COMEMORAÇÃO?
Nesta semana, o Brasil todo comemora a aprovação do novo modelo de Previdência dos Servidores Públicos da União, que a partir de agora todos que forem contratados vão contribuir para o Regime Geral da Previdência Social.DÉFICIT
Pois, no mesmo dia em que o Senado aprovou a medida, o governo informou que mesma Previdência, também chamada de INSS, registrou déficit de R$ 5,143 bilhões em fevereiro. Que tal?REFORMA
Pois é, gente. Isto mostra, com toda clareza, o quanto o Brasil necessita de uma urgente reforma da Previdência. Algo, enfim, que seja sustentado pelas contribuições dos trabalhadores, públicos e privados, e que não mais de contribuições de impostos, para atender a folha de pagamento dos aposentados.ROMBOS
Vejam que o rombo do RGPS (INSS) registrado em fevereiro deste ano foi 47,1% maior do que o rombo de fevereiro de 2011, corrigido pela inflação. No ano, o rombo já atingiu R$ 8,161 bilhões, ou 21,8% maior do que a soma de janeiro e fevereiro de 2011. Se somado com o rombo do Regime Geral dos Servidores, que é duas vezes maior, aí é de chorar.IRRESPONSÁVEIS
Pois, mesmo com esta prova evidente do quanto o sistema previdenciário do Brasil é injusto social e financeiramente, há quem diga, de forma muito irresponsável, que a Previdência não carece de reforma alguma. Pode? Um deles é o pobre senador Paim.O GOVERNO BONZINHO
Como o povo não mostra interessa pelo assunto, até porque não tem miolo suficiente para entender o problema, o governo continua aprontando e mesmo assim é aplaudido. Vejam, por exemplo, o que o governo está fazendo com vários setores empresariais: instituiu, com o propósito de desoneração da folha de salários, que os 20% da contribuição patronal do INSS, seja substituído por um imposto de 1,5% do faturamento das empresas. Como ninguém faz as contas, o governo é taxado de bonzinho.INCENTIVO?
Ora, para quem sabe fazer contas, basta a empresa obter um aumento das vendas e verá o quanto foi enganada. Entenderá aí que o custo do imposto de 1,5% sobre o faturamento é maior do que o custo da contribuição de 20% do INSS. Os setores que foram ? premiados- há mais tempo sabem muito bem disso. Isto é incentivo?CONHECEDORES
Nos últimos anos, o consumo de vinhos de várias origens cresceu muito no Brasil. Com isso aumentou o número de CONHECEDORES, embora uma parte dessa turma, mais para se exibir, entrou para a triste categoria dos ENOCHATOS.APRECIADORES
Considerando que o mercado de vinhos vive, basicamente, dos seus APRECIADORES, uma enorme categoria na qual me incluo, é natural que todos queiram provar aqueles que mais se destacam. É desta maneira, aliás, que os consumidores elegem os vinhos que mais vão tomar.BOICOTE
Pois, mesmo admitindo que, no meu modesto gosto, vários vinhos do RS já se destacam pela qualidade, manifesto aqui a minha total solidariedade e o meu apoio irrestrito aos donos de restaurantes de São Paulo, que resolveram boicotar os vinhos gaúchos.SALVAGUARDA
Estou convencido de que não é com SALVAGUARDAS que os vinhos produzidos no Brasil e/ou no Rio Grande do Sul ficarão melhores ou ganharão maior preferência dos consumidores em relação aos vinhos importados. Não é por aí, gente.PUBLICIDADE
Ora, a preferência por um vinho se dá pela qualidade e pela sedução. Muita gente é seduzida pela denominação de origem e pela beleza do rótulo. Sedução se dá pela publicidade e pelo ensinamento. Como as vinícolas brasileiras não anunciam, não fazem publicidade de seus vinhos, como querem ganhar a preferência dos consumidores?ABSURDO TEMPORÁRIO
Portanto, a tal SALVAGUARDA que os produtores estão pleiteando, além de estúpida é também carregada de muita falsidade. Só o fato dos produtores dizerem que querem uma medida temporária é pra lá de absurda. Todos os brasileiros sabem que uma vez em vigor uma besteira, não há santo capaz de exorcizá-la.ESPUMANTES
Vejam, por exemplo, o que acontece com os espumantes produzidos no RS. Aí a situação é bem outra. Os consumidores entendem que a qualidade é superior e em muitos casos supera os importados. Esta conquista, só para deixar bem claro, se deu sem precisar da estúpida SALVAGUARDA.DISPONIBILIDADE
