METEOROLOGIA
Em geral, os institutos de meteorologia são capazes de prever, com razoável antecedência e boa precisão, a aproximação de chuvas, tempestades e/ou furacões. Como tal, os boletins que são emitidos a todo momento são vistos pela sociedade como instrumentos importantes no auxílio às mais variadas atividades, como agricultura, geologia, turismo, estudos sobre o impacto ambiental, etc...
EPIDEMIAS
Já no importante quesito -SAÚDE PÚBLICA-, ainda não temos, infelizmente, institutos capazes de antever a aproximação de EPIDEMIAS, como é o caso do COVID-19. Vejam que só depois que o vírus já estava espalhado mundo afora, a OMS - Organização Mundial da Saúde- foi obrigada a decretar a doença como estado de PANDEMIA, cujas consequências -econômicas, sociais, mentais e emocionais- aí estão para serem contabilizadas e muito lamentadas.
ALÉM DA PANDEMIA
Como se não fossem pra lá de suficientes os terríveis problemas causados pela PANDEMIA, cujos complicados LOCKDOWNS causaram enormes e comprovados prejuízos sociais e econômicos, o nosso empobrecido Brasil ainda foi vítima de uma forte e nada prevista -ESCASSEZ HÍDRICA-, que por sua vez encareceu brutalmente o CUSTO DE ENERGIA, a considerar que as TERMOELÉTRICAS são alimentadas por óleo diesel. Como tal, o Brasil, pelo efeito demanda acima do normal, colaborou para o aumento do preço do barril do petróleo no mercado internacional.
AUXÍLIO BRASIL E PRECATÓRIOS
Mais: para dar conta dos problemas derivados destas duas catástrofes - PANDEMIA E CRISE HÍDRICA-, o governo se viu diante da necessidade de oferecer uma AJUDA EMERGENCIAL para os brasileiros que por força da PANDEMIA ficaram a -RUA DA MARGURA-. Pois, sem dó nem piedade o STF foi além: colocou no colo do governo a obrigação de pagar um monstruoso passivo conhecido como -PRECATÓRIOS-. Considerando que a decisão da Suprema corte é final, o que resta ao Poder Executivo é encontrar uma forma que cause o menor IMPACTO FISCAL possível. Vejam que o ROMBO FISCAL decorrente do necessário cumprimento do -Auxílio Brasil e dos Precatórios- não tinha como ser previsto.
PODER LEGISLATIVO NEM AÍ
Diante deste quadro dramático, ainda que não seja visto como algo surpreendente, o PODER LEGISLATIVO também não esboçou o menor interesse em atenuar o grave problema FISCAL. Além de não se interessar pela REFORMA TRIBUTÁRIA - que serviria para soltar as amarras que dificultam o avanço da produtividade-; e pela REFORMA ADMINSTRATIVA - que poderia diminuir gradativamente o CUSTO DO SETOR PÚBLICO- ; os deputados e senadores também não se propõem a diminuir o valor do nojento FUNDO ELEITORAL, cujo valor absurdo poderia contribuir para diminuir o DÉFICIT PÚBLICO.
VENTOS SOCIALISTAS
Diante deste quadro -dantesco-, é de se perguntar: -DEPOIS DA TEMPESTADE VEM A BONANÇA?-, ou, no caso brasileiro, por determinação dos ministros do STF e dos deputados e senadores, -DEPOIS DA TEMPESTADE VEM OUTRA TEMPESTADE?-. Pior, com VENTOS SOCIALISTAS, que têm um PODER DESTRUIÇÃO, além de catastrófico, perfeitamente previsível.
