PALPITEIROS E OPINEIROS
Ontem, tão logo foi ouvido o primeiro disparo na tão esperada invasão da Rússia na Ucrânia, os veículos de comunicação do mundo todo, como se estivessem fazendo a cobertura de uma partida de futebol, além de colocarem seus NARRADORES em ação, a maioria, senão todas, foi atrás de PALPITEIROS E OPINEIROS para comentar e/ou explicar, como se fossem -especialistas- no assunto, não apenas os lances do jogo (guerra) como tudo que acontece nos bastidores.
DRAMA E EMOÇÃO
Mais: na expectativa de atrair um número mais expressivo de leitores, ouvintes e telespectadores interessados e ávidos por informações, a regra utilizada é praticamente a mesma de sempre, qual seja, ao emitir palpites, opiniões e narrativas é importante que sejam sempre acompanhadas de gestos, caras e bocas, do tipo que colocam mais DRAMA E EMOÇÕES no noticiário. Ah, sem jamais esquecer de pronunciar, a cada frase, a palavra PAZ.
IMAGEM DO GOVERNO
Como os maiores veículos de comunicação do nosso empobrecido Brasil se organizaram em forma de CONSÓRCIO, com o objetivo claro e escancarado de detonar por completo as propostas que podem, efetivamente, melhorar a vida do povo brasileiro, alguns já estão usando a guerra como motivo para tentar prejudicar o que for possível a imagem do governo, notadamente pelo fato de que Bolsonaro, além de ter apoiado o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, esteve recentemente na Rússia, onde foi bem recebido tanto por Vladimir Putin quanto por vários empresários que se propõem a vender fertilizantes para o Brasil.
CHOROU NO AR
Aliás, muito oportuno e correto o que disse a comentarista da Jovem Pan News, Ana Paula Henkel: sobre o papel da mídia militante: - “Quando Trump saiu da Casa Branca, um apresentador da CNN Americana chorou no ar e disse que o mundo agora viveria tempos de paz. Outro, da GloboNews, se referindo ao lamentável Guga Chacra, escreveu que ‘o mundo ficará mais suave sem Trump’. Abandonem a imprensa de pompom na mão. Eles não fazem mais análise. E há muito tempo”.
HOMENS FOFOS
Também merece aplausos o que disse o pensador Rodrigo Constantino: - O choro ocidental não vai parar as pretensões imperialistas da Rússia e da China. Homens “fofos” e cada vez mais afeminados não vão enfrentar soldados forjados na Sibéria ou na China rural. Se o preço da liberdade é a eterna vigilância, o preço da paz é o poder e a determinação de defendê-la. É preciso estar preparado para o pior, ainda que possamos esperar o melhor. Diplomacia sem a sombra da espada não tem força. E cá entre nós: diante dessa fraqueza toda do Ocidente, se sou morador de Taiwan, começo a fazer as malas hoje mesmo...”
ESPAÇO PENSAR +
No ESPAÇO PENSAR + de hoje, A PANDEMIA E OS POLÍTICOS, por Percival Puggina. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar.
CONHECER A CONSTITUIÇÃO
Quem se dispõe a morar, trabalhar ou apenas investir em qualquer país, bem antes de se deixar levar pelos encantos do clima e das paisagens tem como grande obrigação conhecer a Constituição, notadamente no capítulo que trata dos DIREITOS (como vida, liberdade, propriedade, igualdade, saúde, educação, justiça, etc...) assim como dos DEVERES do cidadão (como é o caso da igualdade entre os indivíduos). Mais: precisa saber se o governo é um fiel cumpridor do que está escrito na CARTA MAGNA.
SISTEMA DE GOVERNO
Em países DEMOCRÁTICOS, a Constituição é composta por normas que, basicamente, organizam um SISTEMA DE GOVERNO que 1- limita os PODERES DOS GOVERNANTES e, 2- preservam as LIBERDADES INDIVIDUAIS. Entretanto, como já referi aí acima, se o que diz na Constituição é para valer ou se a sua serventia é a de apenas para abrigar um amontoado de capítulos, artigos e parágrafos carregados de ambiguidades que dão margem para as mais diversas interpretações, muitas delas totalmente desconectadas com a JUSTIÇA e, pior, com a ÉTICA e a HONESTIDADE.
