ENTREVISTA COM O LIBERAL JOSÉ STELLE
O liberal paranaense, José Stelle, cofundador do Instituto Liberal do Rio de Janeiro, que está promovendo o lançamento de sua obra -O ESTADO DE DIREITO - Constitucionalismo, Democracia e o Futuro da Nação, concedeu, recentemente, uma esclarecedora entrevista à revista mineira de jornalismo e arte - Hoc Signo -, na qual fala sobre DEMOCRACIA. Eis aí alguns trechos:
DEMOCRACIA NÃO EXISTE
HOC SIGNO – No Brasil temos três décadas de convivência com a Constituição de 1988, que organiza nossa democracia representativa. Há uma alta carga tributária, há excessiva participação ou interferência do Estado no PIB, mas também chegamos a alarmantes níveis de corrupção sistêmica, jamais vistos. É possível relacionar o sistema democrático representativo da Constituição Federal de 1988 com a instalação da corrupção generalizada a que tristemente assistimos?
STELLE – Pergunta complexa, que revela o matagal filosófico em que vivemos. Vamos definir um pouco as coisas.
PRIMEIRO, é importante frisar que a DEMOCRACIA NÃO EXISTE. O que existe é o MÉTODO DEMOCRÁTICO (facções de diferentes matizes, eufemisticamente chamadas de partidos; candidatos; demagogia; mentiras; eleições; fraude eleitoral. Mais: FALA-SE EM DEMOCRACIA, TODOS DEFENDEM A DEMOCRACIA, TODOS MANIPULAM A PALAVRA, MAS NINGUÉM A DEFINE, porque defini-la é inconveniente para todos os interessados em continuar com as coisas como estão. Se DEMOCRACIA É O -GOVERNO DO POVO, PELO POVO E PARA O POVO-, então como explicar que, em 2012, no país mais democrático do mundo, os EUA. Barack Obama foi reeleito com apenas 22.5% DOS VOTOS – não do povo, mas dos 42% APTOS A VOTAR QUE COMPARECERAM ÀS URNAS. Anos antes, George W. Bush foi eleito com uma porcentagem ligeiramente maior. Isso é o governo do povo?
MONSTRO DE FRANKESTEIN
SEGUNDO: quando falamos em democracia, nos referimos ingenuamente ao constitucionalismo liberal, que, na forma existente, tenta inutilmente conter os impulsos da democracia. Ou seja, constitucionalismo e democracia são conceitos opostos. É erro dizer que vivemos numa democracia. Vivemos numa versão do constitucionalismo liberal corrompida por conceitos e truques democráticos, que, como sempre, descambam para o abuso, o desrespeito e, como já sabiam os antigos, a guerra civil ou a revolução. Já era assim em Atenas; já era assim em Roma, onde a insatisfação com a democracia levou ao regime imperial, que levou ao assistencialismo e, mais tarde, ao socialismo militar do terceiro século e, no século V, ao fim do império.
Mais: a nossa Constituição de 1988 é um MONSTRO DE FRANKESTEIN: pedaços de corpos diferentes costurados pela ideia improvável de que, votando, o cidadão controla o governo e assegura o destino e a felicidade da nação. Não é isso o que tem ocorrido. Note-se que os candidatos fazem campanha, palavra relacionada à GUERRA CAMPAL. DEMOCRACIA significa GUERRA CIVIL EM FOGO BRANDO, cerceada temporariamente pelas algemas constitucionais, que os democratas, todos de espírito socialista, tentam corroer. A conexão entre a democracia – essa coisa que está aí – e o socialismo foi percebida por Platão. Disse ele: O homem democrático pode ser reconhecido pelo seu hábito de pôr a mão em coisas que não lhe pertencem. O homem democrático busca o poder a qualquer custo. Ele não respeita regras. Ele é um mentiroso, um enganador do povo – do próprio eleitor que vota para ele. Ele ataca a propriedade dos outros, seja por confisco de imóveis, seja pelo roubo mediante impostos abusivos e outras medidas fundadas em autoridade indevida.