DEMOCRACIA EM RISCO
O excelente artigo -NÃO FAZER INJUSTIÇA-, de autoria do jurista e pensador Ives Gandra Martins, é um conteúdo que precisa ser lido por todos, principalmente pelo fato de que, neste exato momento, 63% da população, segundo informa uma pesquisa recente feita por um jornal paulista, entende que o Poder Judiciário, no seu ativismo judicial, COLOCA EM RISCO A NOSSA DEMOCRACIA. Eis aí, na íntegra, o texto do Ives:
A JUSTIÇA DOS JUSTOS É INJUSTA
Na área jurídica, não poucas pessoas têm a impressão de que a função do Poder Judiciário é fazer justiça. Aos meus alunos da Universidade Mackenzie e do Centro de Extensão Universitária sempre ensinei ser esta uma falsa visão da função judicante. Fazer justiça, não poucas vezes, é uma forma de se fazer injustiça. Quando se demora o julgamento de um réu preso e inocente; quando se deixa um cidadão encarcerado além do tempo de condenação; quando se criam infrações penais por preferências ideológicas ou inimizades pessoais; quando se interfere em competência que são de outros poderes, usando a força incontestável da caneta, por mais culta ou erudita que seja a decisão; aí a JUSTIÇA DOS JUSTOS É INJUSTA!
A LEI
Bastiat, na primeira metade do século XIX, escreveu um pequeno e antológico livro intitulado "A LEI ". Nele, após analisar os arcabouços do processo legislativo e a forma como a maior parte das leis era feita à época, concluiu que a verdadeira função da lei seria não fazer injustiça, mais do que fazer justiça.
Com exceção dos ministros da Suprema Corte, cuja escolha é política e dependente de um homem só, todo o processo seletivo para a magistratura é extremamente complexo, durando, para ser um juiz substituto de primeiro grau, em torno de um ano as sucessivas provas eliminatórias, em que aproximadamente 2% dos candidatos são aprovados.
Eu mesmo, tendo participado de três bancas examinadoras para magistratura (2 federais e 1 estadual), sei quão rigorosos e difíceis são os exames a que são submetidos os postulantes, pois terão que ser julgadores da sociedade em suas divergências levadas à juízo.
PESQUISA
São, portanto, superiormente preparados, quando passam pelas 3, 4 ou 5 provas eliminatórias, até o exame oral. A própria escolha para os Tribunais de 2ª. Instância ou Superiores, segue uma linha em que o merecimento ou antiguidade para os primeiros, e o merecimento do trabalho para os Tribunais Brasilienses é aferido.
O denominado Quinto Constitucional de preenchimento de vagas para os colegiados, por advogados e membros do Ministério Público tem um tríplice processo seletivo, ou seja, dos órgãos de classe em lista sêxtupla, em lista tríplice do Tribunal e do Poder Executivo. Não se discute, portanto, nem a competência, nem a idoneidade, que, nos concursos públicos para a magistratura, é também o candidato investigado, meticulosamente. O que há de se perguntar no momento é se a justiça que se tem feito no país tem implicado em não se fazer injustiça.
Causou-me má impressão pesquisa realizada por jornal da Capital, em que a rejeição ao Poder Judiciário tem crescido, praticamente 1/3 considerando boa sua atuação, 1/3 regular e quase 1/3 ruim ou péssima, levantamento em que os próprios analistas declararam que a rejeição ao Poder Judiciário tem crescido. Por outro lado, em outro levantamento do mesmo veículo, 63% da população entendia que o Poder Judiciário, no seu ativismo judicial, COLOCA EM RISCO A DEMOCRACIA.
Por fim, em uma terceira aferição, também da mesma agência de pesquisa, as Forças Armadas, a Igreja Católica e o próprio Ministério Público eram instituições mais respeitadas que o Poder Judiciário no país.
CUSTO
Ora, quando se tem um Poder Judiciário que, segundo levantamento de outro veículo, meses atrás, declarou que custava ao povo 1,34% do PIB, contra 0,14% dos Estados Unidos e uma média entre 0,2% a 0,4% na maioria das nações, é de se perguntar se, nada obstante a qualidade dos magistrados, se a justiça praticada pelo nosso Poder Judiciário tem permitido que não se faça injustiça à população.
Se a qualidade de conhecimento dos magistrados não se discute, se no Pretório Excelso todos os seus componentes ostentam brilhante currículo e o perfil de juristas respeitados, se a idoneidade moral é também indiscutível, a que se atribuir esta turvação da imagem e esta crescente rejeição da população se não a impressões que se tem que, ao adotarem, os seus juízes, o consequencialismo jurídico ou neoconstitucionalismo, doutrina contestada em muitas Universidades, que desembocam num crescente ativismo judicial, a sociedade passou a ver, nos magistrados da Suprema Corte, um poder político e não técnico hospedeiro das preferências desta ou daquela corrente ideológica pertinentes aos representantes do povo.