ROUBANDO ESPAÇO
É mais do que notório que os países preferidos para viver, trabalhar e investir são aqueles onde a LIBERDADE é respeitada. Embora muita gente não dê a atenção devida, o fato é que cada espaço que um governo ocupa é um espaço que o cidadão perde. De novo: cada vez que o governo passa do limite, isto significa que ele está, literalmente, roubando o espaço do cidadão, diminuindo-o como ser humano, não lhe dando condições para soltar a força da sua iniciativa, aproveitar sua criatividade e expandir seus talentos.
BASE DA DEMOCRACIA
A concentração de poder econômico nas mãos do Estado, como propõem os opositores do atual governo, criam ou promovem o retorno de GOVERNOS AUTORITÁRIOS, CORRUPTOS E INEFICIENTES, que, por consequência, geram CUSTOS GIGANTESCOS TOTALMENTE DESNECESSÁRIOS. Mais: reduzem substancialmente a liberdade e a dignidade. Como estamos sendo fustigados diariamente por pesquisas eleitorais que dão notável vantagem para o candidato esquerdista e criminoso, é importante ter em mente que o SISTEMA DE LIVRE INICIATIVA É A BASE DA DEMOCRACIA.
ADIVINHADORES DO FUTURO
Quem acompanha, como é o meu caso, os mais diversos BOLETINS ECONÔMICOS, já deve ter percebido que as previsões sobre o comportamento da economia brasileira estão entregues -menos para bons e capazes economistas- e -muito mais para VIDENTES-. Pior: as profecias feitas por esses -ADIVINHADORES DO FUTURO- são colhidas pelas lentes de potentes -BINÓCULOS IDEOLÓGICOS-, devidamente fornecidos pelos interessados e comprometidos contratantes.
ADVINHAÇÕES SEMANAIS
Aliás, como bem lembrou o ministro da Economia Paulo Guedes, nos anos anteriores, notadamente durante os governos Lula/Dilma Petistas (está tudo lá para comprovar), o Boletim Focus, que espelha semanalmente as ADVINHAÇÕES feitas por dezenas de economistas, a cada início de ano, com pretensões claras de elevar o nível de confiança dos investidores, tinham como hábito jogar as EXPECTATIVAS DE CRESCIMENTO DO PIB para um patamar bem alto. A seguir, como a economia não reagia (vejam que no governo Dilma, por exemplo, o PIB -caiu- 7%), a cada semana os economistas eram obrigados a rever suas profecias, ajustando para baixo. No atual governo, como se vê, os PROFETAS passaram a fazer tudo ao contrário: iniciam o período projetando números pífios e na medida que eles reagem positivamente, se veem inevitavelmente obrigados a melhorar as previsões (vide PIB de 2021, quando as apostas eram desastrosas e tiveram que engolir uma alta de 4,7%).
CAUSAS DO DESEMPENHO
A propósito, enquanto escrevia este editorial, o consultor empresarial, Alex Pipkin, me enviou o seguinte texto onde aborda, em parte, as CAUSAS que refletem o comportamento da economia. Eis: - De maneira impensável, tem uma turma do quanto pior melhor, comemorando o crescimento “normal e pífio” que a economia brasileira deve ter em 2022. Estima-se que o PIB cresça em torno de 1%. Claro, é ano eleitoral, e sabe-se que muita gente vota pelo estômago. Muitos da turma mencionada foram e ainda são adeptos do “fiquem em casa, a economia a gente vê depois”… estão vendo? O resultado pragmático do fechamento econômico para a sociedade, comprovado cientificamente, - não para os funcionários públicos - foi o desaparecimento de muitos negócios, debilitação de outros e desemprego em massa, sem falar nos graves efeitos colaterais. A evitação de mortes por Covid-19 por meio de tal política foi insignificante. Essa é a mesma turma que é contra o crescimento econômico como regra; são os justiceiros sociais que combatem o capitalismo, que segundo eles, contribui para o aumento das desigualdades e aniquila o meio ambiente.
