RETROCESSO
No editorial de 17/01, com o título - RETROCESSO ACELERADO- apontei de forma absolutamente inquestionável, que o GRANDE COMPROMISSO do PT e seus diletos apoiadores sempre esteve voltado para o RETROCESSO. Mais: de forma comprovada disse que esta triste e objetiva trajetória já havia sido colocada em prática -COM ENORME SUCESSO- ao longo dos amargos 13 anos de DESGOVERNO PETISTA. E referi que a partir de janeiro de 2023, o RETROCESSO ganhou mais PESO e enorme POTÊNCIA.
DOIS PARA FRENTE, UM PARA TRÁS
Pois, no domingo, 21, de forma pormenorizada, analítica e completa, o Brazil Journal publicou um estudo produzido pelos economistas Marcos Lisboa e Marcos Mendes, com o título -DOIS PARA FRENTE, UM PARA TRÁS: OS RETROCESSOS E DISTORÇÕES QUE SABOTAM O BRASIL- . A dupla
expõe que nas últimas CINCO DÉCADAS a economia brasileira tem mostrado um COMPORTAMENTO CICLOTÍMICO, com sequências de ANOS BONS seguidos por CRISES SEVERAS. Eis:
PIB PER CAPITA
De acordo com o Banco Mundial, entre 1980 e 2019, nos períodos em que tivemos VARIAÇÃO POSITIVA DO -PIB PER CAPITA-, o nosso crescimento médio (2,8%) até superou o da economia líder do mundo, os EUA (2,2%). O problema é que levamos muito mais tombos: tivemos 14 ANOS DE VARIAÇÃO NEGATIVA DO PIB PER CAPITA, contra apenas 7 dos EUA. E nossas quedas foram mais intensas: em média, de 2,6%, contra apenas 1,9% nos EUA. Essa volatilidade – que prejudica o investimento, a expansão da infraestrutura e o aumento recorrente da produtividade – tem origem numa política econômica igualmente ciclotímica.
Em alguns momentos, surpreendentemente conseguimos aprovar reformas importantes, como a da Previdência e a Tributária, que há muito vinham sendo evitadas. Mas assim que o cenário econômico melhora, o Brasil aceita diversos retrocessos, concedendo benefícios a grupos organizados que fragilizam as contas públicas e pioram nossa eficiência produtiva.
Neste artigo mostramos o risco de que esses retrocessos mantenham o nosso histórico de política econômica ciclotímica, causadora de volatilidade: alguns anos de crescimento razoável seguidos de crises – o clássico “VOO DE GALINHA” – resultando num desempenho medíocre no médio e longo prazos.
REFORMAS
Com o crescimento da arrecadação, a despesa permanente com salários, aposentadorias e benefícios aumenta, como ocorreu em muitos municípios desde a pandemia. Mas quando os tempos ficam mais difíceis, essa despesa não pode ser reduzida, e a conta cai no colo da União. Neste texto vamos nos concentrar nos RETROCESSOS REGULATÓRIOS RECENTES bem como nas DISTORÇÕES NO AMBIENTE DE NEGÓCIOS que prejudicam a produtividade e o crescimento sustentável. Fizemos muitas REFORMAS, em especial a partir de 2015:
- A Reforma da legislação trabalhista tem parte do mérito pela queda do desemprego sem a correspondente pressão inflacionária.
- A Reforma da Previdência ajudou a tornar menos agudo o problema fiscal.
- A Autonomia do Banco Central colaborou com o bem-sucedido processo recente de desinflação.
- Muitas outras ajudarão no crescimento dos próximos anos, desde a Agenda BC# até os marcos regulatórios de infraestrutura.
- O atual governo contribuiu de modo relevante. A aprovação da Reforma Tributária, discutida há mais de vinte anos, promete simplificação, redução de custos e incentivo à racionalização da produção. Um feito de primeira grandeza.
- Além disso, deu-se continuidade a esforços do governo anterior, como na regulamentação de APOSTAS ESPORTIVAS, no MARCO REGILATÓRIA DO SETOR DE FERROVIAS e de GARANTIAS DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO.
