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13 out 2005

ANUGA 2005 - ALEMANHA


BRASIL EXPORTADOR

A participação de empresas brasileiras em feiras no exterior tem crescido muito. Na Anuga 2005 o crescimento está em torno de 20% sobre a edição anterior, de 2003. A participação neste ano é de 125 empresas, de 14 Estados, expondo numa área de 2.560 m², quase o dobro do espaço usado na última exposição. Embora divididos por setores de alimentos gerais, aves, bebidas, bebidas quentes e carnes, o destaque maior é, indiscutivelmente, para o setor de carnes (com 36 expositores), seguido de bebidas quentes e café. O que já se vê com clareza é o comportamento dos expositores e observadores. Não são mais os deslumbrados de outrora. Hoje tem grande desenvoltura e agem como veteranos.

O BRASIL E O CHEF

Uma bela idéia de ter um restaurante brasileiro, numa feira de alimentos, foi muito aplaudida pelos resultados. E acabou se tornando um ponto de referência do Brasil na Anuga 2005. Convidado pelos organizadores para montar o Restaurante Brasil, o chef Laurent Suaudeau, francês que reside em São Paulo há muitos anos, aceitou a proposta, que tem deixado muita gente daqui com água na boca. Os cardápios que foram preparados para os cinco pratos apresentados, um a cada dia, contemplam as tradições multiculturais do Brasil, com generosas pitadas da originalidade e maestria do chef Laurent. É uma degustação refinada de produtos brasileiros que compõem a cozinha internacional, não se tratando, portanto, de pratos típicos. Quem convida, mediante uma pulseira de identificação, são os expositores brasileiros que oportunizam a maravilha aos seus clientes e potenciais compradores. Diariamente tem sido servidas entre 250 a 300 refeições. Um sucesso que deverá ser repetido, segundo Laurent, no SIAL de Paris em 2006. Um sucesso.

FOROS IMPORTANTES

A programação dos inúmeros encontros paralelos que foram preparados para a Anuga 2005 é fantástica. As apresentações são sempre rápidas, com duração de 15 a 30 minutos cada uma, para que tudo possa acontecer e para que não fiquem enfadonhas. E todas as instituições que se apresentam já divulgam antecipadamente seus websites e e-mails para que perguntas, respostas, informações e sugestões sejam apresentadas a qualquer tempo, inclusive após os eventos. E é exatamente nestes encontros que se vê como alguns países e empresas sabem fazer marketing de seus produtos. A Associação Federal de Comércio de Alimentos da Alemanha ? BLV-, por exemplo, está presente com vários foros.

FRESH FOOD WORLD

Um deles é o Fresh Food World, cujo tema deste ano é a viagem culinária ao redor do mundo. É sabido que, em todos os lugares do mundo, a globalização e a internacionalização também estão se introduzindo rapidamente nas cozinhas das casas. Conhecendo cada vez mais outras especialidades aumenta o interesse das pessoas por produtos exóticos. Assim, os restaurantes já vêm se adaptando a esta tendência com o lema Fusion Food, ou seja, a farta combinação das diferentes cozinhas de todas as nações, dando pitadas diferentes aos pratos. Os supermercados, por sua vez, precisam estar muito atentos às tendências, mostrando idéias e conceitos em torno das comidas e bebidas mundiais. E quanto às instalações e decorações nas lojas, buscando ajudar e encantar seus clientes, é sempre importante.

CENTRO DEDICADO

O Tema ?BIO-, na Anuga, é um capítulo à parte. O Ministério Federal Alemão para a Proteção do Consumidor, a Alimentação e a Agricultura ?BMVEL-, com a participação da Associação Internacional de Movimentos para a Agricultura Biológica ?IFOAM- montaram uma exibição especial, chamada Voll Bio. Com a pergunta: Um supermercado 100% Bio, ou toda a oferta Bio no supermercado? São algo como 2000 artigos de todos os segmentos para o comércio varejista da alimentação. Mas, de uma coisa todos estão convencidos: além de serem mais caros, a quantidade ofertada é menor do que a demanda global. Isto os defensores dos produtos Bio precisam saber: alimentos em grande quantidade, e preço mais baixo, para uma população mundial de 6 bilhões de pessoas, só com outros ingredientes.

