GANHANDO ESPAÇO
Enquanto o ARREMEDO DE REFORMA TRIBUTÁRIA (que já foi aprovada com requintes de crueldade na Câmara Federal) tramita no repugnante Senado com o CLARO PROPÓSITO DE ESFOLAR AINDA MAIS O LOMBO DOS INDEFESOS E ENCURRALADOS PAGADORES DE IMPOSTOS, o já -INSANO CUSTO BRASIL- segue livre e solto em busca de maior espaço para ficar ainda mais forte e incontrolavelmente obeso.
SEM LIMITE
Há quem diga, mundo afora, que tudo tem um limite. Entretanto, a considerar a ACEITAÇÃO PACÍFICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DO APETITE INCONTROLÁVEL DO -INSANO CUSTO BRASIL-, o tal -LIMITE- foi colocado em COVA PROFUNDA para que seja esquecido e/ou fique totalmente fora do alcance dos indignados e sofridos PAGADORES DE IMPOSTOS.
LISTA DOS APANIGUADOS
Ao longo do tempo esta incrível -TOLERÂNCIA- foi ganhando corpo e com ela foi aumentando estupidamente o CUSTO DE CARREGAMENTO de brasileiros de -PRIMEIRA CLASSE- do tipo que -NADA PRODUZEM, MAS SÃO SUSTENTADOS POR AQUELES QUE 1- FAZEM OS PRODUTOS; 2- PRESTAM SERVIÇOS; e 3-FINANCIAM OS GASTOS PÚBLICOS-. Eia aí a lista dos apaniguados, segundo informa um leitor anônimo:
1 Presidente da República
1 Vice-presidente da República
1 Presidente Câmara federal
1 Presidente Senado Federal
81 Senadores
513 Deputados federais
27 Governadores
27 Vice-Governadores
27 Câmaras estaduais
1.049 Deputados estaduais
5.568 Prefeitos
5.568 Vice-prefeitos
5.568 Câmaras municipais
57.931 Vereadores
TOTAL: 70.794 políticos (não estamos falando de nenhum partido de forma específica)
12.825 - Assessores parlamentares Câmara Federal (sem concurso)
4.455 - Assessores parlamentares Senado (sem concurso)
27.000 – Assessores parlamentares Câmaras Estaduais (sem concurso – estimado/por falta de transparência)
600.000 – Assessores parlamentares Câmaras Municipais (sem concurso – estimado/por falta de transparência)
TOTAL GERAL: 715.074 funcionários não concursados
GASTO COM OS APANIGUADOS
No que diz respeito aos FABULOSOS GASTOS COM OS APANIGUADOS, eis o CUSTO levantado pelo leitor:
R$ 248 mil por minuto;
R$ 14,9 milhões por hora;
R$ 357,5 milhões por dia;
R$ 10,7 bilhões por mês;
GASTO TOTAL: acima de R$ 128 BILHÕES por ano + R$ 6 BILHÕES do FUNDO PARTIDÁRIO para 2023. Além disso, deve-se computar o ROMBO DA PREVIDÊNCIA com suas aposentadorias alienígenas.
35 Partidos registrados no TSE + 73 partidos em formação.
As perguntas cabíveis diante dessa situação são as seguintes, EMBORA DEPENDAM DE DECISÃO DA SOCIEDADE:
- AS REFORMAS DA PREVIDÊNCIA E TRIBUTÁRIA são as únicas prioridades nacionais?
- COMO DEIXAMOS CHEGAR A TAL PONTO?
- E a principal neste momento: ATÉ QUANDO???
ESPAÇO PENSAR +
No ESPAÇO PENSAR+ de hoje: OS SUPER SALÁRIOS DO FUNCIONALISMO PÚBLICO E A DESIGUALDADE QUE -SOME- QUANDO O PT GOVERNA, por J.R.Guzzo. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar
A ORAÇÃO DIÁRIA DO ALQUIMISTA
Da mesma forma como os católicos em geral são compelidos a rezar, diariamente, uma ou mais -Ave Marias e/ou Pais Nossos-, o ALQUIMISTA vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, não adormece sem antes fazer a sua ORAÇÃO AUTOMÁTICA, que consiste no pedido, aos céus e ao Banco Central, da REDUÇÃO DA TAXA BÁSICA DE JUROS DO PAÍS.
