ELEIÇÕES MUNICIPAIS
Como estamos em ano de eleições municipais, em outubro próximo os brasileiros irão às urnas para escolher mais de 5560 prefeitos assim como mais de 60 mil vereadores, em todo o país.
O TAMANHO DO DESPERDÍCIO
Infelizmente, ninguém se liga no tamanho da conta, mas, considerando o número de assessores que os eleitos empregam nos seus gabinetes, só por aí o eleitor pode ter um boa noção do quanto de dinheiro público é desperdiçado com o sustento de tanta gente incompetente, não?
NADA A COMEMORAR
Mesmo supondo que todas as administrações municipais fossem de boa qualidade, ainda não haveria muito a comemorar. Simplesmente, porque o número de cargos definidos pelos nossos governantes para o funcionamento do setor público do país é absurdamente alto.
ESTUDO DA FIRJAN
Como esta suposição não passa de um devaneio infantil, nem os mais otimistas crêem que o setor público brasileiro consiga, em algum momento, ser eficiente. Esta constatação fica ainda mais evidente depois que se toma conhecimento do importante estudo, desenvolvido pela FIRJAN (Federação das Indústrias do RJ), divulgado na semana passada.
ÍNDICE FIRJAN DE GESTÃO FISCAL
Conhecido como ÍNDICE FIRJAN DE GESTÃO FISCAL (IFGF), o estudo propõe estimular a cultura da responsabilidade administrativa através de indicadores que possibilitem o aperfeiçoamento das decisões quanto à alocação dos recursos públicos, bem como maior controle social da gestão fiscal dos municípios, a situação brasileira é de chorar.
CINCO INDICADORES
O IFGF é composto por cinco indicadores: Receita Própria, Pessoal, Investimentos, Liquidez e Custo da Dívida. E tem como base de dados as estatísticas oficiais disponibilizadas anualmente pela Secretaria do Tesouro Nacional, constituídas por informações orçamentárias e patrimoniais prestadas pelos próprios municípios.
DEMOCRACIA ESTÚPIDA
Pois, segundo o Índice Firjan de 2010, os municípios brasileiros estão muito longe de ter boa administração de suas finanças e padecem com problemas como baixo nível de investimentos, pequena arrecadação própria, dívidas roladas de um ano para o outro e elevados gastos com funcionários. Que tal?Pasmem: só 2% das cidades (95, em número absoluto) mostraram possuir uma gestão fiscal de EXCELÊNCIA; e, 11,4% obtiveram nota BOA. E, para desespero dos cidadãos que tem algum discernimento, 64% dos municípios receberam uma classificação DIFÍCIL ou CRÍTICA.Como se isto não bastasse há ainda mais um dado complicado que chama muito a atenção: o aumento do inchaço da máquina pública. O sub-índice que mede a contratação de pessoal piorou em 15,2%. Ou seja, os municípios passaram a gastar muito mais com FOLHA DE PESSOAL.
DEMOCRACIA
Será que algum eleitor vai levar a sério o ÍNDICE FIRJAN, antes de decidir em quem vai o seu voto municipal? O voto consciente tem o poder de transformar os eleitos em pessoas eficientes? A nossa estúpida democracia, que se define exclusivamente pelo direito (ou dever) de votar, ajuda nesta tarefa?