ASIA INTERPRISE

Empresas asiáticas e européias promovem reuniões diárias sobre negócios e abastecimento. Ninguém mais ignora a presença constante e a força dos asiáticos no mundo dos negócios em todas as frentes. O comportamento adotado pelos brasileiros, nos últimos dias, contra os produtos asiáticos, mostra que não estamos no bom caminho. Aliás, a nossa dificuldade para comercializar é muito antiga e repleta de maus procedimentos. Ao invés de manter relações mais estreitas possíveis, tirando o maior proveito delas, adotamos o princípio da briga, da discussão e das barreiras. Isto acaba estimulando mais a concorrência contra nós além do boicote aos nossos produtos no mundo todo. Todos se juntam contra os brigões.

BRITCHAM ? RS

Felipe Ferreira Silva assume a presidência da Britcham ?Câmara Britânica de Comércio e Indústria no RS. A cerimônia de posse acontece no próximo dia 20 de outubro, às 19h, no British Club.

PIZZA HUT

Inaugura nesta sexta-feira (14/10), a partir das 18 horas, o novo restaurante da Pizza Hut, no bairro Ipanema, em P.Alegre. O local foi todo reformulado para seguir o novo conceito da empresa com um espaço mais moderno, que inova desde a ambientação e maneira de servir, até na variedade de bebidas e petiscos, que vão além das tradicionais pizzas.

TERRA VILLE

Para o lançamento da \"Fase 2\" do TERRA VILLE, uma área nova com 236 terrenos exclusivos será realizada sábado,15, a partir das 17h,uma grande festa, em uma estrutura montada no Centro Querência, situado junto ao empreendimento (Av. Juca Batista, 9622).

FEIRA DE HONG KONG

A comitiva de 40 empresários, executivos e políticos liderada pelo SIMECAN já está na China, com o objetivo principal de marcar uma forte presença na Hong Kong Electronics/Electronic Asia, que inicia hoje, quinta-feira. Pela primeira vez empresas brasileiras estarão expondo seus produtos e serviços neste evento, considerado o maior do mundo no segmento eletro-eletrônico. As empresas canoenses expositoras são a Full Gauge Controls e Urano Indústria de Balanças. Como visitantes, participam as empresas CEL Construções Elétricas, IBS Indústria de Balanças e Serviços, Mach Motor, Passo e SMC Produtos Eletrônicos. Evolução do projeto que já levou empresas à Feira de Hannover, na Alemanha, a missão conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Canoas, Sebrae/RS, Sedai, Fiergs e Abinee/RS.

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11 out 2005

ANO V, Nº 01, NOVA APRESENTAÇÃO


NOVO FORMATO

Ao entrar, hoje, no seu Ano V, o

COMPROMISSO ASSUMIDO

Tem certos compromissos que assumimos e que precisam ser cumpridos pela palavra empenhada. No caso de divulgar algum texto de Roberto Campos, não se trata de algo que represente só um compromisso. É muito mais. É um grande prazer. Lendo e saboreando os escritos de Campos, todos nós sempre temos muito a ganhar. São textos que nunca saem de moda e representam os nossos anseios os mais justos. A homenagem que presto, pois, a Roberto Campos, inspirador deste meio de comunicação, é o mínimo que posso fazer por quem sempre teve os olhos e a mente muito abertos. Vamos a mais este:

EM DEFESA DOS BODES

É reconhecida a proficiência brasileira em três coisas: no futebol, no Carnaval e na busca de bodes expiatórios. Globalização e neoliberalismo são os bodes da moda. Aquele, inocente. Este, inexistente. Falar na ameaça do neoliberalismo em país de moeda inconversível, com 40% do PIB sugados por impostos e dívida do governo, só pode ser masturbação de socialistas nostálgicos. E a globalização não deve ser julgada pelo que não é. Ela não é uma invenção maldosa do capitalismo moderno. Houve episódios de fragmentação e ondas de globalização no decorrer da História.

CONTRAPESO

As globalizações mais importantes foram no Império Romano e da belle époque do liberalismo, entre 1860 e a I Guerra Mundial, quando, além do livre movimento de mercadorias e capitais, havia circulação de pessoas. A atual globalização não é uma conspiração americana para manter sua hegemonia. Os EUA são hegemônicos simplesmente porque ganharam a II Guerra Mundial, pelo colapso do socialismo e por liderar a nova revolução tecnológica. A globalização convive com movimentos de integração regional, com a União Européia, precisamente como contrapeso à dominação americana.