A CARGA TRIBUTÁRIA NÃO FAZ PARTE DA REZA
Nesta semana, ao comentar as possibilidades de INVESTIMENTOS (?) PREVISTOS para o Brasil, o -ALQUIMISTA- ALCKMIN avaliou, através da sua REZA DIÁRIA, a situação econômica do país e disse que os “ESCANDALOSOS JUROS" precisam cair. Mostrando que é um péssimo cristão, o ALQUIMISTA não colocou nas suas PRECES a necessidade de REDUÇÃO DA ELEVADÍSSIMA CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA, a GRANDE E VERDADEIRA -VILÃ- que trava os novos e sepulta os velhos INVESTIMENTOS.
NADA SOBRE AS NOVAS ALÍQUOTAS
Focado na sua FRENÉTICA, AUTOMÁTICA E CANSATIVA PRECE, o ALQUIMISTA afirmou que - “As coisas estão caminhando bem: inflação em queda, câmbio competitivo, reforma tributária aprovada na Câmara e arcabouço fiscal encaminhado. Só faltam os escandalosos juros caírem e nós vamos ter uma geração de emprego ainda mais forte”. Como se vê, nenhuma palavra sobre o ESCANDALOSO AUMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA por conta das novas alíquotas que deverão incidir notadamente sobre os SETORES DE SERVIÇOS, EXTRATIVO E AGROPECUÁRIO. Pode?
PESQUISA DO IPEA
Não creio que este editorial chegue às mãos do ALQUIMISTA. E se isto vier a acontecer é pouco provável que interfira na SUA ORAÇÃO INFUNDADA. Ainda assim vale lembrar que em recente pesquisa feita pelo IPEA -Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada-, fica mais do que claro que o novo imposto (IVA) aprovado pela reforma tributária deve ficar em 28,04%. Dando de ombros para esta importante revelação do IPEA, o ALQUIMISTA disse, também de forma AUTOMÁTICA - que é cedo para ter o resultado final desse trabalho. Que tal?
A propósito: se possível façam chegar ao ALQUIMISTA que, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a economia brasileira recuou 3% em maio ante abril.
O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais...
ESPAÇO PENSAR +
No ESPAÇO PENSAR+ de hoje: A LÓGICA ILÓGICA DA IDEOLOGIA DO FRACASSO, por Alex Pipkin. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar
RESPEITO PELO INDIVÍDUO
Na sua obra -A DESOBEDIÊNCIA CIVIL-, o pesquisador e filósofo Henry David Thoreau aponta que -O progresso de uma MONARQUIA ABSOLUTA para uma MONARQUIA LIMITADA e desta para uma DEMOCRACIA é um PROGRESSO NO SENTIDO DE UM VERDADEIRO RESPEITO PELO INDIVÍDUO.
PODER MAIS ALTO
Thoreau vai mais adiante quando diz que JAMAIS HAVERÁ UM ESTADO REALMENTE LIVRE E ESCLARECIDO ATÉ QUE ESTE VENHA A RECONHECER O INDIVÍDUO COMO O PODER MAIS ALTO E INDEPENDENTE, DO QUAL DERIVA TODO O SEU PODER PRÓPRIO E AUTORIDADE, E O TRATE DA MANEIRA ADEQUADA. E conclui dizendo: -Agrada-me imaginar um Estado que, afinal, possa permitir-se ser justo com todos os homens e tratar o indivíduo com respeito, como um seu semelhante; que consiga até mesmo não achar incompatível com sua própria paz o fato de uns poucos viverem à parte dele, sem intrometer-se com ele, sem serem abarcados por ele, e que cumpram todos os seus deveres como homens e cidadãos-.
ANARQUISTA INDIVIDUALISTA
Tido e havido como ANARQUISTA INDIVIDUALISTA, Henry Thoreau, ainda que fosse um pregador da DESOBEDIÊNCIA CIVIL ambicionava por melhorias no governo mais do que sua por sua abolição. Segundo o filósofo, -o melhor governo é o que não governa. Quando os homens estiverem devidamente preparados, terão esse governo-.
