Por Alex Pipkin
O ex-presidiário Luiz da Silva, alarmado, convocou reunião para discutir a disparada do dólar. O despreparado - para ser econômico - afirmou que é preciso conter o ataque especulativo contra o real.
Para esses progressistas de araque todos os problemas na terra das bananas e do arrozal, devem-se a culpa dos yankees, dos “capitalistas sem coração”, dos bilionários, enfim, sempre a culpa é dos outros. Evidente que o ex-presidente Bolsonaro deve estar involucrado nesta trama. Mas “eles” salvaram a “democracia”… escárnio!
Incompetente, falastrão, populista, maldoso e irresponsável, ele sabe que o problema é ele próprio e seu retórica sectária do salvamento dos pobres, via Estado mastodôntico e de suas desgastadas narrativas populistas.
O nosso Ofélio, toda a vez que abre a boca, profere um arsenal de baboseiras e asneiras, em quase todos os temas, que prejudicam a saúde econômica e mental dos brasileiros.
Objetivamente, as razões fundamentais para a alta do dólar, referem-se a irresponsabilidade fiscal e a farra com o dinheiro público praticada por seu desgoverno inepto.
Evidente, tudo para acabar com as desigualdades sociais e para a manutenção da “democracia”, verdadeiramente, uma peçonhenta cleptocracia.
Causa-me náuseas constatar que o ex-presidiário retornou a cena do crime, em nome do resgate da democracia. O fato novo e positivo, é que os cidadãos do mundo começaram a enxergar que mesmo que bem-intencionadas, políticas progressistas, ao cabo, aprofundam a pobreza e impedem a geração de empregos, renda e riqueza.
É precisamente por isso que os de “extrema-direita” - todos aqueles que retrucam falsas verdades - estão despontando em uma série de nações. Simples assim.
Faz parte da cartilha marxista culpar os ricos, os imperialistas e, em especial, os Estados Unidos. Nada mais anti-opressão.
Para esses analfabetos econômicos, a solução é a intervenção, cada vez mais pesada, da mão forte do Estado na economia e em nossas vidas.
O sectarismo ideológico, que se suporta nesse intervencionismo estatal, que se intromete em tudo, é o grande criador da pobreza e da supressão das possibilidades de riqueza para todos.
A riqueza não é um jogo de soma zero, em que os ricos enriquecem às custas dos pobres. Falácia.
O que faz a insegurança crescer, aqui e lá fora, e o dólar subir, é o andar na contramão dos comprovados fundamentos do crescimento.
Além da escassez de privatizações de estatais, o desgoverno se intromete, de forma corrupta, em empresas como a Petrobras, por exemplo. A gigantesca judicialização e a regulamentação abusiva nos mercados e na vida privada dos indivíduos, atropela o cotidiano econômico e social. A sanha arrecadatória de tributos insanos e escorchantes, acompanhada da farra com a dinheiro público, em viagens faraônicas, nos compadrios, e em programas sociais populistas, discriminadores e contraproducentes, dão o tom imoral e perverso desse desgoverno. Essas são as legítimas razões do próprio desgoverno.
Os economistas “sovietes” creem que se deva investir num Estado “inovador e eficaz”, o que, de fato, reduz as genuínas fontes do empreendedorismo, dos empregos, das inovações, e da criação de renda e de riqueza que dependem de mercados mais livres.
O Estado sempre será o problema, inexiste Estado eficaz, sobretudo tupiniquim, e a única inovação vista a olhos nus por essas bandas, são os mecanismos de extorsão e de corrupção públicos e privados. Porém, burocratas estatais sempre põem a culpa nos salvadores empreendedores, aqueles que investem, correm riscos, inovam para todos e, portanto, justamente enriquecem. O que seria desse mundo sem esses “capitalistas, exploradores, bilionários (como sendo algo pejorativo!)”, que segundo os “progressistas do atraso”, roubam dos mais pobres e causam a pobreza.
O que atravanca a geração de empregos e renda, do desenvolvimento, é, seguramente, o câncer intervencionista.
Políticas nacional-desenvolvimentistas, políticas industriais orientadas para o compadrio, com subsídios e benesses mil, são benéficas somente para a “deselite” malévola e corrupta.
O remédio “santo” para um “penny” adequado, e para a vital saúde econômica e mental do brasileiro é, sem titubear, mais liberdade econômica e - muito - menos intervencionismo estatal leviano e corrupto.
Por André Burger - Pensador e economista
As boas práticas e teorias de administração resistem ao teste do tempo. O que é verdadeiro, útil e funciona se incorpora às condutas administrativas das empresas. Em oposição, aquelas que pouco agregam, são dispendiosas, e não se refletem no resultado acabam descartadas.
