Espaço Pensar +

LEIA E CREIA - 13.01.21


por Percival Puggina
        
         Leia e creia. Os tempos verbais comandam os acontecimentos. Os gerúndios, por exemplo, não são usados com a cautela devida. Por isso, chama a atenção a invasão deles na comunicação nacional. Você liga para um 0800. Quer providência e solução. Não obstante, a resposta vem assim: Vamos estar encaminhando sua solicitação... Vamos estar entrando em contato. Vamos estar agendando. E por aí "vão indo" os encaminhamentos.
 
         Poderíamos dizer que é apenas um dos muitos erros acolhidos no nosso modo de falar. No entanto, se prestarmos atenção aos motivos dessa construção verbal, perceberemos quanto a linguagem frauda a mensagem. Empregado assim, o gerúndio dissimula a negação do que afirma. Cria uma ilusão, ao sugerir que a ação ocorrerá no tempo presente, de modo continuado – encaminhando, entrando em contato, agendando. Mas faz o inverso ao remeter às imprecisões do futuro e da impessoalidade, através do "vamos estar". Quem diz vamos estar não está, não diz quem estará, nem quando estará. Para que a frase merecesse credibilidade seria necessário usar o verbo no tempo futuro, estabelecer quando a ação seria cumprida e indicar seu sujeito: encaminharei neste momento, entrarei em contato hoje, e assim por diante. Imagine o que aconteceria se um gerente, interpelado por seu chefe sobre determinado problema, respondesse com um "vamos estar verificando e estaremos encaminhando"...
 
         Mas isto aqui não é lição de Língua Portuguesa. Nem eu a saberia ministrar. Pretendo mostrar que essa formulação marota, depois de ter sido durante muitos anos a cara da nossa política, está em pleno vigor no Congresso Nacional que, em breve “vai estar elegendo” seus novos presidentes. Sabemos todos que Câmara e Senado vão estar examinando os grandes temas do país. Mas isso não significa real interesse, efetivo estudo, ou sensibilidade à sua urgência. Os projetos do governo tomam chá de gaveta nos gabinetes com poder de mando. As reformas rastejam nos corredores, do abandono para a indiferença.
 
Por outro lado, felizmente, o gerúndio morreu no governo da República. Hoje, o Poder Executivo, no que dele depende, fala na primeira pessoa. Os ministros do governo usam o presente do indicativo para dizer o que pensam e fazem. Seria bom que aqueles governadores, prefeitos e jornalistas para os quais “a economia a gente vai estar vendo depois” escrevessem sobre o que estão vendo agora. Nada que o ministro Paulo Guedes já não tenha visto há oito meses, e no futuro do presente.
 
         O STF, em má hora, promoveu o velório de um prolongado gerúndio. Em 2018 não aderiu sequer ao presente do indicativo. Foi direto para o imperativo afirmativo. Sujeito a multa e guincho. Ou será gancho? Não dissimula. Assumiu o comando geral das cacholas nacionais, ficando interdito pensar fora da sua caixinha progressista. Justamente a que perdeu fiéis, saiu do poder, e devolveu anéis que não eram seus.

 

 

* Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.

 

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O AUTOR CONFESSA - 11.01.21


por Percival Puggina
 
         A quem interessar possa, confesso que sou portador de um pacote de anomalias que me fazem ser a favor da instituição familiar e contra os que a depreciam, a favor da liberdade e contra arreganhos totalitários, a favor da sociedade e contra a bandidagem. Podem me olhar de cara feia, mas é assim que sou. Também sou – pobre de mim – contra a miséria e, por isso, a favor do desenvolvimento econômico. Podem me chamar de porco capitalista, mas me sinto mal ao ver um miserável papeleiro fazendo tração animal, puxando carroça, porque o município não lhe proporciona outro modo de recolher papéis pela cidade, tendo preferindo zelar pelo cavalo e não pelo papeleiro. Podem me chamar de direitista – não de fascista porque, como se sabe, fascista é a mãe de quem chama –, no entanto, não consigo discutir sobre política com quem vive no mundo da lua.