OS PARTIDOS NÃO REPRESENTAM O POVO
TERCEIRO: os partidos não representam o povo ou o bem comum; não visam a justiça e o estado de direito. De um modo geral, eles representam o estado de -DIREITOS – a minoria do Grande Capital (grandes empresas, oligarcas, plutocratas, associações comerciais e profissionais), o Grande Trabalho (os sindicatos que dizem representar a classe trabalhadora) e as coligações intensivas dos grupos de pressão, que, com o apoio de seus agentes na mídia, podem até ultrapassar a influência dos interesses “fisiológicos” e ideológicos existentes. A soma de todos esses interesses ilícitos não constitui a justiça, o bem do povo, ou a felicidade geral da nação. Portanto, a meu ver, a Constituição de 1988 não organizou a “nossa democracia”. Ela não tem uma linha mestra; não tem coerência. É uma espécie de rodízio pseudopolítico, com petiscos para cada interesse ideológico e fisiológico que influiu na sua redação.
CHINA
A China chama-se de República Popular da China. Supostamente, é uma democracia; por definição, o povo está no governo, pois, segundo o “centralismo democrático” de Lenin (igual ao conceito do Führer, ou Líder, do Nacional Socialismo alemão), o Partido Comunista representa a opinião e a vontade do povo chinês. É uma mentira, um absurdo típico da tática hoje empregada com engenho e arte pelos socialistas, mas não difere da ideia do Pontifex Maximus, o Construtor Máximo da Ponte que, mediante encenações, fumaça e sacrifícios de animais, ligaria o cidadão romano aos deuses. Assim, nas pequenas cidades e povoados da China, o povo é chamado a votar para diferentes candidatos. A maioria deles são gente do Partido Comunista disfarçados de reformadores ou de liberais. Porém, alguns candidatos – tadinhos – são honestos e querem mudar as coisas. Ingênuos que são, eles acreditam em democracia e em eleições como solução para seus problemas. Se apresentam perante a pequena plateia e, sem veemência ou acusações, de voz trêmula, explicam seus programas. Mas esses candidatos avulsos se veem obrigados a dizer que, se perderem a eleição, tudo bem, pois os candidatos do Partido também merecem ser eleitos. Os oficiais do Partido, policiais, e outras autoridades ficam ali com caras feias, enérgicas, “incentivando” as pessoas a votarem nos candidatos “certos”, e estes sempre vencem. Mas tais “incentivos” nem são necessários; a cédula de papel com o nome dos candidatos que o eleitor deve marcar contém sua impressão digital, de modo que, se o candidato do Partido perder, os órgãos de segurança podem depois usar a impressão digital para rastrear quem marcou o nome do candidato “errado”.
DEMOCRACIAS OCIDENTAIS
Mas não critiquemos os comunistas chineses por fazerem isso. De certo modo, algo semelhante ocorre nas chamadas democracias ocidentais — com a diferença de que não um interesse partidário único manipula a “democracia”, mas qualquer interesse fisiológico, religioso, ou ideológico pode servir-se do método democrático – corrompido, como na China, ou mais honesto, como nas democracias ocidentais — para conseguir seus objetivos. Hitler foi eleito democraticamente, sem as ameaças sofridas pelo povo humilde da China; ao contrário, oferecia um “ideal”, um “futuro” que comovia milhões de pessoas. Salvador Allende, o admirador da Coréia do Norte, também. Basta 51 % dos votos, com ou sem fraude eleitoral, ou uma coalizão de interesses, e se chega ao poder. Poder arbitrário, devido àquela razão mencionada por Aristóteles: a incapacidade técnica da democracia de estabelecer leis verdadeiras, duradouras, e, portanto, o estado de direito e a justiça. Porém, a essa incapacidade podemos agregar uma grande capacidade: o poder do método democrático, mediante o hábito de desrespeito que ele natural e necessariamente produz, de permitir ao candidato e seu partido fugirem da responsabilidade, atribuindo ao adversário todos os males do país, a fim de garantirem a vitória e permanecerem no poder. Quanto ao debate em assembleia, tão caro aos defensores da democracia, ele não leva a nada fora de um contexto constitucional não partidário. Na democracia, tudo gira, inicialmente, em questão de imposturas, votos e, logo depois – como ocorreu, por exemplo, na França em 1793 — em regime de terror, disfarçado ou não, e hoje está ocorrendo na Venezuela. E ocorrerá no Brasil se o democratismo continuar, pois a natureza instrumental do método democrático gera conflito generalizado e insegurança, predispondo a população confusa às falsas promessas do socialismo ou de qualquer regime antiliberal. Os socialistas sabem muito bem disso, razão por que defendem e promovem a democracia e estimulam os pensamentos, hábitos e comportamentos desagregadores historicamente associados à democracia. No caso francês, culpamos Robespierre pelo regime de Terror, mas a culpa foi da democracia, em que os pensadores franceses dos séculos 17 e 18 haviam depositado toda a sua fé.
