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INSTITUTO de FORMAÇÃO de LÍDERES - 13.08.2020


    Casualmente, no dia em que Salim Mattar demitiu-se do governo, eu estava palestrando para uma turma de jovens associados do IFL (Instituto de Formação de Líderes) de Brasília.

   

    Os IFLs são entidades independentes criadas e mantidas pelo Salim a partir da transformação dos capítulos do IEE em institutos autônomos, sendo que já há vários em funcionamento no Brasil..

   

    Por maior que fosse o bem que Salim Mattar pudesse fazer trabalhando no governo, nenhuma das suas ações se equipararia com sua contribuição para um futuro alvissareiro para o Brasil do que a formação de jovens lideranças.

   

    É evidente que os liberais chegaram ao governo um pouco cedo demais. Não apenas isso, parece que chegaram lá pelas mãos erradas. Ainda não há uma massa crítica de liberais na burocracia estatal nem no Congresso para fazer-se o que é preciso ser feito, separar o governo da economia, da educação, da saúde, da previdência. da ciência e da infra-estrutura.

   

    A possibilidade real para se fazer mudanças que resultem na consagração do individualismo na ética e do capitalismo na política, é algo que precisa ser amadurecido ao longo de décadas com a evolução cognitiva e cultural daquela parte da sociedade que decide exercendo o poder.

   

    Salim Mattar é um sujeito diferenciado, mas ele não conseguiu desarticular os ferrolhos que impedem o desenvolvimento econômico e social no Brasil porque não é essa a mentalidade reinante.

   

    No entanto, quando se sabe que milhares e milhares de jovens são formados todos os anos por instituições como o IFL, IEE, SFL, IMB, IL, Atlantos, Líderes do Amanhã e tantas outras, temos a convicção que a hora dos liberais chegará.

   

    Salim Mattar tem trabalhado incessantemente para que isso se realize. Ele exerce um papel muito mais importante atuando na iniciativa privada, tanto como empresário quanto como ativista, do que no governo.

   

    Não tenho a menor dúvida disso porque eu conversei com 22 jovens de diversos lugares do Brasil que estão vivendo em Brasília e usufruem dessa oportunidade extraordinária que Salim Mattar oferece para aqueles que acreditam na liberdade como fator de mudanças positivas para o Brasil. O que colhi dessa conversa é o que venho colhendo há anos, a convicção de que tempos de liberdade se aproximam.


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IDEOLOGIA DO CEMITÉRIO - O "Partido Funerário Brasileiro" e a volta do distanciamento social - 11.08.2020


por J.R. Guzzo

 

 

Manifestantes aproveitam a marca de 100 mil mortes pela Covid-19 para protestar contra o governo Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro.|

 

O Partido Funerário Brasileiro, criado junto com a Covid-19, está jogando neste momento todas as fichas que tem e que não tem numa ofensiva maciça para ganhar uma causa que, à esta altura, não parece mais com cara de que ainda pode ser ganha. O PFB, que nos quatro ou cinco meses de epidemia mandou como ninguém neste país, é uma confederação que junta, para resumir as coisas, todo o mundo que de uma forma ou outra tem horror ao governo federal; todos aí acham que ou o Brasil acaba com ele, como teve de acabar com a saúva, ou ele acaba com o Brasil.

 

Em sua tumultuada coleção de pensamentos, acreditaram – e querem continuar acreditando – que colocar o país trancado “em casa” era uma chance caída do céu para se livrarem de Jair Bolsonaro e suas obras. O problema é que a Covid está deixando de colaborar. Em vez de ficar cada vez pior, parece ter estacionado. O resultado é que a “quarentena” como o PFB exige – total, irrestrita e sem data para acabar – está sendo reduzida pelas autoridades. Não pode. Qualquer passo no rumo de uma vida mais normal tem de ser combatido com a fé de uma cruzada tamanho XXXXXG.

 

Os principais militantes dessa ideologia de cemitério estão na mídia e, de um modo geral, naquilo que é descrito como “campo progressista”. A ofensiva do momento é para fazer com que o “distanciamento social” volte a ser o que era. É complicado. A grande vitória do PFB foi a decisão do STF que deu às “autoridades locais” a exclusividade no combate à Covid-19. Em poucos dias, livres da intervenção do governo central e com poderes de ditadura, pararam o Brasil; foram aplaudidas como heróis da pátria.

 

Mas de umas semanas para cá elas vêm permitindo uma retomada gradual das atividades humanas, pela aparente estabilidade no número de vítimas. E agora? Não dá para jogar a culpa no presidente da República, pois quem está acabando com a “quarentena” são os grandes patriotas de anteontem. Dá para acusar o homem de “genocídio”, por não usar máscara em público, etc, etc, etc. Mas para voltar ao confinamento será preciso combinar com 27 governadores e 5.500 prefeitos. Não está dando, porque eles não querem continuar nessa vida.