         A propósito, outro dia, disse-me alguém que a discussão entre esquerda e direita não define rigorosamente o quadro político brasileiro porque existe uma esquerda democrática e uma direita democrática e as duas posições são igualmente legítimas.

         Aí já comecei a vislumbrar o cidadão sentado à borda de uma cratera lunar, balançando os pés e olhando a Terra azul. No mundo real, disse a ele, não existe esquerda e direita ideal. Existe uma direita real e uma esquerda real. Esta última, a que existe no Brasil, a que vai às urnas, a que faz voto e disputa o poder, é representada por dois ou três partidos que se definem como adversários da democracia liberal, representativa, que chamam “burguesa”, e querem promover mudanças para a, assim dita, “democracia popular”. Com esse mesmo rótulo, aliás, foram comercializados os regimes totalitários no leste da Europa e da Ásia, durante décadas, a partir de 1948.

         Em toda democracia, mas de modo muito especial numa sociedade pluralista e de escassos consensos como a nossa, é preciso, sim, haver uma esquerda e uma direita democráticas. Acontece que a esquerda que governou o Brasil fez o que se sabe e o que se sabe é apenas parte do que fez. Por todos os modos tentou criar sua “democracia popular”, aparelhou toda a máquina pública com seus sovietes (conselhos), tomou conta das universidades, semeou discórdia onde havia união etc., etc., etc.. Não fez diferente no Rio Grande do Sul nas duas ocasiões em que governou o Estado causando catástrofes econômicas, fiscais e sociais.

         Tenho 76 anos e nem um único minuto desse tempo todo estive em cima do muro.  Não me parece sensato instalar-me sobre  ele, como se a política fosse um jogo em que eu, neutro como uma biruta de aeroporto, me movimentaria segundo o vento das circunstâncias.

         Sou culpado? Quem sabe? Nesta terra, disparate é a sensatez. E vice-versa.


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VAI PRA CUBA! E LULA FOI. 04.01.21


por Percival Puggina
 
         Condenado em dois processos e respondendo acusações em outros três ou quatro, Lula está passando algumas semanas em Cuba a expensas da sociedade brasileira. Esse benefício desperta sentimento de repulsa, mas é escandalosamente legal. No Brasil, tais regalias são todas concedidas em lei. Os ex-presidentes da República não recebem pensão vitalícia, mas as compensações são muito mais vantajosas. Dilma, por exemplo, pode correr mundo, em 2019, pondo fogo onde houvesse fumaça contra o Brasil, com luxo, assessores e despesas pagas.

         Pode isso? Pode, sim. Os ex-presidentes têm direito a dois carros oficiais e oito servidores, entre motoristas, seguranças e assessores cujos salários e despesas de viagem correm por nossa inesgotável conta. Enquanto o presidente recebe R$ 0,37 milhão por ano (R$ 30 mil/mês), em 2019 os ex-presidentes gastaram: valores entre R$ 0,490 milhão (Temer) e R$ 1,07 milhão (Dilma).

         Lula, então, está em lua de mel no Caribe. Para todos os efeitos, viajou com o intuito de conceder entrevistas ao cineasta Oliver Stone que está gravando um documentário sobre a América Latina. Espero que o cineasta aproveite aquela excelente base para documentar, em imagens, o fracasso do comunismo cubano num paraíso caribenho que era próspero até 1959 e parou no tempo desde então, malgrado seu pequeno crescimento demográfico (45% em 60 anos) um dos menores do mundo ocidental.

         Espero que ele tenha interesse em visitar presos de consciência, condenados por pedirem liberdade, condenados por terem sido acusados de conspiração contra o Estado por uma polícia política e uma justiça afinada com esta e com o governo comunista da ilha. Seria uma excelente matéria para o documentário e, para Lula, uma informação que talvez o faça compreender o mal que ele os seus causaram ao povo cubano. Junto com Fidel Castro, Lula criou o Foro de São em 1990 e, a partir de 2003, os governos de seu partido financiaram aquela ditadura que ontem completou 62 anos.

