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ACORDEM, PATRÍCIOS! - 16.11.23


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Por Silvio Sibemberg 

 

Sou judeu e como todos, indignado com os acontecimentos. Por isso, essa carta aberta aos meus patrícios:

 

O que será que vocês, que não se manifestam por timidez, acomodação ou covardia esperam? Que se repita a Alemanha do Holocausto onde o silêncio de todos fez com que, de forma resignada, fossemos levados como gado para os campos de concentração? Onde esta o ativismo judeu de todos, que por estar pouco atuante é corresponsável pelo recrudescimento do antissemitismo? Vamos continuar calados como se não estivéssemos vendo e ouvindo manifestações contra nossa gente e Israel por todo o lado? Não basta se perguntar por que ou dizer a boca pequena que não esperava ter que passar por isso, temos que manifestar de todas as formas nossa inconformidade. Hoje, ao contrário dos anos quarenta do século passado, quando os alemães começaram a nos caçar, temos várias ferramentas disponíveis para nos fazer ouvir. A internet e as redes sociais estão aí para isso. Precisamos reunir os amigos não judeus e expor a verdade dos fatos. E deixá-los argumentar ao contrário.

 

Debater a exaustão se for o caso. Se não o demovermos de suas concepções sobre os acontecimentos, importante pelo menos suscitar duvidas nessas mentes impregnadas por narrativas defeituosas. Não podemos continuar fazendo de conta ou simplesmente deixar de ser “amigos” deles nas redes. Que sempre desconfiamos que eram antissemitas esperando ocasião propícia para botar as unhas de fora, desconfiamos e sabíamos. Nunca nos enganamos com esses falsos amigos que, entre eles, sempre nos trataram de forma jocosa e preconceituosa. Na nossa frente são uns anjos e fazem questão dizer que têm vários amigos judeus. Esses são os piores, sentem necessidade de justificar a honestidade e retidão de princípios como se isso fosse exceção. Ou aqueles que dizem que gostam de nós porque somos judeus “diferentes” dos outros. O que pensam dos outros esses hipócritas? Qual a diferença? Basta de mentiras seculares arraigadas na mente dessas pessoas sobre nós, como as versões sobre a traição e morte de Cristo que, embora desmistificadas recentemente pela Igreja católica, continuam vivas em muitas cabeças.

 

Precisamos exercer o “NEVER MORE” em sua plenitude. O NUNCA MAIS é agora, é hoje. É agir como o Estado de Israel está agindo, não deixar dúvidas de que nunca mais seremos vitimas de preconceitos e fanatismos antissemitas. E não adianta trocarmos mensagens e imagens entre nós sobre os acontecimentos, precisamos dar publicidade, nos expormos, enfim. Não podemos nos intimidar ou calar por estarmos momentaneamente governados por um regime de esquerda simpático a causa palestina e até mesmo ao grupo terrorista Hamas. Eles politizaram a vida de inocentes chacinados para defenderem sua ideologia comunista. Não nos enganemos, se o chefe de governo israelense fosse de esquerda também achariam um jeito de destilar seu veneno contra nós.

Sem essa, patrícios, de que são contra Netanyahu e por isso estão quietos. Acham que quando os fanáticos pintarem nossas casas com estrelas de Davi vão perguntar se somos de esquerda ou de direita ou depois, antes de trucidarem nossas famílias?

 

Nossas entidades recomendam não sairmos às ruas ostentando símbolos judeus, acham arriscado. Não seria mais perigoso nos escondermos embaixo da cama ou nos porões de nossas casas?