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OMS serve a interesses políticos e corporativos, e não à saúde mundial - 18.12.2020


por J.R. Guzzo, publicado na Gazeta do Povo de hoje, 18/12

 

 Lembram-se da OMS, a Organização Mundial da Saúde, que ainda no começo da tragédia trazida pela Covid-19 era tida oficialmente pelo Supremo Tribunal Federal, pelo presidente da Câmara dos Deputados e pelo resto do bonde da oposição como a última palavra sobre o assunto? Era Deus no céu e a OMS na Terra. O STF chegou, num dos seus extremos de ignorância disfarçada em “governança”, a tornar a OMS uma espécie de marco legal no Brasil: suas decisões sobre a epidemia passaram praticamente a ter força de lei. Os demais, sem pensar cinco minutos no que estavam fazendo, se ajoelharam e passaram a rezar para essa nova autoridade suprema.

 

Não ocorreu a ninguém, na ocasião, que a OMS, um dos mais notórios cabides internacionais de emprego do mundo, era uma entidade bichada. Seu presidente, pescado numa ditadura da África, não era nem sequer um médico. A organização funcionava, e continua funcionando, como uma repartição pública a serviço do governo da China e do seu Partido Comunista. Havia, já há muito tempo, uma nuvem de suspeitas de corrupção em cima dos seus procedimentos.

 

Mas nada disso foi levado em conta. “Temos de seguir a orientação da OMS”, decidiu a elite que manda no Brasil. Acreditaram que “OMS” e “ciência” significavam a mesma coisa. Diante de qualquer dúvida, era aplicada uma resposta automática: “negacionismo”.

 

Estamos vendo, agora, o tamanho deste disparate. Segundo acabam de revelar os jornais The Guardian e Financial Times, de Londres, ambos devotos convictos da ideia de que a humanidade deve ser governada por comitês globalizados de especialistas, a OMS conspirou com o Ministério da Saúde da Itália para retirar de seu site oficial um relatório que revelava a conduta desastrosa das autoridades italianas nos primeiros momentos da crise.

 

O relatório, que descrevia a resposta “caótica” à Covid na Itália – o primeiro país da Europa a ser atingido maciçamente pelo vírus – e que foi assinado por 11 cientistas, ficou apenas 24 horas no ar. Foi logo retirado pelos dirigentes da OMS, que também pressionaram o autor do documento a não prestar depoimento no inquérito aberto para apurar atos de negligência na gestão da Covid – responsáveis por estimadas 10 mil mortes na fase inicial da epidemia na Itália.

 

Como acontece com a grande maioria dos organismos sustentados pela ONU (ou melhor: por dinheiro de imposto, inclusive do Brasil), a OMS foi aparelhada para servir a interesses políticos e corporativos que pouco têm a ver com a saúde mundial. É um dos pousos preferidos de médicos de Terceiro Mundo que obedecem ao que os seus governos mandam fazer, têm a alma de burocratas e vivem encantados pela ideia de passar a existência num emprego público que oferece salário em dólar, benefícios cinco estrelas e aposentadoria integral.

 

É essa a organização que os nossos campeões do “distanciamento social” elegeram como guia superior. Não é realmente uma surpresa, quando se pensa um pouco mais no assunto. A OMS, no fundo, é o tipo de coisa que tem tudo a ver com o STF, o Congresso Nacional e o resto da tropa.


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CIDADÃOS, OU PETS DE ÚLTIMA GERAÇÃO? - 18.12.2020


por Percival Puggina

        

Assisti com grande interesse à serie Borgen, da Netflix. Apesar da usual chatice “politicamente correta” que vem dominando de modo opressivo a cultura mundial, a série é interessante por quanto mostra do cotidiano político da Dinamarca. Revela a natureza das negociações políticas para compor maiorias parlamentares (sem as quais, lá como aqui, ninguém governa). Exibe o dia-a-dia de uma primeira-ministra, chefe de família, sem secretária, a preparar café para os filhos, no mesmo apartamento de sempre. Acompanha o marido a cumprir boa parte das atribuições cotidianas familiares. Deixa evidente que estar no topo da escada da política não é fonte de regalias, mas oneroso posto de serviço com encargos adicionais.

         As conversas sobre política entre os personagens de Borgen me fizeram lembrar algo que escrevi há quase dez anos e que preserva atualidade entre nós. Transcrevo aqui, com mínimas adequações.

         De uns tempos para cá, a cada campanha eleitoral, mais e mais partidos transmitem de algum modo, a mensagem de que vão "cuidar bem das pessoas". Perceberam? Já passamos da fase do paternalismo e entramos num patamar superior - o maternalismo. Partidos e candidatos disputam troféu na produção de zelos maternais. Nós, os cidadãos, somos vistos nessas peças publicitárias como bebês de cueiros e mamadeira, cujas vidas dependem dos cuidados da mamãe estatal. Por isso, aquele primeiro domingo de outubro a cada quatro anos, quando ocorre eleição presidencial, deveria ser instituído como “Dia das Mães" cívico. Nessa emotiva data, digitamos na boca da urna nossa mensagem de gratidão à legenda que consideramos mais promissora em bons cuidados. Fôssemos todos gratos filhos da Pátria deveríamos deixar sobre as teclas lágrimas de nosso reconhecimento ou esperança. Afinal, pergunto, lendo o noticiário de hoje, 18 de dezembro: “Mamãe vai nos levar para tomar vacina?”.

         Não, não, não. Não estou exagerando. Bem, talvez um pouco, sim. Mas reconheça-se: é exatamente isso que vem sendo ensinado ao povo brasileiro mediante inesgotáveis demonstrações práticas. É a disputa dos corações para domínio das mentes. Com uma das mãos distribuem toda sorte de bônus. Com a outra enviam a conta para os pagadores de impostos. Como não poderia deixar de acontecer, enquanto "cuidam das pessoas", os agentes dessa política maternalista deixam morrer à míngua as funções essenciais do Poder Público. O pior, o mais nocivo, é que tais estratégias funcionam. E por funcionarem, deformam as consciências, convertendo pessoas em seres carentes, pets de última geração, aos cuidados do Estado.

         O ser humano é portador de eminente dignidade natural. Abdica a essa dignidade quem aceita ser passivo nas suas relações com os outros e com o Estado. Fomos criados para existirmos em sociedade e em solidariedade, mas sem deixarmos de ser nós mesmos, indivíduos sempre, nos nossos erros e nos nossos acertos. E, por isso, responsáveis. Aceitar passivamente que o Estado esteja aí para cuidar da gente é desconectar-nos das fontes de energia interior que nos impelem a cuidarmos bem de nós mesmos e dos nossos. E equivale a transferir essa energia pessoal, com grande perda, para as centrais cada vez mais totalizantes do Estado.

         O Estado brasileiro é forte onde deveria ser fraco e fraco onde deveria ser forte. É forte nos meios de ingerência e concentração de recursos e de poder, a ponto de estar acabando com a Federação. E fraco, fraquíssimo, em suas funções essenciais, a começar pela manutenção da ordem e segurança da sociedade. Não cabe a ele tomar dos indivíduos as rédeas dos seus destinos. Cabe-lhe criar as condições - repito: criar as condições - para que os indivíduos se desenvolvam. Portanto, só lhe compete fazer aquilo que as pessoas não possam fazer por si. E mesmo quando tais ações forem necessárias, deve o Estado reconhecer seu papel subsidiário. Fica bastante coisa para o Estado, sim. Mas sempre na justa medida, sem invadir o espaço sagrado onde cada um é soberano de si mesmo. Procure, leitor, os lugares onde as pessoas são mais necessitadas e chegará àqueles em que o Estado decidiu ser tudo para todos. Ou sequer apareceu para fazer o que deveria porque está metido onde não deve.


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UM TIRO NO PÉ - 16.12.2020


por Hélio Beltrão

 

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Fachin de suspender a redução das tarifas de importação para revólveres e pistolas, anunciada dias antes pelo governo federal, é simbólica de que o protecionismo - favoritismo de empresários específicos - está forte no Brasil.

"É inegável que, ao permitir a redução do custo de importação de pistolas e revólveres, o incentivo fiscal contribui para a composição dos preços das armas importadas e, por conseguinte, perda automática de competitividade da indústria nacional; o que afronta o mercado interno, considerado patrimônio nacional", justificou, preocupado também com o aumento de cidadãos com a posse de armas.

"Incumbe ao Estado diminuir a necessidade de ter armas de fogo por meio de políticas de segurança pública que sejam promovidas por policiais comprometidos e treinados para proteger a vida e o Estado de Direito."

Ocorre que a redução da tarifa não afeta em nada a legislação de armas no Brasil - o Estatuto do Desarmamento -, que coíbe o porte e limita em demasia a posse em residência. Pouquíssimos cidadãos se qualificam, e menos ainda estão dispostos a enfrentar a imensa burocracia para completar o processo. Portanto, não haverá mais cidadãos com armas em razão da redução da tarifa. Mas há o efeito da queda de preço e da melhoria de qualidade.

Consequentemente, o equívoco do ministro desgraçadamente encarece o aparelhamento das forças de segurança pública e militares, que permanecem obrigadas a pagar mais que necessário por armas de baixa qualidade.

Ironicamente, até mesmo o STF é prejudicado pela decisão. Em setembro, adquiriu, por R$ 170 mil, pistolas da marca Glock, fabricadas na Áustria, para os agentes que protegem os ministros. Caso a redução da tarifa estivesse em vigor à época, a compra teria economizado preciosos recursos aos cofres públicos.

Ludwig von Mises entendeu que, ao contrário do que se supõe, o protecionismo não acrescenta coisa alguma ao capital empregado na produção nacional, precondição para o crescimento de emprego e renda.

"As tarifas são meios de impedir a importação de capital e a industrialização do país. A única maneira de fomentar a industrialização é dispor de mais capital", escreveu em "As Seis Lições".

Além disso, com menos capital e sem acesso a fatores de produção internacionais de qualidade a preços competitivos (compare preços de eletrônicos aqui e nos Estados Unidos), a empresa brasileira fica menos competitiva no exterior. Sem surpresa, o Brasil continuamente cai nos rankings de PIB e renda.

O empresariado alega que aceita discutir a redução de tarifas, mas apenas após o Congresso aprovar as medidas que reduzam o "custo Brasil", como a infraestrutura e logística deficientes, e burocracia tributária, e os custos excessivos que oneram a mão de obra.

Essa estratégia de obstaculização da abertura nos acompanha há décadas e se solidificou na reformulada Camex, que funciona como uma câmara setorial do comércio exterior, mediando diversos interesses do empresariado nacional.

Os chilenos, desde 2003, tabelaram sua tarifa de importação em 6% para todos os produtos! Esse valor é o teto: a tarifa média aplicada de fato é inferior a 1% em razão dos tratados internacionais de comércio.

O Brasil, ao contrário, tem uma das maiores tarifas efetivas do mundo e é o segundo mais fechado entre 143 países, medido pelo comércio como proporção do PIB.

País aberto é país próspero. O Brasil tem no futuro próximo a oportunidade de reduzir a TEC do Mercosul e celebrar o acordo comercial com a União Europeia. Não pode sucumbir aos interesses setoriais.


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SOCIEDADE DESPROTEGIDA, ELITE PRIVILEGIADA, TOLOS OPINANDO - 14.12.2020


por  Percival Puggina  

Anos 50. Nas manhãs de sábado, meu pai tinha o hábito de ir ao Café Internacional, no centro de Santana do Livramento, cidade onde vivíamos e onde nasci. Na minha memória de criança era um local estritamente masculino, convergência de amigos e conhecidos que se alinhavam em grupos ao longo do balcão. Por vezes, eu ia com ele. Não lembro por que me levava, mas sei por que eu ia. Ali, em meus oito ou nove anos, ao aroma do café, circulando no meio daquele grupo de gente mais alta, eu ficava em posição privilegiada para apreciar os coldres e revólveres portados por alguns, apesar da proibição vigente desde 1941. Para mim, o ambiente era de saloon e evocava os filmes de faroeste saudados com assobios e bate-pés nos matinês dominicais.

 Meu pai não andava armado, embora tivesse um revolver em casa e o levasse consigo quando saíamos para a estrada em viagens a Rio Grande, onde visitávamos nossos avós. Havia muito mais segurança, muito menos violência e muito mais liberdade.

O revolucionário e iluminista francês Anacharsis Clootz afirmou, certa vez, que as leis são como teias de aranha, caem nelas os pequenos insetos enquanto os grandes as atravessam. Poucos anos mais tarde, o chanceler do Império Alemão, Otto Von Bismarck, sentenciou ser inconveniente esclarecer o povo sobre como são feitas as leis e as salsichas. O povo não obedeceria as primeiras e não comeria as segundas.

Fico pensando na imensa dificuldade que teriam meu pai, meus tios, ou aqueles seus conterrâneos, em entender o que dizem os desarmamentistas de hoje. Desde o alto de sua gentilíssima e cordial modernidade, talvez considerem “selvagens” aqueles tempos de liberdade e segurança. No entanto, a geração que me antecedeu, tenho certeza, haveria de recusar, por falta de serventia, o que seja dito por gente tão perita em segurança pública quanto os famosos da Globo. Para estes, derrotados no referendo do desarmamento (2005), devemos abrir mão do direito natural à legítima defesa da nossa vida para garantir nossa vida. O simples fato de ter, e mesmo de portar uma arma em seu veículo, não transforma em potencial homicida o cidadão que preencha rigorosos requisitos pessoais. Ironizo, é verdade, mas para provar situação de risco deveria bastar o documento de identidade de cidadão brasileiro...

Quem disse que os ingênuos estão na cadeia alimentar dos mal intencionados? Eu mesmo em “Pombas e Gaviões”, livro que publiquei em 2010.

Projetos que tramitam no Congresso liberam o porte para os habitualmente privilegiados pelas nossas leis. A teia de Anacharsis se fecha sobre todos, exceto sobre os que estão fora dela porque fora-da-lei, e sobre os poderosos para quem não foi construída. Assim vamos, também nisso, com leis que fedem como salsicha, leis cujas teias são atravessadas pelos grandes. Como se atreve o Estado brasileiro a exigir dos cidadãos de bem o que não consegue impor aos bandidos que tão graciosa e benignamente põe em liberdade?


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Governança e gestão num mundo de propósito sustentável - 10.12.2020


por Telmo Schoeler (*)

 

Para entender a profundidade, extensão e inexorabilidade que o propósito sustentável ganhou, é preciso analisar seus fundamentos e razões de forma técnica, realística, sem paixões ou saudosismos.

Primeiro, é necessário perceber como o mundo empresarial e os negócios mudaram. Por exemplo, nos tempos de Henry Ford, literalmente, se fabricavam automóveis e em torno da sede em Detroit havia várias subsidiárias, como a US Steel que produzia o aço, a Firestone que fabricava os pneus, assim como vidros e outros insumos, tudo convergindo para a linha de montagem, de onde saiam carros cuja cor o cliente poderia escolher, “desde que fossem pretos”. Isto porque a concorrência praticamente inexistia. O foco da família Ford, como de todos os líderes empresariais da época, era maximizar os resultados para os acionistas, inclusive inspirados por Milton Friedman, que academicamente pregava ser este o único objetivo das empresas.

Avancemos aos dias de hoje. O mundo empresarial evoluiu para uma cadeia, globalizada, interconectada, onde a existência, viabilidade e, portanto, perenidade de qualquer empresa depende não apenas do acionista empreendedor, mas também de supridores que a abastecem, de clientes que comprem seus produtos, da equipe de colaboradores que fazem o produto existir, dos supridores de recursos, tecnologia e serviços, entre outros, imprescindíveis para que o negócio exista.

Da adequação dessa cadeia e de sua governança individual é que dependerá a capacidade de a empresa chegar a um mercado cada vez mais concorrido, com clientes dotados de poder de escolha e onde sua eventual compra terá que remunerar satisfatoriamente toda essa cadeia, inclusive, mas não exclusivamente, o acionista. Tecnicamente, significa que a sustentabilidade das empresas passou a depender do atendimento satisfatório de todos os stakeholders dessa cadeia de vida.

Em segundo lugar é preciso entender que no passado bastava simplesmente ao acionista saber fabricar produtos ou disponibilizar serviços, tomando decisões simples, sem grandes exigências de gestão. Mas a modernidade e a interatividade trouxeram uma complexidade que evoluiu e forçou a inserção numa estrutura de Governança Corporativa, um sistema composto do conjunto de acionistas + conselheiros + executivos + órgãos de controle, todos agindo com foco na perenidade da empresa e na criação de valor.

Dito de outra forma, o objetivo de todos os agentes da governança é promover a sustentabilidade da empresa e a sua valorização, conceitos intrinsecamente vinculados ao longo prazo. É claro que isto não dispensa atenção ao fluxo de caixa e aos resultados, mas perdeu sentido o objetivo de maximizar resultados no curto prazo.

Em essência, o mundo passou a exigir eficiência financeira coletiva, onde cada um dos agentes da cadeia circular de negócios precisa contribuir para a viabilidade da mesma, fazendo a gestão do seu negócio de forma a remunerar o seu capital empregado, mas também viabilizando quem vem antes, depois e durante o processo, pois de outra forma simplesmente deixará de existir.

Questões ambientais

Cabe uma terceira reflexão e consciência que tem a ver com a dimensão ambiental. Toda a cadeia de stakeholders, incluindo acionistas, investidores, gestores, se deu conta de que não cuidar de questões ambientais é prejudicial à sociedade, aos negócios e às finanças. Poluir ruas ou rios originará impostos maiores do que os custos da não poluição; se evitarmos os alagamentos, melhoramos a logística, evitamos fechar o comércio, reduzimos prejuízos; preservando a fauna, teremos mais e melhor comida, etc.

Assim, o moderno e adequado gerenciamento das questões ambientais tem uma lógica financeira e capitalista, para redução de riscos, sustentabilidade e criação de valor, com foco em benefício dos negócios, da sociedade e dos cidadãos, nada a ver com qualquer viés socialista, lúdico, político ou de governo.

Por tudo isso, a moderna governança e gestão que vem evoluindo no planeta, com posicionamentos crescentemente impositivos de vários stakeholders, inclusive e especialmente investidores e financiadores, recebeu a sigla de ESG – “Environmental, Social, Governance”.

Por questões de fonética a ordem é essa, pois o correto, por lógica de causa-efeito, seria GSE, pois apenas com uma Governança adequada, seremos capazes de levar adequadamente em conta os ingredientes Sociais e de contribuir para os positivos efeitos relativos ao Ambiente (Environment), em benefício econômico coletivo.

 

(*) Fundador e presidente da Orchestra Soluções Empresariais


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