Um olhar cuidadoso e responsável sobre as instituições da ilha mostraria uma Assembleia Nacional cujos membros pertencem, todos, ao mesmo partido comunista e que jamais, em seis décadas, rejeitou algo vindo do governo. Mostraria que os juízes do Tribunal Superior Popular são escolhidos pelo Conselho de Estado (um colegiado extraído da Assembleia Nacional) e submetido à mesma Assembleia Nacional. É um esquema em que o totalitarismo se impõe num círculo fechado e no qual tudo se opõe à democracia; em que tudo e por tudo carece de legitimidade.

         Talvez deva Oliver Stone ler as duas primeiras páginas da novíssima constituição cubana (2019), cujo art. 5º define:

“O Partido Comunista de Cuba – único, martiano (de José Martí), fidelista (de Fidel Castro), marxista, (de Karl Marx), leninista (de Vladimir Lenin), vanguarda organizada da nação cubana, sustentado em seu caráter democrático e na permanente vinculação com o povo é a força política dirigente superior da sociedade e do Estado”.

Bestialógico tão hipócrita e contraditório só poderia nascer, em pleno século XXI, entre mentalidades abusada e doentiamente totalitárias.


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JOÃOZINHO DORIA, O PÉ DE FEIJÃO E A VACINA. - 28.12.2020


por Percival Puggina
 
         Joãozinho, não bastante ser muito rico, tinha sonhos de grandeza. Queria ser presidente. Dinheiro sem poder é só dinheiro. Poder, sem dinheiro é só poder. E Joãozinho sofria com isso. Os anos passavam e ele circulava assiduamente em meio aos poderosos. Entre suas muitas organizações se incluía a LIDE – Grupo de líderes empresariais que reunia anualmente empresários e poderosos figurões da política nacional num paraíso de Comandatuba (BA). Mas poder, mesmo, ele não tinha. Toda noite, ao contemplar estrelas pela janela do quarto, Joãozinho antevia crescer ali fora um gigantesco pé de feijão que o levaria até elas. Ele queria ser uma estrela luminosa na constelação do poder.

Foi assim que, depois de ocupar alguns cargos, Joãozinho se elegeu prefeito de São Paulo. Glória pequena para os anseios que lhe abrasavam o coração. Assumiu com aprovação de 44% e abandonou o posto, 16 meses depois, com apenas 18%. Queria ser governador de São Paulo.

Havia, porém, uma dificuldade. Como eleger-se governador, se rejeitado pelo povo da capital onde fora prefeito? Joãozinho tinha sua fada protetora. Como todas as fadas, bruxas e gnomos, a fada madrinha de Joãozinho Doria sabia, em 2018, o que apenas os grandes meios de comunicação e institutos de pesquisa, batendo pé no chão, se recusavam a ver: Bolsonaro, tapado de votos, seria presidente da República. E a fada levou-o até ele. Nasceu, ali, para Joãozinho, o que ele imaginava ser o pé de feijão que o levaria aos píncaros do poder político.

Eleito governador, graças ao apoio do capitão, que fez mais da metade dos votos em São Paulo no primeiro turno da eleição, e quase 70% dos votos no segundo turno, Joãozinho marcou território e tomou por inimigo aquele a quem devia sua vitória.

O pé de feijão, porém, em vez de crescer, encolheu. Em seguida sua rejeição voltava a superar sua aprovação. O coronavírus secara a terra? Joãozinho ficou muito triste vendo seu pé de feijão fenecer e flexionar até voltar ao chão. Enquanto isso acontecia, resolveu adotar como modelo o pior ministro do governo Bolsonaro, idolatrado, apesar disso, pela grande imprensa. Se o Mandetta usa o vírus para aparecer diariamente na TV e encanta esse jornalismo de poucas luzes, eu posso fazer a mesma coisa, deve ter pensado ele. E armou palanque paulistano com o noticiário do vírus. Era a exaustiva e depressiva receita da moda.