PERIGOS

Ela também não é responsável pelo desnível industrial nem pela pobreza da periferia. Ao contrário, foi a globalização comercial e tecnológica que permitiu o salto tecnológico dos Tigres Asiáticos e o alívio da pobreza na China, que quinze anos atrás exportava menos que o Brasil e hoje exporta quatro vezes mais. Ainda fala-se, no Brasil, dos perigos da desnacionalização em virtude da abertura comercial, mas as reais dificuldades de nossa industria são advindas das nossas dificuldades internas que nada tem a ver com a globalização ou liberalismo, como tributação asfixiante e juros escandalosos resultantes de déficits fiscais.

FALTA DE CARÁTER

A atitude sensata para o Brasil é administrar com competência a nossa inserção na economia globalizada. Isolarmo-nos da revolução tecnológica para proteger empregos é suicídio, porque a perda da competitividade geraria estagnação, destruindo empregos. Como diz o economista hindu J.K. Metha, da Universidade de Allahabad, que o subdesenvolvimento é, principalmente, falta de caráter, e não escassez de recursos ou de capital.

INOVAÇÕES

Este ano a Anuga apresenta o Taste-05, um concurso de inovações que obteve mais de 1000 participantes. Os critérios para a inscrição foram: originalidade, qualidade e embalagem. Dos inscritos se classificaram 52 produtos, estes considerados com enorme capacidade de inovação no setor mundial da alimentação.

CONCURSO

Quem é o profissional que faz as melhores morcilhas e salsichas? Uma associação destes profissionais de Colônia, na Alemanha, objetivando a valorização dos profissionais e incentivar a produção, apresentou na Anuga o concurso para premiar a qualidade, composição e sabor dos embutidos.

DiA DAS CRIANÇAS

Até amanhã, 12 de outubro, Dia da Criança, o Moinhos Shopping vai estar arrecadando, no 1º andar, brinquedos para o Instituto do Câncer Infantil. A programação para receber a garotada ocupa o 1º e 2º andar, onde terá um espaço ambientado com jogos de computadores e TV de plasma da Net para a turminha se divertir com desenhos animados, além de recreacionistas e brinquedos.

SOFTWARE LIVRE

De 21 a 25 de novembro acontecerá , no prédio 40 da PUCRS (Av. Ipiranga, 6681) a 1ª SEMANA DO SOFTWARE LIVRE DE PORTO ALEGRE. O evento vai apresentar alguns dos maiores nomes do Software Livre do Brasil, falando sobre as suas especialidades, as tendência do mercado, as alternativas técnicas e os projetos de sucesso.

LANÇAMENTO

No próximo dia 19 de outubro, às 18h30min, na Livraria Cultura, será lançado o livro "Nos passos do Kadima - a dança israeli no Rio Grande do Sul". Compilado e redigido pela jornalista Susana Sondermann Espíndola, o livro descreve a trajetória de 25 anos de sucesso do grupo de maior expressão da dança folclórica israeli em nosso meio.

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10 out 2005

QUATRO ANOS SEM ROBERTO CAMPOS


O IMORTAL

Ontem, 09 de outubro, completou quatro anos do falecimento de Roberto Campos. Amanhã, 11 de outubro, como já foi amplamente divulgado, o

CAPITALISMO DEMOCRÁTICO

?O casamento entre a democracia política e a economia de mercado teve surto promissor no início do século passado. Foi a belle époque, período de expansão das democracias ocidentais e do livre comércio. Houve intensa migração de pessoas e livre fluxo de capitais, sob a disciplina do padrão ouro. A partir da revolução comunista de 1917, tudo mudou. Começara um novo século, que Paul Johnson denominou de -século coletivista- e que, felizmente, terminou antes do tempo, com a implosão do império comunista, em 1991.

DESAFIOS

Durante o ?século curto?, de 1917 a 1991, o capitalismo democrático sofreu dois desafios malignos e um benigno. E quase pereceu na grade depressão dos anos 30. Os gêmeos malignos foram o comunismo e o nazi-fascismo. O comunismo visava destruir o mercado pela abolição da propriedade privada; o nazi-fascismo, pela eliminação da soberania do consumidor, em benefício do poder do Estado. Ambos se insurgiram contra a democracia, um em nome da ditadura do proletariado, outro em nome do Führerprinzip. Num caso, a classe eleita era o proletariado, do qual o partido se autonomeou representante insubstituível; o outro era a raça ariana, cuja supremacia teria de ser garantida, mesmo à custa da eliminação física das ?raças inferiores?.

