OCEANO DE CORRUPÇÃO
Como se não bastassem as cenas e depoimentos que provam, de forma inequívoca, o quanto o nosso país está mergulhado num OCEANO DE CORRUPÇÃO, os brasileiros em geral, notadamente aqueles que têm baixa capacidade de discernimento, infelizmente acabam sendo levados a acreditar em -FORMADORES DE OPINIÃO IDEOLÓGICA-, cujo único propósito é gerar muita emoção e zero de razão.
CAUSA
Vejam, por exemplo, o que acontece com a recente delação feita pelos empresários da JBS: muita gente está mais revoltada com o tratamento dado aos felizes bandidos que foram morar em Nova Iorque, quando deveria estar mais atenta à CAUSA, que reside nas oportunidades fornecidas pelos governantes corruptos e corrompidos.
PENSAR+
Como o propósito do PENSAR+ é produzir conteúdos que levem, constantemente, esclarecimentos sobre o que é CAUSA (que precisa ser atacada) e o que é CONSEQUÊNCIA (que inexiste sem causa), o pensador Roberto Rachewsky escreveu o seguinte texto, que leva o título/pergunta: - POR QUE O JOESLEY E O WESLEY FICARAM BILIONÁRIOS?
POR QUE O JOESLEY E O WESLEY FICARAM BILIONÁRIOS?
Responder que foi graças ao fato do governo ter-lhes enchido de dinheiro, é uma resposta muito conveniente para quem quer se tornar popular, contrabandeando sua inveja escamoteando-a na declaração.
Joesley e Wesley multiplicaram a fortuna que o governo lhes transferiu de uma maneira que ele, o governo, não teria condições de fazer. Os irmãos Batista têm algo que ninguém trabalhando nas autarquias governamentais possui: tino comercial para a identificação de uma oportunidade para a construção de valor.
EXPERTS
Joesley e Wesley não são especialistas apenas em criar gado e vendê-los nas prateleiras dos supermercados. Eles são experts em adquirir tudo aquilo que vai lhes proporcionar lucro ou que poderia ameaçá-los com prejuízos.
Foi assim que eles compraram o que lhes apareceu pela frente, desde que tivessem a convicção de que poderiam lucrar: ideias, empresas e políticos.
A MESMA NATUREZA
Se dedicarmos nossa mente para fazermos uma análise desses ingredientes que fizeram o sucesso da dupla, conseguiremos ver que eles não têm a mesma natureza.
Ideias são abstrações que o ser humano pode fazer a partir das observações da realidade, da natureza das coisas e das pessoas, aproveitando a razão e a lógica, para identificar, conceituar e integrar aquilo que percebe, com o propósito de definir como vai agir para superar os desafios que a vida propõe.
Os irmãos goianos constituíram ou adquiriram empresas, reunindo administradores, financistas, contadores, advogados, marqueteiros, engenheiros, agrônomos, veterinários, designers e outros profissionais para construírem soluções com o propósito de criar valor onde não havia, para poderem oferecer ao público consumidor, nacional e estrangeiro, produtos e serviços que quisessem comprar.
OS POLÍTICOS
No meio do percurso em direção a um imponderável resultado, os empresários, não se sabe ao certo, se foram convencidos, ou se tomaram a iniciativa de convencer, para se associarem também àqueles que detêm o poder coercitivo e destrutivo do estado, ou seja, os políticos.
Aqui vem a pergunta fundamental, por quê?
PARA MUDAR O BRASIL
Por que Joesley e Wesley, além de terem se associado àqueles cujo conhecimento profissional e ambição pessoal se dedicam à ação de criar bens, de criar serviços, de criar soluções, para satisfazer as demandas alheias e lucrar, resolveram se associar aos especialistas na destruição de valor?
Podemos dar a esse questionamento algumas respostas superficiais, por exemplo, por ganância, por atávica imoralidade, ou por pura incompetência. Respostas que não esgotam as dúvidas sobre a questão.
Afinal, todos nós somos em algum grau gananciosos, imorais e incompetentes e, mesmo assim, não somos premiados com o dinheiro expropriado de alguém e nem vamos atrás dele. Bem, pelo menos, falo por mim.