POSTURA POLÍTCIA
Em outras palavras, deixaram de ver no Judiciário um órgão destinado a julgar justamente, mas sim um órgão a adotar postura política com pretensões de interferis no processo político, mesmo que na intenção, na opinião de alguns, para corrigi-lo.
Creio que esta temática de qual seria a verdadeira função do Poder Judiciário e até onde não fazer injustiça, à luz do direito vigente, deveria ser a preocupação maior de todos os operadores do Direito, mas principalmente dos que tem a responsabilidade de decidir.
Pergunto-me se tal desconfiguração que começa a ocorrer a partir das decisões da Suprema Corte e de um certo ativismo judicial, que vem sendo alertado por especialistas, não estaria na raiz da visão do povo sobre o Poder Judiciário.
Tais dúvidas continuam a permanecer neste velho professor de 86 anos.
ESPAÇO PENSAR +
Leia no ESPAÇO PENSAR+ de hoje: UM BOM EXEMPLO: ENCONTRO DE CONSERVADORES EM CAMAQUÃ por Percival Puggina. Confira: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar
CONVENCIMENTO HISTÓRICO
Tem coisas que depois de ditas e espalhadas, dificilmente conseguem ser revertidas ou consertadas. Muitas vezes, nem mesmo os mais exaustivos esclarecimentos são capazes de apagar aquilo que já está fortemente solidificado na mente do povo. Um bom exemplo disso diz respeito à autoria da frase -O BRASIL NÃO É UM PAÍS SÉRIO-, que, equivocadamente e/ou de forma criminosa, foi atribuída, em 1962, ao general francês Charles De Gaulle. Na real, para quem não sabe, a frase saiu da boca do embaixador Carlos Alves de Souza, e quem a divulgou foi o jornalista Luiz Edgar de Andrade, da Globo (alguma novidade?) que tal? (nada surpreendente). Pois até hoje, mesmo depois de ter sido esclarecida pelo próprio embaixador Souza, no seu livro -UM EMBAIXADOR EM TEMPOS DE CRISE-, o fato é que De Gaulle continua sendo o culpado pela FAKE NEWS da Globo.
CAFÉ PEQUENO
No caso da Petrobrás, para que fique bem claro e entendido, a grande maioria do povo brasileiro, fortemente influenciada pela mídia, segue convencida de que foram os mais diversos atos de CORRUPÇÃO que levaram a estatal à lona. Na real, ainda que os atos de imensa roubalheira figurem como fortes responsáveis por enormes prejuízos, o que tem um peso dez vezes maior do que a CORRUPÇÃO é a forma como a Petrobrás foi administrada pela turma do PT. Fazendo uma simples comparação do que causou maior sangramento, a CORRUPÇÃO é vista e considerada como puro -café pequeno-.
INTERVENÇÃO DO GOVERNO
Pois, até hoje, por mais que seja dito e repetido a todo momento, a maioria do povo brasileiro está plenamente convencida de que o preço de venda dos combustíveis -nos postos de abastecimento- deve ser decidido pelo governo e não pela Petrobrás. Com tal, por ser uma empresa estatal, cabe ao governo interferir quando o preço do barril de petróleo (bruto) sobe no mercado internacional, pouco importando o quanto este equívoco é prejudicial para a Petrobrás e para todos os envolvidos.
MEMÓRIA SELETIVA
A propósito, para que os leitores tomem conhecimento de outras opiniões -esclarecedoras- a respeito deste importante tema, eis o que diz, por exemplo, o economista Alexandre Schwartsman, no seu artigo -MEMÓRIA SELETIVA-
- Depois do teto de gastos, a medida de política econômica mais criticada – também sem muita razão – é a regra de preços de combustíveis adotada pela Petrobras, que os atrela aos valores internacionais, não por acaso adotadas ambas no governo Temer, quando se tentou restaurar um módico de racionalidade na gestão da economia brasileira.
