Por Alex Pipkin
É desnecessário conhecer as características de uma ditadura. Você as percebe na pele.
Entre as questões importantes desse câncer, está a genuína anti-democracia, liderada por um legítimo ditador.
O ex-presidiário que, mais uma vez, desgoverna esse país, é um líder populista, semianalfabeto, maldoso, mentiroso contumaz, incompetente e imoral, notoriamente apresentando características de psicopatia. Patente.
Surreal que o país esteja nas mãos sujas de um sujeito dotado de comprovadas perversidades, e que ainda consegue manipular todo o sistema político, econômico e social verde-amarelo.
É transparente que os brasileiros vivem sob uma peçonhenta censura, que ceifou liberdades individuais, especialmente, a da livre expressão. O terror foi gestado e imposto pelo conluio entre os políticos disfarçados de ministros da corte que, vergonhosamente, arrancaram-o das grades, e o grupo ideológico vermelho, que impõe aquilo que deve ser a “verdade única”, reprimindo tudo e todos que vão de encontro a esse grotesco embuste.
Não possuo nenhuma brecha de dúvida em afirmar que a crise central de Macunaíma é de ordem moral.
Uma das visíveis cicatrizes de um regime de exceção é “governar” pela mão de ferro, aquela que intervém pesadamente em todas as esferas da vida cotidiana.
Ao contrário do favorável ambiente econômico e social que vinha sendo incentivado anteriormente, apesar de algumas disfunções estruturais, porém, muito longe da pecha do autoritarismo e de outras fantasias “progressistas”, retrocedeu-se a receita do desastre do intervencionismo estatal autoritário, corrupto, inepto e destruidor.
Incompetentes estatais desejam controlar a tudo e a todos.
Na economia, retornou-se a nefasta associação de burocratas estatais com o “empresariado” amigo do rei.
As bases do mecanismo que produz riqueza e bem-estar, a economia de mercado, estava sendo implementada de maneira positiva, conforme atestado pelos indicadores econômicos e sociais, mesmo num período extraordinário de pandemia e de guerras pelo mundo.
Indivíduos e empresas começaram a operar em um processo mais livre e espontâneo, num ambiente concorrencial que permitia e favorecia o empreendedorismo, a experimentação, e a implementação de soluções inovadoras nos amplos e distintos eixos da vida econômica e social.
O papel central de um governo democrático é, seguramente, garantir as liberdades individuais e econômicas, estabelecendo um regramento básico em que as pessoas e as empresas sejam incentivadas a encontrar as melhores soluções para os problemas-chave da sociedade.
O que se observa agora é a volta a ruína do intensivo controle estatal, do retorno as populistas políticas nacional-desenvolvimentistas, e das desastrosas políticas industriais, a exemplo daquela que tentou ressuscitar a indústria naval brasileira e que, evidentemente, destruiu empregos, empresas e vidas humanas.
Triste, porém parte dos brasileiros insiste em acreditar em déspotas e psicopatas “salvadores da pátria”.
A ganância pelo poder, estatal, centralizador de tudo, de almas, tolhe a mente e ludibria o pensamento de incautos e, principalmente, impossibilita a essencial mudança estrutural e da mentalidade verdadeiramente progressista por parte dos brasileiros.
É espantoso como não se enxerga o avassalador e imoral favorecimento de elites políticas, empresariais e sociais podres, posicionando a nação no caminho da ditadura e da vanguarda do atraso. Para essa “desleite”, o povo é desimportante, importam seus interesses próprios e tribais, condenando o país a pobreza e ao retrocesso. Pior, pervertendo os incentivos virtuosos e aprofundando a crise moral nacional.
Irônica e lamentavelmente, aquilo que, eventualmente, poderá “salvar” o país dessa ditadura intervencionista, é justamente o recrudescimento da crise moral e/ou econômica.
Por Percival Puggina
Mas é infâmia de mais!... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares.
Castro Alves, Navio Negreiro
As perguntas que farei perturbam meu sono e são comuns ao cotidiano de milhões de cidadãos brasileiros. Como não ser assim, se a nação se dilacera e degenera, o sectarismo se empodera, a burrice impera, o crime prospera, a política se adultera, a Têmis se torna megera e os omissos somem ou dormem? Só eu acordo nas madrugadas pensando nesses motivos pelos quais 41% dos brasileiros (1), entre os quais 55% dos nossos jovens (2), só não desistem do Brasil por não terem condições financeiras de arrancar as folhas de um passado sem esperança e redigir seu futuro noutro lugar?
Os responsáveis por isso conseguem dormir? A nação se inquieta pela apatia de representantes omissos que tanto lhe custam. Como é insignificante, aliás, a relação custo/benefício, somados o mal que fazem e o bem que deixam de fazer! Como conciliam o sono e a culpa? A que destroços, a cupidez e a conveniência pessoal em condomínio com a injustiça reduziram tais almas? Elas simplesmente somem dos plenários quando, da tribuna, algum de seus pares lhes cobra pela apatia e a destruição das instituições!
No entanto, a realidade que vemos é sinistra. O Estado se agiganta perante a sociedade a que deveria servir. A juventude recebe uma educação de qualidade vexatória, últimos lugares nos rankings internacionais do PISA e da OCDE; a cultura nacional está degradada e o próprio QI dos brasileiros, por falta de estímulos, pode estar em regressão. Há décadas, os discípulos de Paulo Freire controlam e tornam cada vez mais sectária a educação nacional, transformando-a numa fábrica de ignorantes miseráveis, com as bênçãos do Estado. Quem escapa dessa máquina de moer cérebros prospera e vira réu no tribunal da desigualdade!
Resultado: chegamos a setenta e cinco milhões de seres humanos dependendo da assistência social do Estado. Do Estado? Sim, sim, o ente causador de todo esse mal aceita sem qualquer constrangimento posar de benfeitor. A pergunta que poucos fazem é: “Se o culpado não for o Estado, quem haveria de ser?”. Certamente a culpa não pode ser imputada a quem decide investir, correr riscos, gerar empregos, pagar salários e ser extorquido com impostos, taxas, contribuições. Essa pergunta derruba século e meio de mentiras sobre os sucessos do socialismo.
Eu quero o meu país de volta! Eu o vi antes, imperfeito, mas humano. Não era uma Suíça, mas era um país amável. O Brasil tinha boa reputação. Hoje é um país de má fama. Eu o quero moderno, mas com aqueles bens do espírito e naquele ânimo nacional que se comoveu e se moveu solidário quando as águas cobriram o abismo no Rio Grande do Sul. Eu quero de volta a energia inusitada que, durante oito anos, saudoso do “meu Brasil brasileiro, mulato inzoneiro”, me levou para cima dos carros de som a verberar corruptos, defender a liberdade e resistir à perdição de uma nação.
Impossível não evocar os versos finais de Navio Negreiro, esbravejados por Castro Alves, se vejo avançar o poder da Casa Grande, a se refestelar em folguedos e extravagâncias, enquanto garroteia direitos de cidadãos outrora livres.
(1)
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/polarizacao-politica-41-dos-brasileiros-mudariam-de-pais-se-pudessem-diz-quaest/
(2)
https://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2022/08/17/55percent-dos-jovens-brasileiros-deixariam-o-pais-se-pudessem-diz-pesquisa.ghtml