AMBIENTE DE NEGÓCIOS
Mas o fato de termos feito muitas reformas não quer dizer que temos uma agenda claramente modernizadora. Pelo contrário. É espantosa a facilidade com que adotamos políticas que DETERIORAM O AMBIENTE DE NEGÓCIOS, DIMINUEM A CONCERRÊNCIA, CRIAM CARTÓRIOS E FRAGILIZAM AS CONTAS PÚBLICAS.
O cenário internacional foi melhor em 2023 do que se esperava há um ano, com queda da inflação impondo, até agora, baixo custo sobre a produção e o emprego. Internamente, porém, nos encontramos na perigosa fase do ciclo em que as reformas recentes nos ajudam a tirar o nariz do ambiente de crise, e se abrem OPORTUNIDADES PARA RETROCESSOS.
Vamos listar diversas questões regulatórias: o Poder Executivo acredita que o crescimento pode ser impulsionado por meio da distribuição de proteção e subsídios a setores organizados. O Congresso, por sua vez, é bastante sensível ao lobby desses setores. Isso deixa a porta aberta para a rápida aprovação de múltiplas políticas de proteção comercial e subsídios, além de decisões que desrespeitam a segurança jurídica. Fernando Veloso sistematiza a evidência empírica das consequências negativas desse tipo de política sobre a produtividade e o crescimento.
Leia mais em https://braziljournal.com/dois-para-frente-um-para-tras-os-retrocessos-e-distorcoes-que-sabotam-o-brasil/
DISCURSO-AULA
Dando voz aos pensadores que se destacam por textos esclarecedores, compartilho o artigo escrito por Roberto Rachewsky -BRAVO, MILEI!-, no qual compara o belo DISCURSO-AULA do presidente da Argentina, com as conhecidas e festejadas falas da saudosa ex-primeira-ministra da Grã-Bretanha, Margareth Tatcher. Eis:
LIBERAIS CLÁSSICOS
Em Davos, na Suíça, palavras como as de Javier Milei, presidente da Argentina, raramente ecoam nas paredes encardidas pelos discursos hipócritas dos que que falam no Fórum Social Mundial, em favor da agenda identitária, ambientalista e assistencialista. Para se fazer entender melhor pelos “socialistas de iPhone” habitués, Milei se valeu da LINHA DE PENSAMENTO de liberais clássicos como Adam Smith, John Stuart Mill, Milton Friedman, Friedrich Hayek e Deirdre McClosky, que defendem o capitalismo alicerçados numa visão utilitarista da ideologia, que a impregna com elementos sutis de coletivismo estatista, ao condicionarem a liberdade dos criadores de valor ao bem-estar da sociedade.
CAPITALISMO MORAL
É a satisfação dos outros que tornaria o CAPITALISMO MORAL, dizem, e não a mera satisfação daquele que produz. Adam Smith dizia: ”Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelos próprios interesses.”. Adam Smith precisou criar uma falsa dicotomia: a virtude de prover um bem para os outros, versus o pecado de criá-lo para proveito próprio.
Ora, a moralidade do capitalismo não reside no fato de que terceiros se beneficiam da criação de valor feita por outro, mas sim no fato de que o ser humano, por sua natureza e necessidade existencial, precisa ser ao mesmo tempo egoísta e racional. Daí a importância do respeito e proteção aos direitos individuais inalienáveis para que o ser humano crie os valores necessários para a realização de seus propósitos e a consequente conquista da sua felicidade, sem recorrer à violência.
VIVA LA LIBERTAD
Deirdre McCloskey escreveu o livro: “Deixe-me em paz e eu te deixo rico”, título que sintetiza o argumento utilitarista na defesa do capitalismo. Eu prefiro o argumento moralista que diz: deixe-me em paz, porque a vida é minha. O capitalismo é o único sistema social compatível com o fato de que cada indivíduo é dono da sua vida e arquiteto único do seu destino. Capitalismo não é um sistema criado para servir os outros. Esse sistema, se chama socialismo.