GUINADA EM DIREÇÃO AO RETROCESSO
Pois, passados mais de 160 anos desde que Henry Thoreau escreveu o ensaio -A DESOBEDIÊNCIA CIVIL-, mostrando o PROGRESSO de uma MONARQUIA ABSOLUTA EM DIREÇÃO À DEMOCRACIA, eis que no Brasil o governo -comunista- achou por bem, com apoio irrestrito e comprometido da MÍDIA, DA SUPREMA CORTE E DE GRANDE PARTE DO PARLAMENTO, dar uma FORTE GUINADA EM DIREÇÃO AO RETROCESSO, voltado para um TOTAL E PERVERSO DESRESPEITO PELO INDIVÍDUO.
BRASIL DE XANDÃO
A propósito, eis o ótimo texto do advogado e pensador Rafael Leal que copiei da sua conta no Instagram:
- O Brasil pós pandêmico virou uma tragicômica mistura de Republiqueta patética de 5º mundo, onde o povo não apenas não confia nas instituições como as detesta. Algo como viva a Europa Medieval, onde (inexistentes leis codificadas) os REIS ABSOLUTISTAS decidiam quais os crimes seriam imputados aos atos dos vassalos rebeldes e graduavam as penas.
O silencio retumbante de defensores do Direito Penal e do Processo Penal, a morte das garantias e princípios infraconstitucionais desmascaram de vez o (mau) caratismo de um povo que - pensando apenas no seu umbigo (inclusive ideológico) - foi devidamente descrito e eternizado por Da Matta em “Carnavais, Malandros e Heróis”. Pobre pátria sem lei, sem ordem e sem caráter. Esse é o BRASIL DE XANDÃO e seus puxa sacos, onde há idiotas, fisiológicos corporativistas, oportunistas e bandidos, legião de seres “sem cor, sem perfume, sem rosa, sem nada…”
ESPAÇO PENSAR +
No ESPAÇO PENSAR+ de hoje: PARA QUE SERVE O SIGILO DA URNA?, por Percival Puggina. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar
MEIA ENTRADA
Mais do que sabido, a MEIA ENTRADA é o ABSURDO DIREITO concedido, por força da Lei Federal 12.933/2013, aos ESTUDANTES, aos JOVENS, aos PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS e aos IDOSOS, de obter o DESCONTO DE 50% na compra de ingressos para todo e qualquer evento CULTURAL e/ou ESPORTIVO em todo o Brasil.
DESCONTO ESPECIAL SOBRE A ALÍQUOTA PADRÃO
Pois, por incrível que possa parecer, a MEIA ENTRADA também figura, com o termo -EXCEÇÕES- no ESDRÚXULO TEXTO da REFORMA TRIBUTÁRIA. Como tal, considerando que a PEC venha a ser aprovada no Senado do mesmo jeito como passou na Câmara, vários setores de atividades resultarão beneficiados com a enxurrada de -DESCONTOS ESPECIAIS- sobre a estúpida -ALÍQUOTA PADRÃO- acertada inicialmente em 25%- para a tributação de BENS E SERVIÇOS.
RACIOCÍNIO LÓGICO
Ora, como a simples lógica de raciocínio esclarece que o preço da MEIA ENTRADA resulta do desconto de 50% do preço da ENTRADA INTEIRA, uma coisa é matematicamente óbvia e certa: quanto maior for o valor da -ENTRADA INTEIRA- maior será, obviamente, o preço da MEIA ENTRADA. Ou seja, quem não for alcançado pelas VANTAGENS ou PRIVILÉGIOS concedidos pela LEI DA MEIA ENTRADA tem o DEVER DE PAGAR MAIS pelo INGRESSO. Aplicando o mesmo raciocínio no tocante às -EXCEÇÕES- aprovadas na REFORMA TRIBUTÁRIA, isto significa, claramente, que haverá um efetivo AUMENTO DA ALÍQUOTA PADRÃO para quem não for alcançado pelos PRIVILÉGIOS.
TODA E QUALQUER EXCEÇÃO AUMENTA A ALÍQUOTA
Aliás, como bem afirma o economista Bernard Appy, secretário extraordinário da REFORMA TRIBUTÁRIA, a criação de REGIMES ESPECAIS (EXCEÇÕES) entra como PESO na DEFINIÇÃO DA ALÍQUOTA FINAL DO IVA - Imposto sobre o Valor Agregado dual cobrado. Mais: - a alíquota do novo tributo poderia ser inferior a 25% caso não houvesse qualquer tipo de EXCEÇÃO à regra de cobrança do novo imposto. O ideal seria que o instrumento fosse limitado a SETORES ESPECÍFICOS, como de saúde, educação e alimentos, padrão já adotado por outros países. Ora, por mais que seja acaciano, é bom que todos entendam que -TODA E QUALQUER EXCEÇÃO AUMENTA A ALÍQUOTA-. Que tal?