O ESCLARECEDOR TEXTO DE LUDWIG VON MISES
O texto aí abaixo, extraído da obra de Ludwig Von Mises - Liberty & Property.-, serve como uma luva para esclarecer o quanto o CAPITALISMO foi importante para libertar as massas trabalhadoras. Leiam, entendam e comprovem através dos acontecimentos históricos descritos pelo autor.
SISTEMA PRÉ-CAPITALISTA
O sistema pré-capitalista de produção era restritivo. Sua base histórica era a conquista militar. Os reis vitoriosos cediam a terra conquistada aos seus paladinos. Esses aristocratas eram lordes no sentido literal da palavra, uma vez que eles não dependiam de satisfazer consumidores; seu êxito não dependia de consumidores consumindo ou se abstendo de consumir seus produtos no mercado.
CRESCIMENTO DOS DESAMPARADOS
Por outro lado, eles próprios eram os PRINCIPAIS CLIENTES das indústrias de processamento, as quais, sob o sistema de guildas, eram organizadas em um esquema corporativista (as corporações de ofício). Tal esquema se opunha fervorosamente a qualquer tipo de inovação. Ele proibia qualquer variação e divergência dos métodos tradicionais de produção. Era extremamente limitado o número de pessoas para quem havia empregos até mesmo na agricultura ou nas artes e trabalhos manuais. Sob essas condições, vários homens, para utilizar as palavras de Malthus, descobriram que "não há vagas para eles no lauto banquete da natureza", e que ela, a natureza, "o ordena a dar o fora". Porém, alguns destes proscritos ainda assim conseguiram sobreviver e ter filhos. Com isso, fizeram com que o número de desamparados crescesse desesperadoramente.
SURGIMENTO DO CAPITALISMO
Mas então surgiu o CAPITALISMO. É costume ver as inovações radicais que o capitalismo produziu ao substituir os mais primitivos e menos eficientes métodos dos artesãos pelas fábricas mecanizadas. No entanto, esta é uma visão bastante superficial. A feição característica do capitalismo que o distinguiu dos métodos pré-capitalistas de produção era o seu novo princípio de distribuição e comercialização de mercadorias.
SATISFAZER AS NECESSIDADES DAS MASSAS
O capitalismo não é simplesmente produção em massa, mas sim PRODUÇÃO EM MASSA PARA SATISFAZAER AS NECESSIDADES DAS MASSAS. As artes e os trabalhos manuais dos velhos tempos eram voltados quase que exclusivamente para os desejos dos abastados. E então surgiram as fábricas e começou-se a produzir bens baratos para a multidão. Todas as fábricas primitivas foram concebidas para servir às massas, a mesma camada social que trabalhava nas fábricas. Elas serviam às massas tanto de forma direta quanto indireta: de forma direta quando lhes supriam produtos diretamente, e de forma indireta quando exportavam seus produtos, o que possibilitava que bens e matérias-primas estrangeiros pudessem ser importados. Este princípio de distribuição e comercialização de mercadorias foi a característica inconfundível do capitalismo primitivo, assim como é do capitalismo moderno.