O presidente da República, por exemplo, recentemente expressava sua IGNORÂNCIA a respeito, notando que vivemos “em um país que paga tudo em real e tem o preço do combustível atrelado ao dólar. Ninguém entende”.
Sem muita esperança de resolver a deficiência cognitiva do presidente, noto que combustíveis, assim como as demais commodities, são transacionados no mercado mundial. O preço da soja, do milho, das carnes, do minério de ferro, do aço laminado, do suco de laranja, entre tantos outros, é determinado pela interação entre a demanda e oferta globais, tipicamente expressos em dólar.
IMPORTADOR LÍQUIDO
Caso o país seja um exportador destes bens e seu preço internacional suba em relação ao doméstico (devidamente ajustado à taxa de câmbio, custos de transporte, tarifas etc.), é claro que os produtores preferirão exportar, reduzindo a disponibilidade interna do produto, o que faz seu preço interno subir até igualar o externo. Se, por outro lado, o país for um importador, o aumento do preço doméstico reduz a demanda por aquele bem, reduzindo também suas importações. Se isto vale para os demais bens, por que não deveria valer para o caso dos combustíveis?
Note-se, a propósito, que o Brasil é um importador líquido nesta frente. O consumo aparente de gasolina (produção mais importação menos exportações) no ano passado foi próximo a 25 milhões de m³, dos quais cerca de 4 milhões (16%) vieram de fora do país.
Já dos 57 milhões de m³ de diesel consumidos, 12 milhões (22%) tiveram origem externa, enquanto 3,6 milhões (27%) dos 13,5 milhões de m³ de GLP também foram importados.
APÓS 8 SEGUNDOS
Vale dizer, que apesar da lorota acerca da autossuficiência ser frequentemente repetida, inclusive pelo ex-presidente Lula, ainda precisamos importar fração considerável do nosso consumo interno de combustíveis. Imaginem agora o que ocorreria caso a Petrobrás passasse a vendê-los abaixo do preço internacional. Após aproximadamente 8 segundos concluiríamos que nenhuma empresa privada importaria sequer um litro de gasolina ou diesel, simplesmente porque não inventaram ainda um jeito ganhar dinheiro vendendo por preço inferior ao que foi comprado. A competição privada, portanto, acabaria e a Petrobrás passaria a ser monopolista no suprimento de combustíveis (prática também conhecida como dumping, postura ilegal para fins de direito da concorrência).
Como a Petrobrás não tem capacidade de produzir para atender todo o consumo doméstico, caberia a ela – para evitar uma crise de abastecimento – importar o necessário e, claro, vendê-lo abaixo do custo.
A propósito, trata-se exatamente da situação vivida durante os tempos da NOVA MATRIZ ECONÔMICA, que levaram a empresa a se tornar a PETROLEIRA MAIS ENDIVIDADA DO PLANETA, fruto de perdas de R$ 97 bilhões (a preços de hoje), graças à prática de vender abaixo do preço de compra.
Isto não ocorreu há um século, como a última grande epidemia, mas há apenas cinco anos, o que não impede lulas, ciros e bolsonaros de proporem mais uma repetição do episódio de controle de preços, como se nossa história – repito, recente – não estivesse repleta de fracassos neste campo, alguns dos quais pagamos até hoje.
ANALISTAS FAKE
No dia 2 de junho, tão logo o IBGE divulgou que o PIB brasileiro havia crescido 1,2% no primeiro trimestre de 2021, escrevi o editorial - ANALISTAS DE ARAQUE-. Lá atrás, já se foram 5 meses, apontei o quanto os boletins emitidos por quase todas as instituições financeiras do país estavam equivocadas, pois quase todos, como que de forma -combinada-, projetavam um crescimento de 0,8%. Ou seja, a taxa informada pelo IBGE ficou 50% maior do que mostrava a trincada BOLA DE CRISTAL DO MERCADO.
AGENTES DO PÂNICO
Pois, passados exatos 5 meses, devo reconhecer que os AGENTES DO PÂNICO não cometeram qualquer equívoco. Tudo que fizeram foi INTENCIONAL, com o nítido propósito de desestabilizar o governo e com isso fazer com que poupadores e investidores sigam acreditando, piamente, que a complicada situação -fiscal- das contas públicas, assim como da alta dos índices de inflação, tem como único responsável o Poder Executivo.
