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22 mar 2012

VINHO AZEDO


TREVAS

Não é preciso ser inteligente e/ou preparado para saber o quanto a sociedade brasileira foi prejudicada com a imposição fatídica e monstruosa da Lei de Reserva de Mercado da Informática. Foram anos de trevas para o país, lembram?

AS MATRIZES

Os grilhões que nos prendiam ao período medieval só começaram a ser retirados a partir de 1990, no governo Collor. Foi a partir de então que o Brasil experimentou os efeitos da Matriz Globalizante de Desenvolvimento, em substituição à arcaica e nefasta Matriz Nacionalista, ou Nacional-Desenvolvimentista.

A VOLTA DA VELHA MATRIZ

Com a eleição de Lula, e mais recentemente de Dilma Rousseff, ambos gozando de popularidade elevada, a Matriz Globalizante passou a ser asfixiada, dando oportunidade à volta triunfante da péssima Matriz Nacionalista, a qual já está ganhando a preferência dos políticos do atraso.

SOBRETAXAÇÃO

Não são poucas as medidas que vêm sendo tomadas para acabar com a festa dos consumidores que estão dando preferência para produtos importados. Depois da sobretaxação brutal que atingiu o mercado automobilístico chegou a hora de acabar com a mania dos consumidores que preferem vinhos estrangeiros.

PUNIÇÃO ABSURDA

Caso a estúpida salvaguarda prospere, como já é esperado, os brasileiros em geral (consumidores, lojistas, importadores e donos de restaurantes), que graças à abertura do mercado passaram a conhecer vinhos de qualidade superior, à sua livre escolha, vão receber uma enorme punição.

PROTEÇÃO DA INEFICIÊNCIA

O fato é que, aborrecidos com os consumidores que dão preferência por vinhos estrangeiros, os maus produtores do Rio Grande do Sul resolveram pressionar o governo, exigindo a criação da estúpida Reserva do Vinho, que nada mais é do que uma indecente proteção da ineficiência industrial.

MUITO RUINS

Se fossem minimamente competentes, os maus produtores deveriam se preocupar em produzir VINHOS RESERVA, de melhor qualidade, ao invés de exigir a nociva RESERVA DO VINHO. Caso se confirme a estupidez, todos aqueles que não queiram abdicar do hábito de tomar vinho deverão se contentar com vinhos produzidos no Brasil. Somando a sobretaxação prevista com a outra medida já tomada pelo governo (selo do vinho), certamente não fará o vinho brasileiro melhorar. Portanto, mesmo que alguns vinhos brasileiros (notadamente os gaúchos) tenham alcançado boa qualidade, diante da absurda imposição passarão a ser considerados ruins. Tão ruins quanto a cabeça dos produtores e dos governantes.

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21 mar 2012

O BRASIL E O MUNDO


RECEITUÁRIO

Pelo que dizem os noticiários, não são poucos os palestrantes estrangeiros, com formação em economia, que ultimamente vem se apresentando em várias capitais do país para dizer como vêem a economia mundial e de que forma o Brasil aparece no cenário.

PALESTRAS

Pois, até o presente momento, das palestras que participei como ouvinte, e daquelas que fui buscar informações através dos mais variados canais de comunicação, quase tudo que os economistas disseram o Ponto Crítico já abordou e comentou.

ATLETA BRASIL

Ou seja, por mais que o mar brasileiro esteja menos turbulento para a prática do surfe econômico, quando enfrentamos os nossos competidores em mar aberto (mercado internacional) fica evidente que a nossa prancha é muito frágil para suportar o elevado peso do ATLETA BRASIL.

DOPADOS

Hoje, todo mundo sabe que o Brasil, ao invés de impor um sério regime para conseguir ser mais competitivo, possibilitando assim a realização de manobras mais radicais, prefere insultar os competidores. Tanto governo quanto os próprios empresários-investidores parecem convencidos de que a vantagem obtida pelos competidores internacionais é fruto do uso de poderosos dopings.

EXORCIZAR OS DEMÔNIOS

Seria ótimo que, depois de ouvir esses economistas de fora assim como aqueles que vivem aqui, o governo se dê conta de que os nossos indicadores de competitividade são muito ruins. O governo brasileiro, além de não exorcizar os nossos inúmeros demônios, tenta convencer a opinião pública que o concorrente internacional é o diabo.