Qualquer indivíduo, independente de classe social ou renda auferida, sabe perfeitamente que a sua vontade de consumo só pode ser exercitada desde que o produto e/ou serviço anunciado efetivamente exista ou tenha prazo definido para estar disponível no mercado.VÍTIMA DE UMA FRAUDE
Se o produto não existe, ou sequer tem um prazo certo para estar disponível, de nada adianta propagar a sua existência. Caso contrário, o processo de sedução que o marketing deveria produzir funciona de forma contrária. Principalmente porque o interessado potencial se vê como vítima de uma fraude.EXCESSO DE PROPAGANDA
Vejam, por exemplo, o que acontece com as inúmeras obras do PAC- Programa de Aceleração do Crescimento: muito daquilo que governo promete, com enorme alarde, nada mais é do que um programa de publicidade intensa, com elevado custo. Trata-se, enfim, de um excesso de propaganda com pouca realização.RECURSOS AO ALCANCE
Ora, da mesma forma como acontece no ambiente familiar e também no meio empresarial, qualquer investimento só será decidido desde que os recursos (técnicos, humanos e financeiros) estejam ao alcance e autorizem a sua realização.MESTRE EM GASTOS
Como o governo tem se revelado um mestre (PhD) em gastos, e um péssimo aluno em investimentos, tudo aquilo que propõe construir para o bem do povo, ou fica na promessa, ou acaba em elevado grau de desperdício de dinheiro público.PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DE REFORMAS
Desta forma, se o Brasil pretende, de fato, acelerar o crescimento econômico, o primeiro Programa que o governo precisa lançar é do PAR ? Programa de Aceleração das Reformas. A situação é tão complicada que já não basta uma, mas um conjunto de reformas. Com um detalhe: o efeito positivo só será sentido caso todas sejam muito bem feitas. Remendos, como se sabe, são visto como atos de covardia.RECEITUÁRIO
Para que o Brasil obtenha uma vigorosa taxa de investimento duas reformas são essenciais: a da Previdência e a Trabalhista. Principalmente pelo custo que impõem, inibindo enormemente a capacidade empreendedora. Bem executadas as primeiras é hora de enfrentar a reforma Fiscal (que define o tamanho da arrecadação necessária para satisfazer os gastos do governo) e a reforma Tributária (que define a forma de arrecadação para atender o programa fiscal). O êxito desta está na simplificação, obviamente. Portanto, se o interesse é fazer o Brasil crescer sem medo dos concorrentes estrangeiros, basta ser prático e inteligente. Será que o Brasil reúne conhecimento para tanto? Ou só tem vocação para insultar os competentes?EDITORIAL DE ONTEM
Diante da grande importância que tem para o futuro do Brasil o tema abordado no editorial de ontem, o qual tratou das manifestações que empregados e empregadores estão fazendo a respeito da forte desindustrialização brasileira, volto ao assunto.DOSE DE FALSIDADE
O que é possível observar, claramente, é que o governo neo-socialista-petista está aproveitando muito esta pressão que as classes empresarias e de trabalhadores estão fazendo, para mostrar o quanto uma simples DOSE DE FALSIDADE é o bastante para acalmar os manifestantes e mandá-los para casa.BASTA A PROMESSA
Como exímio cumpridor da cartilha gramsciana, os petistas sabem muito bem que manifestações empresariais são sempre muito breves. A satisfação dessa turma reside, exclusivamente, na simples promessa de que os problemas serão enfrentados. Ou seja, o efetivo cumprimento do pleito tem pouca importância.O ANÚNCIO FAZ A FESTA
A cultura, infelizmente, é esta mesmo: a festa de comemoração acontece quando os governantes prometem qualquer obra. A satisfação do povo, portanto, está no anúncio e não na realização. Exemplos não faltam, como é o caso de inúmeras obras públicas que se arrastam por décadas.FECHAMENTO DA ECONOMIA
Voltando ao tema da tal de desindustrialização, uma coisa é inegável: o que realmente está sendo pleiteado não é a melhora da nossa competitividade. O que empregados e empregadores estão exigindo, lamentavelmente, é o fechamento da nossa economia.UTOPIA
O fato é que assim como os empregados não admitem flexibilização dos encargos trabalhistas, os empresários não aceitam ser menos gananciosos. Quem domina minimamente as quatro operações sabe que, caso o real se desvalorizasse 50% frente ao dólar, os produtos importados continuariam muito mais baratos.SEM ILUSÃO
