A ECONOMIA ESTÁ DOENTE
Gostem ou não, volto a afirmar que a economia brasileira não goza de boa saúde. O diagnóstico da doença aparece, com razoável clareza, através do ÍNDICE DE ATIVIDADE ECONÔMICA DO BANCO CENTRAL - IBC-Br, considerando uma PRÉVIA DO PIB, que registrou um recuo de 0,77% da atividade econômica em agosto na comparação com julho, antevendo a -probabilidade- de que a economia venha a entrar em RECESSÃO TÉCNICA, que se define por um -crescimento econômico negativo por DOIS TRIMESTRES CONSECUTIVOS-.
FORTE DESACELERAÇÃO
Diante da MÁ NOTÍCIA, até o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que até poucos dias atrás afirmava, alto e bom tom, que o PIB brasileiro iria surpreender positivamente, com previsão de alta de 3% para este ano, admitiu que o Brasil apresenta uma FORTE DESACELERAÇÃO ECONÔMICA. Mais: alertou dizendo que a atividade do terceiro trimestre “PREOCUPA".
A FICHA CAIU??
Antes de tudo, a origem da doença reporta à velha e nojenta máxima -FIQUE EM CASA - A ECONOMIA A GENTE VÊ DEPOIS-, que foi sustentada mil vezes por dia durante a pandemia da COVID-19, quer por governadores irresponsáveis, quer, principalmente, pelo CONSÓRCIO DA MÍDIA ABUTRE. Desde então, o que se viu foi um claro mascaramento da doença através de um EXCESSIVO ENDIVIDAMENTO PÚBLICO (governamental), assim como do ABSURDO ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS (privado). Ou seja, mais dia menos dia os efeitos viriam à tona com complicações muito drásticas.
MODO CAUTELA
A propósito, em vários cantos do nosso país todos estão convencidos de que o GOVERNO LULA, além de INSACIÁVEL GASTADOR tem incrível FIXAÇÃO POR IMPOSTOS, ou seja, ingredientes fortes e infalíveis para produzir RECUO DA ATIVIDADE ECONÔMICA. Não por acaso, as empresas em geral e o mercado financeiro dizem que já estão com as BARBAS DE MOLHO. Várias pesquisas apontam que a CONFIANÇA do empresariado em relação ao futuro da economia brasileira está em baixa. Da mesma forma, o ânimo dos consumidores, que vinha melhorando graças ao endividamento, já está em ligado -modo cautela-. Atenção: em setembro o Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pelo (Ibre/FGV), registrou queda e já chegou ao quarto mês consecutivo em uma faixa de confiança moderadamente baixa.
SEMANA MELANCÓLICA
Esta semana, ainda que não tenha acontecido algo que possa ser classificado como -SURPREENDENTE- encerra de maneira -MELANCÓLICA- por conta de descabidas, porém sempre muito focadas, decisões que, sem trégua, vem sendo tomadas pela fantasiosa e irresponsável administração petista desde o início do ano.
SUBORNO TRANSACIONAL
Como são tantas as arbitrariedades, a escolha das mais impactantes se constitui em MISSÃO PRATICAMENTE IMPOSSÍVEL. Ainda assim é pra lá de importante levar em conta o que diz o relatório da OCDE -Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico-, REPROVANDO E CRITICANDO o lamentável papel do Brasil na COOPERAÇÃO INTERNACIONAL NO COMBATE À CORRUPÇÃO, especificamente em relação ao cumprimento da Convenção contra o SUBORNO TRANSACIONAL.
ANULAÇÃO DE PROCESSOS POR DIAS TOFFOLI
O relatório, divulgado ontem, 19, destaca um dos pontos que envolve a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de anular processos resultantes de acordos de leniência da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato. O grupo de trabalho da OCDE observa esse movimento com preocupação, argumentando que ele levanta questões relacionadas à segurança jurídica e à capacidade do Brasil de cooperar judicialmente em casos de suborno internacional.