OS EMPREGADOS SÃO CONSUMIDORES
Os empregados são eles próprios os consumidores da maior parte de todos os bens produzidos em uma economia. Eles são os consumidores soberanos que "sempre têm razão". Sua decisão de consumir ou de se abster de consumir determina o que deve ser produzido, em qual quantidade, e com que qualidade. Ao consumirem aquilo que mais lhe convém, eles determinam quais empresas obtêm lucros e quais sofrem prejuízos. Aquelas que lucram expandem suas atividades e aquelas que sofrem prejuízos contraem suas atividades. Desta forma, as massas, na condição de consumidores no mercado, estão continuamente retirando o controle dos fatores de produção das mãos dos empreendedores menos capazes e transferindo-o para as mãos daqueles empreendedores que são mais bem sucedidos em satisfazer seus desejos.
Sob o capitalismo, a propriedade privada dos fatores de produção por si só representa uma função social. Os empreendedores, os capitalistas e os proprietários de terras são os mandatários, por assim dizer, dos consumidores, e seus mandatos são plenamente revogáveis. Em um mercado livre e desimpedido, no qual não há regulamentações, subsídios ou protecionismos estatais, para um indivíduo ser rico, não basta ele ter poupado e acumulado capital. É necessário que ele invista, contínua e repetidamente, naquelas linhas de produção que melhor atendam aos desejos dos consumidores. O processo de mercado torna-se um plebiscito que é repetido diariamente, e que inevitavelmente expulsa da categoria dos eficazes e rentáveis aquelas pessoas que não empregam sua propriedade de acordo com as ordens dadas pelo público. Consequentemente, em um mercado livre de protecionismos e privilégios concedidos pelo governo, as grandes empresas — sempre o alvo do ódio fanático de todos os governantes e de pretensos intelectuais — adquirem e mantêm seu tamanho unicamente pelo fato de elas atenderem aos desejos das massas. As indústrias voltadas para satisfazer os luxos de poucos jamais adquirem um tamanho significativo.
A principal falha dos historiadores e políticos do século XIX foi terem se mostrado incapazes de perceber que os trabalhadores eram os principais consumidores dos produtos das indústrias. Na visão deles, o assalariado era um homem trabalhando árdua e exaustivamente para beneficiar unicamente uma classe ociosa e parasítica. Tais pessoas estavam sob a ilusão de que as fábricas haviam prejudicado todos os trabalhadores manuais. Tivessem eles prestado um pouco mais de atenção nas estatísticas, teriam facilmente descoberto a falácia desta sua opinião. A mortalidade infantil foi reduzida, a expectativa média de vida aumentou, a população se multiplicou e o cidadão comum passou a usufruir confortos que os mais abastados das épocas mais antigas sequer sonhavam existir.
No entanto, este enriquecimento sem precedentes das massas foi meramente um subproduto da Revolução Industrial. Sua principal façanha foi retirar a supremacia econômica das mãos dos proprietários de terra e transferi-la para a totalidade da população. O cidadão comum não mais era um servo que tinha de se satisfazer com as migalhas que caíam das mesas dos ricos. As três castas párias que caracterizaram as épocas pré-capitalistas — os escravos, os servos, e aquelas pessoas a quem os autores patrísticos e escolásticos, bem como a legislação britânica dos séculos XVI ao XIX, se referiam como 'os pobres' — desapareceram. Seus descendentes se tornaram, neste novo arranjo econômico, não apenas trabalhadores livres, mas também consumidores.
Esta mudança radical se refletiu na ênfase que as empresas passaram a dar aos mercados. O que uma empresa necessita acima de tudo é de mercados e mais mercados. 'Atender ao mercado' passou a ser o lema das empresas capitalistas. Mercados — isto significa clientes, compradores, consumidores. Sob um capitalismo genuíno, livre de privilégios estatais, há apenas uma forma de enriquecer: servir aos consumidores de uma maneira melhor e mais barata do que fazem as outras pessoas, os concorrentes.