PROVADO E COMPROVADO
Em nenhum momento, mais do que provado e comprovado, o SETOR FINANCEIRO se posicionou e/ou pressionou o Poder Legislativo com o propósito de incentivar e exigir a aprovação de inúmeros outros projetos que certamente levariam a um extraordinário crescimento do nosso PIB. Isto indica, claramente, o quanto algumas instituições financeiras não apoiam as soluções que colocam o nosso empobrecido Brasil na rota do crescimento e do desenvolvimento.
PALAVRA DO GESTOR
Pois, ontem, para minha grata surpresa, recebi um ótimo texto mostrando que nem tudo está perdido. Existem, sim, ANALISTAS SÉRIOS, do tipo que produzem conteúdos que mostram a clara situação econômica, financeira e fiscal do nosso Brasil. É o caso da coluna -PALAVRA DO GESTOR-, que é publicada mensalmente pela Agência CMA e
escrita por Raphael Juan, sócio fundador da BBT Asset Management, responsável pela gestão de portfólios e corresponsável pela área de gestão de risco e
trading. Leiam a última coluna, com o título -SERÁ QUE BRASÍLIA SABE DISSO?- e tirem suas conclusões:
DÉFICIT PRIMÁRIO
Os recentes dados da situação fiscal brasileira mostraram novamente uma surpresa positiva, e o Brasil é o país, entre os relevantes, que mais reduziu seu déficit primário no último ano. E por que será que foi o mercado financeiro que mais sofreu com a desvalorização de seus ativos domésticos? A resposta está no ruído político que tivemos ao longo deste ano. O mercado não tolera um cenário desconhecido, com risco de elevação da dívida pública e a gota d'agua foi a proposta do novo Auxílio Brasil em R$ 400,
furando assim o teto de gastos.
A consequência foi uma precificação da taxa Selic acima dos 12% para os próximos 10 anos - ou seja, o mercado precificou uma crise financeira, em que a dívida pública ficará desgovernada, gerando inflação contínua com necessidade de manter a Selic nas alturas.
O MERCADO É SOBERANO
Discordamos deste cenário, pois parece que esquecemos das conquistas relevantes, como é o caso do próprio teto de gastos, mostrando que um desgoverno das contas públicas gera impeachment do presidente, ou mesmo a reforma da Previdência, banco central independente e gostando ou não um Congresso que é pressionado junto à população a fazer uma gestão pública consciente e que os efeitos destrutivos da inflação geram uma opinião pública negativa. O Brasil nunca pulou no precipício e não será agora que nos tornaremos uma Venezuela ou Argentina, e já passamos por isto algumas vezes.
Tudo o que precisamos neste momento é uma demonstração concreta de que não teremos aumento permanente da despesa pública e que existe uma âncora fiscal para que os preços dos ativos domésticos voltem à normalidade e a seus fundamentos econômicos.
Quase 50% de nossa carteira está em títulos de renda fixa marcados a uma rentabilidade de 12,5% ao ano. Porém com a alta contínua da curva de juros futura, estes títulos sofrem com a marcação à mercado, até que tenhamos um novo patamar de juros, prejudicando a rentabilidade no curto prazo, mas garantindo uma rentabilidade futura que não existe em outro mercado de renda fixa mundial.
Continuamos alocados com uma parcela em empresas estrangeiras e moeda forte como o dólar, totalizando quase 20% do portfólio.
Mesmo que o momento seja de aversão a Bolsa brasileira, continuamos posicionados com uma parcela importante, uma vez que os números continuam mostrando resiliência das empresas investidas e sem danos causados pelo aumento da inflação. As empresas vêm repassando preços aos clientes finais, as margens continuam saudáveis, com crescimento de receita e lucro, fazendo com que os múltiplos das ações fiquem ainda mais baratos.
Temos "cases" no portfólio, onde o caixa da empresa representa 70% do valor de mercado. Muitos investidores não estão fazendo conta e estão seguindo os movimentos de manada. O mercado apresenta um modo irracional, saindo a qualquer preço, pressionando todos os ativos. A descrença no governo é total, independente dos dados divulgados.
