A CATARSE
Na semana passada, o deputado Luiz Philippe Orleans e Bragança publicou o importante texto -A DIREITA LAVA ROUPA-, na Gazeta do Povo, no qual insiste para que a DIREITA faça uma CATARSE (conceito filosófico que significa limpeza e purificação). Diz ele, com muita precisão, que desde as eleições de 2022 e os eventos de 8 de Janeiro de 2023 a DIREITA pecou por não juntar os pedaços, conversar e orientar. Muitos seguem com medo e acuados. Ou seja, não LAVAMOS A ROUPA SUJA EM GRUPO e por isso NÃO DECIDIMOS NEM NORTEAMOS NOSSOS ATIVISTAS.
1º SIMPÓSIO DA DIREITA UNIDA - FÓRUM DO BRASIL
Para dar vazão a essa VONTADE DE SE EXPRESSAR, no dia 15/4, aconteceu o 1º SIMPÓSIO DA DIREITA UNIDA - FÓRUM DO BRASIL, evento público, mas restrito a lideranças que se mobilizam com frequência e por essa razão teve pouca divulgação, com a presença de líderes de MOVIMENTOS DE DIREITA E INDEPENDENTES, PARLAMENTARES E PERSONALIDADES PÚBLICAS EM GERAL. Além do deputado Luiz Philippe, que ocupou a tribuna como mediador, participaram do painel a deputada federal Bia Kicis; o secretário do desenvolvimento social do Estado de São Paulo, Felipe Sabará; a vereadora de Porto Alegre, Fernanda Barth; o deputado federal Ricardo Salles e o deputado estadual Tomé Abduch.
SEM DISCURSOS
Detalhe inovador: nenhum dos parlamentares fez discurso. De imediato o microfone foi aberto para todos da plateia se pronunciarem sobre o TEMA, que tratou do MOMENTO QUE VIVEMOS, O QUE O MOVIMENTO DA DIREITA FEZ DE CERTO, DE ERRADO E OS PRÓXIMOS PASSOS. Praticamente 100% do conteúdo discutido foi levantado pelos mais de 40 ativistas que se manifestaram na plateia e chamamos várias questões a voto por aclamação. Os mais de 400 presentes puderam levantar as mãos em apoio ou rejeição de vários pontos importantes, e até polêmicos, que a direita nunca antes havia tido a oportunidade de discutir e colocar a voto num grupo maior.
12 ASSUNTOS
O objetivo inicial era somente -BOTAR PARA FORA- ou -LAVAR A ROUPA SUJA EM PÚBLICO- mas ao final, depois de submetidos a voto, 12 ASSUNTOS ganharam destaque:
1. PERSPECTIVA: As vitórias da direita nos últimos 10 anos não foram fruto de organização, planejamento e ação, mas sim da rejeição à corrupção, do esgotamento das ideias e do esvaziamento de lideranças da esquerda;
2. PREFEITURAS: Erramos em não ter partido que nos representasse, plano de ação e ativismo para as eleições municipais de 2020;
3. REFORMAS: Erramos em não nos alinhar em torno de uma reforma do sistema eleitoral (voto distrital), do sistema de voto e do TSE para garantir representatividade, transparência e direito de contestação;
4. MOVIMENTO NACIONAL: Criação de um movimento nacional com pauta unificada, para criar a coesão ideológica que ainda não existe e forjar novas lideranças;
5. PRÓXIMAS ELEIÇÕES: União para cumprir a missão das eleições municipais de 2024;
6. EDUCAÇÃO E JUVENTUDE: Foco no trabalho com a juventude, no desenvolvimento de conteúdo e de currículo escolar alternativo ao da ideologia de esquerda. Reacender as pautas levantadas pelo movimento Escola Sem Partido;
7. LIBERALISMO: engajar a opinião pública na agenda social sustentável da direita: emprego, empreendedorismo e oportunidades;
8. GLOBALISMO: acirrar a troca de informações e o combate ao globalismo, seus agentes e métodos;
9. PRIVATIZAÇÃO: privatizar para diminuir o poder de corrupção que o executivo detém sobre o legislativo;
10. CULTURA: remover o Estado do protagonismo cultural, pois a Cultura pertence à sociedade;
11. PROMOVER REFORMAS DE SOBERANIA POPULAR: regulamentar referendo popular, projeto de lei de iniciativa popular, plebiscitos e recall de mandato;
12. ATIVISMO: devemos voltar às ruas.
DEMOCRACIA
Segundo Orleans e Bragança, O SIMPÓSIO DE DIREITA UNIDA chegou com atraso, mas tem FORMA E CONTEÚDO adequados para ter ampla adesão e capacidade de estimular o recomeço do ativismo no Brasil. Apesar de ser um político com mandato, como alguns presentes no evento, nunca deixamos de ser ativistas pelo Brasil e esperamos ver novas lideranças assumindo protagonismo na sociedade. O jornalista Fernão Lara Mesquita, ao observar a forma e os temas tratados no evento, mencionou: “A DIREITA NO BRASIL NÃO É DIREITA, ELA É DEMOCRATA: faz e representa tudo que todo verdadeiro democrata representa, mas NÃO SE POSICIONA como tal ou sequer usa a palavra -DEMOCRACIA- em seus discursos. Se assim o fizesse, teria muito mais sucesso”. Só há uma maneira de “ser democrata”: da maneira certa, debaixo para cima e a ouvidoria é o primeiro passo. Outros fóruns como esse já estão sendo programados para acontecer em outras cidades. Na verdade, não é de hoje que a tocha olímpica da vontade popular está nas mãos daqueles que mobilizam o país, mas desde 2014, quando iniciou o processo de impeachment de Dilma. Só cabe a alguns de nós lembrar de como era feito. O recomeço começou.
ESPAÇO PENSAR+
No ESPAÇO PENSAR+ de hoje: ENTRE CABRAL E TIRADENTES, por Paulo Rabello de Castro. confira aqui: https://pontocritico.com/espaco-pensar