Dentro das empresas e indústrias, o proprietário — ou, nas grandes corporações, o representante dos acionistas, o presidente — é o chefe. Porém, este controle é apenas aparente e condicional. Ele está sujeito à supremacia dos consumidores. O consumidor é o rei, é o verdadeiro chefe, e o produtor estará acabado caso ele não supere seus concorrentes na disputa de melhor servir aos consumidores.
Foi esta grande transformação econômica que mudou a face do mundo. Ela rapidamente transferiu o poder político das mãos de uma minoria privilegiada para as mãos do povo. À emancipação industrial seguiu-se o direito ao voto para os adultos. O cidadão comum, para quem o processo de mercado havia dado o poder de escolher os empreendedores e os capitalistas, adquiriu o poder análogo no campo governamental. Ele se tornou um eleitor.
Já foi observado por eminentes economistas, creio que primeiramente por Frank A. Fetter, que O MERCADO É UMA DEMOCRACIA NA QUAL CADA CENTAVO DÁ DIREITO A VOTAR. Seria mais correto dizer que um governo representativo escolhido pelas pessoas é uma tentativa de se arranjar as questões constitucionais de acordo com o modelo do mercado. Porém, tal intento jamais pode ser completamente realizado. No campo político, será sempre a vontade da maioria que irá prevalecer, de modo que as minorias devem se limitar apenas a aquiescer. Já no mercado, as minorias também são servidas, desde que elas não sejam tão insignificantes em número a ponto de se tornarem negligenciáveis. A indústria de vestuário produz roupas não somente para pessoas normais, mas também para os obesos, e as editoras não publicam somente romances policiais para as massas, mas também livros para leitores específicos e exigentes.
Há uma segunda e importante diferença. Na esfera política, não há como um indivíduo ou um pequeno grupo de indivíduos desobedecerem à vontade da maioria. Porém, no campo intelectual, a propriedade privada faz com que rebeliões sejam possíveis. O rebelde tem um preço a pagar por sua independência; não há prêmios neste universo que possam ser conquistados sem sacrifícios. Porém, se um homem estiver disposto a pagar o preço, ele é livre para divergir e se afastar da ortodoxia ou da neo-ortodoxia dominante.
Quais teriam sido as condições, nas comunidades socialistas, para heréticos como Kierkegaard, Schopenhauer, Veblen ou Freud? Para Monet, Courbet, Walt Whitman, Rilke ou Kafka? Em todas as épocas, os pioneiros e desbravadores das novas formas de pensamento e atitude só puderam atuar porque a propriedade privada tornou possível que indivíduos pudessem expressar seu descontentamento para com a maioria e, consequentemente, pudessem praticar sua desobediência. Apenas alguns poucos destes separatistas eram economicamente independentes o suficiente para desafiar o governo perante as opiniões da maioria. Os outros tiveram de procurar (e encontraram) na livre economia pessoas preparadas para ajudá-los e lhes fornecer suporte. O que teria sido de Marx sem seu patrono, o industrial Friedrich Engels?
SURTO PSICÓTICO
Ontem, tão logo o presidente Jair Bolsonaro disse que o BRASIL ESTÁ QUEBRADO, a MÍDIA ABUTRE e seus devotos seguidores entraram em ESTADO DE SURTO PSICÓTICO, carregado de DELÍRIOS E ALUCINAÇÕES. A rigor, estes distúrbios passaram a ser sistemáticos a partir da eleição de Bolsonaro. Entretanto, o que mais chamou a atenção nesta recente crise foi a SURPRESA quanto à NADA SUPREENDENTE SITUAÇÃO FINANCEIRA do nosso empobrecido Brasil, que piorou muito com a elevação dos GASTOS -EMERGENCIAIS-.
PIOR DO QUE O BRASIL
Segundo alguns especialistas em SURTOS PSICÓTICOS, o fato da MÍDIA ABUTRE mostrar INCREDULIDADE quanto à ÓBVIA SITUAÇÃO FINANCEIRA DO NOSSO BRASIL, que acumula DÉFICITS E MAIS DÉFICITS nas CONTAS PÚBLICAS, é o sinal claro de que a DOENÇA ATINGIU UM ESTÁGIO SEM VOLTA. Ou seja, quem não reconhece que o Brasil é um DEFUNTO -VIVO- é porque está em SITUAÇÃO PIOR DO QUE O BRASIL.
