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EQUIDISTÂNCIA CRETINA - 27.10.23


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Por Silvio Sibemberg

 

Ouvi de um não judeu que nós, os judeus, estamos muito quietos em relação aos acontecimentos e à forma como os veículos de comunicação e alguns políticos de esquerda estão tentando relativizar a barbárie ocorrida em 7 de outubro em Israel.

 

Devemos nos manifestar de todas as formas contra esse falso distanciamento. Ele tem razão - fomos vítimas de um atentado terrorista sem precedentes e de forma gratuita. Mataram pais na frente de filhos e filhos na frente de pais. Degolaram crianças, estupraram grávidas e trucidaram idosos. Nada, absolutamente nada, pode justificar insanidade dessa magnitude. Temos sim que fazer ouvir nossas vozes e esclarecer os não judeus que têm posições do tipo: "não é comigo, eles que se entendam." Estão errados. Amanhã esses fanáticos matarão qualquer um que não esteja de acordo com suas crenças ensandecidas. Se hoje somos nós os alvos dessa gente, tenham certeza de que amanhã serão quaisquer outros grupos humanos civilizados. A faxina étnica que os alemães quiseram fazer no Holocausto tinha como semente a mesma maldade que acomete esses terroristas do Hamas.

 

Querer manter equidistância nesse tipo de tragédia é endossar o comportamento desses terroristas. Seres humanos civilizados não podem fazer de conta que não é com eles. Não é possível que os valores morais e éticos que construíram o estágio de civilização que alcançamos sejam esquecidos como se uma epidemia de amnésia grassasse pelo planeta. Esse tipo de insanidade é cega e busca vítimas de forma indistinta. Esse mesmo grupo matou, estuprou, queimou e jogou pessoas – seus próprios parentes - de cima de telhados em Gaza pela singela razão de não professarem seu fanatismo religioso.

 

Não importa em que lugar do planeta, esse tipo ignora vidas que não estejam de acordo com seus enlouquecidos credos - acreditam que precisam acabar com a vida de quem não concorde com suas verdades. São piores que os animais irracionais - esses só matam seus semelhantes pela disputa da liderança do bando e a outros seres, por fome. Não se pode ignorar a diferença abismal entre o bem e o mal como se nossos valores judaico-cristãos tivessem perdido o sentido. Precisamos lutar com todas as forças para aniquilar ou transformar irreversivelmente essas mentes deturpadas. Não querer que o outro viva por ser judeu é de um absurdo inconcebível. É impossível entender ou tentar relativizar os valores dessa gente, pois funcionam com outra métrica - não cabe contemporização.

 

Entre nós judeus temos uma máxima: em uma mesa de dez, se um se declarar antissemita e os outros nove não se levantarem, na verdade temos dez antissemitas na mesa.