FALANDO PARA NÃO SER OUVIDO
Como se vê, com total e absoluta clareza, de nada adiantou ficar dizendo, escrevendo, explicando e até desenhando, que a falta de uma boa, correta e adequada REFORMA DA PREVIDÊNCIA DO SETOR PÚBLICO, chegaria, inevitavelmente, ao momento em que os impostos arrecadados (que não é de pouca monta) seriam insuficientes para atender as despesas da FOLHA DE SALÁRIOS DOS SERVIDORES. Bingo!
IMPREVIDENTES
Mas, ainda que os administradores públicos tenham mostrado, de corpo presente, ao longo do tempo, o quanto foram imprevidentes e/ou irresponsáveis por deixarem as finanças públicas estaduais chegar a esta calamitosa e desesperadora situação, tudo indica que nem mesmo o caos é capaz de fazer com que mudem de comportamento.
CAUSA MAIS UMA VEZ INTACTA
Ontem, para desespero geral, o ministro da Fazenda fez ainda mais do mesmo: tratou da CONSEQUÊNCIA, deixando a CAUSA DA DOENÇA totalmente intacta. Como o caixa da maioria dos Estados se mostra incapaz de pagar em dia as folhas dos servidores, e não há recurso algum para pagar 13º salário, o ministro Meirelles admitiu a possibilidade dos Estados voltarem a buscar empréstimos por si mesmos, em troca de títulos de dívida.
AJUSTE FISCAL
Meirelles completou dizendo: - “O que não podemos é, na ânsia de ajudar os Estados, prejudicar o ajuste fiscal federal, voltarmos ao problema que encontramos e prejudicar a situação para todos.”
No curto prazo, é verdade. No longo prazo, a experiência brasileira mostra que os Estados se endividam tanto que, em certo momento, a União acaba bancando a brincadeira.
DOIS ESTÚPIDOS
Ora, tomar empréstimo para poder pagar uma conta que vai se repetir todos os meses, como é o caso da folha de salários, ou a cada ano como é o caso do 13º salário, é simplesmente uma estupidez. E mais estúpido ainda é aquele que, por ventura, resolva conceder o empréstimo, pois sabe, perfeitamente, que não mais verá a cor do dinheiro emprestado.
PRIVATIZAÇÕES
Mais: não me venham com essa de que os Estados poderão usar as suas estatais para garantir empréstimos, pois uma eventual venda de participação e/ou privatização total depende de aprovação das Assembleias Legislativas, como é o caso do fracassado Estado do Rio Grande do Sul.
Ou seja, sem REFORMAS boas e corretas, que atinjam os INJUSTOS DIREITOS ADQUIRIDOS, não há salvação. Se ninguém acreditou nisto até agora, é melhor que entenda que é por aí.