PRECONCEITO POLÍTICO
Além disso, o relatório da OCDE critica juízes e promotores envolvidos na Lava Jato, apontando a falta de imparcialidade do Judiciário. O documento menciona “preconceito político” em casos envolvendo autoridades e destaca que “promotores federais e um juiz federal agiram com preconceito político em casos envolvendo diversas figuras políticas nacionais, concluindo que o juiz violou o seu dever de imparcialidade. Mais: A OCDE ressalta que a escolha do próximo procurador-geral da República, a ser determinada pelo presidente Lula, será um indicativo importante para a futura trajetória do Brasil no que diz respeito à cooperação internacional e ao combate à corrupção.
ANÃO DIPLOMÁTICO
A propósito das COSTUMEIRAS BARBARIDADES cometidas -dia sim dia também- pelo governo petista, separei este ótimo texto do jornalista J. R. Guzzo, publicado na Gazeta do Povo de ontem, com o título -ITAMARATY AFASTA CADA VEZ MAIS O BRASIL DAS DEMOCRACIAS QUE DÃO CERTO-. Eis:
Desde que arrumou para si o apelido de “anão diplomático”, por causa da sua hostilidade fútil e mal disfarçada contra Israel, o Brasil só ficou mais anão. Tenta se tornar uma liderança para o Terceiro Mundo, o “Sul Global” e outras miragens, com a pretensão juvenil do Itamaraty em estar sempre contra os Estados Unidos e as democracias bem-sucedidas no mundo. Não conseguiu, até hoje, liderar nem a Guiné Equatorial – mesmo porque não percebe que o Terceiro Mundo quer ser Primeiro, e quem vive no Sul quer fugir para o Norte.
Agora, depois do massacre de 1.400 civis israelenses nos ataques terroristas do Hamas, e fiel à ideia fixa e impossível de ter uma posição “neutra” no conflito, baixou mais um degrau na sua estatura. Tinha, como presidente rotativo do Conselho de Segurança da ONU, a oportunidade de assumir a condição de país adulto. Tudo o que conseguiu foi um veto – a resposta clássica da diplomacia mundial para propostas inaceitáveis, tolas e malfeitas.
Há todo um esforço cômico para passar adiante a ideia de que o Brasil se deu bem – sua proposta “só” foi derrotada pelo veto de “um país”, os Estados Unidos. É como comemorar o gol do Brasil nos 7x1 contra a Alemanha. O veto vale pelos sete que o Brasil tomou; os votos a favor da proposta brasileira valem pelo gol inútil que fez. Ou seja: foi tudo muito bem, só que o Brasil perdeu.
A proposta nasceu morta. Todos, dentro e fora do Conselho de Segurança, sabem que só valem as proposições que não serão vetadas por nenhum dos cinco países que têm direito ao veto. O único trabalho diplomático sério, por isso, é montar uma proposta que possa obter a aprovação dos cinco; é assim há 78 anos, desde a fundação da ONU em 1945. No caso, estava claro até para uma criança de 10 anos de idade que os Estados Unidos iam vetar qualquer resolução que não dissesse, claramente, que Israel tem o direito de defender o seu próprio território. A proposta brasileira se recusou a incluir esse ponto. Deu no que tinha de dar – numa derrota.
Não adianta nada dizer que o Gabão votou a favor do Brasil. O que importa é que a política externa brasileira, mais uma vez, atendeu aos desejos do ministro não oficial Celso Amorim, e não aos interesses do povo e do Estado brasileiros. O Itamaraty afasta o Brasil dos Estados Unidos, da Europa e das democracias que dão certo, social e economicamente; todas elas apoiam Israel. De que forma isso poderia melhorar em alguma coisa a vida real da população brasileira?
A política externa atual coloca o Brasil claramente no campo das ditaduras subdesenvolvidas – Cuba, Venezuela, Nicarágua, Angola, Irã, “Palestina” e por aí afora. Falam nos “BRICS”; nunca mencionam que os dois únicos países que interessam nos BRICS, a China e a Rússia, não estão preocupados em apoiar os interesses do Brasil, e sim no seu entendimento com os Estados Unidos. É uma receita de fracasso.