FACTUALMENTE ERRADO, MAS POLITICAMENTE CORRETO
A bem da verdade, este estranhamento e/ou inconformidade com todos aqueles que se pronunciam de forma ABERTA, SINCERA e SEM CENSURA é típico dos adeptos ferrenhos do -POLITICAMENTE CORRETO-, cuja característica principal é a FALSIDADE. Aliás, há quem diga que o termo POLITICAMENTE CORRETO nasceu de uma anedota, na União Soviética, quando um dirigente comunista ao ser interpelado sobre um DISCURSO MENTIROSO, o mesmo afirmava que podia estar FACTUALMENTE ERRADO, mas POLITICAMENTE CORRETO. Ou seja, a narrativa do Partido deveria se sobrepor à realidade.
RACIOCÍNIO LÓGICO
Pois, mesmo sabendo que somente aqueles que são dotados de um mínimo de RACIOCÍNIO LÓGICO foram capazes de entender o que o presidente Bolsonaro disse, só pelo fato de que a grande maioria dos brasileiros é, na mesma medida, além de muito influenciada pela MÍDIA ABUTRE, também é vítima de um complicado DESCONHECIMENTO sobre CONTAS PÚBLICAS, até economistas -renomados- entraram em cena vestidos de POLITICAMENTE CORRETOS.
INTERPRETAÇÃO
Ao invés de interpretar corretamente a frase dita pelo presidente, que confirma não apenas a REAL SITUAÇÃO FINANCEIRA DO NOSSO PAÍS, mas, com a mesma ênfase, a IMPOTÊNCIA DO CHEFE DO EXECUTIVO para REDUZIR DESPESAS declaradas como -OBRIGATÓRIAS- pelos PODERES LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO, vários economistas -POLITICAMENTE CORRETOS- preferiram ficar ao lado dos jornalistas que entraram em SURTO PSICÓTICO. Pode?
BALANÇOS
A cada encerramento de mês, semestre ou ano, o que mais se vê são divulgações dos costumeiros balanços, com dados numéricos que identificam o comportamento dos principais (ou mais líquidos) ativos financeiros, como índices das Bolsa de Valores, inflação medida por diversos indicadores, câmbio, renda fixa, poupança, ouro, bitcoin, CDI, etc...
FATOR PANDEMIA
Como o ano de 2020 foi atingido em cheio pela PANDEMIA DO CORONAVÍRUS, esta prática de verificação e comparação da trajetória de preços e cotações dos mais diversos ATIVOS FINANCEIROS ganhou uma importância adicional face à forte desvalorização cambial, da baixa taxa de juros (Selic) e, notadamente, pela alta da inflação que teve como ator principal a elevação dos preços dos alimentos.
MERCADO DE AÇÕES
Como muita gente, a maioria, infelizmente, influenciada pela nojenta MÍDIA ABUTRE, encerrou 2020 se perguntando se a pontuação do ÍNDICE BOVESPA, que fechou o ano próximo dos 120 mil pontos, representava um risco elevado para os investidores mais propensos a comprar AÇÕES, cuja motivação se baseia na pouco atrativa TAXA DE JUROS que sequer estão conseguindo superar a taxa de inflação.
IBOVESPA EM REAIS E EM DÓLAR
Pois, para estes -influenciados- é importante que fique bem claro que o ÍNDICE BOVESPA encerrou 2020 da seguinte forma: em REAIS (para quem estava comprado no dia 01/01/2020), o desempenho foi simplesmente PÍFIO, ou seja, apenas de 2,92%; já em DÓLAR, aí o resultado foi EXTREMAMENTE NEGATIVO, com QUEDA DE 22,06%. Com um importante detalhe: foi o pior desempenho entre os principais mercados acionários da América Latina.