E o pé de feijão de Joãozinho Doria continuava, claro, sem tomar corpo.

Certo dia, a fada madrinha, já á beira de um ataque de nervos, enviou-lhe um comerciante chinês. O esperto mercador falou de uma vacina capaz de fazer o pé de feijão sarar seus males e crescer a perder de vista. No alto, haveria à sua espera uma harpa encantada, uma galinha poedeira de ovos preciosos, um gigante a derrotar e, claro, a ambicionada faixa de usar no peito.
 

***

As duas últimas pesquisas presidenciais são desalentadoras para Joãozinho Doria. Segundo Paraná Pesquisas (04/12), enquanto o atual presidente tem 36% das intenções de votos, seguido por Ciro Gomes com 12%, ele tem apenas 5%; a pesquisa Poder Data/Band (23/12), posterior, mostra Bolsonaro com 36%, Haddad com 13% e ele, Joãozinho, com apenas 3%. E a Coronavac do mercador chinês parece não ser lá essas coisas. Mas isso é outra história


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VOZ DE PRISÃO - 24.12.2020


por  Percival Puggina
 
         Acompanhando a política brasileira ao longo de décadas, posso afirmar sem dar chance a equívoco que, durante muito tempo, a moda era responsabilizar a infidelidade partidária pelos maus caminhos da vida pública nacional. O Brasil, dizia-se, só tomaria jeito quando acabasse o troca-troca de partido que permitia aos detentores de mandato transitar de uma sigla para outra sem constrangimento e com bons ganhos adicionais. Aquilo, definia Boris Casoy, era uma ver-go-nha. Que me lembre, fui voz isolada a afirmar o quanto uma regra de fidelidade partidária seria inepta como solução para nossos problemas institucionais. E foi, não foi? Quem tem problemas de convicções ou caráter não muda o modo de ser, esteja em que partido estiver.  Ademais, são nossos partidos costumeiramente fiéis a algum princípio válido?

         Passados alguns anos, os olhares ansiosos da sociedade foram desviados para a imperiosa e redentora necessidade de uma Lei da Ficha Limpa. Mobilização nacional. Faxina geral na nação. CNBB, OAB, suas coligadas habituais e a grande imprensa cerraram fileiras e forçaram a aprovação de Nova Lei Áurea que iria salvar o Brasil dos políticos desonestos. Se alguém mais além de mim se atreveu a dizer e escrever que era uma lei inepta, que se apresente. Em setembro de 2010, em artigo para o Diário do Comércio, antecipei que iríamos trocar fichas sujas por outras novas, mas estas, logo adiante, se sujariam porque o verdadeiro ficha-suja, corruptor incurável, era o modelo institucional brasileiro. Não foi isso mesmo que aconteceu? A que nos levaram, tanto a eleição de 2014 quanto a grande renovação do Congresso em 2018?

         Oitenta e cinco por cento dos senadores que buscaram reeleição no último pleito foram derrotados nas urnas! Mas não há na Casa, passados dois anos, mais do que 22 ou 23 votos entre 81 para qualquer projeto moralizador ou transformador, tipo CPI da Toga, impeachment de ministros do STF, prisão após condenação em segunda instância, alteração do modo de compor o Supremo e por aí vai. Ou melhor, não vai. Lamento dizer que, de novo, eu estava certo. A ficha mais suja de todas é a do modelo institucional e do sistema eleitoral que regem nossa política.
 

Nosso tão louvado e preservado presidencialismo de cooptação merecia voz de prisão!