VOTAR BEM
Essa é a turma que deseja que a atividade econômica seja baseada no artesanato e na pequena agricultura, mas que do mesmo modo é contra o agronegócio brasileiro industrializado, tecnológico e pujante. Também gosto da economia compartilhada, mas objetivamente, essa nunca terá escala e será importante em tamanho para geração de empregos, renda e riqueza para todos. O Brasil tem milhões de pessoas desempregadas, e a única forma que um país pobre dispõe para melhorar seu ambiente social, dá-se por meio do crescimento econômico. Evidente que é essencial se votar “bem” - dentro do contexto - a fim de combater o “rent-seeking” na sociedade brasileira, já que também não adianta o país crescer e os benefícios deste crescimento continuarem sendo capturados por uma elite nacional de péssima qualidade - algo similarmente comprovado cientificamente.
SOBRAM DISCURSOS IDEOLÓGICOS
A indústria brasileira, que emprega muitos indivíduos, e que normalmente é o lócus dos processos de inovação, tem encolhido ano após ano. As projeções para a indústria em 2022, são de 0% de crescimento ou de redução na participação do PIB. Notadamente, verifica-se um aumento expressivo no setor de serviços. Somos um país introvertido, fechado, e dessa maneira não participamos ativamente dos investimentos e dos fluxos tecnológicos globais, o que inibe a produtividade e a expansão industrial. Penso que, inclusive, é o avanço tecnológico que possibilitaria aumentar o leque de recursos disponíveis para produzir dentro de uma perspectiva “mais ambiental”. Novamente, um país pobre necessita de crescimento econômico, e apesar dessa turma querer interromper tal crescimento, eles não se dão conta que recessões desaceleram e, provavelmente, reduzem os recursos e, em alguns casos, os esforços para adoção de modos de produção mais limpos. Eles deveriam ler e compreender o conceito de destruição criativa de Schumpeter.
Não adianta a história econômica comprovar que foi o capitalismo e seu espírito e suas inovações, o responsável por tirar milhões e milhões de pessoas da linha da miséria e da pobreza no mundo. São os fatos. Sem a verdadeira economia de mercado, da qual estamos longe, não irá haver crescimento econômico significativo e, portanto, não há como reverberar para o campo social. Lamentavelmente, presumo que persistiremos com governos que, além de inibirem o crescimento econômico com suas políticas estatistas e intervencionistas, continuarão se apropriando da geração de riqueza por parte dos indivíduos e das empresas, e lançando mão - pesada - da cobrança de impostos cada vez maiores. Então, por que não se faz o que tem que ser feito? Faltam vontade política, foco na produção e em produtividade, sobram posições e discursos ideológicos, desconhecimento e maldades.
MINISTRO GUEDES NO DIRETO AO PONTO
Assisti, ontem à noite na TV Jovem Pan News, o programa DIRETO AO PONTO, que teve como entrevistado o competente ministro da Economia, Paulo Guedes. Além de responder, de forma clara e convincente, as perguntas feitas pelos jornalistas convidados, o ministro se preocupou em dar as explicações necessárias para que os telespectadores e ouvintes pudessem compreender as enormes dificuldades (algumas intransponíveis), que são impostas a todos aqueles que ousam substituir a enfadonha e equivocada -FILOSOFIA DO DIRIGISMO- por um MODELO onde a LIBERDADE possa, enfim, dar o ar claro e límpido de sua magnífica graça.
ROTA DA LIBERDADE
Quem assistiu o DIRETO AO PONTO desarmado, ou disposto a deixar de lado, momentaneamente, o espírito do DIRIGISMO, filosofia macabra que por mais de QUATRO DECADAS foi minando, constantemente, o cérebro de milhões de brasileiros, deve ter concluído, certamente, que apesar dos graves problemas econômicos impostos, não por conta da PANDEMIA, mas por decisões tomadas por maus governantes, o Brasil avançou positivamente. Isto só foi possível, apesar das enormes dificuldades, porque o governo federal achou por bem usar a segura ROTA DA LIBERDADE. Não por acaso, os DIRIGISTAS veem que este caminho é perigoso e próprio para acidentes graves.