Liberdade, definitivamente, não é o nosso forte. Alguns até pedem Liberdade, só que como um fim. Assim, não se preocupam com o mais importante: a Liberdade como um meio. Isto explica porque preferimos a maquiagem, o disfarce. O povo brasileiro não gosta de cirurgias, cujo poder de resolver os problemas é plena e efetiva.ORDEM UNIDA
Na semana passada, de forma muito unida, as entidades empresariais de todo o Brasil se juntaram às forças sindicais e foram às ruas para protestar e fazer manifestações com o propósito de marcar posição contra a preocupante DESINDUSTRIALIZAÇÃO.BLOCO DOS INGÊNUOS
Como, por pura distração, vez por outra acabo vestindo a roupa do Bloco dos Ingênuos, cheguei a imaginar que os representantes do setor industrial estivessem dispostos a mostrar o que, realmente, faz os produtos estrangeiros serem muito mais baratos do que os nossos.SENTIMENTO DE ÓDIO
Pois, mais uma vez, mostrando que não prestam a mínima atenção ao que dizem seus departamentos de economia, os empresários se revelaram confusos, desorganizados. O sentimento que ficou mais evidente foi de ódio aos concorrentes estrangeiros.EQUIVOCADOS
Ao invés de aproveitar o momento que contou com o apoio da mídia para propor um vigoroso combate ao grande inimigo, o CUSTO BRASIL, os capitães da indústria fizeram o que mais sabem: exigiram mais nacionalismo, protecionismo e defesa intransigente da produção nacional. Pode?O PROBLEMA É OUTRO
A maioria resolveu, mais uma vez, acusar o câmbio, dizendo que aí está o maior inimigo da indústria brasileira. Mas, o fato é que o fantástico Custo Brasil nada tem a ver com preço da moeda. O problema é outro, gente.ALIADOS DOS CONCORRENTES
É mais do que sabido que entre os muitos problemas internos enfrentados pelas empresas, as leis sociais impõem um custo extremamente elevado aos produtos. Além disso, o emaranhado tributário e as elevadas alíquotas são os maiores aliados dos concorrentes internacionais.ADORAM COMPRAR LÁ FORA
Juntem esses enormes problemas à falta de infra-estrutura e ao excesso de burocracia, e o prato está pronto. Não para ser servido, mas para ficar eternamente no gelo. O curioso é que muitos dos empresários que exigem mais nacionalismo são aqueles que mais compram no exterior. Adoram preços baixos.CONCURSO
Se alguém resolvesse criar um concurso para saber em qual Estado brasileiro o povo manifesta o maior apreço e preferência por empresas estatais, os gaúchos simplesmente roubariam o prêmio. Esse tipo de concurso, gente, não tem pra ninguém: não há povo mais apaixonado pelo atraso do que o gaúcho.NO DIVÃ
Inúmeros psiquiatras até já foram consultados com o propósito de diagnosticar os motivos que levam o povo do RS a nutrir enorme paixão por caprichos medievais. O resultado do estudo ainda é nulo, mas pelo que revelam os sentimentos dos gaúchos é que pouco importa o custo absurdo que o Estado do RS cobra da sociedade para entregar quase nada.FRACASSO
Como o gerenciamento do Estado é simplesmente um fracasso, ninguém entende como o povo quer que o governo cuide de estradas, se prova muita incompetência no trato dos serviços públicos básicos, como educação, saúde e segurança?CONCESSÕES DE ESTRADAS
Pois, por incrível que possa parecer, vejam o que está para acontecer com os contratos de concessões de estradas, cujo encerramento acontece a partir de julho de 2013: o governo está todo assanhado dizendo que tem condições para tocar o negócio. Inclusive está disposto a criar uma autarquia para dar conta dos sete polos de pedágio do Estado do RS. Pode?RETRÓGRADOS
Se o PT, desde a sua criação, deixou claro o quanto é comprometido com a pré-história, os partidos aliados não ficam atrás, como é o caso do lamentável PDT, por exemplo, que faz questão de posar na foto com roupas e pensamentos ainda mais retrógrados.ÓDIO PELO DESENVOLVIMENTO
À distância, muita gente ainda crê que o RS é um bom Estado para se viver. Entretanto, depois de 10 dias de permanência no Estado já começa a entender o quanto os gaúchos detestam e abominam o desenvolvimento.IDEIA FALSA
O povo gaúcho vende a ideia falsa de que há boa qualidade de vida no RS. Só que na hora de entregar o produto, o que mais tem no pacote é um sério comprometimento com o atraso. Isto explica a razão para que muitos investimentos procurem outras paragens.