O Lula conseguiu ser mais lento e relapso com os flagelados do Rio Grande do Sul, do que a ONU com as mulheres massacradas de Israel. Lula ganhou de 6 a 5, número de meses que Lula e a ONU, respectivamente, levaram para fazer alguma coisa só para mostrar serviço.
Lula, que deveria ser considerado 'persona non grata' por qualquer entidade empresarial, conseguiu reunir 14 empresários na FIERGS, escolhidos a dedo. Tinha mais empresários para almoçar com o presidente, do que o PT conseguiu reunir para recebê-lo no aeroporto, a peso de sanduíche de mortadela.
Quem estava lá para cumprir protocolo foi o governador, que foi vaiado pela militância petista na FIERGS; como foi também pelos ativistas pró-livre-mercado, no último Fórum da Liberdade.
O protocolo da FIERGS sempre foi ficar próximo do governo, não importa qual. Calça de grande empresário tem bolso na direita e na esquerda. Afinal, numa sociedade de economia mista, onde o governo pode fazer de tudo e o empresário só pode fazer o que o governo manda ou deixa, o pragmatismo espúrio transforma princípios, valores e ideais em defesa do livre-mercado em mero proselitismo.
Há entre os empresários de um modo geral, os que se aproximam do governo para resgatar alguns direitos, direito ä liberdade e à propriedade, e há os que estão atrás de privilégios. Querem livre-mercado para seus fornecedores e reserva de mercado onde ofertam seus produtos e serviços.
Sem falar nos que arriscam contratos com o governo que normalmente paga caro para levar junto com as obras contratadas, a alma do sujeito. Sem falar naqueles que dormem embriagados com um sonho e acordam de ressaca com o BNDES ao lado.
Perdem dinheiro limpo, para receberem dinheiro sujo, aquele que vem com o sangue, suor e lágrimas dos outros, e dele próprio, expoliados pelo governo, o algoz sancionado pelas vítimas.
A FIERGS sempre foi pragmática, corporativa, positivista, afinal é um sindicato e como tal não pode contrariar sua natureza. Sempre será a vítima sancionando seu algoz, atrás do que lhe foi tirado ou de favorecimento.
Uma sociedade de economia mista mistura coerção e destruição de valor com criação e produção de valor com propósitos dúbios, num ambiente nebuloso e acizentado. Ali trafegam os homens de bem ao lado dos mal-intencionados.
Apontar o dedo para dizer quem é quem, se torna difícil. Neste quadro, ganham o governo e seus apaniguados.