As incertezas das ações do governo para o próximo ano e o compromisso como ajuste fiscal são os principais motivos pelo atual nível de preço dos ativos domésticos. O governo tem se comunicado muito mal em relação ao orçamento de 2022, e conseguiu transformar um cenário de recuperação fiscal surpreendente, em um cenário de risco.
Com a volta do CDI devido à alta inflação, o investidor que vem sofrendo com a marcação a mercado corre para a renda fixa. O problema é que desta vez a inflação é temporária até que haja uma reestruturação das cadeias produtivas. Em conversa com diversas empresas dos setores afetados pela falta de insumos e problemas logísticos, estes demonstram uma melhora nos estoques e os problemas deverão estar equacionados até meados do primeiro trimestre de 2022.
Não haverá necessidade em manter um juro tão alto por tanto tempo. O mercado, como sempre, se moverá na frente e irá precificar uma queda da Selic, beneficiando ativos de risco. O investidor não pode "correr atrás do rabo". Como sempre dissemos, investimento é de longo prazo e como diz o megainvestidor Warren Buffet: "Se você não consegue controlar suas emoções, você não pode controlar seu dinheiro".
Continuamos com um plano claro, apesar dos péssimos resultados de curto prazo. Existe muito dinheiro na mesa e oportunidades que aparecem poucas vezes
na vida.
AMBIENTE MACROECONÔMICO
O setor público brasileiro apresentou superávit de R$ 12,9 bilhões em setembro, surpreendendo o mercado. A surpresa veio dos governos regionais, refletindo uma melhora na arrecadação. A dívida bruta avançou para 83% do PIB e a dívida líquida cedeu para 58,5% do PIB. Números mostram forte retomada da arrecadação pública, beneficiando o resultado das contas públicas no curto prazo.
SALVO-CONDUTO
Na última segunda-feira, 01/11, tão logo foi tornada pública a PORTARIA baixada pelo presidente do governo, PROIBINDO os empregadores de exigirem o CERTIFICADO DE VACINAÇÃO de seus funcionários, boa parte daqueles que participam dos diversos grupos de -WhatsApp- dos quais integro passou a festejar o ato como se fosse um SALVO-CONDUTO, do tipo que preserva o direito fundamental da LIBERDADE INDIVIDUAL.
ESTRAGA PRAZER
Pois, enquanto brotavam mensagens de apoio irrestrito à PORTARIA, sem a menor intenção de ser um -ESTRAGA PRAZER- postei uma mensagem dizendo que face à escancarada MÁ VONTADE que reina solta no nosso empobrecido Brasil, a vida do SALVO-CONDUTO tinha tudo para ser breve. Muito provavelmente, a considerar as costumeiras decisões dos ministros do STF, não faltariam aqueles que, por dever -OPOSICIONISTA de ofício, viriam a considerar como INCONSTITUCIONAL a excelente e correta PORTARIA.
BINGO!
BINGO! Bem antes que a tinta da caneta utilizada para assinar a portaria secasse, vários -ESPECIALISTAS- já estavam em campo -fardados- com as conhecidas vestimentas sempre muito utilizadas pelos socialistas/comunistas- para declarar que o ATO DE LIBERDADADE baixado pelo governo pelas mãos de seu ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, é INCONSTITUCIONAL. Como tal a mesma contraria diferentes decisões e orientações da Justiça do Trabalho, dando ênfase ao entendimento de que "a saúde e segurança da coletividade se sobrepõem à do indivíduo".
CARTILHA SOCIALISTA AO INVÉS DA CARTA MAGNA
Como a LIBERDADE está minguando a olhos e mentes vistas por todos os cantos do nosso empobrecido Brasil, esta postura adotada constantemente pelos -contrários- a tudo que é proposto pelo atual governo nada tem de SUPREENDENTE. Ao contrário, quanto menos LIBERDADE INDIVIDUAL, mais esta turma -do mal- se fortalece. Mais ainda porque conta com a obediência irrestrita do STF, que tudo decide de acordo com o que está escrito na CARTILHA SOCIALISTA, e não como manda a CARTA MAGNA.