Ninguém pode, moralmente, usufruir do valor criado por terceiros sem que, ele próprio, seja capaz de criar o valor que permitirá que se engaje no processo de cooperação e trocas livres e voluntárias para mútuo benefício, característica do livre-mercado que Milei defende com inigualável paixão quando grita: “Viva La Libertad”
ESPAÇO PENSAR +
No ESPAÇO PENSAR+ de hoje: A POLARIZAÇÃO SADIA É A CHANCE DA DEMOCRACIA!, por Percival Puggina. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar
PERGUNTA
Depois de tantas e preocupantes decisões -DITATORIAIS- tomadas a todo momento pelos ministros do STF, a pergunta mais ouvida em todos os cantos do nosso imenso e prisioneiro Brasil é a seguinte: -ATÉ QUANDO O POVO BRASILEIRO ESTÁ DISPOSTO A ACEITAR TAMANHA E FLAGRANTE TIRANIA?
LIMITE ESTOURADO
Pois, aqui entre nós, o -LIMITE DE ACEITAÇÃO DA TIRANIA- já foi rompido faz tempo. Uma pequena parcela da nossa sociedade, francamente decidida em LUTAR PELA LIBERDADE E PELA LEGALIDADE, mostrou ser VALENTE. Enquanto isso, a grande maioria, bastante AMEDRONTADA, revelou apenas um alto GRAU DE INDIGNAÇÃO, que, gostem ou não, expõe um claro e lamentável sentimento de COVARDIA.
ACEITAÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS
Observem que em se tratando de produtos e serviços, a ACEITAÇÃO é resultante do GRAU DE TOLERÂNCIA dos CONSUMIDORES quanto à qualidade, especificações e características informadas nos manuais e/ou contratos (algo como leis) elaborados pelos fabricantes e/ou prestadores de serviços, os quais se comprometem em dar a devida garantia contra eventuais defeitos. e/ou mau funcionamento.
DE DUAS, UMA
Ora, como é mais do que evidente que o GOVERNO, notadamente a SUPREMA CORTE, vem IMPONDO INÚMERAS E DECLARADAS INJUSTIÇAS, sem dar a mínima para o que dizem e garantem os MANUAIS (Constituição), o CONSUMIDOR não pode arcar com o PREJUÍZO. Considerando que o próprio STF usa a vestimenta do PROCON, aí cabe aos CONSUMIDORES resolver a encrenca do jeito que se faz necessário. Ou seja, de DUAS, UMA: 1- ACEITA O PREJUÍZO, COM INDIGNAÇÃO; ou, 2- VAI, COM VALENTIA E DETERMINAÇÃO, PRA CIMA DOS BANDIDOS!
ESPAÇO PENSAR +
No ESPAÇO PENSAR+ de hoje: O QUE EXPLICA A OPERAÇÃO DE MORAES CONTRA JORDY, LÍDER DA OPOSIÇÃO?, por Deltan Dallagnol. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar
INVEJA
Confesso que, ontem, 17, ao ouvir, atentamente, o discurso -LIBERAL- proferido pelo presidente da Argentina, Javier Milei, no importante Fórum de Davos, na Suíça, fui tomado por uma onda de INVEJA que, a cada palavra pronunciada, brotava na minha mente de forma incontrolável, ainda que muito prazerosa. Na real, fui acometido por um sentimento -do bem- do tipo em que, de forma simples e consciente, me vi desejando -sem parar- a CONQUISTA ELEITORAL obtida pelos nossos sofridos vizinhos argentinos.
ALMA LAVADA
Embora Javier Milei já tenha dito, várias vezes, muito daquilo que expôs no seu discurso de ontem, em Davos, desta vez, assim como milhões de brasileiros que assistiram e compartilharam o vídeo onde o presidente argentino expressa, convicto e com absoluta nitidez o farto conhecimento das mais evidentes VANTAGENS PROPORCIONADAS PELO LIBERALISMO, fiquei com a ALMA BEM LAVADA.