RESISTÊNCIA DO ESTABLISHMENT
Perguntado sobre as REFORMAS -TRIBUTÁRIA E ADMINISTRATIVA-, que não decolam nem mesmo com as velhas MUTILAÇÕES e/ou DESFIGURAÇÕES que são produzidas na Câmara e no Senado, o ministro Guedes confessou que SUBESTIMOU a RESISTÊNCIA DO ESTABLISHMENT. Este sentimento se deu porque imaginava que a aprovação da REFORMA DA PREVIDÊNCIA dava o sinal claro e aberto de que este CONGRESSO NACIONAL era, de fato, REFORMISTA e, portanto, decidido a fazer o que a maioria dos eleitores queriam. Esta consciência começou a ficar mais clara a partir do início de 2020, quando a ORQUESTRA DO MAL se organizou com o firme propósito de não deixar o Brasil avançar pelo caminho onde o inebriante ar da LIBERDADE é respirado.
EFEITOS DEVASTADORES NA SAÚDE E NA ECONOMIA
O que ninguém imaginava, idem o ministro Paulo Guedes, é que o mundo todo seria surpreendido pela chegada de uma PANDEMIA, cujos EFEITOS FORAM EXTREMAMENTE DEVASTADORES, tanto na SAÚDE quanto na ECONOMIA. Isto obrigou o governo a promover GASTOS até então inimagináveis com o propósito de diminuir o impacto da desgraça. Pois, mesmo assim, quer por DESPREPARO e DESCONHECIMENTO, ou, notadamente, por DESONESTIDADE INTELECTUAL, a MÍDIA FORMOU UM CONSÓRCIO com o objetivo claro de acusar, condenar e responsabilizar o governo pelos efeitos da PANDEMIA. Assim, a partir do dia 12 de março de 2020, as MORTES DE PESSOAS, EMPREGOS E DE EMPRESAS passaram a ter como único e perverso responsável o presidente Bolsonaro. Detalhe cruel: a ordem era, e continua sendo, a de criticar tudo, pouco importando o quanto é crivado da mais pura DESONESTIDADE DO INFORMANTE.
ENTUSIASMO PARA CONSERTAR E PARA DESTRUIR
Recomendo aos leitores que assistam a entrevista que está disponível no aplicativo da JovemPanNews. Creio que ficarão com a mesma impressão que tive quanto ao ENTUSIASMO demonstrado pelo ministro LIBERAL no sentido de CONSERTAR O BRASIL. Aliás, este sentimento é exatamente igual ao daqueles que fazem de tudo para DESTRUIR O BRASIL, como bem deixam claro os candidatos DIRIGISTAS.
PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS
Mais do que sabido, a alta dos preços dos combustíveis -gasolina, diesel e gás- foi eleito como um dos temas preferidos da mídia ao longo de todo o ano de 2021 e segue assim em 2022. Pois, para confirmar o quanto o Poder Legislativo é fortemente comandado pela mídia, os parlamentares -SOCIALISTAS-, do tipo que não admitem em hipótese alguma que a formação dos preços de qualquer produto ou serviço é uma tarefa exclusiva do MERCADO, aproveitaram a brecha para colocar na pauta de debates a volta imediata da INTERVENÇÃO DO GOVERNO nos preços dos combustíveis. Como tal, o senador petista Rogério Carvalho, do SE, apresentou um projeto que cria um FUNDO DE ESTABILIZAÇÃO para possibilitar que os preços internos sejam menores do que os preços no exterior. Pode?