IVA MAIOR DO MUNDO - POR CONTA DAS EXCEÇÕES
A propósito, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) prevê que a alíquota efetiva do IVA, novo tributo brasileiro para taxar o consumo de bens e serviços, pode chegar a 28,4%.
De novo: confirmado o que foi aprovado na Câmara dos Deputados, a alíquota brasileira será a maior do mundo. A expectativa inicial era que o IVA ficasse em 25%. No entanto, regimes tributários favorecidos, alíquotas reduzidas e isenções devem elevar o novo tributo.
Em países com reformas tributárias recentes, a alíquota para taxação do consumo de bens e serviços costuma ser bem menor. Na Austrália, por exemplo, o imposto é de 10%.
ESPAÇO PENSAR +
No ESPAÇO PENSAR+ de hoje: SOMOS GOVERNADOS POR ANTROPÓFAGOS DE CABEÇA PEQUENA, por Roberto Rachewsky. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar
SEM PARAR
Não por gosto, secação e/ou má vontade venho afirmando, com tristeza, que a ECONOMIA BRASILEIRA, bem ao contrário do que acredita e sugere a mídia ideologicamente satisfeita e pra lá de comprometida com o governo Lula, está em nítido PROCESSO DE DESACELERAÇÃO do tipo -SEM PARAR-.
VAREJO: QUEDA INCOMUM
Duas amostras recentes colaboram com as minhas afirmações:
1- na última sexta-feira, 14, o IBGE divulgou que as VENDAS DO VAREJO RECUARAM 1% entre abril e maio, queda esta considerada como a MAIS INTENSA desde dezembro de 2022 (-2,7%) e a maior para um mês de maio desde 2018 (1,8%). Mais: o gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), Cristiano Santos, classificou esta queda como INCOMUM, porque desde 2020 esse número é sempre positivo.
IBC-Br: RECUO DE 2%
2- hoje, 17, foi a vez do mesmo IBGE divulgar o -IBC-Br- (prévia do PIB), que para desespero geral apresentou um substancial RECUO DE 2% em maio, a maior queda desde março de 2021. Vejam que em abril o IBC-Br tinha indicado um crescimento de 0,56% na economia; e de janeiro a maio de 2023 houve avanço acumulado de 3,61%, conforme os dados sem ajuste sazonal.
AFASTAMENTO DE INVESTIDORES E AMEDRONTAMENTO DE CONSUMIDORES
Pois, em meio a dados realmente preocupantes, Lula & Cia segue com sua incontrolável SAGA ARRECADATÓRIA SOMADA COM VOLUMOSOS GASTOS PÚBLICOS. Esta mistura, mais do que sabido, provoca o AFASTAMENTO DE INVESTIDORES assim como o AMEDRONTAMENTO DE CONSUMIDORES, agravando ainda mais o quadro apresentado pelo IBGE nesses dois últimos dias.
REFORMA TRIBUTÁRIA - ANÁLISE DO ECONOMISTA PAULO RABELLO DE CASTRO
Mais: se alguém acredita que a REFORMA TRIBUTÁRIA será capaz de encorajar INVESTIDORES E CONSUMIDORES, eis o esclarecedor texto produzido pelo pensador Paulo Rabello de Castro, publicado no Estado de Minas do dia 15/07, com o título - COMO FAZER A REFORMA DAR CERTO-:
Com seus mais de 20 artigos e cerca de uma centena de comandos constitucionais, e ainda deixando um punhado de dispositivos para leis complementares, o texto da Reforma Tributária do consumo não representa a mudança esperada pelo povo brasileiro. Porém, o fato de sair do impasse e votar, foi um avanço notável e a Câmara dos Deputados teve esse mérito. Nada obstante, o texto que agora vai para o Senado contém defeitos graves: não trouxe maior simplicidade ao sistema tributário mais complicado do planeta; não respeitou a neutralidade sobre os efeitos na reforma pretendida, na medida em que elegeu “perdedores” – que pagarão a conta – notoriamente os 5570 municípios do País, os Estados maiores produtores primários e os profissionais e empresas do amplo setor de Serviços. O terceiro defeito – a falta de velocidade na futura implantação - é a mais inadmissível das falhas: o governo Lula não assumiu os riscos da reforma (ficou só com seus eventuais méritos) pois o texto da reforma deixou para 2027 o INÍCIO de uma arrastada transição, com dois regimes tributários cumulativos - o velho e o novo, juntos (!) – a perdurar até 2033. O atual governo jogou a batata quente no colo da próxima administração, o que não faz o mínimo sentido num País que se diz com pressa de retomar o crescimento e os empregos.