FRASE COMPLETA
Pois, sem tirar nem pôr qualquer uma das palavras e/ou pensamentos expressados por Milei, a frase que mais impactou pela VERDADE ABSOLUTA que contém, foi quando fez a seguinte e completa afirmação: O SOCIALISMO É UM FENÔMENO QUE CRIA POBREZA, -O CAPITALISMO DE LIVRE INCIATIVA É A ÚNICA FERRAMENTA QUE TEMOS PARA ACABAR COM A FOME E A POBREZA.
LAVAR O CÉREBROS
O que mais desejo, do fundo do coração e da -ALMA LAVADA- é que o povo argentino não deixe escapar esta fantástica oportunidade de transformação que surgiu com a vitória eleitoral de Javier Milei. A caminhada, certamente, não será fácil, principalmente, por conta do IMENSO LEGADO DE DESTRUIÇÃO deixado pelos governantes populistas que ao invés de -LAVAR A ALMA- trataram de LAVAR OS CÉREBROS de boa parte do povo argentino.
ESPAÇO PENSAR +
No ESPAÇO PENSAR+ de hoje: ESTUPIDEZ HUMANA, por Alex Pipkin. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar
COMPROMISSO PETISTA
Mais do que sabido, esperado e comprovado, o GRANDE COMPROMISSO do PT e seus diletos apoiadores sempre esteve voltado diretamente para o RETROCESSO. Se esta triste proposição objetiva já havia sido colocada em prática -COM ENORME SUCESSO- ao longo dos amargos 13 anos de DESGOVERNO PETISTA, nesta nova investida de Lula, iniciada em janeiro de 2023, o RETROCESSO excedeu e ganhou não apenas mais PESO como muita POTÊNCIA.
IMPOSTOS, PETROBRAS E MP DA REONERAÇÃO
Como se não bastasse os enlouquecidos e ilimitados AUMENTOS DE IMPOSTOS, uns já aprovados e outros tantos em curso, Lula quer porque quer, por exemplo, 1- que a PETROBRAS volte a assumir todos os ativos que se desfez durante o governo anterior; e, 2- que volte a reinar a REONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTOS, como consta na MP editada no último minuto de 2023, decisão esta que bate totalmente de frente com a vontade do Congresso Nacional.
HAT TRICK
Se levarmos em conta apenas estas TRÊS DECISÕES, já estamos diante de um HAT TRICK, que na linguagem futebolística significa que LULA MARCOU TRÊS GOLS numa só partida no disputadíssimo CAMPEONATO DO RETROCESSO.
REI DO RETROCESSO
Pois, neste ambiente onde o RETROCESSO FALA MAIS ALTO, há que se levar em conta que Lula simplesmente não dá a mínima para o Congresso Nacional. De novo: mais do que sabido Lula tem ao seu lado uma folgadíssima maioria no STF, instituição formada por MINISTROS -POR ELE INDICADOS A DEDO- que além de SABER DO PODER QUE POSSUEM, também USAM E ABUSAM, sem atender o que manda a LEI, de ACORDO COM OS INTERESSES E VONTADES DO -REI DO RETROCESSO.
ESPAÇO PENSAR +
No ESPAÇO PENSAR+ de hoje: O GRANDE IRMÃO, por Fernanda Estivallet Ritter. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar
AVANÇO TECNOLÓGICO
De uns meses para cá, tento de todas as maneiras me manter razoavelmente -UP TO DATE- quanto aos evidentes e irreversíveis avanços da INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, que já antecipa, claramente, que o mundo todo está diante de uma fantástica revolução e/ou inovação disruptiva. Pois, dentro desta mesma linha, me deparei, hoje, com um excelente texto -Impactos econômicos da Inteligência Artificial-, produzido pelo pensador e economista Ronald Hilbrecht, sobre este palpitante tema. Eis:
PREVISÕES SOBRE O FUTURO
- Economistas não têm um histórico muito positivo no que diz respeito a previsões sobre o futuro. Por outro lado, tecnólogos inovadores não cansam de gerar ondas de otimismo e pessimismo sobre a próxima grande inovação disruptiva. Assim, justifica-se certo ceticismo sobre previsões de como inteligência artificial irá impactar as sociedades e suas economias. Devido aos recentes e rápidos avanços desta tecnologia, vale a pena tentar entender como ela irá mudar a nossa sociedade e tentar evitar ou mitigar desdobramentos indesejáveis.
