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A ESTORIA DO GOLPE COMO OUVI - 27.02.24


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Por Stephen Kanitz, no seu blog:

Todo administrador sabe que 3 poderes autônomos poderão entrar em sérios conflitos, ou querer usurpar os poderes do outro. 

E aí alguém acima teria que resolver, que não o Presidente.

Isso está acontecendo há 50 anos, o legislativo quer cargos do executivo, o executivo é que elabora a maioria das leis, e agora o judiciário está assumindo um protagonismo jamais visto.

Para essas horas a Constituição criou o artigo 142, onde as 3 forças armadas assopram um apito e mandam todo mundo que está extrapolando seus poderes de volta para casa.

Se você não concorda com essa interpretação do 142 então sugira como uma situação anti republicana como essa deveria ser resolvida, rapidamente.

Bolsonaro de fato procurou seus amigos no Exército para implorar que interviessem segundo as 4 linhas, que corrigissem e botassem ordem na casa. 

Em nenhum momento o artigo 142 afirma as forças armadas devem assumir o poder executivo, como foi no regime militar. 

Não existia o 142 na época, e se existisse jamais teriam ficado 20 anos no poder.

A primeira cutucada de Bolsonaro aos militares foi quando o STF apontou falhas na condenação de Lula em primeira instância.

Anulando ao arrepio da lógica, mas não da lei, que essas exatas falhas foram mais do que redimidas na segunda e terceira instância que o condenaram.

A segunda, quando em vez de ser imediatamente julgado como reza a constituição, agora em Brasília, foi se postergando e até hoje ele não foi julgado segundo a raciocínio original.

A terceira foi depois das constantes brigas com Alexandre de Moraes, provavelmente um dos que iriam para casa.

Desta vez os militares aceitaram, não um golpe mas um 142, com uma importante ressalva. 

Bolsonaro iria junto para casa. 

Certamente porque os militares queriam mostrar imparcialidade, e Bolsonaro estava piorando de fato a situação, e seu vice seria ideal para colocar a casa em ordem novamente.

Aí Bolsonaro nunca mais tratou do assunto.

8 de janeiro não foi nem de perto uma tentativa de tomar o poder.

Muito menos incitado por Bolsonaro que foi para a Flórida por que temia ser preso.

Foi mais um recado às forças armadas de que agora com Bolsonaro fora, eles deveriam fazer o que não fizeram, provavelmente preservando Lula mas não o STF.

Essa é a estória mais coerente que ouvi dessa situação preocupante em que estamos, que só piorará se Bolsonaro e Trump forem presos.