FATORES CRUCIAIS
De forma resumida, o último relatório -Cyclical Outlook- produzido pela PIMCO, uma das maiores gestoras de investimentos em renda fixa do mundo, aponta como CRUCIAIS os seguintes CINCO FATORES que interferem no desempenho da ECONOMIA MUNDIAL nos próximos meses:
1- REDUÇÃO DA RESILIÊNCIA E DO ESTÍMULO FISCAL;
2- DESACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO E DA INFLAÇÃO;
3- POUSO SUAVE COMO -ANOMALIA-;
4- RISCO DE RECESSÃO MAIOR DO QUE OS MERCADOS PRECIFICAM; e,
5- POLÍTICAS MONETÁRIAS DIVERGENTES
1- REDUÇÃO DA RESILIÊNCIA E DO ESTÍMULO FISCAL
A recuperação econômica deste ano foi em grande parte sustentada pelo ESTÍMULO FISCAL, com o déficit dos EUA aumentando e as famílias acumulando poupança considerável graças aos pacotes de ajuda relacionados à pandemia. Esse impulso parece estar se dissipando.
A política fiscal norte-americana se tornará restritiva, enquanto a inflação elevada recente deteriora o valor real da riqueza, incluindo o excesso de poupança gerado pelos auxílios governamentais às famílias durante a pandemia. À medida que o estímulo fiscal se reduz, o impacto de uma política monetária mais restritiva aumentará. Qualquer estímulo fiscal adicional também pode ser limitado, devido aos ALTOS NÍVEIS DE ENDIVIDAMENTO e ao papel do estímulo pós-pandemia no aumento da inflação.
2- DESACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO E DA INFLAÇÃO
A ECONOMIA GLOBAL, puxada pelos Estados Unidos, mostrou notável resiliência apesar de um dos ciclos de aperto mais rápidos da história moderna, levantando dúvidas sobre a eficácia da política monetária. A PIMCO acredita que o crescimento já passou do pico e com isso espera que a resiliência se transforme em fraqueza à medida que o crescimento desacelere no final deste ano e em 2024. Ventos contrários fiscais - especialmente nos EUA - logo serão sentidos.
Mais: acredita que a política monetária ainda funciona, como demonstrado pela clara redução no ritmo de expansão do crédito e pelo aperto significativo nas condições de crédito bancário. Quanto a INFLAÇÃO, a PIMCO acredita que a inflação também já passou do pico e que é provável que uma INFLAÇÃO SALARIAL PERSISTENTE mantenha a inflação núcleo elevada por mais tempo, a menos que haja algum enfraquecimento no mercado de trabalho. Assim, prevê uma INFLAÇÃO NÚCLEO na faixa de 2,5%-3% nos EUA e na Europa no final de 2024. Antecipamos que a desaceleração do crescimento e o aumento do desemprego levarão a uma maior desinflação, informa o relatório.
3- POUSO SUAVE COMO -ANOMALIA-
Vale destacar a raridade histórica de os bancos centrais conseguirem um pouso suave - ou evitar uma recessão - quando a inflação é alta no início de um ciclo.
Analisamos 140 ciclos de aperto nos mercados desenvolvidos desde a década de 1960 até hoje. Quando os bancos centrais elevaram as taxas oficiais em 400 pontos-base (pb) ou mais - como muitos fizeram neste ciclo, incluindo o FED, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra - quase todos esses casos resultaram em RECESSÃO.
Até agora, essas políticas conseguiram evitar uma recessão. Mas a história sugere que condições financeiras restritivas representam um alto risco de colapsos nos mercados financeiros, e há áreas vulneráveis nos mercados, como no crédito privado, no setor imobiliário comercial e em empréstimos bancários.
