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06 dez 2005

A CULPA É DOS CHINESES?


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CHINESES
Ontem, com o anúncio do fechamento de uma fábrica da Azaléia, em São Sebastião do Caí, RS, nada mais natural do que ouvir, por parte dos despedidos, a choradeira pela perda de seus empregos. Segundo o presidente da empresa, o ex-governador Antonio Britto, a justificativa apresentada para o encerramento das atividades se deu pela incapacidade de competir com os chineses.
GOVERNADOR ARTIFICIAL
A imprensa, para aparecer na manchete, e alguns menos esclarecidos se precipitaram em dizer, mais uma vez, e de forma já muito chata, que o câmbio foi o responsável, o que não procede. Aliás, para deixar bem claro, quem disse isto foi o pobre governador Rigotto, que insiste em afirmar que cambio flutuante, definido exclusivamente pelo mercado, é artificial. Pode?
O PROBLEMA É OUTRO
O problema, gente, não é o câmbio nem tampouco a China. Para quem estiver interessado em saber, o problema mesmo é o governo do RS, que mais impõe dificuldades incríveis aos exportadores. Vejam: 1- o governo do RS mantém a retenção do crédito às exportações; 2- o mesmo governo definiu um crédito presumido no setor do aço; 3- de novo, o governo gaúcho cobra impostos elevados além de ter aumentado mais ainda, como ocorreu com as alíquotas de ICMS na telefonia, energia e combustíveis;
ESCUDO
4- Enquanto isto, que impede a nossa competitividade, a competência dos chineses só vem aumentando; 5- Além disso, a China tem impostos menores, legislação trabalhista favorável e tecnologia de ponta para fazer produtos de ótima qualidade; 6- Alguma coisa residual, mas muito marginal, fica por conta da nossa realidade dos juros (imposto pelo governo) e da realidade cambial, promovida pelo mercado. Isto o pobre Rigotto não entende ou não admite esclarecer e melhorar. Aqui até investimento paga imposto, que dirá a mão de obra. Enquanto não fizermos as reformas para ficarmos mais competitivos, o câmbio e outras coisas mais vão servir para tentar esconder a incapacidade dos governantes.
BALANÇO DA FIERGS
Como já era imaginado, os números apresentados pela Fiergs, no seu balanço de fim de ano, antes do almoço de hoje com a imprensa, estão muito ruins. Principalmente para o RS. Alguma coisa pode e deve ser debitada à natureza, que foi madrasta com o Estado. No entanto, a maioria dos fatores que contribuiram para o fracasso devem ser debitados às decisões de governo. Convencido de que aumentar impostos e não privatizar é a solução, a conta ficou pesada demais. Além disso, a credibilidade das concessionárias está abalada pela má vontade em cumprir contratos, como é o caso dos pedágios, por exemplo. Os números do balanço e projeções estão no site: www.fiergs.org.br
FESTA SEM GRAÇA
A badalada festa que a CBF quis fazer, para a entrega dos troféus dos destaques do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2005, ontem à noite, no RJ, acabou num encontro frio e cheio de coisas ridículas. Sem entusiasmo, os escolhidos subiam ao palco para receber seus prêmios e ainda tinham uma legítima "Mala" a conduzi-los. Foi o caso da atriz-apresentadora, Marisa Orth. Querendo fazer graça naquele ambiente frio e contraído, mais pareceu a velha Magda, do antigo programa Sai de Baixo da TV Globo. Um porre.
INCORPORAÇÃO
A incorporação definitiva da MACROMEDIA à ADOBE foi completada na última quinta, 1º de dezembro, numa negociação estimada em mais de US$3.4 bilhões e que confirma uma tendência de consolidação do setor de software.
FRAUDE
A fraude, abrangendo desde o simples furto de ativos até manipulações financeiras e contábeis complexas, ainda é uma questão relevante e tem se tornado importante aos olhos de investidores, administradores de empresas, órgãos reguladores e outros participantes do mercado. A avaliação consta da terceira edição da Global Economic Crime Survey elaborada pela PricewaterhouseCoopers envolvendo 3.634 entrevistas feitas com diretores e presidentes de empresas em 34 países, incluindo 75 delas no Brasil.
ARROZ
Com a veiculação de anúncios em revistas nacionais e emissoras de televisão locais, o Governo do Estado do RS lançou, ontem, no Palácio Piratini, a primeira etapa da Campanha de Incentivo ao Consumo de Arroz. Juntamente com a campanha, foram lançados dois selos para atestar a qualidade do arroz produzido no Rio Grande do Sul. A promoção do Governo do Estado em parceria com o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) pretende aumentar, nos próximos 12 meses, em um quilo o consumo per capita/anodo cereal. Atualmente, a média gaúcha é de 17 quilos per capita/ano e a nacional é de 35 quilos per capita/ano. O aumento resultaria no consumo de mais 500 mil toneladas do produto. Agora o incrível: isto aconteceu às 14 hs, depois do almoço. Pode? Ao invés de oferecer um coquetel com petiscos feitos com arroz, o governo preferiu que todos fossem almoçados.
CENÁRIO
O SIMECAN promove em sua sede no dia 15 deste mês uma reunião-almoço com palestra do Dr. Igor Morais, chefe do Departamento de Economia da FIERGS, sobre o tema "Cenários Político e Econômico para o Brasil em 2006". O evento tem inscrições limitadas para as empresas associadas que serão aceitas conforme a ordem de adesão através do e-mail simecan@terra.com.br , ao custo de R$ 20,00. Os convites devem ser retirados antecipadamente na secretaria do Sindicato.