INDICADORES

Todos os indicadores de competitividade são conhecidos, mas mesmo assim é bom repetir: para registrar um novo negócio, o Brasil é o país onde se leva mais tempo. Idem, para regularizar licenças e oferecer o maior número de anos para finalizar um negócio. O pior, no entanto, fica por conta do estapafúrdio número de horas para planejamento fiscal, das excessivas alíquotas de impostos e estúpido custo de exportação. Que tal?

FECHAMENTO DA ECONOMIA

Em síntese: o Custo Brasil é de arrepiar. Como não estamos dispostos a resolver os problemas que afligem a nossa economia, a baixa competitividade vai prosperar. Hoje dependemos desesperadamente da China para vender as nossas commodities. Enquanto isso, o México se dá bem na competição industrial, uma vez que a nossa não consegue competir. Ao invés de fazer as reformas, o governo insulta os competentes estrangeiros e se vinga deles adotando, cada dia mais, medidas de fechamento da nossa economia. Pode?

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20 mar 2012

O GRE-NAL DOS ESTÁDIOS


AUTOESTIMA

Mesmo que uma cidade-sede da Copa do Mundo de 2014 seja brindada com poucos jogos, só o fato dela ter sido escolhida pela FIFA já é suficiente para fazer com que a autoestima do seu povo vá lá para cima.

DOR DA PERDA

Entretanto, caso não consiga atender um ou mais requisitos exigidos pelo Comitê Organizador, e esta mesma cidade venha a ser descartada, aí a dor da perda e do vexame é incalculável. Se comparado com a alegria de um dia ter sido escolhida, o sentimento de tristeza parece multiplicado por mil.

PARCEIRA

Esta preocupante perspectiva de um possível descredenciamento rondava, de forma bastante ameaçadora, a cidade de Porto Alegre. Com enorme probabilidade de ocorrência, aliás. Tudo porque a construtora Andrade Gutierrez não estava logrando êxito na definição do importante e necessário parceiro investidor-operador do estádio do Sport Club Internacional, para o período de 20 anos após a conclusão das obras.

ARENA DO GRÊMIO

Esta grande encrenca, que pelo tempo decorrido já colocava a cidade de Porto Alegre sob risco de ficar fora da Copa, obrigou os envolvidos (do setor público e privado) a eleger como única saída a utilização da Arena do Grêmio, como estádio oficial para os jogos na capital gaúcha.

ESTADO GRENALIZADO

Esta viabilidade, no entanto, como já era esperada, acabou mexendo fortemente com os nervos das torcidas do Grêmio e do Inter. Como o RS é um Estado onde tudo é GRENALIZADO, a simples cogitação de fazer da Arena Tricolor a tábua de salvação para que Porto Alegre continuasse sendo cidade-sede da Copa deu início a mais um GRE-NAL. Desta vez o GRE-NAL DOS ESTÁDIOS.

FINAL FELIZ

Ontem, face ao acordo firmado entre a Sport Club Internacional e a Construtora Andrade Gutierrez, a novela que já se arrastava por nove meses foi encerrada com um final feliz. A comemoração foi tanta que até o Hino do Internacional foi cantado durante a solenidade, dando prova do quanto a torcida colorada vinha sofrendo com o risco de ver o estádio do arquirrival como sede dos jogos da Copa em Porto Alegre.

NA PRORROGAÇÃO

A assinatura do acordo funcionou como se o Inter tivesse saído vencedor desse simbólico GRE-NAL DOS ESTÁDIOS. O escore do sofrido e emocionante jogo foi 1x0, com gol marcado na prorrogação, aos 50 minutos do segundo tempo, pelo atacante Andrade, ainda que a bola tenha tocado em Gutierrez. Por ironia do destino, ambos vinham sendo muito vaiados por todo o povo do Estado do RS. Ufa!

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19 mar 2012

UM QUADRO DESESPERADOR


ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Como estamos em ano de eleições municipais, em outubro próximo os brasileiros irão às urnas para escolher mais de 5560 prefeitos assim como mais de 60 mil vereadores, em todo o país.

O TAMANHO DO DESPERDÍCIO

Infelizmente, ninguém se liga no tamanho da conta, mas, considerando o número de assessores que os eleitos empregam nos seus gabinetes, só por aí o eleitor pode ter um boa noção do quanto de dinheiro público é desperdiçado com o sustento de tanta gente incompetente, não?