A resposta, na minha opinião, é que Joesley e Wesley entenderam o funcionamento do poder, entenderam a mente dos políticos que o exercem, entenderam a alma, o espírito do governo e colocaram tudo aquilo que ele tem de nefasto a seu serviço, com o objetivo único de pavimentar seu caminho para o sucesso, a fama e a riqueza.
Quando os donos da J&F decidiram agregar ao universo de profissionais que pensam e trabalham para criar valor, aqueles que pensam e trabalham para destruí-lo, Joesley e Wesley trocaram as virtudes morais que todo empresário, que todo ser humano deve nutrir para construir seu caminho para a felicidade, por aquilo que só a política pode oferecer, a capacidade ímpar de agir imoralmente, destruindo valores, sem se comprometer.
Ocorre que Joesley e Wesley resolveram não parar por aí. Foram além. Não se contentaram com o sucesso, a fama e a riqueza.
Entenderam que apenas isso, sucesso, fama e riqueza, não lhes traria a felicidade. Era preciso mais. Era preciso purgar a culpa, era preciso redimir-se da imoralidade praticada com as novas relações e que permitiram com facilidades adquiridas a peso de ouro, conquistarem o sucesso, a fama e a riqueza.
Resolveram então, pressionados pelas circunstâncias e pelas conveniências, abrir o tampão daquele inferno subterrâneo para onde foram levados ou se deixaram levar.
Acreditaram que poderiam dar o golpe de mestre, livrar-se daquilo que todos aqueles que praticam um ato de imoralidade, não sendo um psicopata, têm o ônus de carregar, o peso na sua própria consciência.
Vieram a público, confessaram seus crimes mediante o prêmio da impunidade pago por uma delação, entregaram seus comparsas, cúmplices ou chantageadores, redimiram-se com a justiça, da maneira que a justiça entendeu que deveriam fazê-lo, impuseram-se um ostracismo paradisíaco e agora, esperam encontrar a felicidade.
Felicidade que duvido que venha.
E os políticos? Algum deles tomou a iniciativa de se apresentar à justiça? Algum deles gravou suas conversas para um dia usar para denunciar seus corruptores? Algum deles veio a público confessar seus crimes para purgar sua imoralidade? Algum deles mostra sinais de arrependimento? Não.
Contentam-se em declarar, não sei de nada, não estava lá, não conheço, nunca vi, nunca fui, nunca estive, não entenderam bem minhas palavras, não foi isso que eu quis dizer, essa fita foi forjada, quando eu cheguei já estava assim, quando eu sai dali isso não tinha acontecido.
E a mais megalomaníaca de todas as declarações: a história me julgará.
Há um político apenas que eu me lembre, que tenha nos últimos anos, denunciado a prática de atos de corrupção, sendo ele próprio culpado, o deputado federal Roberto Jefferson, que desencadeou o escandaloso caso do Mensalão.
Nenhum outro me vem à mente por ter tido a iniciativa de, com o peito aberto e a cara desprovida das máscaras que usam cotidianamente, confessar seus crimes subterrâneos, na tentativa de purgar sua imoralidade.
Não é por outra que estou convencido de que todo político que usa o seu poder para destruir, para impedir que valores sejam livremente criados, são mais do que meramente seres imorais, são, sem dúvida alguma, psicopatas.
Essa instituição que deveria proteger aqueles que criam valor, que querem alcançar a felicidade trocando voluntariamente o que têm pelo que desejam, tornou-se sua antítese.
O governo brasileiro, com raríssimas exceções, abriga os psicopatas dos quais a sociedade gostaria de se livrar.
Joesley e Wesley enxergaram o que a imensa maioria do povo brasileiro se recusa a ver, estamos sendo governados por psicopatas que insistem em manter um sistema que os protege, que lhes dá o poder que não deveriam ter e que nos deixa à sua mercê.
Não basta acabar com os Joesleys e os Wesleys, não basta acabar com esses psicopatas que se apropriaram e se nutrem do sistema. Muitos outros iguais a eles virão.
É preciso acabar com esse sistema, para mudar o Brasil.
Como? Trocando pelo quê? Essa é uma conversa para quem realmente quer construir um novo, um outro Brasil.
Só há um antídoto contra a corrupção, o respeito absoluto à livre iniciativa e à propriedade privada.
Quando ao governo for negada a possibilidade de dispor daquilo que não é seu, não haverá moeda de troca para desencadear, estabelecer e manter um processo de corrupção.