4- RISCO DE RECESSÃO MAIOR DO QUE O PRECIFICADO PELO MERCADO
Nossa hipótese básica implica em um crescimento abaixo do esperado e uma desaceleração da inflação. Os mercados, e particularmente os ativos de risco, parecem estar precificados para um cenário de "desinflação imaculada", no qual o crescimento se mantém sólido e a inflação básica se ajusta rapidamente aos objetivos dos bancos centrais.
Acreditamos que esses preços refletem complacência. Vemos que o crescimento das economias dos Mercados Desenvolvidos cairá em diferentes graus nos próximos trimestres, com as mais sensíveis às taxas de juro sofrendo mais. Europa e Reino Unido também parecem vulneráveis devido às suas ligações comerciais com a China e aos efeitos persistentes da crise energética sobre as trocas comerciais e o investimento.
O crescimento dos EUA também irá desacelerar, variando entre estagnação e leve recessão. Vemos que as taxas de desemprego aumentarão mais do que tanto o consenso quanto os bancos centrais preveem: cerca de um ponto percentual nos EUA e um pouco menos na Europa.
5- DIVERGÊNCIA NAS POLÍTICAS MONETÁRIAS
A extensão desta desaceleração prevista ainda é incerta e variará de acordo com as economias. A queda relativamente gradual da inflação significa que é improvável que os bancos centrais intervenham rapidamente para impulsionar o crescimento.
Em nossa opinião, os principais bancos centrais - incluindo a Reserva Federal, o BCE e o Banco da Inglaterra - estão no final ou muito perto do final de seus ciclos de aperto, mas provavelmente procederão com cautela ao cortar as taxas, dada sua missão de controlar a inflação. Vemos uma grande margem para divergência na política monetária.
Economias mais sensíveis às taxas, como Austrália, Nova Zelândia e Canadá, que em geral têm maior endividamento das famílias e uma maior proporção de hipotecas com taxa variável, podem ser mais afetadas. Aí há a possibilidade de uma normalização das taxas mais rápida do que os preços de mercado sugerem.
A BUSCA DA FELICIDADE
A FELICIDADE e/ou a SUA INCESSANTE BUSCA são estudadas há muitos anos pelas mais diversas áreas do conhecimento, desde a filosofia até a economia, com destaque para a psicologia. Ainda assim, uma coisa é mais do que certa: a FELICIDADE é algo INDIVIDUAL, e como tal cada INDIVÍDUO tem o DIREITO -PLENO E FUNDAMENTAL- DE BUSCAR AQUILO QUE, NO SEU EXCLUSIVO ENTENDER, POSSA FAZER COM QUE SE SINTA FELIZ.
TAREFA DO ESTADO
Nos países SOCIALISTAS e/ou COMUNISTAS, e mais recentemente no nosso empobrecido Brasil, os atuais governantes entendem que a FELICIDADE é uma tarefa que cabe exclusivamente ao Estado e como tal os eleitores não mais precisam se preocupar em BUSCÁ-LA, INDIVIDUALMENTE.
FELICIDADE TERCEIRIZADA
Na real, ao eleger governantes tiranos, o POVO TERCEIRIZA, ao eleito e aos ministros da CORTE SUPREMA a tarefa de PRODUZIR A FELICIDADE. Isto significa, de forma clara e inquestionável, que a BUSCA DA FELICIDADE DEIXA DE SER UMA TAREFA INDIVIDUAL E INCESSANTE e PASSA A SER -COLETIVA-. Mais: SOB O EXCLUSIVO ENTENDIMENTO DAS COMPLICADAS CABEÇAS DOS GOVERNANTES.
INFELICIDADE GERAL
Ora, levando em conta que os DIREITOS HUMANOS considerados -FUNDAMENTAIS- são representados pelo DIREITO À VIDA, À IGUALDADE, À PROPRIEDADE, AO DIREITO DE EXPRESSÃO E À BUSCA DA FELICIDADE, isto leva a crer que a FELICIDADE está intimamente ligada a TODOS OS DIREITOS. Assim, a partir do momento em que o ESTADO DECIDE O QUE É FELICIDADE PARA O POVO, esta vontade tem tudo para PRODUZIR INFELICIDADE GERAL.