Cabe ao Senado, a partir de agosto, tentar aperfeiçoar o texto e isso invoca os três citados objetivos, a conduzir e inspirar o novo relator da matéria, Senador Eduardo Braga (MDB-AM): simplicidade, neutralidade e velocidade.
A inexplicável falta de uma planilha geral de simulação das alterações tributárias pretendidas – os deputados votaram a matéria sem ter a mínima ideia dos impactos numéricos do que estavam aprovando – resultou numa improvisação total sobre qual seria o valor da tal “alíquota reduzida” do IVA dual (IBS mais CBS) que beneficiará várias atividades com corte de 60% sobre a “alíquota padrão”, cujo nível até hoje tampouco se conhece. O Senado não pode votar como fez a Câmara, no desconhecimento dos efeitos do que estará decidindo. A consequência de votar no escuro é vislumbrar com atraso os futuros problemas e, com isso, aceitar hoje soluções improvisadas, abrindo múltiplas exceções às regras gerais do novo imposto. Isso seria decretar o fim da desejável simplificação do sistema. Simplificação só virá com mais Informação, o que exige o conhecimento dos aspectos operacionais de um aplicativo ONDA (Operador Nacional de Distribuição de Arrecadação) capaz de reproduzir as operações fiscais atuais. Por meio de um simples aplicativo, o próprio ONDA pode preencher a Nota Fiscal, calculando a alíquota e lançando o tributo. Em seguida, como hoje no SIMPLES, a ferramenta do ONDA fará a repartição entre os entes que hoje apropriam a receita. Uma vez feito isso, será possível simular as mudanças introduzidas pelo novo IVA. E, também, calcular com razoável precisão o perde-ganha do processo, de modo a “neutralizar” esse efeito indesejado dos prejuízos que hoje ameaçam muitas atividades no setor de Serviços, bem como as receitas dos municípios e de vários Estados exportadores líquidos. O Atlântico já tem esta ferramenta delineada.
Não é difícil perceber a absoluta necessidade de se implantar um aplicativo do tipo ONDA para viabilizar um IVA da era digital - 5.0. O Atlântico vem insistindo, há anos, com os sucessivos Relatores dessa reforma, sobre a conveniência do ONDA como solução eletrônica avançada para simplificar, neutralizar prejuízos e, especialmente, acelerar a implantação da reforma. Não há razão plausível para se esperar até 2033 quando, só então, se teria um novo sistema tributário do consumo. A demora de anos na implantação do IVA trará um acúmulo de novas exceções à regra geral, desfigurando a reforma ainda nascitura. Há urgência e conveniência em se “virar a chave” para os novos tributos, deixando os velhos para trás, tão logo se aprove a reforma e suas leis complementares. A maior velocidade na implantação – seja em 2025 ou, no máximo, em 1º janeiro de 2026 – viabilizaria operar o ONDA como uma câmara de compensação federativa. A crítica que já se faz ao bizarro Conselho Federativo – uma invenção da reforma que agride a Federação em sua representação política e comprime os poderes do próprio Senado – pode ser contornada pela adoção do ONDA, que seria uma ferramenta amiga dos contribuintes, ao preencher os dados essenciais de uma Nota Fiscal eletrônica, assim dispensando o tal Conselho de funções executivas (de arrecadar e repartir) bem como as judicantes (de julgar conflitos). Melhor do que isso, seria regulamentar o Conselho de Gestão Fiscal (previsto no art.67 da LRF desde 2000!) que o Senado regulamentou, mas a Câmara nunca votou.