PAÍSES LATINOS
Em termos comparativos com alguns países latinos, em DÓLAR, o IBOVESPA (-22,06%) mostrou um desempenho pior do que o ÍNDICE COLCAP, da Colômbia (-17,65%); do ÍNDICE MERVAL, da Argentina (-11,43%), do ÍNDICE S&P BLV , do Peru (-10,20%); do ÍNDICE IPSA, do Chile (-8,41%) e do ÍNDICE FTSE, BIVA, do México (-2,33%). Isto significa, com toda clareza, que o MERCADO DE AÇÕES BRASILEIRO é de BAIXÍSSIMO RISCO. Melhor: a considerar que as REFORMAS vão andar por pura necessidade, o espaço para a recuperação dos preços das ações é enorme.
2021: UM ANO CARREGADO DE MUITA ESPERANÇA
Considerando o fato de que 2020 foi um ano marcado por trágicos efeitos das estúpidas PARALIZAÇÕES e/ou LIMITAÇÕES que atingiram em cheio pessoas e empresas, sendo que muitas com requintes de crueldade, isto confere a plena certeza de que, comparativamente, o ano de 2021 já nasce coroado como um período muito positivo, carregado de muita ESPERANÇA.
O ESPERADO ESTÁ ACIMA DA ESPERANÇA
Este enorme entusiasmo que visivelmente se mostrou estampado em todos os semblantes daqueles com os quais cruzei nestes últimos dias, demonstra, claramente, que o tamanho da ESPERANÇA supera em muito tudo aquilo que é possível ESPERAR, a considerar o descomunal peso das DROGAS que ao longo do tempo foram acondicionadas nas malas do nosso empobrecido Brasil, por governantes incompetentes e safados e, mais recentemente, por miseráveis e injustos ministros do STF.
SAIR DA ZONA DE INDIGNAÇÃO
Pois, para manter o ânimo que dá margem ao elevado grau de ESPERANÇA que embalou a entrada de 2021, é fundamental que o povo brasileiro saia, definitivamente, da ZONA DA INDIGNAÇÃO, que só aumenta o sofrimento, e trate, o quanto antes, de assumir a posição de um efetivo VIGILANTE DOTADO DE AÇÃO.
MOTOR DA REVOLTA
Se algum leitor ainda estava procurando um combustível para poder acionar o MOTOR DA NECESSÁRIA REVOLTA contra tantos desmandos, sugiro a leitura do artigo escrito pelo brilhantes jornalista J. R. Guzzo, publicado ontem, 3, no Estadão, que inicia com o seguinte parágrafo -Talvez pela RUINDADE SEM LIMITES DOS POLÍTICOS BRASILEIROS, talvez POR CAUSA DA FALÊNCIA GERAL DOS ÓRGÃOS QUE VAI DEGENERANDO CADA VEZ MAIS A VIDA PÚBLICA NACIONAL, talvez PORQUE OS PODERES LEGISLATIVO E EXECUTIVO RARAMENTE FORAM HABITADOS POR GENTE TÃO FROUXA QUANTO HOJE, TANTO NAS IDEIAS COMO NA CONDUTA, ou talvez POR TUDO ISSO AO MESMO TEMPO, o fato é o seguinte: OS MINISTROS DO STF DECIDIRAM QUE NÃO HÁ MAIS NINGUÉM NO GOVERNO DA REPÚBLICA, E QUE CABE A ELES MANDAR NO BRASIL.
DOIS PROBLEMAS
Mais: é importante que todos se deem conta de que NESTE MOMENTO, como afirma Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para a América Latina, o BRASIL se depara com DOIS PROBLEMAS: o PANDÊMICO e o ENDÊMICO. O problema pandêmico tem a ver com o Covid, que eventualmente vai ser resolvido com tempo e com uma vacina. O problema endêmico, por sua vez, já dura 20 anos, que é um problema de BAIXO CRESCIMENTO, BAIXO INVESTIMENTO , BAIXA PRODUTIVIDADE, BAIXA INSERÇÃO NAS CADEIAS DE PRODUÇÃO GLOBAIS, BAIXA INTEGRAÇÃO COMERCIAL E BAIXO NÍVEL DE CAPITAL HUMANO RELACIONADO À PRODUTIVIDADE.