 

A esperança do pró-Covid-19 é que as mortes aumentem de forma dramática – mas como esse fator não pode ser controlado, a saída está sendo dobrar a aposta no pânico. A mensagem é: “Fique em casa, mais do que nunca – se não você vai morrer ou matar a sua família.” Como já não se pode mais contar com os governadores e prefeitos, a arma mais utilizada pelo partido tem sido esses médicos promovidos a Prêmio Nobel de Medicina por jornalistas que não sabem o que é um melhoral. Sua principal especialidade clínica, em geral, é dar entrevistas à televisão; todos têm uma fé sem limites na força do vírus.

 

A última realização do PFB foi um apavorante pacote de declarações do seu doutor mais “raiz”. Em seu manifesto à nação, ele afirmou que é um ato de demência afrouxar o “distanciamento social”. As escolas têm de continuar fechadas – a começar pelas que educam os 50 milhões de crianças e adolescentes da rede pública de ensino. O trabalho fora de casa não pode ser permitido. Andar na rua sem máscara é um comportamento equivalente à prática de crime. Mesmo quando for descoberta uma vacina, a quarentena precisará ser mantida, pois essa vacina não vai adiantar nada – e, de qualquer jeito, levaria anos até a ciência ter certeza de sua eficácia.

 

Soou como um manifesto desesperado – depois que o Brasil passou o número mágico das 100 mil mortes e o público em geral não se mostrou mais afetado pelo clima de medo do que já estava, o PFB parece resolvido a tudo."

 

Gazeta do Povo.


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SURTOS - 11.08.2020


por Roberto Rachewsky

 

O governo destrói nossas economias. Retarda nossas crianças. Esbanja nossa previdência. Não deixa que gente competente lucre tirando crianças do esgoto fétido ou latas de água cuja potabilidade é improvável de suas cabeças. Não abre mão de um centavo dos seus salários, diárias e mordomias para melhorar a vida de crianças esquálidas que ingerem menos calorias aos dez anos de idade do que o feto de meses gestado pela filha de algum deputado ou senador que rouba hoje e espera ansioso para ensinar como roubar ainda mais ao neto.

   

Vocês acham de verdade que teríamos uma gestão da saúde melhor durante uma crise aguda do que quando ela é crônica e sempre nos lembra da falência do sistema? Se vocês acreditam nisso, não é à toa que acreditam na midia, nos artistas, nos políticos, nos especialistas, mas não acreditam nos próprios olhos, ouvidos e no raciocínio lógico axiomático de tão óbvio.

   

Dito isso, digo mais.

   

Não se ofendam, é uma questão de justiça, vocês merecem ser passados para trás por essa gente sórdida, que não gagueja quando mente, não pisca quando trapaceia, não cora quando rouba e não sua nem chora quando mata.

   

Quando vocês se derem conta, verão que esse pânico gerado pelos aproveitadores com o novo vírus não é diferente daquele golpe onde alguém grita fogo num teatro lotado e os espertos aproveitam para roubar bolsas e carteiras dos incautos.

   

    Eu não disse que não existe um surto. Estou dizendo que existem dois. O surto de síndrome aguda respiratória e o surto de tirania com a brutal violação de direitos individuais produzidos de forma inédita pela corja autoritária.


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A NAÇÃO PEDE RESPEITO - 10.08.2020


Por Percival Puggina


O Estadão deste sábado (08/08/2020) estampa editorial atribuindo ao presidente da República responsabilidade pessoal nas 100 mil mortes causadas pelo novo coronavírus. No esdrúxulo raciocínio do editorialista, não fosse Bolsonaro, o vírus, por si só, transitaria pelo Brasil sem produzir vítimas.

Diz o jornal, novo queridinho da esquerda brasileira:

 

“Por fim, construiu-se essa tragédia porque falta a muitos cidadãos um espírito de coletividade, o reconhecimento do passado formador comum e a comunhão de aspirações ao futuro. Com tristeza, viu-se que não raras vezes a fruição imediata de alguns se sobrepôs ao recolhimento exigido para o bem de todos. Aí está o resultado.”

 

Aí está também, num mau português, o sumário da lição de engenharia social proporcionado pelo coronavírus. A aula virtual, em sala global, é cotidianamente oferecida ao mundo, de modo especial ao Ocidente, pela mentalidade totalitária em suas mais recentes roupagens. Aí estão, igualmente, o desprezo à liberdade individual, ao trabalho humano e a politização do vírus. A propósito, é bom ter em mente que a politização de tudo, a radicalização e o clima de amplo antagonismo não são peculiaridades do tempo presente. Vista de frente, olho no olho, a verdade mostra que até 2018 a radicalização tinha um lado só. A vanguarda do atraso vencia por WO.