FORMA GRADUAL
Inteligência artificial (IA) é uma área da ciência da computação que constrói sistemas que imitam o comportamento humano e que conseguem demonstrar inteligência de máquinas. IA tem entrado em nossas vidas de forma gradual, estando presente hoje em inúmeros aparelhos, desde nossos celulares até carros autônomos, passando por vários instrumentos de marketing que empresas usam para atrair, surpreender e cativar clientes. Neste sentido, o crescente uso de IA tem sido incremental, de forma que este progresso passa quase que totalmente despercebido.
ALPHAGo
Alguns grandes avanços de IA chamaram muita atenção do público, mas seu interesse neles foi desaparecendo gradualmente. Exemplos são as IA para jogos de tabuleiro, como os programas AlphaGo, de 2016, que derrotou o campeão mundial de Go, e o AlphaZero, de 2017, que aprendeu a jogar xadrez sozinho e em poucas horas se transformou no mais forte programa de xadrez, batendo concorrentes baseados em técnicas tradicionais de programação, como Stockfish. Para se ter uma ideia das diferenças operacionais destes softwares, a técnicas tradicionais de programação para o xadrez envolvem tipicamente o uso de um banco de dados de partidas, capacidade computacional de cálculo e uso de soluções conhecidas para o final de partida – as famosas tabelas Nalimov. Já o AlphaZero, usa recursos computacionais de IA como aprendizado por reforço, pesquisa de Monte Carlo e redes neurais, isto é, ele aprende jogando, coisa que não ocorre com o uso das técnicas tradicionais de programação. O avanço com o AlphaZero foi a sua capacidade de alcançar desempenho sobre-humano sem depender de conjuntos extensos (bancos de dados) de jogos humanos ou conhecimento específico do domínio. Curioso é que, de maneira geral, inovação é imprevisível e se dissemina rapidamente quando encontra oportunidades: agora em 2023, o Stockfish incorporou plenamente as técnicas de redes neurais e já é considerado mais forte do que o AlphaZero.
GERAÇÃO GENERATIVA
A nova geração de IA é a IA generativa. Aplicativos generativos de IA, como ChatGPT, capturaram a imaginação de pessoas ao redor do mundo de uma forma que o AlphaZero não conseguiu, graças à sua ampla utilidade e capacidade sobrenatural para conversar com um usuário, de forma que quase qualquer pessoa pode usá-los para se comunicar e criar. As mais recentes aplicações de IA generativa podem realizar uma série de tarefas rotineiras, como a reorganização e classificação de dados. Mas é a sua capacidade de escrever textos, compor música e criar arte digital que chamou a atenção e convenceu os consumidores e as famílias a experimentarem por conta própria. Adicionalmente, as inovações em IA e seus usos estão caminhando muito rapidamente. Para se ter uma ideia, quando o ChatGPT foi lançado ao público, em novembro de 2022, ele precisou de apenas cindo dias para ter mais de um milhão de usuários. A título de comparação, o Instagram precisou de um mês para ter um milhão de usuários e o Spotify cinco meses. Em apenas dois meses, ChatGPT já tinha 100 milhões de usuários ativos. Ocorre que o ChatGPT é apenas a parte mais visível das inovações de IA que estão se disseminando e impregnando o mundo.