ALINHAMENTO
Ora, partindo das incontestáveis afirmações acima descritas, o que nos resta é arregaçar as mangas e tratar de fazer com que a ESPERANÇA que foi, e está sendo depositada no ano de 2021 esteja perfeita e devidamente bem alinhada com aquilo que é possível ESPERAR em termos de realizações neste período que se inicia.
ESPAÇO PENSAR +
Leia no ESPAÇO PENSAR + : VAI PRA CUBA! E LULA FOI - por PERCIVAL PUGGINA. Para ler acesse o link: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar
TRÊS EM UM
Ontem, em pleno BLACKOUT que leva o nome de COVID-19, o sofrível e mal intencionado Ricardo Lewandowski, que por integrar o colégio formado por 11 ministros da celestial Suprema Corte do nosso País é dotado de LUZ PRÓPRIA, fez questão de mostrar, pela enésima vez, que são MUITO TOLOS aqueles que ainda acreditam que cabe aos Poderes Executivo e Legislativo as decisões sobre tudo que acontece e que vai acontecer no nosso empobrecido Brasil.
MINISTRO GÊNIO DO MAL
Nada diferente dos outros 10 ministros do STF, o MINISTRO-GÊNIO DO MAL, Ricardo Lewandowski, dentro da mais absoluta e estapafúrdia COERÊNCIA IDEOLÓGICA que o identifica como um MINISTRO DIABÓLICO, decidiu, monocraticamente, de uma só penada, ESTICAR A VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO CRIADA PARA O ENFRENTAMENTO DA COVID-19. Fez isto, obviamente, para deixar bem claro a todos os integrantes do PODER LEGISLATIVO, que cabe ao STF ser uma instituição do tipo TRÊS EM UM, ou seja, dotada do direito e do dever de LEGISLAR, JULGAR E EXECUTAR o que bem entende.
CARTILHA
Fazendo uso da SOBERANA CARTILHA do MALFADADO E INJUSTO STF, além de não dar a mínima para a existência do PODER LEGISLATIVO, também não informou ao PODER EXECUTIVO de onde sairão os recursos para atender ao CARNAVAL DE DESPESAS PÚBLICAS produzidas pelo ESTICAMENTO. Como se vê, para bom ou mau entendedor ficou claro que cada um dos 11 ministros da Casa tem o sagrado DIREITO DE DECIDIR, AO BEL PRAZER e quando acharem necessário, sobre tudo que acontece e/ou o que vai acontecer no nosso empobrecido Brasil.
ANO DA VIRADA!!!
Pois, mesmo diante de tantos absurdos que a Constituição Federal e o mau caratismo de algumas autoridades nos impõem, proponho aos meus fiéis e valentes leitores para que não se satisfaçam apenas com a sempre importante BOA VIRADA DE ANO. Como fazemos parte do grupo de quem não se dispõe a desistir facilmente dos desejos que temos em comum, peço que façamos de tudo para que 2021 seja o grande ANO DA VIRADA. Feliz Ano Novo, meus bravos leitores e anunciantes, com muita SAÚDE E PROSPERIDADE. TUDO SEM MODERAÇÃO!
UMA DE TANTAS DIFERENÇAS ENTRE RS E SC
Em tempo: Enquanto o governo do RS e a maioria dos deputados do Estado Gaúcho fazem a todo momento acordos espúrios com o propósito de AUMENTAR O ICMS, o governo de SC e os deputados catarinenses mostram preocupação inversa. Vejam, por exemplo, o caso do ICMS sobre o querosene de aviação: a alíquota pode ser de 12%, 9% ou 7%. Para ter direito à alíquota reduzida, a companhia aérea precisa oferecer, no mínimo, 25 voos diários em quatro aeroportos catarinenses, sendo que pelo menos um deles, seja para voo internacional. O maior desconto é para a empresa que se dispuser a oferecer 38 voos em seis aeroportos diferentes no Estado, todos os dias. Que tal?