 

Fazer-nos andar na direção dessa engenharia social, exige inibir, coibir, exorcizar a liberdade individual. Disse-me alguém, certa feita: "Observa a atividade das abelhas em uma colmeia. Não há, ali, individualidades e egoísmos. Todas obedecem a uma ordem espontânea, ditada pela natureza. Por que os seres humanos não podem ser assim? Por que não sonharmos com um homem novo, nascido dessa compreensão?". Exasperei-me: "O motivo é muito simples, meu caro. Acontece que, diferentemente do teu delírio coletivista, nós não somos abelhas! Convivem em nós a inteligência, a vontade e a liberdade. Não rebaixes nossa dignidade.

 

Desde a campanha eleitoral de 2018, plantou-se a ideia de que a vitória de Bolsonaro representaria um retorno dos militares ao poder, para estabelecer um governo fascista, homofóbico, racista, e sei lá mais o quê, com o intuito de extinguir a democracia no Brasil. Criada a ficção, mesmo em ausência de qualquer sintoma, tanto o Congresso quanto o STF passam o combater o fantasma criado, atacando o Poder Executivo com medidas de viés autoritário, manifesto antagonismo político e real esforço em coibir a liberdade de opinião. Hoje, se há um golpe em curso, ele não se articula em favor do governo, mas contra o governo. Não é devido ao governo, ou ao governante, mas causado pela aversão à agenda conservadora e liberal que, dada por morta no Brasil, renasceu a partir de 2014, ameaçando décadas de meticuloso trabalho político, sociológico e psicológico de engenharia social.


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STF, SENADO E ÁLCOOL GEL - 04.08.2020


por Percival Puggina

 

 Muito leitores me escrevem expressando desânimo em suas manifestações. Dizem-se desiludidos, desesperançados. Estão deixando cair os braços. O que fazer? O Brasil melhor, que buscaram nas mobilizações desde 2013 e redundaram na vitória de conservadores e liberais em 2018, enfrenta terríveis resistências. Elas são políticas. Elas são ideológicas. Elas são poderosas. O que fazer?

 O desalento dos vitoriosos fornece adrenalina pura à veia dos derrotados! É exatamente o que sempre buscam. Todos os totalitários, em suas experiências históricas, cuidaram de submeter os inconformados e, para tanto, o caminho não sangrento (o sangue corre mais tarde) é o roubo da esperança. É o roubo daquela joia preciosa a que se refere um personagem de Bernard Bro em Contra toda a Esperança.

A primeira grande frustração que sucedeu à vitória eleitoral de 2018 veio com a percepção de que, apesar de toda a faxina, apesar de muito esfregão, palha de aço, lava-jato e desinfetante, o ganho qualitativo com a renovação da representação política nacional no Congresso não foi suficiente para que as más práticas e os piores interesses perdessem vitalidade. O governo não podia contar sequer com metade do partido do presidente. Os outros dois blocos eram formados pelas oposições e pelo centrão. Ou seja, Bolsonaro tinha umas poucas dezenas entre os 594 membros do parlamento. Matéria de GauchaZH de 5 de fevereiro deste ano informa que durante o ano de 2019 o governo enviou 48 Medidas Provisórias ao Congresso e apenas 11 destas se converteram em lei.

Com uma plataforma conservadora e liberal, o governo tinha contra si praticamente toda a extrema imprensa e a totalidade do Supremo Tribunal Federal. Este último trata o governo como potência inimiga e assumiu um protagonismo político percebido como tirano. O STF é totalmente avesso à agenda conservadora e liberal e barra iniciativas caras aos eleitores do presidente, mas não condizentes com o petismo enraizado na maioria de seus membros.

O que fazer, e fazer logo?

De momento, no curto prazo, sem possibilidade de ir às ruas e sob forte repressão à liberdade de opinião, é urgentíssimo fazer andar os pedidos de impeachment de membros do STFentregues à leitura das traças nas gavetas do senador Davi Alcolumbre. Isso está no tabuleiro das iniciativas viáveis. São apenas três senadores por estado! Cada um deles, independentemente do partido a que esteja filiado deve passar a receber irresistível “pressão das bases”. Há que romper o circuito fechado “álcool gel”, onde as mãos se esterilizam reciprocamente nas relações entre o Senado e o STF.

Estou falando de usar toda a forma de contato civilizado possível para mostrar a cada senador, que sua cadeira é muito mais instável do que lhe pode estar parecendo. A renovação de seu mandato, sonho comum a todos, depende de agir tendo em vista o bem do Brasil, a decisão democrática das urnas, o respeito à Constituição, o Estado de direito. A proteção de maus magistrados, de maus colegas e más legendas não faz parte desse conjunto e será muito mal acolhida nas inexoráveis cabines de votação de 2024 e 2028. Nesse sentido, mobilize em seu município associações, sindicatos, meios de comunicação, lideranças políticas e todas as legítimas energias locais para cobrarem posição dos três senadores de seu Estado. Não esmoreça, não há impeachment sem apoio popular.

O êxito dessa campanha, que precisa de todos, abrirá portas para profundas transformações na cena institucional brasileira.


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