Artigos

05 nov 2019

RECUPERAÇÃO ECONÔMICA EXIGE TEMPO


Compartilhe!           

MATRIZ ECONÔMICA PETISTA-BOLIVARIANA

Diante das inúmeras mensagens que recebi comentando o conteúdo editorial de ontem, 4/11, quando referi que o Brasil, depois de morto e enterrado pela assassina MATRIZ ECONÔMICA PETISTA-BOLIVARIANA, está prestes a RESSUSCITAR graças às medidas que estão sendo preparadas pela do ministro Paulo Guedes, volto ao tema para dar uma ideia do prazo que imagino como possível para que o Brasil volte a respirar.


ANTES TARDE DO QUE MAIS TARDE

A propósito, quem leu a boa Carta da revista Exame publicada em 16/10, com o título -ANTES TARDE DO QUE MAIS TARDE-, imagino que encontrou a resposta para a importante indagação. Eis: - A recessão brasileira terminou há dez trimestres. Em outras épocas, isso teria sido tempo mais do que suficiente para uma recuperação plena da economia (nas recessões das décadas de 80 e 90, o país tinha recuperado o nível anterior à crise em sete trimestres).
Deveríamos estar, a esta altura, num momento de quase euforia, imaginando-nos como o país do futuro, até que o próximo ciclo nos derrubasse outra vez. Mas nem sequer recuperamos o bom humor pelo qual os brasileiros costumavam ser reconhecidos mundo afora. O que acontece?


DUAS EXPLICAÇÕES PARA A DEMORA

Há DUAS explicações complementares para a dolorosa demora da recuperação econômica.

A PRIMEIRA: esta crise foi mais funda do que as outras. O estrago foi maior e durou mais tempo do que em ocasiões anteriores. Quando ficou claro que estávamos num curso ruim, ali pelo final de 2013, em vez de regressar, nós dobramos o passo na mesma direção. E isso faz com que a volta seja mais árdua, mais cansativa, mais lenta.

A SEGUNDA traz em seu bojo uma esperança. É que não estamos tentando apenas voltar ao curso que trilhávamos antes da crise. Estamos tentando pegar a estrada de cima, asfaltada, arborizada, iluminada e segura. Estamos tentando, em suma, transformar nossa economia tão dependente do Estado em uma economia mais vibrante, inovadora, rica — conduzida em sua maior parte pela iniciativa privada. Isso requer reformas profundas. E reformas, especialmente em países complexos, levam tempo.


LIBERTAR O ESTADO

Não se trata de apequenar o Estado. É o oposto. Trata-se de LIBERTÁ-LO da atuação esparsa (porque onipresente) e ineficiente (porque eterna), para maximizar a força onde ele é necessário: educação, segurança, criação de boas condições para a condução dos negócios — e da própria vida dos cidadãos. Como mostramos em nossa reportagem de capa desta edição, o Brasil ensaia seguir o caminho liberal desde o governo do ex-presidente Michel Temer. A boa notícia é que esse caminho já foi trilhado por vários países, com excelentes resultados.


REINO UNIDO, POLÔNIA E AUSTRÁLIA

O Reino Unido, que até o final da década de 70 tinha uma PRESENÇA ESTATAL ASFIXIANTE, deu uma guinada sob o comando de Margaret Thatcher e voltou a ser uma economia vibrante.

A Polônia deixou a herança comunista e, persistindo em reformas ao longo de governos de todos os matizes, tornou-se a economia grande que mais cresceu nas últimas três décadas.

A Austrália, que no início dos anos 90 tinha um produto per capita semelhante ao do Brasil em paridade de poder de compra, tornou-se um país rico, com mais que o triplo da riqueza por habitante que a nossa.


OS EFEITOS DEMORAM A APARECER

Em todos esses casos, os efeitos benéficos demoraram para aparecer. Mas, quando surgiram, levaram seus cidadãos a outro patamar de vida.
É possível — infelizmente, bem possível — que as reformas brasileiras fiquem incompletas ou sofram reversões. Mas é também possível que essa sensação de persistência da crise seja o início de um novo e mais firme período de crescimento.