NADA A COMEMORAR

Mesmo supondo que todas as administrações municipais fossem de boa qualidade, ainda não haveria muito a comemorar. Simplesmente, porque o número de cargos definidos pelos nossos governantes para o funcionamento do setor público do país é absurdamente alto.

ESTUDO DA FIRJAN

Como esta suposição não passa de um devaneio infantil, nem os mais otimistas crêem que o setor público brasileiro consiga, em algum momento, ser eficiente. Esta constatação fica ainda mais evidente depois que se toma conhecimento do importante estudo, desenvolvido pela FIRJAN (Federação das Indústrias do RJ), divulgado na semana passada.

ÍNDICE FIRJAN DE GESTÃO FISCAL

Conhecido como ÍNDICE FIRJAN DE GESTÃO FISCAL (IFGF), o estudo propõe estimular a cultura da responsabilidade administrativa através de indicadores que possibilitem o aperfeiçoamento das decisões quanto à alocação dos recursos públicos, bem como maior controle social da gestão fiscal dos municípios, a situação brasileira é de chorar.

CINCO INDICADORES

O IFGF é composto por cinco indicadores: Receita Própria, Pessoal, Investimentos, Liquidez e Custo da Dívida. E tem como base de dados as estatísticas oficiais disponibilizadas anualmente pela Secretaria do Tesouro Nacional, constituídas por informações orçamentárias e patrimoniais prestadas pelos próprios municípios.

DEMOCRACIA ESTÚPIDA

Pois, segundo o Índice Firjan de 2010, os municípios brasileiros estão muito longe de ter boa administração de suas finanças e padecem com problemas como baixo nível de investimentos, pequena arrecadação própria, dívidas roladas de um ano para o outro e elevados gastos com funcionários. Que tal?Pasmem: só 2% das cidades (95, em número absoluto) mostraram possuir uma gestão fiscal de EXCELÊNCIA; e, 11,4% obtiveram nota BOA. E, para desespero dos cidadãos que tem algum discernimento, 64% dos municípios receberam uma classificação DIFÍCIL ou CRÍTICA.Como se isto não bastasse há ainda mais um dado complicado que chama muito a atenção: o aumento do inchaço da máquina pública. O sub-índice que mede a contratação de pessoal piorou em 15,2%. Ou seja, os municípios passaram a gastar muito mais com FOLHA DE PESSOAL.

DEMOCRACIA

Será que algum eleitor vai levar a sério o ÍNDICE FIRJAN, antes de decidir em quem vai o seu voto municipal? O voto consciente tem o poder de transformar os eleitos em pessoas eficientes? A nossa estúpida democracia, que se define exclusivamente pelo direito (ou dever) de votar, ajuda nesta tarefa?

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16 mar 2012

O BRASIL E A FRANÇA


FRASES EM FRANCÊS

Como o editorial de ontem, que tratou da interpretação que o Brasil deu à declaração de Jérôme Valcke (que o governo e a mídia traduziram do idioma francês como CHUTE NO TRASEIRO), resultou em inúmeras manifestações, volto a escrever, desta vez sobre uma outra frase, também sobre o Brasil e também dita em francês, que precisa ser esclarecida.

FRASE CÉLEBRE

A célebre frase: Le Brésil n´est pas un pays sérieux (O BRASIL NÃO É UM PAÍS SÉRIO), que praticamente todos atribuem ao general francês, Charles De Gaulle, queiram ou não, é de autoria do então embaixador brasileiro na França, Carlos Alves de Souza.

MENTIRA REPETIDA VIRA VERDADE

Eu poderia escrever um milhão de vezes que De Gaulle jamais proferiu a tal frase. Mesmo assim, de nada adiantaria, pois o povo brasileiro está convencido de que o general francês é o autor da frase. Aliás, como já dizia Paul Joseph Goebbels, basta repetir várias vezes uma mentira para que ela se torne uma verdade, não é mesmo?

ESCLARECIMENTO

Entretanto, se alguém ainda se interessa pela história, e principalmente pela verdade, é bom que tome conhecimento de que o mal entendido já foi devidamente esclarecido pelo próprio embaixador, Carlos Alves de Souza.

EM DETALHES

O próprio diplomata revelou em detalhes, tanto no seu livro (Um Embaixador em Tempos de Crise) quanto na entrevista que concedeu ao JB (Jornal do Brasil), publicada no dia 9 de maio de 1979, ter sido ele o autor da frase.