Nas palavras de Kai-Fu Lee, renomado expert em IA, “IA pode ser a tecnologia mais transformativa na história da humanidade e podemos não estar vendo muito desta mudança chegando. Isto porque tendemos a superestimar o que as tecnologias são capazes de fazer nos próximos cinco anos e subestimar o que elas irão fazer em vinte anos”. Se a IA irá mudar bastante o mundo no futuro próximo, precisamos estar preparados para que estas mudanças sejam preponderantemente positivas. Isto requer que individualmente nos adaptemos para usar esta tecnologia da melhor forma possível e, como sociedade, encontrar os meios para que estas inovações melhorem a vida de todos.
FUTURO PREDETERMINADO
A questão é que a IA não tem um futuro predeterminado e pode desenvolver-se em direções muito diferentes. O futuro que surgir será uma consequência de muitas coisas, incluindo decisões tecnológicas e políticas feitas hoje. Especialistas discutem alguns cenários básicos que poderão ocorrer e que demandam ações políticas distintas, em particular na ocorrência da criação de inteligência artificial geral (IAG). IAG é uma IA que possui a capacidade de compreender, aprender e realizar qualquer tarefa intelectual que um ser humano possa realizar. Conjectura-se que a IAG pode ser criada dentro de um período de 5 a 20 anos.
O primeiro cenário que elaboradores de política econômica precisam considerar é o tradicional, o de business as usual: as inovações na IA aumentam a produtividade e automatizam uma série de tarefas de trabalho cognitivo, mas também criam novas oportunidades para os trabalhadores afetados se deslocarem para novos empregos que são, em média, mais produtivos do que aqueles de onde foram deslocados. Neste cenário, seres humanos são deslocados para tarefas mais complexas e menos repetitivas indefinidamente, aumentando sua produtividade e renda (salários).
O segundo cenário é o da ocorrência de IAG em um prazo de, digamos, vinte anos. Neste cenário, a IA avança gradualmente para o ponto de AGI, resultando em sua capacidade de realizar todas as tarefas humanas de trabalho até o final do período, desvalorizando o trabalho e substituído humanos completamente. Esta situação corresponde à ideia de que nosso cérebro tem capacidades cognitivas limitadas que seriam superadas pela IAG. Neste período, enquanto a IA não se transformar em IAG, presenciaríamos um aumento de produtividade do trabalho e de salários. Esta situação se reverteria com a substituição completa de trabalhadores pela IAG e colapso dos salários quando isto ocorrer.
O terceiro cenário é o da ocorrência rápida de IAG. Este cenário replica o anterior, mas com um cronograma mais rápido, de modo que IAG e todas as consequências associadas seriam alcançadas dentro de, digamos cinco anos.
Estes três cenários têm potencial para gerar resultados econômicos significativamente diferentes em uma ampla gama de indicadores, incluindo indicadores de crescimento econômico, salários e retornos do capital, sustentabilidade fiscal, desigualdade e estabilidade política. Além disso, podem tornar necessárias reformas nas nossas redes de segurança social e sistemas de tributação, além de afetar a condução da política monetária, a regulamentação do sistema financeiro e as estratégias de desenvolvimento econômico.
Considerando estes cenários, se os elaboradores de política entenderem que a IA pode se desenvolver de formas diferentes, flexibilidade de política é desejável e depende das respostas encontradas às seguintes perguntas. Como podem as políticas encorajar tipos de IA que complementam o trabalho humano em vez de imitá-lo e substituí-lo? Que escolhas irão encorajar o desenvolvimento da IA que empresas de todos os tamanhos possam acessar, em vez de apenas as maiores? Que tipo ecossistema de código aberto (open source) é desejável e como os elaboradores de políticas poderiam apoiá-lo? Como os laboratórios de IA devem abordar o modelo desenvolvimento e como as empresas devem abordar a implementação da IA?
Em suma, por causa da natureza inovadora da IA, de sua adoção recente e rápida evolução, temos várias perguntas e poucas respostas ainda. Para que esta “tecnologia mais transformativa na história da humanidade” seja uma fonte de prosperidade e inclusão social é necessário que consigamos encontrar respostas apropriadas às questões acima e que estejamos preparados para reagir e se adaptar às mudanças que estão por vir, da melhor forma possível.