         É ele que responde pelas escolhas dos ministros do STF. É ele que levou Bolsonaro a indicar – num entendimento com os notórios Toffoli, Gilmar e Alcolumbre – o incógnito Nunes Marques para a cadeira vaga daquela Corte. Pois foi esse novato que concedeu liminar para revogar artigo da Lei da Ficha Limpa, desobstruindo o caminho para retorno à cena de políticos cujas candidaturas foram por ela barrados.

         Uma coisa é dizer que a lei seria inepta, como de fato foi, para os fins pretendidos. Outra, bem diferente, é reabrir porteira para maus políticos cujo retorno à cena só irá agravar os embaraços e reforçar o contingente de criminosos já instalados em posições de poder e influência sobre nosso cotidiano.

         A ética, que muitos cobram como caminho necessário (como de fato é) e suficiente (coisa que não é) só ganhará relevância na cena política quando o modelo institucional deixar de agir na direção oposta.


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A ETERNA E INÚTIL TERCEIRIZAÇÃO DAS CULPAS - 22.12.2020


por Percival Puggina
 
 
Quando criança, apanhado em alguma travessura de cuja responsabilidade não podia escapar, ouvido o altissonante – “Quem fez isso?” – eu respondia: “Até o maninho. E eu também”. Tenho um amigo que não pode usar seu cartão de crédito porque está sempre com o limite estourado. Ele culpa o cartão por seus problemas. Engraçado? Não. Quando isso se torna habitual, seja individualmente, seja como sociedade, tem-se um problema de natureza moral.
 
Afinal, o que há com as assustadoras contas nacionais? O mal está no que devemos ou no que gastamos? Tenho certeza de que se gastássemos menos com o supérfluo este artigo estaria tratando de investimentos. Botar a culpa nos outros vai derrubar o futebol como esporte nacional!
 
O culpado pelo endividamento é quem comprou títulos do governo; a propriedade alheia é a causa dos males do mundo, junto com a globalização, a banca internacional, o neoliberalismo, os EUA, a China. A riqueza cria a pobreza... Temos problemas por conta da dívida e não porque sistematicamente houve excesso de despesa. A lista é infinita.
 
Ninguém lembra mais, mas entre 26 e 28 de abril de 1999, no Rio de Janeiro, num superlotado Teatro João Caetano, com promoção da CNBB e apoio de outras entidades tão sábias quanto CUT e MST, ocorreram rumorosas sessões de um certo Tribunal da Dívida  Externa. O veredicto de seu corpo de jurados concluiu pela obrigação dos credores de cancelar as dívidas dos países pobres. Exigiram “moratória soberana” (haja criatividade!), auditoria da dívida, renacionalização e democratização de empresas estratégicas, e por aí afora. Engraçado? Não. Um grave problema moral. Engraçada é a criança que quando a mãe diz não ter dinheiro para comprar algo pede para ela tirar no caixa automático do banco, logo ali. No mesmo raciocínio se alinham as muitas fragmentações com que minorias buscam atribuir seus problemas à maioria escolhida como antagonista.
 
O que o Brasil precisa não é de inventar credores e exumar devedores, mas de identificar as verdadeiras razões de seus desajustes sociais e o modo de saná-los. Somos membros de uma sociedade que estampa desníveis infames. A miséria, a ignorância, a falta de oportunidades não têm cor de pele, idade, ou preferência sexual. Agem contra a nação, os poderes de Estado que determinam despesas sem cobertura, ou a corporação que reivindica privilégios.
 
Ainda esta semana escrevi sobre os problemas da educação no Brasil. Sei porém que, para a maior parte dos que a fazem, a equação se resolve com mais ideologia e mais verbas. Consideram melhor preservar o slogan – Universidade pública gratuita e de qualidade para todos – do que fazer a coisa certa. É mais barato posar de justiceiro com os direitos alheios do que fechar as torneiras pelas quais se esvaem recursos que deveriam servir para acabar com a injustiça ali onde ela crava perversas raízes sobre o destino de milhões de crianças


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