GUERRA DA LAGOSTA

No livro, o diplomata Carlos Alves de Souza conta sobre o encontro que teve com o general De Gaulle para tratar do problema dos pesqueiros franceses que estavam invadindo águas territoriais brasileiras para pescar lagostas. Esse episódio é conhecido como GUERRA DA LAGOSTA.

NÃO PODE SER SÉRIO

Depois do encontro com De Gaulle, o embaixador Souza concedeu uma entrevista ao repórter Luiz Edgar de Andrade, que lhe perguntou sobre os assuntos tratados com o general francês. O diplomata comentou ter sido informado que, no Brasil, o incidente, que era de pouca importância, acabou em samba carnavalesco intitulado ? A LAGOSTA É NOSSA. Ao encerrar o assunto, o embaixador fez uma declaração jocosa ao repórter: - Luiz Edgar, Le Brésil n´est pas un pays sérieux.Encerrada entrevista, o repórter enviou imediatamente um telegrama para o Brasil. Entretanto, não esclareceu quem era o autor da frase. Como o jornalista escreveu em francês, o jornal resolveu atribuí-la ao general De Gaulle.Quando o diplomata Souza tomou conhecimento do erro do JB ficou estarrecido. Porém, como se sabe, até hoje quase todos estão convencidos de que a frase é do general de Gaulle, que nada tem a ver com o assunto. Ou seja, até por não admitir quem é o legítimo autor da frase, O BRASIL NÃO PODE SER UM PAÍS SÉRIO. Que tal?

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15 mar 2012

A CRÍTICA FAZ MAL PARA O BRASIL


INSULTADA E INJURIADA

Ainda que quase todos os brasileiros estejam pra lá de convencidos de que a corrupção e a lentidão para resolver problemas são enormes no nosso país, basta alguém de fora dizer isto para que o governo e grande parcela da sociedade se sintam insultados e injuriados.

SOBERANIA

Alegando, quase sempre, que a nossa soberania precisa ser defendida, a reação do governo e da sociedade equivocada se dá quase sempre da mesma forma, ou seja, desancando o pau no pobre declarante.

EXPRESSÃO IDIOMÁTICA

Na semana passada, por exemplo, quando o secretário geral da Fifa, Jerôme Valcke, ao manifestar que o Brasil precisa ser sacudido para acelerar as obras da Copa de 2014, usou um termo que, mal traduzido, acabou na mídia como CHUTE NO TRASEIRO. Em francês, a expressão idiomática ? SE DONNER UM COUP DE PIED AUX FESSES, referida por Valcke, significa ACELERAR O RITMO. Pois, ao invés de buscar a tradução correta, o governo e a mídia brasileira preferiram liquidar com quem só disse uma verdade, independente da tradução.

PRAXE

Com base nessa reação destemperada, que já é praxe por aqui, ninguém vai se surpreender caso o governo também desanque o pau na ONG Transparência Internacional, responsável pelo Índice de Percepção da Corrupção do Setor Público de 183 países mundo afora. Tudo porque o Brasil perdeu quatro posições no ranking, caindo do 69º lugar, em 2010 (quando a pesquisa abrangeu 178 países), para a 73º posição, em 2011 (quando 183 países ou territórios entraram na sondagem).

PARÂMETROS

Até imagino a reação: - O Brasil é um país soberano. Por isso tem todo o direito de ostentar a CORRUPÇÃO que melhor entender. Ou seja, ninguém tem nada a ver com o assunto. Entretanto, o estudo informa que a Nova Zelândia se mantém na primeira posição entre os países com menor percepção de corrupção, com 9,5 pontos, seguida por Dinamarca e Finlândia, ambas com 9,4.

PONTA DE BAIXO

Como os países acima não servem como parâmetros éticos de comparação com o Brasil, vamos à ponta de baixo: ali figuram a Coréia do Norte, estreante na pesquisa, e Somália, ambas com 1,0 ponto. Como o governo brasileiro tem grande afinidade com países comunistas é provável que acabará se solidarizando com os governantes do atraso.

ZONA DO EURO

Na zona do euro, para concluir, a pior colocação ficou com a Grécia, que caiu da 78ª para a 80ª posição; a Itália é o segundo com maior percepção de corrupção dentro do bloco, tendo recuado do 67º lugar para o 69º, em 2011. Ambos com colocação bem próximas do Brasil, não?

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