A LIBERDADE É INCONSTITUCIONAL
Ora, para que fique bem claro, quem considera a PORTARIA (SALVO-CONDUTO) como INCONSTITUCIONAL, está declarando- alto e bom som- que a LIBERDADE é INCONSTITUCIONAL. E o pior é que, face às decisões que vem sendo tomadas pelo STF, não há como aplicar a máxima do jogador Garrincha, que certa vez perguntou ao técnico da Seleção: - O senhor já combinou com o russos?
MAQUIAGEM
É público e notório o quanto a MÍDIA ABUTRE, consórcio formado pelos veículos de comunicação que tem como compromisso publicar e/ou divulgar qualquer notícia que diga respeito ao que acontece no dia a dia do nosso empobrecido Brasil, só entra em campo depois de verificar, meticulosamente, se os fatos são capazes de produzir prejuízos gritantes ao atual governo. Mais: quando as propostas são benéficas e oportunas, a ordem é lançar mão de todos os tipos de maquiagem para esconder os bons efeitos que as mesmas podem proporcionar ao país.
BUTIM
Na real, tudo aquilo que esta FACÇÃO DO MAL faz, de forma absolutamente compromissada, nada mais é do que o velho e conhecido -TOMA LÁ DÁ CÁ-, que não raro acontece no ambiente do Poder Legislativo quando diante de Projetos de LEIS considerados importantes para o Poder Executivo. No caso da MÍDIA, o -TOMA LÁ DÁ CÁ- se dá em forma de VERBAS DE PUBLICIDADE, ou seja, quanto menor o BUTIM, mais a MÍDIA trata de produzir e/ou interpretar notícias e críticas prejudiciais aos governantes.
SILÊNCIO SEPULCRAL
Como neste mês de novembro, que está iniciando, estão previstos vários e importantes leilões de concessões, cujos interessados se comprometem a INVESTIR PESADAS SOMAS DE RECURSOS no nosso país, o que torna inútil o uso de disfarces e/ou maquiagem para tentar anular os bons efeitos, o que muito provavelmente vai acontecer é o sepulcral silêncio de parte da MÍDIA ABUTRE.
SONS DOS MARTELOS
Este expediente, no entanto, terá chance -zero- de êxito. Até porque os altos e ensurdecedores sons que serão produzidos pelas batidas dos martelos que serão utilizados pelo ótimo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para confirmar os arremates nos LEILÕES DAS CONCESSÕES. Sugiro, inclusive, que melhorem a qualidade dos martelos, pois o ministro gosta de bater com força tal que represente o quanto é bom para o Brasil deixar a inciativa privada fazer aquilo que o Estado jamais deveria se meter.
R$ 1 TRILHÃO
A propósito, durante a sua recente apresentação no -Paving Hybrid-, o ministro Tarcísio informou que o programa de concessões de infraestrutura somará R$ 1 trilhão de investimentos até o final de 2022. O montante estimado representa os leilões já realizados e os novos pacotes que serão ofertados ainda em 2021 e no próximo ano.
Segundo ele, de 2019 até hoje já foram 115 leilões contratados, que totalizam R$ 550 bilhões em investimentos.
SUPER INFRA MONTH
Aliás, no planejamento do Governo, NOVEMBRO tem tudo para ser muito BEM-VINDO , pois estão reservados importantes leilões de novas concessões de infraestrutura pública. Além da Rodovia Presidente Dutra, que foi arrematada pela CCR no dia 29/10, com desconto de 35% na tarifa, teremos, a partir do dia 4/11, entre projetos que serão oferecidos à iniciativa privada está também o maior arrendamento portuário das últimas duas décadas, com sete terminais portuários em um único leilão e previsão de investimentos de 1 bilhão de reais. E a rodovia BR-381/262, nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com investimentos previstos de 7,3 bilhões de reais. Ah, sem contar com o leilão de 5G, previsto para a próxima 6ª, feira, 5/11. Que tal?
ESPAÇO PENSAR +
No ESPAÇO PENSAR + artigo de Percival Puggina - CENSURA -. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar