NOVA SÉRIE
Como a série -CONTAGEM REGRESSIVA-, que contou com textos produzidos por pensadores que integram o PENSAR+, teve grande repercussão junto aos leitores/assinantes do Ponto Critico, a partir de hoje dou início a uma nova série de publicações, agora em caráter permanente, batizada como MURAL PENSAR+.
PROPÓSITO
Por óbvio, o propósito do MURAL PENSAR+ é o mesmo: além de dar espaço para conteúdos produzidos pelos pensadores, o Ponto Critico brinda os leitores com mais opiniões e comentários quanto às propostas e decisões tomadas e/ou não tomadas por nossos governantes.
CAUSA/EFEITO
Como de praxe, é sempre importante lembrar, todos textos devem estar comprometidos com a relação CAUSA/EFEITO, coisa que o PENSAR+ entende, desde que foi criado, como fator indispensável para proporcionar um melhor esclarecimento sobre os temas abordados.
FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO
Como o fim do Ministério da Cultura provocou uma enorme histeria junto a diversos artistas e muitos de seus fãs, o pensador, cientista político e professor Fábio Ostermann se ofereceu para inaugurar o MURAL PENSAR+ com o texto abaixo, que leva o título -FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO-. Eis:
FALTA DE SENSO
A celeuma pública criada em torno do fim de um "Ministério da Cultura" é apenas mais um sintoma da falta de senso de prioridades e de proporção que permeia o debate público hoje no Brasil.
Não vivêssemos em um país onde 50% da população não tem acesso a saneamento básico e 75% são analfabetos funcionais - sem falar, claro, nos 60 mil homicídios por ano - até poderíamos tentar levar esta discussão a sério. Mas não.
FINANCIAMENTO PÚBLICO
O fato é que quando se olha para um país de cultura rica e pujante se percebe que esta se desenvolveu, via de regra, pela conjunção de dois fatores: presença de excedentes materiais privados e liberdade.
O financiamento público da cultura em um país pobre e quebrado como o Brasil é a exata antítese disso. Mas, como dizem, "farinha pouca, meu pirão primeiro". O grande problema, no entanto, é que, seguindo nesse ritmo, em breve não sobrará mais farinha - e nem pirão - pra ninguém.