RESPOSTA ESTRANHA
Enquanto o governo cria rombos e oportuniza safadezas por todos os lados, a sociedade brasileira dá uma resposta estranha, do tipo que aplaude e concorda com os intermináveis malfeitos. Pois, para atestar o quanto gostamos de pagar impostos sem exigir qualquer contrapartida decente, vejam o que diz o texto do Pensador (membro do PENSAR+) Paulo Rabelo de Castro:
RECORDE DE ARRECADAÇÃO
Nesta semana, o governo federal, comemorou mais um recorde de arrecadação: R$83 bilhões em tributos, só em fevereiro de 2014. No primeiro bimestre (jan e fev), R$206 bilhões. A alta, sobre iguais períodos de 2013, já descontada a inflação (em termos reais, portanto), foi de 3,44% e de 1,91% respectivamente.
RITMO ELEVADO
Tanto uma quanto outra percentagem sinalizam um ritmo de arrecadação mais elevado do que a evolução do PIB, que paga a conta da tributação. Mas o governo não está contente com o recorde. Verbalizou que estuda aumentar o IPI de bebidas, -inclusive água- e cosméticos, além de cogitar aumento no PIS e Cofins desses produtos. A alegação: cobrir a conta adicional de subsídio às distribuidoras de energia. Serão R$4 bilhões a mais.
INVESTIMENTO COMPROMETIDO
A elevação constante e estrutural da tributação brasileira na ultima década é diretamente responsável pela crescente desarticulação da capacidade de investimento próprio na indústria e a queda, agora visível e brusca, na taxa de poupança interna.
SEMPRE ACIMA
Por trás da corrida enlouquecida por mais arrecadação está, por certo, o aumento contínuo da despesa pública total em todos os anos da ultima década, SEMPRE ACIMA do crescimento do PIB, que financia o avanço dos gastos do setor público.
FATOS CONSUMADOS
Erram as agências de risco ao descobrir, só agora, que tal política econômica sempre foi e é insustentável. O rebaixamento da nota surge atrás dos fatos consumados, quando a gangrena do excesso de gastos já provoca a explosão da arrecadação anual, e vai matando a possibilidade de o PIB crescer como deveria.
DECOLAGEM INEXISTENTE
Nunca houve, portanto, o tal Brasil da DECOLAGEM. Houve, apenas, um País embalado pela enorme onda promovida pelos altos preços das COMMODITIES. Enquanto o Brasil do consumo crescia, o da produção se perdia. Sem novidades, portanto.