CHUVAS E SECA
Diante das chuvas torrenciais que de forma impiedosa e incessante estão inundando e/ou destruindo inúmeras cidades do sul do país, assim como da seca monstruosa que já atingiu oito estados do Norte e do Nordeste, com efeitos danosos e incalculáveis, o que mais vem acontecendo nestas últimas semanas, neste nosso imenso Brasil, são DECRETAÇÕES DE ESTADO DE EMERGÊNCIA e/ou de CALAMIDADE PÚBLICA, assinados por prefeitos e governadores desesperados.
NADA SOLIDÁRIOS
Pois, além do enorme sofrimento causado pela natureza, os PAGADORES DE IMPOSTOS ainda se veem obrigados a satisfazer os desejos de maus e indecentes governadores, que ao invés de CORTAR DESPESAS, notadamente a maior delas - FOLHA DE PAGAMENTO DOS SERVIDORES-, conhecidos como integrantes da PRIMEIRA CLASSE DE BRASILEIROS -NADA SOLIDÁRIOS- resolveram AUMENTAR DEMONIACAMENTE AS ALÍQUOTAS DE ICMS sobre vários produtos.
16 ESTADOS + DISTRITO FEDERAL
Para quem não sabe, DEZESSEIS ESTADOS E O DISTRITO FEDERAL já elevaram a -TAXA PADRÃO- que cobram no ICMS para este ano e para 2024, conforme aponta um levantamento do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz).
LIBERDADE
Na minha simples e justa conclusão, diante de tamanha desfaçatez quem deveria decretar ESTADO DE EMERGÊNCIA ou mesmo de CALAMIDADE PÚBLICA são os PAGADORES DE IMPOSTOS. Assim ficariam livres desses CRIMINOSOS ABUSOS COMETIDOS POR GOVERNADORES E PREFEITOS IRRESPONSÁVEIS
ESPAÇO PENSAR+
No ESPAÇO PENSAR+ de hoje: O AMOR VENCEU O ÓDIO?, por Percival Puggina. Confira aqui: https://pontocritico.com/espaco-pensar
DEFESA DA LIBERDADE
A SOCIEDADE PENSAR+, uma ACADEMIA INFORMAL DE LIVRES PENSADORES da qual sou um dos fundadores, tem como PRINCÍPIO a defesa da LIBERDADE. Como tal, os PENSADORES -JUDEUS- que integram o PENSAR+ seguem o mesmo PROPÓSITO, qual seja de se manifestar com lealdade, integridade, seriedade, honestidade, transparência, cordialidade e urbanidade.
PENSADOR JUDEU
Nestes últimos dez dias, face aos TENEBROSOS ATOS DE TERRORISMO que dizimou inúmeras famílias que residem em Israel, abri espaços nos meus editoriais para que PENSADORES -JUDEUS-, através do RACIOCÍNIO LÓGICO, pudessem expor, cada um ao seu modo, com o máximo de clareza possível, seus entendimentos sobre as CAUSAS E EFEITOS da tragédia. Assim, o editorial de hoje fica por conta do esclarecedor texto produzido pelo PENSADOR -JUDEU- Roberto Rachewsky. Eis:
NÃO PRECISO...
Não preciso citar números, não preciso contar sobre a longa história de Israel, de como Abraão teve uma revelação ou como Moisés libertou seu povo no Egito, vagou pelo deserto do Sinai até voltar a Canaã. Não preciso contar sobre os feitos de Davi e Salomão, sobre a dominação dos assírios, dos babilônicos, dos persas, dos helênicos comandados por Alexandre, o Grande. Todos conhecem a história dos romanos que expulsaram os judeus de suas terras duas vezes, escorraçando-os dos reinos de Judá e de Israel, dispersando hebreus, israelitas, judeus, como você quiser chamá-los, por toda parte do mundo. Não preciso contar o que aconteceu na Europa durante a Inquisição, os pogroms, o Holocausto. Não preciso contar essa história, mas aí ela está, para quem quiser procurá-la e conhecê-la.