A criação das partidas dobradas, no século 15, por Luca Pacioli é um bom exemplo. Esse desenvolvimento na forma de contabilização permitiu uma melhoria impressionante na gestão das empresas. Foi tão impactante que gerou uma nova ciência, a contabilidade.
Por outro lado, algumas práticas de gestão se mostraram efêmeras, como reengenharia, terceirização, downsizing. Quando foram divulgadas pareciam ser disruptivas, de tal modo que não se pensaria administrar uma empresa sem elas. Tempo depois, o impacto inicial passou, alguns de seus conceitos foram incorporados, e, hoje, pouco se fala a respeito. Está acontecendo o mesmo com o ESG – Environment, Social and Governance e 2024 foi o ano que saiu de moda.
O ESG surgiu na ONU, em 2004, não dentro das empresas para melhorar seus processos, mas de uma iniciativa do secretário geral, Kofi Annan, ao propor a alguns presidentes de grandes bancos e gestores de fundos que incorporassem nas suas análises de oportunidades fatores ambientais, sociais e de governança. Ou seja, foi a proposta de um burocrata para outros burocratas. Pessoas que não fazem a menor ideia do que seja empreender e administrar uma empresa, principalmente as pequenas e médias. O ESG ganhou força a partir de 2015 com o Acordo de Paris. Novamente mais burocratas dizendo como os negócios deviam ser conduzidos. Assim, se tornou a principal atividade a orientar a administração das empresas, até mesmo em detrimento do velho e bom lucro. O auge do ESG como mantra empresarial aconteceu entre 2019 e 2023.
Diferente de outros modismos administrativos, o ESG, ao impor novas rotinas às empresas, de fato, apenas aumentou os custos: de produção, de contratação de pessoas e equipamentos, de treinamento, de controles, de informação. Isso teve maior impacto nas empresas menores, com menos recursos para gastos além da sua própria atividade operacional. Ora, as empresas para funcionar, em qualquer país, precisam atender a todas as regras e regulamentos criados pelo estado. Essas regras já contemplam as questões ambientais, sociais e de governança. Não se pode abrir uma empresa sem ter as licenças governamentais necessárias. O ESG obriga às empresas a rotinas que vão além daquelas impostas pelo próprio estado.
A difusão dos princípios ESG foi tão vasta que fez agências reguladoras, bancos e fundos de investimento exigir a adoção de medidas consideradas, por eles, boas práticas ESG para se obter licenças de operação, conceder financiamentos ou receber investimentos. Mesmo que tais critérios nunca tenham sido normatizados. Cada um, em cada lugar, diz o que é ser ESG. Isso levou a absurdos como a Americanas, no Brasil, que em seu último relatório anual, antes da descoberta do rombo de R$ 40 bilhões, continha mais informações sobre temas ESG do que sobre a precária situação financeira da companhia. A quebra do Silicon Valley Bank deixou claro o perigo de se preocupar mais com a temática ESG que com o próprio negócio.
A falta de padronização e a subjetividade das métricas ESG o tornam uma prática discricionária que pouco aprimora as rotinas empresariais. Estabeleceram a importância do conceito, no entanto, por ser de difícil mensuração, acaba gerando mais militância ideológica que práticas concretas. Os problemas levantados pelo ESG deveriam ser avaliados e devidamente mensurados, para, então, proporem soluções efetivas e não ideologizadas. A repetição de frases de efeito do tipo: Zero Carbon, Black Lives Matter, No Nukes, We are 99% apenas mobilizam ativistas, mas pouco contribuem para o entendimento do problema e sua solução. A politização do ESG, associado aos pequenos resultados práticos, mostrou que muito da militância, principalmente a corporativa, não passava de estratégias de marketing, greenwashing. Assim, diversas empresas, bancos e gestores de fundo reduziram sua atuação e divulgação sobre como eram politicamente corretos ao praticarem princípios ESG. A redução de U$ 13 bilhões no volume total dos fundos que se denominam ESG nos Estados Unidos, em 2023, comprova que é um tema em decadência.
Felizmente muitos acordaram do sonho ESG e perceberam que na realidade o planeta e as relações humanas estão melhor do que nunca na história humana, apesar dos manifestantes ambientais e sociais gritarem o contrário. A pobreza caiu de forma absoluta a partir da revolução industrial, e segue caindo. Está no nível mais baixo desde sempre. Em 2018, menos de 10% da população mundial vivia em situação de extrema pobreza, quando, até 1820, era de aproximadamente 80%.
Historicamente, seja no Império Romano, nas Civilizações Pré-Colombianas das Américas, no Japão feudal, na China Imperial ou no Renascimento Europeu a taxa de mortalidade infantil girava em torno de 50%. Começou a se reduzir a partir da revolução industrial e chegou a 27% em 1950. Atualmente (2020) está em 4,3%, sendo 14% na Somália e 0,3% no Japão e países escandinavos. A expectativa de vida ao nascer em todas as civilizações era no máximo de 30 anos e só aumentou a partir da revolução industrial. Em 1950, era de 46 anos. Em 2021, a expectativa de vida chegou a 73 anos, tendo como extremo inferior o Chad com 53 anos e o Japão com 85.
