ENTREVISTA DE MANTEGA
Ontem, duas entrevistas, publicadas em jornais diferentes, me chamaram a atenção: numa delas, no jornal - O Globo- o péssimo ministro Guido Mantega afirmou que a presidente Dilma Neocomunista Rousseff vai levara a atual política econômica do país até o fim. Ora, como o Brasil está cada dia mais próximo do abismo, Mantega, que já está de saída, bem que poderia facilitar as coisas dizendo que o nosso fim é triste.
ENTREVISTA DE EDUARDO GIANETTI
Li, também, com a máxima atenção, a bela entrevista concedida ao jornal -Valor-,pelo economista Eduardo Gianetti da Fonseca, na qualidade de conselheiro e um dos formuladores do programa econômico da candidata Marina Silva.
ARRUMAR O BRASIL
Para começar, Gianetti admite que não será simples -arrumar- o Brasil. Para tanto há um custo de fazer o ajuste, mas ele certamente é menor do que o custo de não fazê-lo, disse. Questionado se os compromissos assumidos no programa não são conflitantes com a perna fiscal do tripé macroeconômico, o economista foi muito claro: - Os compromissos serão cumpridos à medida que as condições viabilizarem, sem prejuízo do equilíbrio fiscal.
TRÊS FATOS
Segundo Gianetti (e todos os pensantes) o problema básico do Brasil hoje é uma combinação pouco usual de três fatos que não costumam caminhar juntos: Temos:1- baixo crescimento crônico;2- inflação teimosamente na vizinhança do teto definido pelo sistema de metas com o agravante de que ela está artificialmente controlada tanto por preços administrados represados quanto por câmbio artificialmente mantido num patamar sobrevalorizado; e, 3- déficit em conta corrente de 3,5% do PIB, que nos coloca em uma situação de eventual vulnerabilidade externa.
COMBINAÇÃO SIMULTÂNEA
Com crescimento tão baixo, a inflação deveria estar bem comportada, e se você tem um déficit em conta corrente de 3,5% do PIB, você estaria investindo a uma taxa expressiva. Cada um desses fatos isolados já seria um ponto de apreensão, os três juntos é sinal de coisas realmente fora do lugar.
DOIS MOVIMENTOS
Dois movimentos são importantes e necessários. 1- ações corretivas, de desfazer equívocos, distorções e desequilíbrios que vieram se acumulando nos últimos anos; e, ao mesmo tempo, 2- uma nova agenda de reformas microeconômicas, institucionais e de melhoria do ambiente de negócios que libere o potencial de crescimento do Brasil e dê mais confiança e previsibilidade para que se volte a investir.
TRIPÉ MACROECONÔMICO
É preciso, diz Gianetti, reconstruir o tripé macroeconômico. É um retrocesso ter que voltar a falar isso, pois era algo amadurecido no Brasil, como uma base a partir da qual se pensava para frente, mas o governo Dilma foi tão desastrado e irresponsável que fragilizou as três pernas do tripé. A fiscal, a monetária e a cambial.O governo inventou tantas artimanhas, truques e malabarismos para manipular números que está difícil tomar pé da situação. Precisa colocar a situação fiscal em ordem e produzir superávits fiscais necessários para se restabelecer a confiança e a sustentabilidade das contas públicas.- Não tenho dúvida de que há um custo de fazer o ajuste hoje, mas ele certamente é menor do que o de não fazê-lo, arrematou. ...continua amanhã...