Restariam algumas providências de simplificação. A polêmica Contribuição estadual (COI) prevista no art.20 do texto aprovado, não precisa subsistir, bastando que o “princípio do destino” nas receitas do IVA (100% das receitas para o Estado consumidor) tenha sua implantação modulada em relação à situação atual em que os Estados produtores ficam com 7 ou 12% da receita do ICMS interestadual. Na modulação, a retenção na origem ficaria em, digamos, 4%. Com essa singela alteração, mitigaremos os prejuízos antevistos por Estados exportadores de bens primários, como MT, GO, MS, MG, PR etc., todos perdedores no texto atual da reforma. Outra supressão simplificadora seria a do Imposto Seletivo, que ameaça se tornar o novo vilão do setor industrial. Para eliminar o Seletivo, basta se introduzir uma “alíquota majorada”, na forma ad rem, dentro do próprio IVA. Menos um tributo. Por fim, resta atacar a omissão mais grave do texto da Câmara, que deixou de encaminhar uma solução para os encargos de INSS sofridos pela folha de pagamentos. A primeira e óbvia providência é permitir a dedução desse gravame como crédito dos Serviços na liquidação do IVA. Alternativamente, se pode deslocar a atual incidência sobre o custo laboral para a remuneração do capital. Ou ainda, pela introdução de uma micro-taxa nos pagamentos em geral. São soluções viáveis, que exigirão o olhar atento dos senadores e senadoras, não apenas em termos teóricos mas, sobretudo, ao examinar as simulações numéricas que faltaram como informação aos deputados.
Se o Senado, no entanto, quiser caprichar em simplicidade, neutralidade e velocidade, haverá de adotar o descruzamento das verbas do IR em relação às contribuições federais. Tal descruzamento é tão simples quanto poderoso: o governo federal cede a Estados e Municípios grande parte da receita de sua futura CBS (que não precisa mais existir!) na exata proporção do valor dos fundos estaduais e municipais (FPE e FPM), enquanto ganha de volta o IR para ser exclusivamente federal, voltado ao equilíbrio das regiões e à cobertura previdenciária. Para fechar: é essencial incluir na PEC do Senado regra autoaplicável de limitação da carga tributária total e avaliação permanente de cada rubrica do gasto público sob a ótica de seu retorno social efetivo.
Para dar certo, fazer menos e melhor é preferível a fazer muito e mal.
MUITO ENDIVIDADAS
Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor -PEIC-, apurada mensalmente pela CNC -Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o PERCENTUAL DE FAMÍLIAS COM DÍVIDAS A VENCER bateu em 78,5% em junho, a maior taxa desde novembro do ano passado.
INADIMPLÊNCIA
Desse grupo de MUITO ENDIVIDADOS, o total de famílias INADIMPLENTES (com DÍVIDAS ATRASADAS), atingiu a marca de 29,2%. Deste total, segundo revela a pesquisa, quatro em cada dez devedores afirmam, categoricamente, que -NÃO TÊM CONDIÇÕES DE PAGAR OS COMPROMISSOS DE MESES ANTERIORES-.
FORA DO MERCADO DE CONSUMO FINANCIADO
Ora, até quem tem poucas luzes sabe que para o contingente de INADIMPLENTES, pouco ou nada importa o patamar da TAXA DE JURO. Até porque, mesmo com JURO ZERO os ENDIVIDADOS, do tipo -que afirmaram não ter condições de pagar os compromissos assumidos- seguirão fora do MERCADO DE CONSUMO FINANCIADO (com pagamento em prestações).
VOLTAR A SER ADIMPLENTE
Em outras palavras, os MUITO ENDIVIDADOS só têm dois caminhos para voltarem a se tornar ADIMPLENTES: 1- consumir aquilo que cabe dentro do seu orçamento; 2- aumentar a renda. Como o governo só pensa em tributar, como assegura a PEC DA REFORMA TRIBUTÁRIA, uma coisa é certa: o número de INADIMPLENTES tem tudo para crescer. Só pode...
COMPETIÇÃO SEVERA
Uma outra saída que já está se desenhando é a SONEGAÇÃO DE IMPOSTOS como forma de aumentar a capacidade de consumo. Neste particular a competição será ainda mais severa, a considerar que: 1- o governo SONEGA OS SERVIÇOS PÚBLICOS QUE DEVERIA PRESTAR POR CONTA DOS IMPOSTOS ARRECADADOS; e, 2- os consumidores, por sua vez, em contrapartida se veem forçados, sem culpa, a SONEGAR OS ELEVADOS IMPOSTOS, utilizados para GARANTIR DIREITOS INDECENTES dos apaniguados funcionários que vivem ÀS CUSTAS DO SETOR PÚBLICO.