FUNDO DE ESTABILIZACÃO
Em tese, o projeto estipula que o FUNDO seria formado com recursos : 1- de um imposto sobre exportação do petróleo bruto; 2- dos dividendos da Petrobras devidos à União; 3- do resultado positivo do balanço semestral do Banco Central com as reservas cambiais; e 4- da participação da União nos resultados do regime de concessão e de partilha de produção de óleo e gás. Em nenhum momento, como se vê, ou lê, o péssimo projeto propõe a urgente necessidade da redução das alíquotas do ICMS cobrado pelos ESTADOS-, reconhecidamente como o -GRANDE VILÃO- dos preços dos combustíveis.
ADMINISTRADORES DA BURRICE
Como a mídia é formada basicamente por profissionais -socialistas-, o esdrúxulo projeto é vendido para leitores, ouvintes e telespectadores em geral como mais um OVO DE COLOMBO. Mal sabem que, em primeiro lugar, a formação de um FUNDO, além das besteiras que contêm, representa mais despesas para o pagador de impostos, pois o mesmo deverá empregar, e pagar salários, aos ADMINISTRADORES DA BURRICE. De novo: esta tarefa, é sempre importante repetir à exaustão, cabe ao MERCADO e não ao GOVERNO. Isto já está mais do que provado e a conclusão é sempre a mesma.
FUNDO PARA ALIMENTOS
Ora, como os PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS entraram na mira da mídia e, por consequência levaram os deputados senadores POPULISTAS a propor a CRIAÇÃO DE UM FUNDO DE ESTABILIZAÇÃO DOS PREÇOS, tudo leva a crer que é altamente provável que, em breve vai aparecer um deputado ou um senador disposto a propor a formação de um FUNDO DE ESTABILIZAÇÃO DOS PREÇOS DOS ALIMENTOS, como DO CAFÉ, DA SOJA, DA CARNE, etc...
VARIAÇÃO DE ALGUNS PREÇOS
Vale lembrar, por exemplo, que o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) analisou 40 PRODUTOS e identificou um aumento real de 42%,( 29,5% acima do IPCA) no período de março de 2020 a outubro de 2021. Somente a CARNE BOVINA subiu 133% acima da inflação. Além desta, os demais produtos com grande alta acima da inflação foram a FARINHA DE MANDIOCA, com 102%; AÇUCAR, com 77%, CAFÉ, com mais de 60%; e ÁGUA MINERAL, com alta de 73%. Que tal? Tudo por conta da irrevogável LEI DA OFERTA E PROCURA, que reflete apenas o criminoso FIQUE EM CASA, A ECONOMIA A GENTE VÊ DEPOIS.
ESPAÇO PENSAR +
Leia no ESPAÇO PENSAR+ de hoje: A BALANÇA DA JUSTIÇA NO INMETRO, por Percival Puggina. Confira: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar
DESFUNCIONALIDADE DO ESTADO, PATRIMONIALISMO E O INTERESSE DAS CORPORAÇÕES
Li, com muita atenção, o artigo escrito por Pedro Jobim, sócio fundador do Legacy Capital, que foi publicado no dia 10/2 no site Infomoney com o título: BRASIL, RUMO AO POPULISMO PLENO, SEGUE ALHEIO A SEUS DEFEITOS DE FORMAÇÃO. Ao final separei alguns trechos que dizem bem o que penso sobre o tema, que discorre sobre a inegável DESFUNCIONALIDADE DO ESTADO, DO PATRIMONIALISMO E DO INTERESSE DAS CORPORAÇÕES.
RESPONSABILIDADE DOS RESULTADOS DO PAÍS
De forma inquestionável e pra lá de reconhecida, Pedro Jobim inicia dizendo que - a maioria dos comentaristas da cena nacional tende a atribuir a maior parte da responsabilidade dos resultados econômicos do país às opções de políticas de demanda e demais iniciativas do Poder Executivo. Por conseguinte, inclinam-se também a considerar o resultado da eleição presidencial como fator determinante para o cenário do quadriênio subsequente. Como os preços de ativos financeiros, de fato, reagem rapidamente aos ciclos econômicos e políticos, idem ao noticiário, parte desse foco é justificado.
