-19.


DIREITA NADA INTELIGENTE

Voltando ao início deste editorial, observem o quanto é real e certo que a preferência da DIREITA é criticar tudo que a ESQUERDA FAZ, mas não tem a menor iniciativa para atacar. Se a DIREITA fosse minimamente inteligente deveria se reunir e aproveitar o FIM DO CONSÓRCIO DA MÍDIA ESQUERDISTA para anunciar, minuto a minuto, as terríveis CONSEQUÊNCIAS do -FIQUE EM CASA-, que sabidamente resultou em grande número de EMPRESAS FECHADAS, do crescente ENDIVIDAMENTO das FAMÍLIAS, do AUMENTO EXUBERANTE DAS DESPESAS PÚBLICAS e outras desgraças mais.


ESPAÇO PENSAR +

Leia no ESPAÇO PENSAR+ de hoje: PAULO GUEDES TINHA RAZÃO, por J.R.Guzzo. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar



Leia mais

13 fev 2023

O INEVITÁVEL DESDOBRAMENTO DO MISERÁVEL -FIQUE EM CASA-


FIQUE EM CASA

Após o fatídico 11 de março de 2020, quando a MÍDIA ABUTRE entrou nos lares do nosso imenso Brasil para deflagrar a terrível e lamentável campanha -FIQUE EM CASA, A ECONOMIA A GENTE VÊ DEPOIS-, todos aqueles que, de forma absolutamente racional tentaram explicar que tão logo o FUTURO viesse a se encontrar com o inevitável -PRESENTE- as CONSEQUÊNCIAS viriam juntas e muitas delas com peso e tamanho excessivos, coisa que sabidamente dificultaria o seu carregamento.


GENOCIDA E FASCISTA

Como a MÍDIA alimentou, e convenceu, quase todos os governadores, prefeitos e demais autoridades públicas, quem resolveu argumentar, como fez o então presidente Jair Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes e todos aqueles (assim como eu) informando a todo momento que o criminoso -FIQUE EM CASA- fatalmente produziria terríveis CONSEQUÊNCIAS para a ECONOMIA DO BRASIL e, por conseguinte, para o POVO BRASILEIRO, segue até hoje rotulado como GENOCIDA e FASCISTA, pouco importando quem sempre teve total razão.


TACE

Pois, para os não iniciados no que diz respeito à importante ECONOMIA, o pensador Cristiano Fiori Chiocca, do Instituto Rothbard Brasil, traduz com muita clareza as inevitáveis COSEQUÊNCIAS embalado pela clara Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos (TACE), a qual evidencia que - depois de um BOOM DE LIQUIDEZ E CRÉDITO (advindo da brutal emissão de moeda na pandemia) houve uma EUFORIA DE INVESTIMENTO E CONTRATAÇÕES QUE NUNCA TIVERAM SUSTENTAÇÃO EM POUPANÇA REAL. 


O MERCADO PRECIFICA OS MAUS INVESTIMENTOS

O fato é que, dentro deste caos e/ou desorganização econômica criado pelo FIQUE EM CASA, há que se reconhecer, ainda que com muita dificuldade, que a -RECESSÃO e/ou /DEPRESSÃO- é fruto de MAUS INVESTIMENTOS. Como tal o mercado trata de REPRECIFICAR OS ATIVOS que foram inflados.


MANCHETES ATUAIS

O curioso, para não dizer outra coisa, é que a mesma MÍDIA que pregou o -FIQUE EM CASA, A ECONOMIA A GENTE VÊ DEPOIS- está estampando manchetes do tipo:
- "Bradesco choca com baixo lucro recorrente"
- "Dona do Pifpaf põe planta à venda. Meta: equacionar uma dívida de R$ 1 bi."
- "Vem aí uma extinção em massa de startups"
- "JP Morgan corta Suzano e Klabin; preço da celulose perdeu sustentação"
- "Marisa contrata BR Partners para renegociar dívidas de R$ 200 milhões"
- "C6 demite, mas jura que vai contratar"
- "Na Light, acendeu a luz vermelha"
.  


VALSA DE GANHA 1 PERDE 2

Com a manipulação da TAXA DE JUROS, como alguns governantes e parte da sociedade preferem, por conta do desconhecimento e/ou do populismo, o capital é brutalmente desperdiçado e a inflação de preços é o movimento de transferência de renda da sociedade para o governo. Enquanto os governos puderem manipular ao seu bel prazer a quantidade de moeda, essa VALSA DE GANHA 1 PERDE 2 vai acontecer e deixar rastros de destruição pelo caminho.


ESPAÇO PENSAR +

Leia no ESPAÇO PENSAR+ de hoje: SEM VIRTUDES, SEM VALORES E SEM VERGONHA, por Percival Puggina. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar



Leia mais