SÉCULO NOBRE E SÉCULO PORCO

O desafio benigno foi o keynesianismo, que apenas sancionava intervenções governamentais equilibradoras de mercado. Nasceu como resposta à crise de capitalismo durante a grade depressão de 29, mas acabou fortalecendo demais o dirigismo, o que ainda fascina os brasileiros, infelizmente. Mas, em resumo, o período anterior foi, ao mesmo tempo, um século nobre e um século porco. Nobre, porque a humanidade desvendou dois fundamentais segredos: da energia do átomo e da dupla hélice da vida ? e liberou-nos da prisão planetária pela conquista do espaço. Nobre também porque a pobreza deixou de ser encarada como uma fatalidade trágica, passando a ser uma doença curável. Foi também um século porco, com as maiores carnificinas da História. Os dois gêmeos malignos massificaram a violência, estimando-se que o primeiro seja responsável por 25 milhões de vítimas. O segundo de ideologia mais universalizante teria matado mais de 100 milhões. Posando de adversários, o nazi-fascismo e o comunismo são gêmeos, na fatal arrogância de refabricar o homem para ajustá-lo a ideologias episódicas.

SONHOS ADIADOS

Para os brasileiros, o panorama de fim de século foi melancólico. Foram adiados os sonhos de grandeza e riqueza que a minha geração sonhava para o ano 2000. Vivemos condenados a um reformismo intenso para recuperar o tempo perdido. Nunca completamos as reformas de segunda geração e ainda precisamos encetar as de terceira geração: desregulamentação trabalhista, para aumentar a empregabilidade; a política para melhorar a governabilidade; a do Judiciário, para dar-lhe agilidade e substituí-lo no possível pelo sistema de mediação. Corrigir, urgentemente, o déficit de poupança, pela reconversão total do sistema previdenciário para servir de alavanca do desenvolvimento. E um enorme esforço educacional, voltado não para o elitismo universitário, mas para a educação fundamental e média. A agenda é intimidante. Mas não há opção, se quisermos escapar da mediocridade através da modernidade?.

E-MAIL

Como se observa, muito pouco ou nada ainda conquistamos. Sem querer aborrecer o mestre, mesmo assim envio esta homenagem, para o e-mail: robertocampos@ceu.liberal.com , esperando que seja este o endereço eletrônico de Roberto Campos. Gostaria que ele lesse com atenção e saiba que ainda há quem continue lutando pelas mesmas coisas. Os nossos governantes, caro liberal, teimam e não querem resolver coisa alguma. Mesmo assim não esmoreço, embora saiba que tenho muitas limitações e muito pouco talento. Receba, como consolo, ao menos o meu grande abraço. E de muitos leitores também, com certeza.

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07 out 2005

O RISCO É MENOR, MAS CONTINUA ALTO


MAIS HUMILDADE

Muitos brasileiros se mostraram indignados quando perceberam que o Brasil se encontra em posição idêntica à Argentina, no quesito avaliação de risco-país. Antes de tudo seria preciso mais humildade para reconhecer que também não estamos no melhor dos mundos. De nada adianta querer ser muito melhor do que a Argentina se a nossa avaliação em pontos base continua alta: por volta 370/380 pontos base, pela cotação recente. Bem antes das comparações e dos aborrecimentos pela similaridade é preciso fazer esforço para reduzir o risco. E isto só acontece para valer com reformas, coisa que abominamos, infelizmente.

REALIZAÇÕES DE LUCRO?

Mais uma vez volto a criticar a definição cômica e equivocada, identificada como - realização de lucros ? que a imprensa, muito mal informada, usa sistematicamente para definir as quedas das cotações das ações na Bovespa. Além de não informar coisa alguma, só o fato de fazer a declaração vazia educa mal os investidores iniciantes, além de confundir os já iniciados. O correto seria informar que as pressões de venda são realizações das posições compradas anteriormente.

TROCA DE POSIÇÃO

E o mais importante: as vendas, quando em quantidade maior, até pressiona, o índice para baixo. Mas nem sempre isto significa que estejam acompanhadas de ganhos. Por receio de uma sempre possível correção maior dos preços, devido a uma alta mais acentuada obtida por alguns papéis, alguns analistas se decidem por vender e aguardar um novo momento, ou trocar de posição. Quando a informação de que as quedas do índice se explicam pela realização de lucros, tal explicação deixa claro que vários idiotas estão na outra ponta para satisfazer os espertos. Bobagem pura.

FURACÃO ECONÔMICO

A semana encerra com a sensação de que um furacão atingiu os mercados financeiros internacionais. E, como sempre, sobrou bastante para os países emergentes. Aliás, aí está a carteira de identidade de quem não é desenvolvido. Basta haver um vento mais forte no mundo e tudo desaba nos mais incompetentes. O interessante é que a grande blindagem, sempre discutida e nunca resolvida por aqui, está exclusivamente ao nosso alcance. Basta que façamos as reformas para que capitais internacionais sejam bem-vindos, não indispensáveis.

COLA

Estamos nos aproximando do dia 23 de outubro, e em todas as rodas o assunto principal é a votação do estúpido e tendencioso referendo que trata da proibição ou não da venda de armas e munição. Embora as pessoas devam discutir o tema até a exaustão, proponho que, antes de votar, todos pensem na frase de Benjamim Franklin, dita em 1750: "QUANDO TODAS AS ARMAS FOREM PROPRIEDADE DO GOVERNO E DOS BANDIDOS, ESTES DECIDIRÃO DE QUEM SERÃO AS OUTRAS PROPRIEDADES." Sugiro que imprimam a frase e levem no bolso para não errar na hora de digitar o voto na urna eletrônica.

ANUGA 2005

Mais uma vez me desloco para Colônia, Alemanha, para cobrir uma das maiores feiras de alimentos do mundo: a Anuga 2005. Como das vezes anteriores estarei, com certeza, diante de novos produtos e tendências que estarão disputando o magnífico mercado de alimentos. Com uma forte ocidentalização de costumes pessoais, discussões sobre novos padrões e saúde dos alimentos, tudo isto vai ser um prato cheio para o evento. O número expressivo de expositores inscritos já admite que haverá muitos negócios. De antemão creio que a carne brasileira deverá ser, de novo, um dos destaques na Anuga. A conferir e informar, o que estarei fazendo na próxima semana.

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06 out 2005

AMEAÇA DE BOICOTE


ELE SÓ PENSA NAQUILO

O governador Rigotto, infelizmente, não consegue mais pensar de maneira correta. Está tão entusiasmado com a sua candidatura à presidente que está tendo surtos incríveis. Para tentar obter os muito discutíveis recursos da Lei Kandir do governo Federal, fez um brutal terrorismo ao ameaçar com um boicote aos exportadores gaúchos, que além de tudo são aqueles que mais empregam no RS.

EXTERMINADOR

É curiosa e infernal esta disposição de exterminador que paira na cabeça do governador. Por ser antipática e perversa bota mais fogo nas cortinas já incendiadas da economia do RS. E ainda parece convencido de que alguém vai aplaudi-lo. É dose, governador. Para resolver a folha dos servidores o senhor ainda vai acabar com a folha dos empregados da iniciativa privada. Loucura.

FRUSTRAÇÃO

É preciso que todos percebam que, a cada CPI aberta, sempre se renovam as velhas expectativas de que encontramos a grande oportunidade para que tudo seja esclarecido. Como isto nunca aconteceu da forma com que a sociedade imagina, a frustração se repete e se reforça. O problema, gente, é que as denúncias nem sempre conseguem ser provadas, apesar da quebras de sigilos bancário, fiscal e telefônico. O fato é que a esperteza dos denunciados ou acusados é, a cada dia, muito mais efetiva.

MAIS ESPERTOS

É preciso reconhecer que, diante das desconfianças e da possibilidade de haver quebras de sigilos, os criminosos estão ficando, por antecipação, cada vez mais atentos. Por isto, os atos de corrupção exigem dinheiro vivo para não deixar rastros. Assim, por mais indícios sobre a existência de falcatruas, as necessárias provas se tornam mais difíceis, senão impossíveis. Todo mundo até sabe que a fraude existe, mas ninguém consegue prová-la.

NO JUÍZO FINAL

Para que tudo possa ser devidamente esclarecido, e de acordo com a vontade de um povo sempre muito ingênuo, acompanhado do trabalho sempre insuficiente da imprensa e da Justiça, só mesmo quando a ciência descobrir uma forma eficiente de comprovações. Imagino que isto só poderá acontecer pela quebra do sigilo da consciência dos envolvidos. Como nós vivemos na vida real. Enquanto a ciência não conseguir entrar por esta porta da consciência das pessoas, só mesmo o Juízo Final é que produzirá as provas incontestáveis para confirmar as fraudes. Portanto, até lá os espertos continuarão inocentes.

NOVO CÁLCULO DO PIB

O crescimento e a importância da economia informal no Brasil ganhou tanta dimensão que o IBGE resolveu introduzir mudanças para aferição de tudo aquilo que é produzido e vendido por aqui. Hoje, pelo que se imagina, as coisas devem andar no meio a meio, mas nada pode ser afirmado, exatamente por não haver registro na informalidade. Os serviços públicos serão usados mais intensamente para projetar o tamanho do que se faz por baixo dos panos. Daquilo que cada dia é mais real, mais efetivo e não registrado. Tomara que o governo enxergue.

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05 out 2005

CONTRIBUINDO COM O 4º SETOR


CIDADANIA AUTÊNTICA

A cidadania deveria ser uma resultante da conjugação de duas situações: maturidade e discernimento. A primeira é conquistada, formalmente, pela idade. A nossa Constituição prevê a chegada da maturidade, ou responsabilidade, aos 18 anos. Até então o indivíduo é dependente de outro cidadão. Já o discernimento é mais complicado e não exigido por lei, apesar de ser mais importante. É com o discernimento que as pessoas adquirem a lógica, a capacidade de escolha e o entendimento da probabilidade das ocorrências, definido por risco. Quem não tem discernimento não poderia, por exemplo, votar, dirigir automóvel, cuidar de pessoas, etc...

PARCELA SUFICIENTE

Pois, no Brasil, o que mais existe são pessoas sem a mínima capacidade de saber o que fazem, entender textos lidos e as conseqüências de seus atos. Tudo por falta de saúde mental e educação suficiente. Pois, são exatamente estas pessoas que, pelo número fantástico registrado, decidem os nossos destinos. Gente, elas contribuem com a parcela suficiente para que o pior seja aprovado. São muito fáceis de serem manipuladas e cooptadas e se encantam imediatamente com chaveirinhos, espelhinhos, bonés e camisetas.

PLEBISCITO DEFINIDO

Antes, estas pessoas eram procuradas. Hoje, já se oferecem dizendo o que gostariam de ganhar. Se nada do que é solicitado está disponível, com algumas balas de goma tudo se resolve. Como esta massa de atrofiados mentais mais se diverte vendo novelas na TV basta alguns atores dizerem o que devem fazer e o bando já fica excitado e concorde. É por isto que o plebiscito já está definido. Alguém duvida? A falta de discernimento confirma

CONTÍNUO CRESCIMENTO

Este estado de coisas explica o enorme e contínuo crescimento do 4º Setor, ou seja, o Setor Crime. Enquanto os envolvidos com o 3º Setor - Organizações Não Governamentais - dizem que se dispõem a fazer aquilo que o 1º e o 2º Setor não se interessam em fazer, suas providências, chamadas ridiculamente de Responsabilidade Social, mais ajudam a desenvolver as falcatruas, os crimes organizados, os crimes desorganizados, as contravenções, a informalidade, a pirataria e tudo mais.

PAPEL CORRETO

Uma ONG séria seria aquela a usar o tempo disponível para tratar realmente da maior, senão a única Responsabilidade Social: exercitar a pregação para uma diminuição de impostos. Este o grande papel ainda não desempenhado.

COMPLACENTES

Até parece que a sociedade brasileira ainda não aprendeu que os políticos zombam constantemente de todos nós. Corporativos indecentes vivem se aproveitando das vantagens de um poder, assegurado e conferido por eles próprios, para continuar sugando o sangue do povo. Sabem que o povo aqui é passivo e pacífico e que se satisfaz mais em gritar sem jamais escalpelar. É por isto que eles querem um povo desarmado. Para evitar que, em algum momento deixemos de ser complacentes.

GREVE DE FOME

A greve de fome que o bispo, dom Luiz Flávio Cappio, está fazendo por ser contrário ao projeto de transposição das águas do Rio São Francisco, merece observação. Tem todo o direito o sacerdote de ser contra a transposição. Ninguém lhe tira este direito. Mas, no meu entendimento, se ele quer morrer pela causa que assim seja. Afinal, quantos estão morrendo por falta de água que pode ser resolvida com a obra? Isto o bispo não leva em consideração? O que ele está fazendo é a prova do egoísmo sem virtude.

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