TRIBO
O povo judeu é uma tribo que vive espalhada pelo mundo e se move de lá para cá de acordo com a aceitação e rejeição com que são recebidos por onde passam, onde se estabelecem e de onde são expulsos, mesmo depois de centenas de anos de convivência pacífica, mutuamente profícua, com os povos que os recebem. Os pogroms no Leste Europeu e principalmente o Holocausto, fizeram os judeus entenderem que sua segurança estava ameaçada em nível existencial. A tolerância que os judeus tinham na Europa, que os permitia migrar de um país para o outro, de um gueto aqui para outro lá, deixou de existir. Os judeus deixaram de ser expulsos daqui para se instalarem ali, o que ocorreu de século em século, para se tornarem alvo de uma política genocida inédita, que simplesmente almejava exterminá-los da face da Terra. Os judeus seriam expulsos de uma vez por todas dos campos e cidades da Europa para o além, para sempre. Mas não foram.
CAMPO DE REFUGIADOS
Com seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas, por ódio ou cobiça, com o auxílio de países ou grupos antissemitas europeus, ressurge o espírito do sionismo. Ao longo do século XX, do seu início marcado pelos pogroms até o fim da Segunda Guerra Mundial, os judeus construíram o seu campo de refugiados com o dinheiro dos capitalistas judeus da Europa e Estados Unidos e com a força de trabalho dos socialistas que se organizaram no que veio a ser chamado de kibbutz. Ali, em meio ao Império Otomano, os judeus conviviam com outro povo rejeitado, os palestinos que não eram aceitos por seus irmãos árabes da Jordânia, do Líbano e do Egito. Dois povos que em 1947 foram premiados com a possibilidade de transformar seus campos de refugiados em estados livre e independentes.
PASSADO ANCESTRAL
O passado ancestral recebia sobre ele uma pedra fundamental sobre a qual cada povo poderia construir o futuro que quisesse, seus filhos poderiam florescer e a sociedade que dali surgiria poderia prosperar e enriquecer em todos os sentidos. Os judeus peregrinaram pelo mundo, desenvolveram-se, evoluíram, aprenderam a lidar com realidade, com a ciência, com a tecnologia, sem desvincularem-se da religião que serve de ponto de união entre seus indivíduos. Os judeus voltaram-se para sua terra para transformar seu campo de refugiados em uma das mais desenvolvidas sociedades da Terra, seja sob o aspecto social, político e econômico. Seus vizinhos palestinos não tiveram a mesma sorte. Seus líderes preferiram seguir cultivando a cobiça e o ódio, em vez de cultivarem a terra, o conhecimento e a produtividade.
ISRAEL E PALESTINA
A história de Israel e da Palestina corre em paralelo desde os tempos ancestrais. A diferença é que os judeus evoluíram e os palestinos se mantiveram estagnados com sua mentalidade primitiva, religiosa, baseada em rituais e superstições. Os judeus também têm seus rituais e superstições, mas sua religião tem um pé nos céus e um pé na Terra. O paraíso não está noutra vida. O paraíso é construído aqui com ideias, com trabalho, com princípios, com valores, com ideais que exaltam a vida, a razão, a liberdade. Jamais a morte.
ÚLTIMA FRONTEIRA
Israel é o último campo de refugiados que os judeus têm na Terra. Era para ser inexpugnável, a última fronteira, a última trincheira. É uma obrigação moral, um imperativo categórico, defender esta cidadela definitiva, cobrando o mais alto preço daqueles que um dia ousaram violá-la. O direito legítimo de autodefesa não é um princípio relativo, é um direito tão absoluto quanto o próprio direito à vida. Renunciar ao direito de legítima defesa, que consiste não apenas em defender de quem nos ataca, mas revidar até exterminar quem nos ameaça, é renunciar ao direito à vida. Quem exalta a vida, a liberdade, a paz e a justiça não pode poupar quem ousa destruí-las, custe o que custar.