A melhoria das condições sanitárias no mundo, em apenas 22 anos, de 2000 a 2022, foi impressionante. Somente 32% da população mundial tinha acesso a saneamento em 2000, e aumentou para 57% em 2022.
Se olharmos as questões de gênero, veremos forte progresso em quase todo o mundo. Um número cada vez maior de países adota legislações que proíbem discriminação por sexo. Eram seis países em 1970 e 161 em 2023. Ou ainda, de apenas dois países que exigiam igualdade salarial para homens e mulheres em 1970 para 97 em 2023.
Pelo lado ambiental, o mundo hoje é proporcionalmente menos poluído que no passado. Até a década de 1990, para termos crescimento econômico per capita tínhamos sempre aumento de emissões de carbono per capita superiores ao crescimento do PIB. A partir de então isso se inverteu como consequência de aprimoramentos tecnológicos que permitiram aumentar a renda individual sem aumentar a emissão de gases de efeito estufa. Ou seja, estamos mais ricos e poluindo menos.
Por outro lado, é notório que aqueles que mais divulgam e defendem os princípios ESG não estão diretamente envolvidos na árdua atividade de empreender. Na sua maioria são técnicos e burocratas de grandes instituições, públicas ou privadas, de diversos setores. É difícil encontrarmos entre os ativistas ESG o dono de uma padaria, de uma pequena metalúrgica ou um agricultor que acorda às 4 da manhã para cumprir sua rotina no campo. Certamente, argumentarão que esses empreendedores não têm tempo, conhecimento e recursos para se preocupar com essa agenda. Então, respondo que o ESG é uma preocupação elitista. Somente os agraciados com determinadas condições veem benefícios nele. Apenas alguns sabem o que é certo e esse saber lhes autoriza impor sua visão a todos os demais na sociedade. Já ouvi isso em outro contexto: socialistas acreditam saber o que é melhor para os outros e tratam de impor suas políticas.
Interessante que o G, governança, raramente era abordado pelos esganiçados militantes ou pelas instituições adeptas ao ESG. De outra forma, temas como corrupção, conflito de interesses e falta de ética não fariam parte apenas dos códigos de conduta que existem somente para cumprir o marketing do politicamente correto. Aliás, muitos dos ferrenhos defensores da agenda ESG são eleitores de corruptos contumazes, um contrassenso em relação às práticas que defendem.
Hoje, 2024, vemos que a moda ESG serviu para que bancos criassem barreiras ao crédito concentrando-o em poucos grandes tomadores, que consultorias de todo o tipo lucrassem com a venda de pacotes para as empresas estarem na moda, que gestores de fundos que identificaram o nicho da sustentabilidade cobrassem taxas de administração maiores e que instituições de ensino e treinamento surfassem esta onda. De efetivo, pouco houve de melhoria nos problemas ambientais, de redução de preconceitos ou da melhoria da governança que o próprio mercado já não estivesse fazendo. Pois foi o livre mercado, no capitalismo, que permitiu a saída da pobreza crônica em que a espécie humana viveu por milênios, que as questões de gênero se reduzissem, que a escravidão fosse abolida e que vivêssemos num planeta mais seguro e com maior expectativa de vida.
O ocaso do ESG foi melancólico. Não houve uma absorção gradual de seus princípios como as outras modas em administração. Nos países onde o discurso ESG era mais forte, mais rapidamente silenciaram. Os países europeus, na sua maioria ciosos da agenda ambiental e social, tão logo chegou o inverno de 2023 e faltou calefação, reabriram as arcaicas minas de carvão, e, do dia para a noite, Greta Thunberg deixou de falar das questões do clima para, errada de novo, se alinhar aos defensores da Palestina livre.
Contudo, a agenda ESG não vai desaparecer, afinal grandes empresas criaram departamentos para isso com diretores e todo um staff. O pior virá daqueles que querem impor procedimentos ESG, além das leis de cada país, para satisfazer questões não definidas e de efetividade discutível. Os viúvos do ESG se voltarão para o mundo político, que, pelos mecanismos democráticos, é quem impõem regras de comportamento à sociedade. Então o ESG sairá do mundo empresarial e passará à esfera política, de onde nunca deveria ter saído. Ao menos poderemos votar sobre uma matéria que estava sendo imposta de cima para baixo por alguns autoproclamados esclarecidos.
Milton Friedman estaria satisfeito, seu artigo, de 1970 no New York Times segue atual.
Nota: Todos os dados estatísticos citados foram obtidos no site “Our World in Data” (https://ourworldindata.org/)