DIAGNÓSTICO DOS PROBLEMAS E OS ANTÍDOTOS PRESCRITOS
Mais: o baixo crescimento da economia a partir de 1980, de tão longevo, tem explicações imediatas já bastante MATURADAS. Aliás, uma boa síntese dessas razões, que incluem a ELEVADA CARGA TRIBUTÁRIA, os CRESCENTES GASTOS PÚBLICOS, O GIGANTISMO DO ESTADO, A BAIXA QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE EDUCAÇÃO E A INSEGURNAÇA JURÍDICA, pode ser encontrada no ótimo livro de Marcos Mendes, “Por que o Brasil Cresce Pouco”. As encantadas REFORMAS, que poderiam, teoricamente, elevar a taxa de crescimento passam, tautologicamente, pela adequação de cada um dos fatores elencados a formatos e/ou patamares compatíveis com maior crescimento. O DIAGNÓSTICO DOS PROBLEMAS, assim como os ANTÍDOTOS PRESCRITOS são há muito conhecidos. No entanto, os progressos, ao longo dos últimos anos, têm sido mínimos. A evidente dificuldade no avanço das reformas está relacionada, em meu entendimento, principalmente ao ELEVADO GRAU DE PATRIMONIALISMO na sociedade brasileira e à CAPTURA DO ESTADO por grupos de interesse.
SEM REFORMAS
- Como argumentei em artigos anteriores, TAIS REFORMAS PROVAVELMENTE NÃO OCORRERÃO. Ou ocorrerão a um ritmo muito lento, se não forem antecedidas por uma ampla REFORMA POLÍTICA que, no mínimo, institua o VOTO DISTRITAL, RETOME A REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL NA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EXTINGA O FORO PRIVILEGIADO E LIMITE A DURAÇÃO DOS MANDATOS DO STF. Como uma alteração profunda desse tipo é PRATICAMENTE IMPOSSÍVEL DE SER REALIZADA DE FORMA PACÍFICA, o corolário aparentemente inescapável é que PERMANECEREMOS NA SITUAÇÃO ATUAL DE BAIXO CRESCIMENTO A PERDER DE VISTA.
POLÍTICA FISCAL
O cenário macroeconômico aponta para um ano de 2022 com inflação elevada (de pelo menos 6%); juros médios em torno de 12%; e provável contração econômica. Essa combinação deve elevar a dívida bruta para mais de 85% do PIB na entrada do próximo quadriênio. A capacidade de crescimento do país, após a multiplicidade de choques recentes e ante o avanço do envelhecimento da população e a recorrente baixa produtividade tornou-se uma completa incógnita. Sob essas condições, a convergência da dívida pública dependerá, simultaneamente, de um choque de pelo menos 2% do PIB em impostos adicionais e da observância ao teto de gastos ou a outro marco fiscal que garanta, ao menos, a estabilidade dos gastos públicos como proporção do PIB.
COM A AJUDA DO PAPAI NOEL E DO COELHINHO DA PÁSCOA
O mercado financeiro e os empresários, em boa parte, não se preocupam como deveriam. Embora bons negócios e empresas rentáveis possam continuar existindo nos estágios iniciais desse caminho, esses tendem a ser cada vez mais dependentes de bons relacionamentos com o grupo político populista para se manterem de pé. E, afora o tarifaço que, com data marcada para 2023, certamente diminuirá o retorno da maior parte das empresas, estas serão progressivamente sujeitas a ainda mais impostos, uma vez que o país, como um todo, empobrecerá, e alguém terá que pagar os programas sociais que, certamente, aumentarão. Alheios a esta realidade, muitos observadores seguem discutindo as “opções de política econômica e suas implicações” dos candidatos mais bem colocados nas pesquisas. Será que o próximo presidente vai dar um “choque de produtividade”, “dinamizar a economia” e “recolocar o país na rota do crescimento”? Sim, certamente. Com a ajuda do Papai Noel e do Coelhinho da Páscoa.
ESPAÇO PENSAR +
Leia no ESPAÇO PENSAR+ de hoje: ANTAGONISMO FRONTAL DO JULGADOR, por Percival Puggina. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar