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Somos governados por antropófagos de cabeça pequena - 18.07.23


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Por Roberto Rachewsky

 

Errar é humano. A gente erra, vê o estrago, muda de ideia e faz o que deveria ter sido feito em primeiro lugar. É assim que age quem tem a virtude da racionalidade. O problema é que sendo a racionalidade uma virtude, ela precisa ser conquistada. Não sendo, sua falta se torna um vício, um pecado. Estou falando do pecado da irracionalidade, característica que afeta os animais em geral e alguns espécimes da raça humana. Esses, erram mas acham que acertam, o que por si só já faz parte do erro. Agem e destroem valor. Como são niilistas, destruir para eles é uma virtude. É por isso que não se discute de igual para igual com essas figuras.

O objetivo dos irracionais não é encontrar a verdade, não é fazer o certo com base na realidade objetiva, no que é razoável, no que é lógico. Pelo contrário, querem libertar seu subconsciente sem nenhum filtro moral que não o do mal aplicado às relações sociais que nunca tem em vista a cooperação e as trocas livres, espontâneas e voluntárias. Altruístas, os irracionais recorrer ao misticismo, à fé ou à intimidação física ou psicológica. De que outra maneira conseguiriam convencer alguém que a melhor alternativa para ela é o auto-sacrifício? Que  colocar o interesse alheio acima do autointeresse é virtuoso quando sabemos que isso contraria a natureza egoísta do ser humano. Ser egoísta não significa sacrificar os outros. Sacrifício é o que altruístas defendem.

Altruísmo não dá alternativas salutares aos seus praticantes que, ou são masoquistas ou sádicos. Altruísmo se opõe à natureza humana e provamos isso quando sabemos que se comermos um prato de comida para matar a nossa fome estaremos sonegando este prato de comida aos outros. O ideal do altruísta, como lembra Ayn Rand, é visitar uma aldeia de canibais. Que ato virtuoso, ser devorado para saciar a fome daqueles que vivem do sacrifício alheio como todos esses coletivistas estatistas que conhecemos. Esses não nos devoram como canibais, são um pouco mais sofisticados. No entanto, em essência, seguem a mesma moralidade dos antropófagos. Se tiverem que matar para terem o que é nosso por direito e justiça, o farão.

O Abaporu de Tarsila do Amaral, à revelia da autora, representa bem esses homens de cabeça pequena que não pensam e dão ênfase à força física que lhes serve de sustento. São os que cultuam slogans como "A União faz à Força", assim, com crase mesmo, que é o último, quando não o primeiro e inexorável recurso dos sindicalistas. Ou então, "O petróleo é nosso", que instigam os nacionalistas a violarem a propriedade privada e o livre acesso aos mercados e aos capitais internacionais. Quem sabe, "Tudo pelo Social", arquétipo populista e demagógico que salta como cuspe da boca de todo canibal com mandato político obtido pela via democrática ou não. Vivemos a era do Abaporu. Somos governados por antropófagos de cabeça pequena e pés grandes que querem transformar o Brasil numa imensa caatinga.